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sexta-feira, 4 de janeiro de 2019

Bolsonaro e as ameaças do presídio

Recados do cárcere

Às vésperas de deixar o GSI, o general Sérgio Etchegoyen alardeou publicamente que o risco de um novo atentado contra Jair Bolsonaro era real.
Com os aliados do capitão, ele foi mais didático e detalhou o que se tratava: o perigo vem dos presídios.

A área de inteligência do governo teve acesso a conversas telefônicas entre detentos que revelaram ameaças à vida do presidente.

Esta e outras notas com informações exclusivas na edição de Veja desta semana, já nas bancas.

Revista Veja
 

quinta-feira, 20 de dezembro de 2018

Militares avaliam que eventual soltura de Lula poderia criar instabilidade

BASTIDORES: Petistas procuram generais para falar sobre Lula

No início do mês, petistas consultaram generais sobre reação se Lula fosse solto

O atual comandante do Exército, general Eduardo Villas Bôas, e o ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional, general Sérgio Etchegoyen, tiveram reuniões com petistas no início de dezembro

Duas semanas antes de o ministro Marco Aurélio Mello, do Supremo Tribunal Federal (STF), suspender a possibilidade de prisão após condenação em segunda instância, representantes da esquerda procuraram pelo menos dois generais para saber qual seria a reação nos quartéis caso o ex-presidente petista Luiz Inácio Lula da Silva fosse solto. O atual comandante do Exército, general Eduardo Villas Bôas, e o ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional, general Sérgio Etchegoyen, tiveram reuniões com petistas no início de dezembro.

A resposta de ambos foi que esta é uma questão da Justiça, que “é soberana”, e não caberia às Forças Armadas emitir opinião sobre o assunto. Os interlocutores de Lula ouviram, porém, a avaliação de que seria uma tentativa de criar instabilidade antes da posse do presidente eleito, Jair Bolsonaro. À época, não estava cogitada a decisão monocrática do ministro Marco Aurélio, tomada às vésperas do recesso do Judiciário e derrubada ontem pelo presidente do Supremo, ministro Dias Toffoli. A mobilização em torno do tema prisão após segunda instância incluiu também políticos alinhados ao centro e até ao governo do presidente Michel Temer.  [o presidente Temer em um dos seus gestos de autêntico sem noção - em que pese, apesar do Janot, seu Governo ter conseguido algum sucesso no inicio da recuperação da economia - chegou ao absurdo de declarar ser a impichada Dilma Rousseff uma pessoa honesta.]

O senador Jorge Viana (PT-AC) esteve com Etchegoyen em audiência no início do mês. Também se encontrou com Villas Bôas, conforme apurou o Estado. Outro interlocutor que conversou com outros generais foi o ex-ministro da Defesa na gestão petista Celso Amorim. Procurado, Viana não quis se manifestar. Uma das preocupações era com a saúde de Lula. [vaso ruim, não quebra - é o que garante a sabedoria popular.]

Esta não foi a primeira vez que o PT buscou militares para tratar do caso Lula. Em 27 de abril, Amorim procurou interlocutores militares para tentar transferir Lula da Polícia Federal, em Curitiba (PR), para um quartel do Exército e ouviu que a medida não tinha amparo legal. Além de ser ilegal, esta era última coisa que os militares queriam consideravam inadmissível Lula preso em unidade militar. [ficar preso em uma unidade militar é algo que não pode, nem deve, ser concedido a um criminoso comum = Lula é um ladrão, um criminoso comum e tem que ir para uma penitenciária comum e dividir o 'boi' com dezenas de outros presos.]

O Estado de S. Paulo

 

segunda-feira, 20 de agosto de 2018

Ministro diz que fechamento de fronteira em Roraima é 'ilegal'

Comitiva com representantes de nove ministérios viaja para o estado nesta segunda 

[ministro pode até ser ilegal fechar as fronteiras do Brasil - ainda que para garantir a segurança e o patrimônio dos brasileiros em território brasileiro;

mas, certamente é DEVER do Governo Brasileiro exigir identificação válida de todos estrangeiros que pretendem adentrar ao solo brasileiros (e se tratando de estrangeiros a identificação mais válida é o passaporte, que tem tal 'status' em praticamente todos os países.

Tudo indica que ao permitir o ingresso de venezuelanos em território brasileiro ser ter sequer a garantia que são venezuelanos, as autoridades brasileiras estão cometendo uma ilegalidade.

