Blog Prontidão Total NO TWITTER

Blog Prontidão Total NO  TWITTER
SIGA-NOS NO TWITTER
Mostrando postagens com marcador euros. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador euros. Mostrar todas as postagens

quarta-feira, 2 de dezembro de 2020

O ousado plano de Macron para acabar com a dependência da soja do Brasil

Com pacote de 100 milhões de euros, país vai aumentar cultivo de leguminosas em 40% em apenas três anos, para driblar 'desmatamento importado'

O Brasil é o maior produtor de soja do mundo, exportando o grão para 50 países diferentes na Ásia, África e Europa. No ano passado, a atividade rendeu mais de 30 bilhões de dólares. Contudo, em meio a crescentes críticas à ligação do plantio com o desmatamento, o presidente Emmanuel Macron, da França, foi o primeiro a bater o martelo: prometeu à sua nação a independência da soja brasileira.
 
 “Emmanuel Macron prometeu muito, mas não fez nada”, tuitou Jean-François Julliard, diretor do Greenpeace França.
[e vai continuar tuitando; o plano do francês é ousado e INEXEQUÍVEL.  Uma leitura rápida já mostra que a pretendida independência depende do plantio e este continua na moda antiga = precisa de terra. Plantio real para produção real, não vale pretender adotar experiências de laboratório para a terra real.
E terra é exatamente o que falta aos franceses na área pretendida = dobrar em dez anos a área cultivada - alcançando os dois milhões de hectares = e em três anos aumentar em 40% as áreas destinadas ao cultivo de plantas ricas em proteínas.
 
Não tem tanta terra sobrando, restando ao presidente francês: 
- desocupar alguns milhares de moradias obtendo a terra pretendida =  onde alocar os removidos é apenas um detalhe;
- outra fonte de terra é substituir parte do atualmente plantado por soja - onde cultivar o  substituído é outra pergunta chata;
- ou plantar em solo brasileiro = o francês propôs internacionalizar a nossa Amazônia. 
Resolvido as bobagens alocadas o plano do Macron já pode ser considerado ousado - some o inexequível e se aguarda resultados.]
  
Nesta terça-feira, 1, o governo e o setor agrícola francês se comprometeram a aumentar em 40% as áreas destinadas ao cultivo de plantas ricas em proteínas em apenas três anos. Isso equivale a 400.000 hectares extras de terra para cultivo até 2023.

O ministro da Agricultura, Julien Denormandie, afirmou ainda que essa é uma etapa “intermediária”: em dez anos, o governo promete dobrar a área cultivada, chegando a 2 milhões de hectares dedicados ao cultivo de oleaginosas e leguminosas em 2030. [a França não tem tanta terra para ser liberada para cultivo da soja, ou será que o Julien está contando já com a terra da Amazônia internacionalizada?]

Os produtores franceses assinaram uma “carta de compromisso”, prometendo respeitar a meta em troca de ajuda financeira, no valor de 100 milhões de euros (quase 630 milhões de reais) durante dois anos, para incentivar o cultivo e a pesquisa de proteaginosas. Segundo Denormandie, a empreitada tem como objetivo a garantia da “soberania agroalimentar” e o fim da importação de soja ligada ao desmatamento. Atualmente, metade das proteínas vegetais para ração animal utilizadas na França é proveniente de importações e o país é o maior importador de farelo de soja brasileiro na União Europeia: das 2,2 milhões de toneladas que atravessaram suas fronteiras no último ano, mais de 88% veio do Brasil.

Ecologicamente correto
Em setembro, a França se opôs veementemente ao acordo comercial entre a União Europeia e o Mercosul devido ao desmatamento na região amazônica. Além disso, o país se comprometeu em 2018 a zerar sua participação no desmatamento ligado à importação de produtos agrícolas não sustentáveis até 2030.
O “plano de proteína vegetal” – esperado há dois anos, quando Macron anunciou que iria “trazer um ambicioso plano de proteínas para o continente europeu– também prevê um orçamento de 3 milhões de euros (19 milhões de reais) para incentivar o consumo de leguminosas pela população (especialmente as crianças).

