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segunda-feira, 25 de julho de 2022

Guia da Verdade Eleitoral - Guilherme Fiuza

Revista Oeste

Foto: Montagem Revista Oeste/Shutterstock
Foto: Montagem Revista Oeste/Shutterstock

Como ninguém pensou nisso antes? Um grande filtro contra as impurezas proferidas por aí — que vai te salvar de falar as coisas erradas, te ajudando a só falar as coisas certas. 
Decidimos então não mencionar aqui o tipo de coisa que não se deve falar — a julgar pelas primeiras medidas de depuração já tomadas —, contribuindo assim com a limpeza da atmosfera eleitoral.

Preferimos elaborar uma lista positiva, das coisas que com certeza você poderá falar despreocupadamente sem que o TSE, as plataformas digitais, os checadores, os verificadores, os carimbadores e os fiscais do consórcio de imprensa caiam em cima de você. Anote a seguir as verdades que você poderá dizer a partir de agora:

  1. Lula não sabia.
  2. As urnas eletrônicas do Brasil, do Butão e de Bangladesh são a vanguarda da transparência e da segurança eleitoral.
  3. Renan Calheiros deu um show de ética e ciência na CPI da Covid. Força, Renan.
  4. A Lava Jato foi uma conspiração das elites contra o PT. Como disse com propriedade um famoso advogado, se o crime já foi cometido mesmo, não faz sentido punir.
  5. Luís Roberto Barroso, Alexandre de Moraes e Luiz Edson Fachin são obcecados pelo equilíbrio entre os Poderes.
  6. O TSE mandou apagar os arquivos com os dados das eleições de 2018, porque o passado passou e pra frente é que se anda. O fato de que o sistema eleitoral brasileiro foi violado naquelas eleições não muda nada, porque, conforme o princípio acima enunciado, se o crime já foi cometido mesmo, por que perder tempo com ele?
  7. O sistema eleitoral brasileiro é inexpugnável.
  8. Lula tem 1 milhão de amigos — todos com mania de emprestar tudo para ele.
  9. Muita gente nas ruas de verde e amarelo é ato antidemocrático.
  10. Quebrar tudo alegando defesa de minorias é ato democrático.
  11. Bolsonaro mandou incendiar a Amazônia.
  12. Quem fez a Reforma da Previdência foi o Rodrigo Maia.
  13. Filme simulando o assassinato do presidente é arte. Pedir voto auditável é onda de ódio.
  14. Triplex é um apartamento de três andares e Atibaia é um lugar aprazível.
  15. Os pedalinhos de Atibaia são testemunha de momentos inesquecíveis.
  16. Vaccari, Delúbio, Valério, Silvinho, Duque, Cerveró, Dirceu, Bumlai, Odebrecht, Pinheiro e grande elenco são personagens marcantes da história brasileira.
  17. Gilmar Mendes chorando numa sessão do STF enquanto elogiava o advogado de Lula é uma das cenas mais comoventes da televisão brasileira.
  18. Tudo que a Anitta disser é verdade e não precisa de checagem, porque afinal de contas ela é a Anitta.
  19. Governadores aumentando impostos é responsabilidade fiscal. Governo federal cortando impostos é ameaça ao teto fiscal.
  20. Se após este resumo você ainda tiver dúvidas sobre o que pode falar, não se precipite. Antes de abrir a boca por aí, peça ao Randolfe para perguntar lá no Supremo se isso pode.

Leia também Obrigado, Danuza Leão

Guilherme Fiuza, colunista - Revista Oeste

 

quinta-feira, 30 de dezembro de 2021

Ambientalistas que não se importam com o meio ambiente - Revista Oeste

  Theodore Dalrymple

Eles supõem que aqueles que não compartilham suas doutrinas ou seus dogmas não se importam com o bem-estar daquilo que eles afirmam promover 

Se tem uma coisa com que os ambientalistas parecem não se importar é com o meio ambiente. Pelo menos se o meio ambiente incluir seu aspecto visual, como certamente deve ser o caso. Eles se importam tão pouco com essa questão que seria possível supor que essas pessoas acreditam que o sentido da visão é tão desimportante para o ser humano quanto é para as toupeiras. Os olhos dos ambientalistas foram substituídos por sensores de gás carbônico: eles sabem quanto dióxido de carbono existe na atmosfera, mas não notam a absoluta feiura do que instalaram para salvar o planeta.