Quem, ou o que, garante que aquele cidadão com aspecto de sofredor é venezuelano honesto, trabalhador, vitima da crise ou é um bandido?

vamos exercer o DEVER de abrigar os comprovadamente refugiados; vamor cumprir o DEVER cristão de dar alimentação e atendimento médico para os mesmos - desde que comprovadamente sejam refugiados;

vamos distribuir essas pessoas por todo o território brasileiro - óbvio que eles vão ocupar espaço o que vai significar mais brasileiros desabrigados e ao optar por empregar um estrangeiro, o patrão - que na maior parte dos casos será um empresário brasileiro - vai estar desempregado um brasileiro.

Mas, estamos no Brasil e passar fome, frio, necessidades em sua Pátria é melhor que no estrangeiro.] 

O ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), general Sérgio Etchegoyen, descartou nesta segunda-feira a possibilidade do fechamento da fronteira entra Brasil e Venezuela. Ele disse que a medida seria ilegal e não resolveria o problema da região, onde no último final de semana ocorreram conflitos entre brasileiros e imigrantes venezuelanos. Nesta segunda-feira, o procurador-geral de Roraima, Ernani Batista, disse que o estado ingressou com ação no Supremo Tribunal Federal (STF) solicitando que cotas de refugiados venezuelanos sejam distribuídas para outros estados. Ele pediu ainda a suspensão temporariamente imigração na fronteira com a Venezuela. 

O fechamento da fronteira é impensável, porque é ilegal. Nós temos que cumprir a lei. A lei brasileira de imigração determina o acolhimento de refugiados e imigrantes nessa situação, [supomos que o refugiado e imigrante 'nessa situação' comprovou, de forma válida e legal,  que está no que o general chama de 'nessa situação'.] além disso é uma solução que não ajuda em nada a questão humanitária — afirmou Etchegoyen
Esta não é a primeira vez que o governo do estado de Roraima faz um pedido neste segunda. Em abril deste ano o governo de Roraima protocolou uma ação civil no STF com pedido de tutela provisória para que a fronteira fosse fechada por prazo determinado, impedindo a entrada de imigrantes no estado. A ação pedia ainda recursos adicionais para suprir os custos especialmente de saúde e educação com os imigrantes. Na ocasião, Temer chamou de 'incogitável' o fechamento, e a PGR também se manifestou contra a decisão.

No início da tarde desta segunda uma comitiva de representantes de nove ministérios embarca para Roraima para avaliar a situação local e as decisões que o governo deve tomar. Técnicos dos ministérios do GSI, da Defesa, Relações Exteriores, Justiça, Direitos Humanos, Casa Civil, Desenvolvimento Social, Ciência e Tecnologia e Segurança Pública farão parte da comitiva que embarca em Brasília ainda na tarde desta segunda-feira.
São pessoas técnicas, mas com poder de decisão já delegado para as medidas que forem necessárias. Eles vão buscar dados e condições e a previsão é de voltarem amanhã, porque temos que agir rápido — comunicou o ministro do GSI.

Segundo Etchegoyen, apesar da situação de tensão, não foram registrados conflitos no começa da semana e o governo está trabalhando para dar celeridade no processo de interiorização e transferência dos venezuelanos:  A situação hoje está mais calma, obviamente que há tensão, mas não há conflitos nem perspectiva, nem se comenta conflita nesse momento. O governo está tomando todas as medidas para que aceleremos o processo de interiorização, de transferência daqueles venezuelanos que quiserem ir para outros estados da União. E todas as medidas visam assegurar a segurança e o bem-estar da população de Roraima, obviamente, dando tratamento digna que merece qualquer imigrante e/ou refugiado de acordo com a lei de migração brasileira — afirmou.

Segundo ele, o governo está agindo para evitar que novos atos ocorram e que os envolvidos nos conflitos que aconteceram no final de semana serão responsabilizados:
— Estamos agindo para que eles não aconteçam. Até para responsabilização daqueles que incitaram os atos. O governo está profundamente preocupado em garantir integridade e bem estar dos brasileiros e de atender aos venezuelanos. Mas não vai, para isso, admitir o cometimento de crimes como aconteceram ali. Essas pessoas serão responsabilizadas. Eu imagino que hoje os cidadãos que participaram daquilo devem estar concluindo que aquilo não vai construir absolutamente nada nem vai solucionar o problema — concluiu Etchegoyen.

 O Globo

terça-feira, 20 de fevereiro de 2018

Tudo errado - se eventuais crimes cometidos por militares estão sob a competência da Justiça Militar, os mandados - essenciais para sustentar as ações dos militares - devem ser expedidos pela Justiça MIlitar da União

Ministros explicam ao TJ do Rio medidas e acertam que mandados são caso a caso

Ministros do governo Michel Temer acertaram nesta terça-feira, 20, com a cúpula do Tribunal de Justiça do Rio (TJ-RJ) que os mandados de busca e apreensão coletivos, defendidos por militares envolvidos na intervenção federal de segurança no Estado, serão analisados caso a caso e não serão feitos como uma medida indiscriminada ou “genérica”. O uso de mandados coletivos foi defendido na segunda-feira, 19, pelo ministro da Defesa, Raul Jungmann, e recebeu críticas, por exemplo, da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB).