Grande parte de sua presidência depende da conciliação entre meio ambiente e economia. Desde sua posse em 2017, o líder francês luta para adotar políticas mais ecologicamente corretas, sob pressão de grupos de proteção ambiental e parte da sociedade. Contudo, foi um imposto sobre emissões de CO2 que inflamou os protestos dos Coletes Amarelos em 2018, que quase abateram seu governo.

Em agosto e novembro, ativistas do Greenpeace protestaram em Paris para denunciar a “inação” e o “silêncio” do governo a respeito dos incêndios na Amazônia, provocados para que a terra seja usada para pecuária e agricultura. Macron já havia admitido que o país era “em parte cúmplice” do chamado “desmatamento importado”. O desmatamento na floresta amazônica do Brasil teve o maior crescimento em 12 anos, segundo o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). A área afetada aumentou cerca de 9,5% de agosto de 2019 a julho de 2020 em comparação com o período anterior, de 2018 a 2019.

Mundo - Veja - Por Amanda Péchy

 

quarta-feira, 3 de julho de 2019

Fanfarronadas têm um preço

A capitã do navio de africanos expôs o risco político do radicalismo xenófobo de Matteo Salvini

[os governantes tem como dever primeiro defender os seus governados e a capitã fez um ato que para ele pode ter sido exibicionismo, fanfarronice, bravata, mas, de fato foi um ATO DE GUERRA e a embarcação agiu como os piratas da Somália.

Ainda que desesperadora a situação dos 40 africanos, a capitã poderia ter escolhido outro porto, outro país; próximo ao porto invadido a brava capitã dispunha de portos em outros países que abrigam refugiados - qual a razão dela escolher o de um país que está dando preferência a cuidas dos seus naturais.

Aqui mesmo no Brasil, cada emprego que é dado a um venezuelano é um emprego a menos para um brasileiro.]

O retumbante Matteo Salvini, ministro do Interior da Itália, aprendeu uma lição. Quando o barco Sea Watch 3 entrou à força no porto de Lampedusa com 40 refugiados líbios, ele anunciou a prisão da capitã Carola Rackete com a teatralidade do radicalismo fanfarrão. A entrada do navio no porto teria sido um "ato de guerra" praticado por uma embarcação "pirata".

Os 40 africanos que haviam sido resgatados pelo Sea Watch em alto-mar seriam mais um lote de desesperados e Carola Rackete, mais uma ativista dessas ONGs que azucrinam os poderes estabelecidos. Nunca se sabe quando o vento da história sopra em cima de um poderoso da ocasião. O vento soprou em cima de Salvini.

O Sea Watch tem a bandeira holandesa e Carola Rackete é alemã. O ministro das Relações Exteriores de Berlim, Heiko Maas, pediu a libertação da marinheira: "Quem salva vidas não pode ser chamado de criminoso" —exatamente o que achou a juíza que ordenou sua soltura nesta terça (2). O governo da França classificou o ato de "histeria" e o presidente italiano recomendou que se baixasse a bola. Duas vaquinhas internacionais arrecadaram mais de 1 milhão de euros para ajudar a ONG do Sea Watch. [independentemente da bandeira do navio e da nacionalidade da comandante, o Sea Watch desrespeitou a soberania de um país, invadiu um porto. Com certeza esse um milhão de euros seria bem mais útil ajudando ao refugiados, do que ser doado a mais uma ONG.]

Os refugiados não precisam ficar na Itália e não era razoável que 40 pessoas ficassem à deriva no Mediterrâneo. As leis italianas pretendem conter o êxodo de refugiados africanos, na defesa dos interesses do país, e quando a marinheira desceu no cais de Lampedusa, populares chamaram-na de "vendida". Um deles gritou que ela devia ser estuprada pelos negros que transportou. Coisa dos tempos de hoje. No século passado os europeus fizeram coisas piores e em 1944 o governo italiano colou cartazes mostrando um soldado simiesco com o uniforme americano saqueando obras de arte. Deixar barcos em alto mar, chamando os tripulantes de piratas metidos em atos de guerra, é um triste retorno, e Salvini percorreu-o.