Em Paris, a prefeita socialista Anne Hidalgo, que faz parte de uma coalisão com aqueles que se autointitulam os Verdes, está tão empenhada em encorajar os ciclistas e desencorajar os motoristas que solicitou que as ciclovias fossem isoladas por muitos quilômetros das ruas parisienses por horrendos blocos de concreto e postes de plástico sujos. De um só golpe, ruas que costumavam ser elegantes ou charmosas foram transformadas em favelas visuais.

Nem é preciso dizer que os blocos de concreto atraíram pichações como ímãs atraem limalhas de ferro. E é extremamente improvável que as emissões dos veículos motorizados tenham sido reduzidas. Na verdade, é uma punição aos motoristas, uma vez que as ciclovias congestionaram tanto as ruas que os veículos agora passam o dobro de tempo em engarrafamentos. Mas, claro, o que conta para os ideólogos é a pureza de suas intenções. Eles querem que o mundo se torne menos poluído, então suas ações precisam produzir isso.

Londres não está melhor. Recentemente, fiquei preso duas vezes, por um total de 50 minutos, em congestionamentos em uma movimentada via pública, porque uma pista larga tinha sido fechada e reservada para o uso dos ciclistas. Durante 50 minutos, vi um motociclista usar a via, o que incidentalmente atraiu palavrões da mesma forma que os blocos de concreto atraíram a pichação. É dessa forma que os ambientalistas querem salvar o planeta. Percorri os últimos metros do meu trajeto a pé, porque era mais rápido andar do que continuar no táxi.

O desenho criminalmente incompetente de Brasília
Cada vez mais o campo, até mesmo nas regiões mais bonitas da Inglaterra e da França, está sendo tomado por turbinas de vento terrivelmente feias. Elas estão se tornando não só mais numerosas, mas ainda maiores: o plano é que algumas cheguem a 240 metros de altura. É difícil não ver nisso uma aliança entre os ideólogos da ecologia e os lobistas corruptos e corrompíveis da indústria.

Pessoas comuns, que vivem no entorno, abominam as turbinas eólicas que pairam sobre elas como monstros malignos, impossíveis de ignorar ou retirar do campo de visão, que fazem um barulho horrível e matam o que resta da avifauna. Além do mais, está longe de ser uma certeza que elas reduzam as emissões de carbono. Foi estimado que as turbinas de vento na França não funcionam a mais do que um quarto de sua capacidade porque o vento não sopra o tempo todo. 

Consequentemente, o fornecimento de eletricidade precisa ser garantido por outras formas de geração de energia, cuja substituição era o propósito das turbinas. Sem contar o custo ambiental de fabricar essas coisas horríveis. Mas, mais uma vez, seu aspecto visual e sua profanação da beleza não contam para os ambientalistas. Para eles, a beleza não significa nada. A pretensa redução de monóxido de carbono significa tudo.

Vivemos em uma era de ideias. E, infelizmente, elas costumam ser ruins

Como todos os ideólogos, os ambientalistas supõem que aqueles que não compartilham suas doutrinas ou seus dogmas não se importam com o bem-estar daquilo ou daqueles que eles afirmam promover. Assim, se você fizer objeções às turbinas de vento ou aos blocos de concreto que protegem as ciclovias, eles supõem que você seja a favor da poluição industrial. Mas, na verdade, as únicas pessoas que já foram a favor dessa poluição eram os comunistas de antigamente. Em sua iconografia, eles viam fábricas expelindo fumaça preta no horizonte (do que, de outra forma, seria uma paisagem rural) como um sinal de progresso. Talvez não seja uma surpresa que, em pouco tempo, eles tenham conseguido erigir fábricas cujo principal produto parecia ser a poluição, uma vez que os bens que elas manufaturavam não eram desejados por qualquer pessoa que tivesse uma alternativa.