O ministro da Justiça, Torquato Jardim, a advogada-geral da União, Grace Mendonça, e o ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional, general Sérgio Etchegoyen, reuniram-se no fim da manhã desta terça com o presidente do TJ-RJ, desembargador Milton Fernandes de Souza. Eles garantiram que as operações vão respeitar a Constituição e os direitos fundamentais.   O objetivo, de acordo com um dos ministros presentes, “não era discutir se vale ou não vale mandado coletivo, mas sobre como preservar direitos e garantias nesta nova realidade ditada pelo crime organizado”. De acordo com a administração federal, não houve recuo de decisão.

O Planalto entende que os mandados coletivos para busca e apreensão são necessários para as operações e eles serão apresentados à Justiça a cada nova investida contra o crime, se este for o caminho da ação a ser deflagrada. O fato de ser caso a caso, afirmou a fonte, “é óbvio, por ser um princípio jurídico”.  Torquato Jardim explicou que “serão assegurados todos os direitos e garantias fundamentais postos na Carta republicana”.

Torquato, porém, não descartou por completo que as operações policiais sejam baseadas em pedidos de busca e apreensão contra alvos em grupo, identificados por nomes ou apelidos. Ele disse que o local das buscas poderá ter a indicação aproximada ou imaginada dos suspeitos, como uma localização geográfica num determinado “perímetro”, por causa da configuração urbanística das favelas.  Apesar de haver não um mandado genérico, auxiliares dos ministros dizem que o governo não descarta pedir busca e apreensão em áreas amplas, sem discriminar um endereço específico, como já ocorreu no Rio antes. Ainda não houve um pedido formal à Justiça, mas o governo tenta construir uma saída jurídica para endossar pedidos policiais de buscas coletivas.

“Não há mandado coletivo, há mandado de busca e apreensão. E, conforme a operação, se dedicará a um número maior de pessoas”, disse o ministro. “Mas nós concordamos com o critério de que é preciso garantir o devido processo legal, é fundamental garantir os direitos e as garantias postos na Constituição. Esse é o grande norte: fazer tudo conforme a Carta e os direitos individuais.”

Segundo o ministro, “a intervenção federal não suspende nenhum direito fundamental”. Ele comentou ainda o posicionamento da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), que declarou que mandados coletivos são inconstitucionais.  “Eu sou advogado. Se a OAB tem uma posição, não é muito diferente da minha. A posição clássica e história da OAB é justamente a garantia dos direitos individuais”, ponderou Torquato. “Insisto: serão assegurados todos os direitos e garantias fundamentais postos na Carta republicana. A intervenção federal, ao contrário do Estado de Defesa, não inibe, não retira direitos e garantias fundamentais. E eles serão todos observados no trato concreto, caso a caso, conforme o mandado de busca e apreensão seja necessário.” [logo vão começar a ser impetrados mandados de segurança, ações e outras peças jurídicas buscando entravar o trabalho das FF AA.
Faltou publicar no Diário Oficial, melhor dizendo, Diário do Congresso, a emenda constitucional declarando a OAB corte constitucional.]
Oficialmente, a reunião era para explicar os termos da intervenção e reiterar o funcionamento normal do Judiciário.

IstoÉ - Estadão
 

quinta-feira, 29 de junho de 2017

Jovem invade o Alvorada e tem o carro alvejado por tiros

Ele derrubou um portão e seguiu alguns metros na área interna do palácio. Detido, o rapaz falava frases desconexas

Por volta das 19h desta quarta-feira, um rapaz dirigindo uma espécie de van ou utilitário invadiu a área interna do Palácio da Alvorada, residência oficial da Presidência da República. Ele chegou à portaria do palácio como se fosse se identificar para entrar. No momento em que o segurança foi abordá-lo, contudo, o rapaz acelerou, derrubou o portão de entrada do Alvorada e seguiu alguns metros adiante. O presidente Michel Temer não estava no local no momento do incidente.
 [a invasão não teve consequência mais grave devido a segurança do Alvorada, apesar de a cargo do Exército, não utilizada o FAL e sim escopeta - a opção por escopeta é para reduzir o risco de bandidos comuns roubarem os fuzis automáticos que são as armas adequadas para o esse tipo de missão (por aí, se ver o quanto a INsegurança Pública domina o Distrito Federal.]
 