Isso era o que acontecia em 1947. O governo inglês capturava navios com judeus que seguiam para a Palestina. Depois, quando a saga do navio Exodus (com Paul Newman no papel principal) tornou-se um marco na vida de Israel, tiraram o corpo fora. Por trás do Sea Watch e das ONGs há uma rede de apoios e cumplicidades. A tripulação do barco tinha jovens franceses, holandeses e espanhóis. Nada de novo: havia uma rede clandestina e multinacional por trás de navios como o Exodus. (Nela militava Samy Cohn, que se tornou banqueiro e morreu no Brasil.) Há diferenças entre os refugiados judeus de 1947 querendo ir para a Terra Santa e os africanos de hoje querendo entrar na Europa, mas o ministro alemão que defendeu a libertação de Carola Rackete foi ao essencial: "Quem salva vidas não pode ser chamado de criminoso". Os líbios do Sea Watch poderiam ter morrido no Mediterrâneo e, segundo a capitã, ameaçavam jogar-se ao mar, como faziam os africanos dos navios negreiros do século 19. Calcula-se que neste ano 600 africanos afogaram-se no Mediterrâneo.

As falas de Salvini, repudiadas na terça pela juíza, foram uma fanfarronice demagógica. O ministro tinha motivos para saber que a marinheira, uma "fora da lei", segundo ele, não ficaria muito tempo presa. Sendo alemã, poderia ser deportada. Sabia também que os africanos não ficarão em Lampedusa. Jogou para sua plateia, mas subestimou a reação de outros países e das próprias instituições italianas. Nos dias de hoje, isso é comum.
Elio Gaspari, jornalista - O Globo e Folha de S. Paulo


quinta-feira, 27 de junho de 2019

Rodrigo Maia não vai conseguir demolir o governo do nosso presidente Bolsonaro - vai ter que nos engolir também em 2022

Tiros no pé

“Maia procura limpar o terreno para aprovar a agenda econômica que pode facilitar a retomada do crescimento, mas Guedes retroalimenta o confronto do governo com o Congresso”
É incrível a capacidade de o governo dar tiros no próprio pé, às vezes, em questões vitais para seu próprio sucesso. Foi o que aconteceu ontem, em razão das críticas do ministro da Economia, Paulo Guedes, ao Parlamento. Em conversa com o governador do Ceará, Camilo Santana (PT), disse que “o Congresso é uma máquina da corrupção”. A afirmação, em linha com as críticas sucessivas do próprio presidente Jair Bolsonaro ao Parlamento, provocou a indignação do presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ).

Em nota, diante da repercussão negativa das palavras de Guedes, o Ministério da Economia desmentiu a declaração do seu titular, mas o leite já estava derramado. É muita falta de senso político criar um mal-estar dessa ordem no mesmo dia em que a Comissão Especial que discute a reforma da Previdência na Câmara encerrou sua discussão, que contou com a participação de 127 dos 154 deputados.  O relator da reforma da Previdência, deputado Samuel Moreira (PSDB-SP), prepara seu relatório com objetivo de conseguir mais apoio entre os partidos. Segundo o presidente da comissão, deputado Marcelo Ramos (PL-AM), a votação do relatório deverá ficar para a semana que vem. Um dos temas em negociação é a inclusão de estados e municípios na reforma, que haviam sido retirados pelo relator. Somente os governadores do Ceará, do Piauí, de Pernambuco e da Bahia são contrários à proposta e resistem a convencer os parlamentares dos seus estados a votarem a favor da medida. Rodrigo Maia articula a inclusão.