Sou a favor do transporte público e tento fazer uso dele sempre que possível. Não só porque ele é menos poluente, mas porque ele melhora a qualidade de vida das pessoas, especialmente as pobres. Uma das coisas que me escandalizam sobre o desenho criminalmente incompetente de Brasília é a necessidade que ele impõe às pessoas de usar transporte motorizado para ir a quase qualquer lugar ou fazer quase qualquer coisa. Isso destrói os prazeres da vida urbana, transforma a cidade em um subúrbio sem centro e acaba com a espontaneidade. [prezado articulista: moro em Brasília, gosto de Brasília, sou quase um pioneiro, mas não posso esquecer que muito de Brasília é obra de um arquiteto comunista e, por acaso, alguém já falou que os comunistas sejam  capazes de fazer alguma coisa aproveitável?
Os russos  estão de PARABÉNS por acabar com a farra daquela ONG 'MEMORIAL', sustentada com recursos estrangeiros, cuja finalidade era desfavorecer o passado da União Soviética. Sou ferrenhamente anticomunista, mas, entendo que a Pátria está acima de todos os ideais e seu passado tem que ser usado a seu favor, jamais contra.]
PARABÉNS !!! Presidente Putin.]

As grossas lentes da ideologia
Vivemos em uma era de ideias. E, infelizmente, elas costumam ser ruins. Um intelectual moderno pode ser definido como alguém que segue as próprias ideias até sua reductio ad absurdum, até sua desastrosa conclusão. Mas, em vez de se dar conta de que deve haver algo errado com suas premissas ou sua lógica, ele continua acreditando nessas ideias. Isso permite que supervalorize suas intenções em comparação com as consequências — e quase todo mundo acredita que suas próprias intenções são boas.

Pensei, equivocadamente, que o colapso da União Soviética (o que não significou a queda da KGB, mas o oposto, uma vez que seus membros foram bem posicionados para tomar o poder) colocaria um fim à ideologia como tal, já que, como Solzhenitsyn salientou, foi a ideologia que produziu a grande catástrofe. O que não antecipei com o fim da Guerra Fria é que não apenas os monopólios estatais no antigo mundo comunista seriam desmontados (e em grande parte vendidos para membros da antiga nomenklatura), mas que a ideologia no mundo ocidental também seria desmontada e, por assim dizer, balcanizada, quando não privatizada. Em vez de uma grande ideologia — o marxismo (ainda que ele tivesse variações) —, que atraiu os jovens de boa formação em busca de um sentido para suas vidas, agora temos muitas: da ecologia à transexualidade, passando pelo antirracismo, pelo feminismo e pelo islamismo.

No caso dos ecologistas, desconfio que eles não vejam as turbinas de vento e os blocos de concreto. Ou talvez, para adaptar o grande insight de Sherlock Holmes, eles vejam, mas não enxerguem. Ou talvez tenham lentes ideológicas tão grossas que a realidade mais evidente não consiga chegar a seus olhos.

Leia também O Ocidente escolheu a autodestruição

Theodore Dalrymple, coluniusta - Revista Oeste


terça-feira, 15 de junho de 2021

Checamos: não era o Doria

João Doria, governador de São Paulo, forografado durante o feriado de Corpus Christi de 2021 tomando sol no Hotel Fairmont, em Copacabana
João Doria, governador de São Paulo, forografado durante o feriado de Corpus Christi de 2021 tomando sol no Hotel Fairmont, em Copacabana | Fotos: Redes sociais

Nos recusamos a ser apressados e levianos como a maioria foi diante dessas imagens e passamos a estudá-las detidamente. Notamos que havia sim sinais de similaridade entre o homem das fotos e vídeos e João Doria Jr., mas havia algo estranho no ar. E o ar do Rio de Janeiro, como todos sabem, é traiçoeiro — basta dizer que o prefeito local fechou as praias e abriu as academias de ginástica, numa descoberta do seu comitê científico de que a atmosfera não é confiável. O homem que diziam ser João Doria estava ao ar livre. Portanto, todo o cuidado era pouco.

Tomamos então uma decisão que pode parecer radical, mas não para quem realmente preza a verdade: enviamos as imagens para um laboratório em Wuhan. Se Doria não fosse reconhecido na China, não seria em lugar nenhum do mundo. Valeu a pena esperar. Enquanto praticamente o Brasil inteiro caía de pau no governador paulista julgando ser ele na piscina do hotel chique, os técnicos do laboratório mais confiável do planeta trabalhavam incansavelmente na análise meticulosa das imagens polêmicas. Tivemos a colaboração decisiva do regime local, que manteve a equipe de cientistas três dias e três noites sem comer e sem dormir, para não atrasar os trabalhos. Fica aqui nosso agradecimento aos mandachuvas chineses por endurecer sem perder a ternura e não deixar ninguém fazer corpo mole — um dos problemas frequentes dos países que exageram na democracia.

Toda a literatura científica comprova que Doria prefere pegar sol em Miami

O laudo saiu mais rápido que vacina de ocasião — e o resultado está aqui para chocar o mundo: o homem só de shortinho se bronzeando no hotel carioca não era João Doria Jr.! O laboratório de Wuhan trabalhou com uma moderna técnica de RNA mensageiro, que acelera a mensagem através de transmissão via moto do iFood. Ou seja: o mensageiro voa. Ele botou todas as nossas perguntas na quentinha e voltou como um raio com as respostas definitivas. A mais conclusiva delas revela uma sentença irrefutável obtida a partir de evidência muito simples: toda a literatura científica comprova que Doria prefere pegar sol em Miami — portanto jamais estaria perdendo tempo numa laje em Copacabana.

E agora? O que dirão os críticos, os maledicentes e os intrigantes diante da revelação laboratorial da sua leviandade? 
O que dirão esses patrulheiros sem coração diante da constatação científica de que, se fosse para sair de São Paulo no fim de semana, Doria iria de jatinho para a Flórida, jamais para uma cidade perigosa do Estado rival? 
O mínimo que se espera é que o STF enquadre todos os difamadores do governador paulista no inquérito das fake news. Vocês vão se ver com o Alexandre.

O laudo de Wuhan sobre o caso Doria é devastador. Dentre outras constatações, prova que um governador salva-vidas jamais estaria em plena pandemia grudado numa espreguiçadeira que nem uma lagartixa fritando ao sol; jamais estaria sem máscara numa muvuquinha vip rodeado por corpos sarados e depilados; jamais se exporia ao público daquela maneira ridícula sem o aparato da sua junta de contingência e a proteção daquelas hashtags matadoras fique em casa, vacina já e covid forever.

O STF não deveria aceitar desculpas ou retratações nesse caso. Todos são culpados. Menos o Lula.

Leia também “Loquidau, a hipnose”

Guilherme Fiuza, colunista - Revista Oeste


terça-feira, 24 de novembro de 2020

Meteoro explode na fronteira do Uruguai com Rio Grande do Sul

O evento foi registrado pelo Observatório Espacial Heller & Jung, que fica a cerca de 426km da explosão, em Taquara

Na madrugada desta segunda-feira (23/11) um meteoro explodiu na fronteira do Uruguai com o Rio Grande do Sul. O bólido, nome dado a um meteoro que explode na atmosfera, foi registrado pelo Observatório Espacial Heller & Jung, que fica a cerca de 426km da explosão, em Taquara.

 Meteoro explode na fronteira do Uruguai com Rio Grande do Sul

No vídeo, é possível ver por volta das 2h30 o risco branco no céu, seguido da explosão que causou um clarão branco por cerca de 1 segundo. O meteoro tinha magnitude (grau de luminosidade) de -7, que é considerado elevado. Em entrevista ao G1, Carlos Fernando Jung, diretor da Região Sul da Bramon - Rede Brasileira de Monitoramento de Meteoros, apontou que o bólido entrou na atmosfera da Terra a 103km de altitude e explodiu a 94,4km. "Com a queda deste meteoro de elevada magnitude fica comprovado que neste ano de 2020 já ocorreu o maior número de meteoros de elevada magnitude desde 2016, quando iniciou a operação do observatório no RS", afirmou o diretor.

Correio Braziliense - MATÉRIA COMPLETA 

 

 

sexta-feira, 15 de maio de 2020

Aras é mais realista do que o rei na defesa do breu - Blog do Josias

UOL 
Em petição enviada ao Supremo Tribunal Federal, o procurador-geral da República Augusto Aras associou-se ao governo na defesa do breu. Pediu ao ministro Celso de Mello que mantenha no escuro, longe dos olhares da opinião pública, o grosso da gravação que registra a reunião ministerial do dia 22 de abril, peça central do caso Moro X Bolsonaro.
[o PGR demonstra ter responsabilidade com o Brasil, com a Pátria; é aceitável, melhor, tolerável, que se divulgue trechos de uma conversa do Presidente da República, travada durante uma reunião ministerial, com um dos seus ministros - para ser usada como prova em uma ação judicial movida por um ministro exonerado pelo presidente.
Mas, assuntos outros, que não dizem respeito as duas partes envolvidas no processo, devem ser reservados - especialmente do de Estado, que incluem, sem limitar, relações exteriores.]
Aras revelou-se menos concessivo do que a Advocacia-Geral da União. Pior: mostrou-se mais realista do que o rei. O próprio presidente da República admite divulgar uma fatia maior do vídeo. Ao falar sobre o tema numa transmissão ao vivo pelas redes sociais, Jair Bolsonaro não suspeitava que o procurador-geral lhe saísse melhor do que a encomenda.