Nesse cenário, os ataques sistemáticos contra o Congresso e uma violenta campanha feita por partidários do presidente Jair Bolsonaro contra o presidente da Câmara nas redes sociais fogem à racionalidade.  [o deputado que preside a Câmara age como um quinta coluna contra o governo Bolsonaro - isto tem que ser denunciado, ele precisa entender que seus planos para ferrar o governo do capitão foram descobertos.
Em 2022 não tem para ele.]  Rodrigo Maia é grande esteio para aprovação da reforma e de outros projetos de interesse do próprio governo, como a reforma tributária e o novo marco legal das parcerias público-privadas. O parlamentar procura limpar o terreno para aprovar a agenda econômica que pode facilitar a retomada do crescimento, mas Guedes retroalimenta o confronto do governo com o Congresso.

Aeromula
Enquanto nos bastidores o conflito era entre Guedes e Maia, em plenário o assunto mais debatido era o caso do sargento da Aeronáutica detido na Espanha com 39kg de cocaína, transportados no avião da Força Aérea Brasileira (FAB) que serve à equipe de apoio da comitiva do presidente da República. O fato teve grande repercussão internacional e revelou a fragilidade do dispositivo de segurança da Presidência. O ministro do Gabinete de Segurança Institucional, Augusto Heleno, tentou se justificar: “Só se o GSI tivesse bola de cristal” conseguiria “prever” que um sargento militar seria preso transportando 39kg de cocaína em sua bagagem. O presidente em exercício, Hamilton Mourão, classificou o militar preso como uma “mula qualificada”.

A prisão ocorreu quando o avião da Força Aérea Brasileira pousou às 14h (horário local) no Aeroporto da Andaluzia. A aeronave servia como reserva para o presidente Jair Bolsonaro, que viaja em outro avião para participar da reunião do G20 em Osaka, no Japão. O militar realizou 29 viagens ao exterior na comitiva presidencial, servindo a três presidentes da República. Não se sabe desde quando o sargento é um traficante de drogas, mas o fato é que ninguém transporta tamanha quantidade de droga sem um esquema sofisticado de apoio. Especialistas calculam em 2 milhões de euros o valor da cocaína apreendida pelas autoridades espanholas. Bolsonaro determinou uma investigação rigorosa sobre o caso, que gerou grande constrangimento para a FAB e o GSI.

Em sua primeira participação na cúpula de líderes do G20, em Osaka, Bolsonaro tem previsão de se reunir com os presidentes dos Estados Unidos, Donald Trump, e da França, Emmanuel Macron. Também deve se reunir com o presidente da China, Xi Jinping, e com o primeiro-ministro da Índia, Narendra Modi. O encontro mais esperado no Japão, porém, será entre os presidentes Donald Trump e Xi Jinping, em razão da guerra comercial entre os Estados Unidos e a China.


Nas Entrelinhas - Luiz Carlos Azedo - CB 


terça-feira, 25 de dezembro de 2018

Nota de 16 dólares [FALSA] encontrada com Pezão na cadeia causa polêmica

Na última sexta-feira (21), o governador Luiz Fernando Pezão foi flagrado com euros, dólares, pesos colombianos e ienes após uma varredura da Corregedoria Geral da Polícia Militar do Rio de Janeiro no Batalhão Especial Prisional, em Niterói, onde está preso o emedebista. O valor era equivalente a R$ 469, o que é proibido por lei, uma vez que um detento só pode ter, no máximo, R$ 100.

Mas um detalhe chamou a atenção e gerou uma polêmica acerca da apreensão. Entre as cédulas, havia uma nota de US$ 16, obviamente falsa. Dito isto, a pergunta que se faz é: a cédula foi usada pela equipe de vistoria para calcular o montante divulgado pela operação?  Apesar de a nota falsa não ter valor, a quantia ultrapassou o limite de R$ 100, o que configura a irregularidade.