Aras defendeu junto ao ministro Celso de Mello, relator da encrenca no Supremo, que sejam divulgadas apenas as fatias do vídeo estritamente relacionadas ao inquérito, "notadamente as que tratam da atuação da Polícia Federal, da 'segurança', do Ministério da Justiça, da Agência Brasileira de Inteligência e da alegada falta de informações de inteligência das agências públicas."
Defensor de Bolsonaro, o advogado-geral da União, José Levi Mello do Amaral Junior, defendeu que sejam expostas à luz solar todas as manifestações de Bolsonaro na reunião, menos "a breve referência a eventuais e supostos comportamentos de nações amigas", além das falas dos ministros e presidentes de bancos públicos presentes à reunião.

Quer dizer: o advogado-geral foi mais generoso com a curiosidade alheia do que o procurador-geral. Bolsonaro disse o seguinte aos devotos que carregam o seu andor nas redes sociais: "São dois trechos de 30 segundos que interessam ao processo. Mas, da minha parte, autorizo a divulgar todos os 20 minutos, até para ver dentro de um contexto. O restante a gente vai brigar. A gente espera que haja sensibilidade [responsabilidade e patriotismo, qualidades que temos certeza estão presentes, norteando os atos e conduta de um ministro do STF.] do relator [Celso de Mello]. É uma reunião reservada nossa."
No serviço público, a publicidade é a regra. O sigilo, a exceção. Pela lei, o Planalto poderia ter requisitado a classificação da fita da reunião como sigilosa, secreta ou ultrassecreta. Mas não ocorreu a ninguém que seria necessário proteger segredos de polichinelo, desejados num encontro com mas de duas dezenas de pessoas, incluindo dirigentes de bancos públicos.

Integrante do seleto grupo de autoridades que tiveram acesso à íntegra do vídeo em que a cúpula do governo se reúne sob atmosfera de boteco, Aras justifica a defesa do breu com o argumento de que a divulgação da íntegra transformaria o inquérito em "palanque eleitoral precoce das eleições de 2022." Se procurar um pouco, o procurador notará que o palanque já está montado. De um lado, Bolsonaro, candidato à reeleição. Do outro, Moro, potencial adversário do ex-chefe.

Aras esmiuçou suas preocupações: "A divulgação integral do conteúdo o converteria, de instrumento técnico e legal de busca da reconstrução histórica de fatos, em arsenal de uso político, pré-eleitoral (2022), de instabilidade pública e de proliferação de querelas e de pretexto para investigações genéricas sobre pessoas, falas, opiniões e modos de expressão totalmente diversas do objeto das investigações."  Deve-se torcer para que o esforço exibido pelo procurador na busca de argumentos para poupar o governo da exposição de um vexame seja duradouro. O empenho pode ser útil na hora de procurar no inquérito elementos para o oferecimento de uma denúncia criminal que Bolsonaro dá de barato que o procurador-geral não formalizará. [Aras é bem mais responsável e sério com suas funções do que o seu antecessor - o Rodrigo 'enganot', que apequenou a PGR.] 

Blog do Josias - Josias de Souza, jornalista - UOL



segunda-feira, 21 de outubro de 2019

Bolsonaro e togas amigas resistiriam a um hacker? UOL



Blog do Josias

Jair Bolsonaro recebeu no Planalto, há cinco dias, três togas supremas. Entre 10h e 10h15, conversou com Dias Toffoli e Alexandre de Moraes. Das 11h às 11h25, esteve com Gilmar Mendes. O que aconteceu entre as quatro paredes do gabinete presidencial só os interlocutores podem dizer. Mas qualquer brasileiro está autorizado a concluir que vai mal uma República em que a população é incapaz de reconhecer a seriedade das autoridades e estas são incapazes de demonstrá-la. Perguntou-se ao porta-voz da Presidência, general Otávio do Rêgo Barros, qual foi o teor da prosa. Ele fez segredo: "É uma decisão pessoal, de foro íntimo do presidente, comentar ou não comentar determinadas audiências". Os ministros do Supremo também avaliaram que não devem nada ao brasileiro que financia seus contracheques, muito menos explicações. Perderam-se as mais comezinhas noções de recato. Já não há nem mesmo o cuidado de maneirar.