Ao jornal “O Globo”, o advogado de Pezão, Flávio Mirza, disse que a nota de 16 dólares se trata de uma brincadeira.
“Conversei rapidamente com o governador sobre isso. Ele me disse que riu quando ganhou a cédula de um amigo, e, por achá-la engraçada, decidiu guardá-la. Era uma recordação. Depois da confusão, falou para mim: “Sei lá, ela estava na minha carteira. Não tem nenhum sentido isso tudo”. Ele não valorizou essa questão, nem eu. Não estou dizendo que seja correto (guardar um valor além do permitido pela lei na cadeia), é óbvio que não pode. Mas não foi uma burla dolosa”, declarou o advogado.

© Fornecido por New adVentures, Lda. Notícias ao Minuto  


 
 

terça-feira, 6 de fevereiro de 2018

Benefícios dos juízes no exterior

Como são os benefícios dos juízes no exterior

Na França e em Portugal, auxílio-moradia é reduzido. Nos Estados Unidos, benefício sequer existe 

Do passe para transporte público a zero benefício, como é a vida dos juízes no exterior

Na França e em Portugal, auxílio-moradia é reduzido, enquanto nos EUA inexiste
- A grande maioria dos juízes franceses não se beneficia de quase nenhum auxílio e remuneração extra além de seu salário mensal. Mesmo os que têm direito a apartamentos de função tiveram sua legislação alterada em 2012. Céline Parisot, secretária-geral da União Sindical dos Magistrados, explica que essa prática praticamente foi extinguida na categoria:
- O decreto de maio de 2012 reviu todas as regras de distribuição dos apartamentos de função, e tivemos de devolver quase todos que tínhamos para os magistrados em 1° de setembro de 2013. Restam hoje apenas uns 30 - para um total de cerca 8 mil magistrados no país -, e a maioria deles corresponde aos departamentos ultramarinos e à Córsega, há muito poucos situados na França metropolitana. E mesmo para os que ainda restam, não é algo gratuito, os locatários devem desembolsar um certo valor, com desconto em relação ao aluguel de mercado - explica.

A legislação francesa prevê ainda a todos os funcionários públicos, juízes incluídos, um auxílio-moradia para determinados casos. As localidades são divididas em três zonas, cada uma delas estabelecendo um auxílio de até 3% do salário do juiz beneficiado. Mas, mesmo nestas situações, são poucos os magistrados contemplados, diz Parisot:  - A maioria que se enquadra neste benefício se encontra nas zonas 3, com 0% de auxílio, e 2, que determina uma ajuda de 1% da remuneração mensal.

Alguns juízes têm direito a receber uma bonificação relacionada à função que exercem na magistratura. É o caso, por exemplo, dos magistrados que trabalham na jurisdição antiterrorista, por causa do risco e da periculosidade ligada aos tratados de negócios. Já presidentes e vice-presidentes de tribunais de justiça, de um total de 164 juízes no país, podem usar uma verba para despesas de representação, com um valor de base de 50 euros por mês.
Já um benefício estendido à totalidade dos magistrados do país é o auxílio-toga:
- Para a compra da primeira toga, recebemos em torno de 480 euros, o que equivale a cerca de dois terços do valor de uma vestimenta de base, incluindo o cinto, as luvas e outros adereços. Depois, a cada dez anos temos direito a uma nova ajuda, de uns 230 euros, se desejarmos trocar a toga - esclarece Parisot.

EM PORTUGAL
Já o juízes portugueses têm direito a uma compensação de 775 euros por mês como auxílio-moradia. Há um número de casas (não necessariamente mobiliadas) oferecidas pelo Estado e os juízes podem se candidatar para consegui-las.

No caso de não quererem ou não conseguirem as casas, eles recebem o subsídio de compensação. Para aqueles alocados nas ilhas dos Açores e Madeira) existe um subsídio adicional de 420 euros por mês. Os que trabalham nas ilhas, mas residem no continente têm suas viagens pagas para ver as famílias nas férias ou recebê-las, uma vez por ano.

Além disso, têm direito a passe para os transportes públicos e acesso às áreas restritas dos aeroportos mediante a um cartão emitido pela autoridade aeroportuária. Não contando o subsídio de compensação, o salário de um magistrado oscila entre 3,3 mil euros no início da carreira e 6 mil euros de salário bruto no topo.