Noutros tempos, Bolsonaro não daria aos ministros do Supremo nem bom-dia. E vice-versa. Hoje, mimam-se mutuamente. Toffoli é autor da liminar que desligou o Coaf da tomada e trancou investigações contra o primogênito Flávio Bolsonaro. Gilmar é signatário da decisão que reforçou a blindagem que livra o Zero Um de inquérito sobre peculato e lavagem de dinheiro. Junto com Alexandre, os dois integram a ala da Corte que deseja realizar o sonho da oligarquia que quer o fim da Lava Jato.

As conversas sigilosas ocorreram num instante em que o Supremo está na bica de rever a regra sobre prisão de condenados na segunda instância. O vereador-geral da República Carlos Bolsonaro lembrou que seu pai é a favor da tranca. Fez isso no Twitter do presidente. Foi forçado a se desculpar. Apagou o tuíte. Além de admitir que as redes sociais do pai trazem as suas digitais, o Zero Três como que escancarou a mudança de prioridades do capitão.

Os "garantistas" do Supremo, sobretudo Gilmar, utilizam as mensagens roubadas dos celulares de procuradores da Lava Jato como matéria-prima para minar o surto anticorrupção que acometeu o país nos últimos cinco anos e meio. [o que contém qualquer ideia de usar conteúdo roubado como prova é que aquele parágrafo - 5º - inciso -  LVII -  é de tal clareza que não comporta nenhuma interpretação.
Já o conceito de trânsito em julgado é bem amplo, flexível, e pode ser interpretado sem necessidade de pisotear a Carta Magna aceitando provas ilícitas.
Assim, o bom senso recomenda que mude o que é regido por legislação infraconstitucional - esta é que tem que se adaptar ao mandamento constitucional.
Inverter esta ordem de valores é  tripudiar sobre a CF e, isto ocorrendo, romper com o 'estado democrático de direito', rompido este as portas estão abertas para qualquer opção.]   e pode ser adaptado de forma  Ganha um kit completo com as mídias do 'Intercept' quem for capaz de recordar uma frase de Bolsonaro em defesa do ex-juiz Sergio Moro, hoje seu ministro da Justiça. O material que chega às manchetes em conta-gotas de fato tisna o trabalho de Curitiba. Mas a dúvida que bóia na atmosfera é a seguinte: as comunicações sigilosas de Bolsonaro com as togas amigas resistiriam à ação de um hacker?

Blog do Josias - Josias de Sousa - UOL
 







domingo, 13 de outubro de 2019

Asteroide pode colidir com a Terra em menos de 65 anos; já há uma data definida

A Agência Especial Europeia (ESA, na sigla em inglês) atualizou a sua “lista de risco”. Um asteróide foi adicionado com potencial para atingir a Terra daqui a menos de 65 anos.
Batizada de 2019 SU3, a rocha espacial possui 14 metros de diâmetro e tem até data para uma possível colisão com nosso planeta: 16 de setembro de 2084.

O asteróide ocupa atualmente a quarta posição na lista de maiores ameaças que a Terra sofre pela agência. Ainda assim, o seu tamanho é relativamente pequeno, o que quer dizer que se ele entrar, de fato, na atmosfera terrestre os impactos “não serão devastadores”, de acordo com o portal UOL.

De acordo com análise da ESA, o oxigênio na nossa atmosfera pode destruir a rocha antes dela conseguir atingir o solo. As chances do 2019 SU3 de fato colidir com a Terra giram em torno de uma em 152 ou 0,06%.

No dia 16 de setembro de 2084, o asteróide passará a aproximadamente 120 mil quilômetros do nosso planeta. Apesar do número sugerir uma grande distância, em termos astronômicos não se configura como uma grande distância.
Justamente por isso, a agência especula que a influência gravitacional dos outros planetas do sistema solar pode derrubar o asteroide na Terra.



segunda-feira, 8 de julho de 2019

Lula é ladrão junto ao nosso povo crucificado, ataca jurista

Lula é um ladrão, defendido pelo que há de pior na política e na mídia, diz jurista

Professor Dotti acha que Lula Livre lembra queremismo getulista com a diferença que o PT exercitou terror ao atacar criticos,  em vez da verdade que defendem

José Nêumanne
Estadão

Para o advogado da Petrobrás na ação contra Lula no caso do triplex do Guarujá, critica os ataques ao ministro Sérgio Moro e diz que “é impressionante a onda de apóstolos da ética judiciária e de jornalistas excitados, que se consideram juízes paralelos da mídia”. Não vê solidez nas acusações a Moro e diz que tentam desconhecer que “são inadmissíveis, no processo, as provas obtidas por meios ilícitos”.

Conhecido pelo destemor na defesa de presos políticos à época da ditadura militar, o jurista paranaense citou: “No excelente e corajoso livro ‘A Corrupção da Inteligência’, Flávio Gordon demonstra, à evidência, como o PT se organizou, se preparou e dominou o Estado, manipulou mídias, anarquizou as fontes de criação das universidades, produziu uma novilíngua de comunicação, desqualificou a crítica honesta atacando o crítico, e não a verdade que ele defende; exercitou o terror.”

O senhor atuou como advogado auxiliar da acusação nos processos da Lava Jato e, numa sessão de interrogatório do principal réu da ação do triplex do Guarujá, que, segundo o Ministério Público, pertence a Lula, viu-se obrigado a chamar a atenção do chefe da equipe da defesa do ex-presidente petista, advogado Cristiano Zanin Rodrigues, pela forma desrespeitosa como se dirigia ao juiz Sergio Moro, que comandava o interrogatório. O que o levou a tomar essa atitude?
Advogo na especialidade criminal desde 1958 (ano de minha graduação em Direito). Nunca antes tive necessidade de interpelar colegas, a exemplo do que ocorreu com o dr. Cristiano Zanin, O interrogatório do ex-presidente tomou cinco horas,  mais ou menos. Eu somente repreendi o colega após ver e ouvir, durante mais ou menos duas horas, um tipo de comportamento agressivo para com o juiz. Houve momentos em que o curso da pergunta do magistrado era interrompido pelo advogado, que, sem requerer o uso da palavra, procurava “justificar” a intervenção, até mesmo desqualificando a pergunta feita ao acusado. A legislação manda que o advogado deve proceder de forma que o torne merecedor de respeito e que contribua para o prestígio da classe da advocacia.

É verdade que no intervalo do mesmo interrogatório o senhor foi abordado por outro advogado da defesa do réu, o ex-presidente da Ordem dos Advogados do Brasil, José Roberto Batochio, que estranhou o fato de o senhor ter mudado de lado, pois ele fora seu admirador à época em que ganhou fama por ser um corajoso advogado de presos políticos perseguidos pela ditadura militar? O senhor sente-se à vontade para contar as circunstâncias desse episódio?
Há muito tempo eu respeito e admiro o colega Batochio. Realmente, após encerrado o interrogatório (Batochio e eu estávamos sentados frente a frente), ele disse mais ou menos o seguinte: “René, você deveria, estar do outro lado”. E eu falei: “Continuo do mesmo lado, da defesa. E lembro que o ministro Evandro Lins e Silva, atuando como assistente do Ministério Público no processo contra o então presidente Collor de Mello, respondeu a pergunta da mesma natureza, afirmando: ‘Agora em defesa da sociedade’. E eu estou fazendo o mesmo: defesa da sociedade”. Nesse preciso momento a esposa do dr. Cristiano,  que estava ao  meu lado na mesa de trabalho, perguntou, de modo crítico: “E quem lhe deu esses poderes?”. Eu respondi, delicadamente: “A minha condição de cidadão!”.

Ao argumentar que, ao contrário do que disse o citado Batochio, o senhor quis lembrar ao advogado de Lula que a Petrobrás é patrimônio do povo brasileiro e, portanto, é de interesse público condenar quem a dilapidou a ponto de quase levá-la à falência?
Na quarta edição de meu livro “Casos Criminais Célebres”, que estou preparando, já redigi um capítulo novo: O atentado contra Carlos Lacerda e o suicídio do presidente Vargas.  Destaco, com detalhes, a luta épica de Monteiro Lobato (O escândalo do petróleo e do ferro) e o mantra “o petróleo é nosso”. Minha felicidade foi ter a oportunidade de atuar a favor da criação da Petrobrás. Afinal, os trustes daquele tempo contra a nossa riqueza natural são os corruptos de hoje no maior crime cometido contra o patrimônio de uma empresa brasileira.