NOS EUA, NADA DE MORDOMIAS
Nos Estados Unidos, como mostra a edição de O GLOBO desta terça-feira, juízes não têm compensações para bancar moradia. Plano de saúde, seguro de vida e aposentadoria integral. Em alguns estados, refeitório. Esses são os grandes benefícios para os juízes americanos. Mas, mesmo assim, eles pagam pelas duas primeiras “regalias”, que são descontadas de seus salários. Fora isso, integrantes do Judiciário do país mais rico do mundo não ganham nenhum tipo de compensação financeira, moradia, auxílio ou abono.
— A situação aqui é radicalmente diferente do Brasil — afirmou ao GLOBO o juiz federal americano Peter Messitte, coordenador do Programa de Estudos Brasil-EUA da Faculdade de Direito da American University, na capital americana.
* Especial para O GLOBO
 

quinta-feira, 24 de novembro de 2016

Promotores espanhóis pedem prisão de Neymar por fraude

Promotoria pede prisão de Neymar por fraude em transferência para o Barcelona

[mera questão de tempo Neymar ser encarcerado e mostrar seus talentos futebolísticos nas tradicionais peladas que ocorrem nas penitenciárias durante  o banho de sol.]

A promotoria espanhola pediu nesta quarta-feira dois anos de prisão de Neymar e cinco anos para o ex-presidente do Barcelona Sandro Rosell por crimes de corrupção e fraude na contratação do atacante junto ao Santos, em 2013. Além disso, a promotoria também pede que o craque pague uma multa de € 10 milhões (quase R$ 36 milhões).

A justiça espanhola tinha arquivado o processo em julho desse ano, mas a promotoria recorreu e reabriu o caso em setembro. No início de novembro, pouco mais de um mês depois, o juiz José de la Mata aceitou denúncia contra Neymar e seu pai por fraudes fiscais na transferência do jogador. O atual presidente do clube catalão Josep Maria Bartomeu e seu antecessor, Sandro Rosell, também estavam sendo investigados.

Ao contrário do que aconteceu na primeira vez em que o processo foi aberto, o Barcelona não foi denunciado. Em maio o clube já havia se declarado culpado por evasão de divisas e pagou multa de até 6 milhões de euros.

RELEMBRE O CASO
A causa contra Neymar foi iniciada a partir de denúncia do grupo de investimento DIS, que detinha direitos econômicos sobre Neymar na época do Santos, em junho de 2015. O grupo tinha direito a 40% do valor da transação feita entre Santos, o pai de Neymar e o Barcelona. Mas diz ter sofrido prejuízo porque o negócio teria sido fechado por quantias maiores do que o oficialmente informado.

Segundo a Promotoria, o Barcelona simulou contratos para pagar um valor menor ao DIS e, por isso, o grupo deve ser indenizado em cerca de 3,3 milhões de euros. O Barcelona pagou ao DIS 40% de 17,1 milhões de euros, quando deveria ter pago ao grupo 40% de 25,1 milhões de euros.

Por fim, a Promotoria Espanhola diz que a transação para contratar Neymar custou aos cofres do clube 83,3 milhões de euros, e não 57,1 milhões de euros, como sempre alegou o Barça.

CRAQUE ESTÁ TRANQUILO
A NN consultoria, empresa do pai de Neymar, afirmou que o craque estava tranquilo e divulgou uma nota:  “Reiteramos que se trata do mesmo processo reaberto em setembro de 2016, que havia sido arquivado pelo juiz José de la Mata. (...) Continuamos tranquilos, porque todos os contratos foram firmados com respeito aos preceitos legais, éticos e morais e com a ciência do Santos Futebol Clube e FC Barcelona”. [alguém tem que explicar para o pai do acusado que processo reaberto costuma ser mais complicado para o réu, haja vista que a decisão de reabertura sempre é adotada após uma análise mais cuidadosa das provas. Já arquivamentos costumam ocorrem em decisões tomadas de forma açodada.]

PROCESSO TAMBÉM NO BRASIL
A investigação sobre Neymar na Espanha é diferente, embora tenha relação, do cerco imposto pela Receita Federal do Rio de Janeiro ao atacante do Barcelona. No Brasil, Neymar é investigado por supostamente fazer uso de empresas e de contratos de imagem para mascarar ganhos como pessoa física, de forma a reduzir o percentual de impostos recolhidos.

Em fevereiro deste ano, o atacante e seu pai tiveram que prestar depoimento, na condição de investigados, em tribunal em Madri, a capital da Espanha. Ambos foram chamados para esclarecer à Justiça espanhola se houve tentativa de ocultar os valores da negociação que o tirou do Santos e o colocou no Barcelona. Caso reaberto e que agora teve, por intermédio da promotoria espanhola, o pedido de prisão de Neymar.

Fonte: O Globo

domingo, 13 de novembro de 2016

Crise fiscal ganha ares de tragédia grega

Embora por caminhos diferentes e em momentos distintos, Brasil e Grécia chegaram ao mesmo ponto em que o Tesouro quebra e falta dinheiro para tudo

É muito provável que brasileiros, ao verem, em 2015, as cenas de gregos em filas à frente de caixas eletrônicos sem dinheiro, imagens de aposentados em Atenas durante protestos contra cortes nos benefícios, ao lado de servidores públicos com salários atrasados, tenham se sentido aliviados porque aqueles dramas aconteciam muito distante do Brasil. Quase do outro lado do mundo.

Mas, na verdade, encontravam-se, àquela altura, bastante próximos, à medida que a crise fiscal semeada pelo governo Lula/Dilma consolidava no subsolo da economia as condições — já visíveis há algum tempo por analistas — para uma grave crise fiscal. Algo no padrão grego daqueles dias, infelizmente. No fim do ano, o pedido de abertura de processo de impeachment contra Dilma seria aceito na Câmara, por Eduardo Cunha. A eclosão da crise prevista na campanha eleitoral de 2014 — a imprensa profissional começara a tratar do assunto antes — e o impeachment da presidente foram o desfecho de tudo.

A montagem da bomba-relógio não foi instantânea. Para ser preciso, começou na Constituição de 1988, com a missão dada ao Estado para com acabar com a miséria, atender toda população na rede de saúde pública, educar e assim por diante. Sempre o Estado como responsável por uma empreitada gigantesca contra a pobreza, além de outras.

A miríade de gastos ditos sociais, em que se incluem os da Previdência e benefícios assemelhados (Loas, por exemplo), veio sendo construída passo a passo. Um gigantesco salto rumo ao precipício foi a indexação de benefícios previdenciários e muitas outras despesas sociais pelo salário mínimo. Este, por sua vez, passou a ter aumentos acima da inflação e — pior — à frente da produtividade da economia. Nada contra a chamada “política de valorização” da remuneração de base da população, mas atrelar ao mínimo a maior parte das despesas públicas primárias foi overdose.

A Grécia também praticou a irresponsabilidade fiscal — para seu enorme azar, em euros. Quando ficou evidente que o país não pagaria as dívidas tudo sempre em euros —, os bancos fecharam-se à Grécia, os juros subiram e a economia entrou em colapso.  No Brasil, a debacle veio na moeda pátria. A irresponsabilidade fiscal fez investidores recuarem, projetos foram engavetados e, para agravar a situação, Dilma, o secretário de Tesouro, Arno Augustin, mago da “contabilidade criativa”, sob as bênçãos do seu chefe formal, ministro Guido Mantega, passaram a adulterar as contas públicas. Acabou a credibilidade do governo dentro e fora do país, e a presidente sofreu impeachment.