Aliás, aproveitando a lembrança desse episódio, o senhor acha que Luiz Inácio Lula da Silva é um preso político ou não passa de um político preso, expressão tornada pública pelo jornalista Reinaldo Azevedo?
No tempo dos anos de chumbo eu lutei pela liberdade de muitos presos políticos: sindicalistas, jornalistas, parlamentares (deputado Walter Pécoits, por exemplo), bancários ou ameaçados de prisão, como o ex-ministro do Trabalho  Amaury de Oliveira e Silva, que estava exilado em Montevidéu. Achoe que o ex-presidente Lula é, sem dúvida, um político preso.  Mas um preso em condição especial de comodidades materiais em sala especialmente preparada e com as oportunidades de planejar estratégias políticas, como inventar um post, receber visitas especiais de políticos de destaque, dar entrevista a jornalistas nacionais e estrangeiros etc. O tempora, o mores!


O ministro Sergio Moro insiste que, em nenhum momento das mensagens que lhe são atribuídas, ele feriu a ética, a postura e a imparcialidade requeridas de um magistrado pela lei e pela sociedade. Na condição de quem acompanhou os depoimentos e o julgamento da ação contra Lula, o senhor se disporia a defender o juiz Moro em qualquer instância do Judiciário ou em eventuais investigações que possam ser instauradas no âmbito do Poder Legislativo?
Sim, com toda a certeza.
Já o fiz no dia seguinte àquela deliberação da comunicação telefônica da ex-presidente Dilma avisando a Lula da Silva que o “Bessias” ia levar um papel para ele assinar… Nos termos da Constituição, “a lei só poderá restringir a publicidade dos atos processuais quando a defesa da intimidade ou o interesse social o exigirem”. É impressionante a onda de apóstolos da ética judiciária e de jornalistas excitados, que se consideram juízes paralelos da mídia. 

Será que os senhores da imprensa, assanhados parar gerar escândalo, não conhecem a lição de Ruy Barbosa ao definir a imprensa como “a vista da Nação”…? Será que os profetas do caos não sabem que “são inadmissíveis, no processo, as provas obtidas por meios ilícitos”. Será que o ministro Celso de Mello – a quem rendo preito de respeito e admiração – precisava desculpar-se, assumindo posição oracular que deixou o povão em dúvida ao afirmar que não estava julgando “o mérito” do o caso (na verdade, o ocaso) do maior estelionatário e comandante da rapina contra o patrimônio público em toda a nossa História? 
Será que o STF vai afrontar a regra elementar que consta da Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro e determina: “Na aplicação da lei, o juiz atenderá aos fins sociais a que ela se dirige e às exigências do bem comum?”.

Como advogado experiente e professor de Direito respeitado, o senhor já participou, testemunhou ou ouviu falar de julgamento de qualquer gênero em que, como ocorre neste momento no Brasil, o juiz que se tornou herói popular pela forma corajosa como chefiou a mais bem-sucedida operação de combate à corrupção da História seja interrogado, algumas vezes com requintes de humilhação, por quem é suspeito, acusado, denunciado e processado por ele mesmo e por outros agentes da lei?
No teatro do absurdo, surgido após a Segunda Guerra Mundial e que apresenta a condição humana “sob a atmosfera de uma angústia metafísica”, o texto é absurdo, o diretor é absurdo, o cenário também, idem quanto às personagens. Só não é absurdo o espectador lúcido que, da plateia, assiste a um espetáculo que se renova de tempos em tempos pelo chamado sufrágio universal e pelo voto direto e secreto. É tão secreto que pouco tempo depois da eleição o eleitor não se lembra em quem votou na colmeia de vereadores, deputados e senadores.


O senhor concorda ou discorda do ex-juiz da Lava Jato Sergio Moro quando ele afirma que a divulgação de mensagens cuja autenticidade ainda depende de comprovação não passa de uma ação orquestrada para desmoralizar a autoridade judicial e inocentar à força quem foi condenado em três instâncias com provas dos crimes cometidos levadas a juízo?
No excelente e corajoso livro A Corrupção da Inteligência Flávio Gordon demonstra, à evidência, como o PT se organizou, se preparou e dominou o Estado, manipulou mídias, anarquizou as fontes de criação das universidades, produziu uma novilíngua de comunicação, desqualificou a crítica honesta atacando o crítico, e não a verdade que ele defende; exercitou o terror.  A orquestração é muito afinada e tem diversas partituras conforme o gênero de música: do clássico ao popular. Ou de dança: do ballet ao forró.

José Nêumanne - Estadão