O Brasil pôde deixar o real se desvalorizar (daí os enormes superávits comerciais, também fermentados pela recessão interna). A Grécia, nem isso, porque não tem moeda própria. Recorre à União Europeia e ao FMI para renegociar dívidas, enquanto executa duro ajuste. O Brasil não padece de falta de divisas. Mas tem de ajustar as contas internas, em reais, implodidas pelos mecanismos de indexação de gastos, desregramento em geral nas despesas e pela queda da receita tribuária devido à enorme recessão provocada por toda esta lambança macroeconômica. Um circulo vicioso trágico.

Por caminhos diferentes, Brasil e Grécia chegaram ao mesmo desastre da explosão das contas públicas. Daí a semelhança dos dramas pessoais de servidores públicos gregos e brasileiros, e também aposentados da iniciativa privada: desemprego, benefícios previdenciários e pensões atrasados (o que acontecerá no âmbito do INSS, se não vier a reforma). A Grécia da crise chegou ao Brasil, pelo Rio de Janeiro. Mas visita todos os estados.


Fonte: Editorial - O Globo

terça-feira, 7 de junho de 2016

Muita sorte, mas ruim de bola e pouca inteligência



Procurador espanhol pede julgamento de Neymar por corrupção

A Procuradoria da Espanha pede que Neymar seja processado, ao lado de seu pai, por corrupção entre particulares por conta de supostos crimes que teria cometido com relação ao fundo brasileiro DIS, que administrava seus direitos. Se condenado, o jogador poderia pegar de seis meses a dois anos de prisão.

O procurador José Perals solicitou que o juiz José de la Mata julgue o caso sob investigação e que indicie o jogador. A DIS mantinha 40% dos direitos econômicos de Neymar e o acusa de não ter pago o que deveria ao fundo ao ser vendido para o Barcelona. De La Mata já ouviu Neymar, seu pai e sua mãe, além dos executivos do clube, como Josep Maria Bartomeu e seu ex-presidente Sandro Rosell.

A DIS insiste que deveria ter recebido 40% do contrato do Barcelona. E acusa os envolvidos no contrato de ter transferido apenas esse percentual dos 17,1 milhões de euros que oficialmente faziam parte do acordo. Dois anos depois da assinatura, foi revelado que o contrato real chegava a 83,3 milhões de euros e que o montante para o fundo deveria chegar a 25 milhões de euros. Além disso, para os procuradores espanhóis, a indenização ao fundo DIS deveria ser de pelo menos 3,2 milhões de euros

O procurador ainda pede o julgamento da mãe de Neymar, de Sandro Rosell, Odílio Rodrigues, ex-presidente do Santos, do próprio clube brasileiro e até das empresas do pai de Neymar. Eles seriam julgados por “crime de fraude” e obtenção de fundos de forma inapropriada.

PRISÃO Tanto Neymar como seu pai poderiam ser julgados com bases nos artigos 286 e 288 do código penal espanhol. As leis estabelecem que, se condenados por corrupção privada, ambos poderiam cumprir uma pena de prisão de seis meses a dois anos.

Ao justificar sua posição, o procurador pediu o indiciamento por conta do fato de Neymar, em 2011, ter assinado com o Barcelona “alterando desta maneira o livre mercado de contratações de jogadores e prejudicando também o fundo DIS que se viu privado da possibilidade de que o jogador entrasse no mercado conforme as regras da livre concorrência e que pudesse obter a maior quantidade econômica com a transferência”.

No argumento contra o Barcelona, o Ministério Público acusa o clube de ter “simulado” contratos para pagar menos para o DIS. Um desses contratos fraudulentos também foi assinado pelo próprio Neymar, o que implica diretamente o jogador.

Para provar seu argumento, o procurador usa uma carta enviada ao fundo no dia 11 de dezembro de 2012 pelo Barcelona. Nela, o clube garante que “não estava em negociações e nem assinado nenhum contrato ou pré-acordo com o Santos FC para a transferência do citado jogador”. Naquele momento, porém, o Barcelona já havia antecipado 10 milhões de euros para “reservar” o brasileiro para a equipe.


Fonte: AFP