O soldado do Exército que estava no local atirou em direção ao carro com uma escopeta. Após cinco tiros, o motorista, que seria menor de idade, só parou o carro perto da igrejinha do Palácio da Alvorada. Depois de deixar o veículo, ele fugiu correndo e se escondeu nos jardins do palácio. A segurança vasculhou a área e o encontrou. O rapaz, que não foi atingido por nenhum tiro e acabou detido, falava frases desconexas quando foi abordado. A Polícia Federal está no local para investigar o que houve e uma perícia está sendo realizada.

Michel Temer e sua família não moram no Alvorada, mas no Palácio do Jaburu. Temer, que estava no Palácio do Planalto na hora do ocorrido, foi informado pelo ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), general Sérgio Etchegoyen, do episódio. Depois do incidente, o acesso ao palácio foi fechado.

O GSI se manifestou sobre a invasão por meio de nota:
Por volta das 19 horas de hoje, um veículo, após receber orientação para reduzir a velocidade e identificar-se, acelerou abruptamente e ultrapassou a grade de proteção que dá acesso ao Palácio Alvorada.
Foram realizados disparos de arma de fogo de advertência e, em seguida, contra o veículo que parou na área interna do Palácio.
O motorista sem ferimentos e, aparentemente menor de idade, foi conduzido pela Polícia Federal que realizará as investigações.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo

domingo, 25 de junho de 2017

Plano abortado

Trocar o chefe da Polícia Federal em seguida ao relatório que aponta indícios vigorosos de que o presidente da República cometeu crime de corrupção seria uma atitude acintosa de retaliação a uma instituição que, embora subordinada ao Ministério da Justiça, tem sua autonomia funcional garantida pela Constituição.

É claro que o novo ministro da Justiça, Torquato Jardim, tem todo o direito de nomear seus subordinados, e seria impensável que a Polícia Federal fosse intocável como o FBI de Edgard Hoover nos Estados Unidos, o que entrou para a história como exemplo de politicagem de baixo escalão.

Hoover espionava todos os presidentes e os chantageava para permanecer no cargo. É claro que o presidente da República, tanto lá quanto cá, tem o direito de trocar os que dirigem suas agências de inteligência. Mas assim como Trump arranjou problemas por demitir James Comey, então diretor do FBI, também Temer terá problemas com a desejada demissão de Leandro Daiello.

Tudo devido ao momento em que as ações foram tomadas. Nos Estados Unidos, Trump tentou paralisar investigações sobre a influência da Rússia nas eleições americanas que o levaram à presidência. A crise só aumentou, e uma investigação independente está sendo feita para saber até que ponto o presidente dos Estados Unidos tentou obstruir a Justiça, o que, se confirmado, pode leva-lo ao impeachment.

Aqui o nosso presidente já está sendo acusado de obstrução da Justiça, e o pedido de processo contra ele pela Procuradoria-Geral da República chegará ao Supremo Tribunal Federal na semana que se inicia. O encontro do ministro da Justiça com o chefe da Polícia Federal no exato momento em que foi anunciado que o inquérito sobre o presidente da República foi concluído com a acusação de que houve crime de corrupção passiva, e que a perícia no áudio da gravação de Joesley Batista mostra que não houve nenhum tipo de montagem ou manipulação, é indicativo de que está havendo uma movimentação do Palácio do Planalto para tentar controlar as ações da Polícia Federal.

Se confirmada a interferência na Polícia Federal, ainda mais da maneira que está parecendo, mais um ingrediente altamente explosivo será acrescentado a essa receita de crise política. O ministro Torquato Jardim foi nomeado em um fim de semana, justamente para que o ministério da Justiça tivesse um maior controle sobre a Polícia Federal. Agora, em outro fim de semana, o novo ministro inicia o movimento, mas tem que recuar da decisão, que parece já tomada, de trocar o chefe da Polícia Federal. Informalmente, em uma reunião na véspera com os representantes sindicais da categoria, ele havia dito que trocar a direção da Polícia Federal está em seus planos.

O governo Temer é acusado, sem que se possa confirmar definitivamente até o momento, de ter reduzido as verbas para a Polícia federal, no que seria um primeiro passo para inviabilizar sua atuação. Na reunião com os líderes sindicais, o ministro Torquato Jardim anunciou também que vai transferir os agentes que se dedicam à parte administrativa, como passaportes e controle de estrangeiros, para outros setores do ministério, reduzindo a parte operacional da Polícia Federal, que deixaria de poder usar esses agentes em casos de necessidade. Além do mais, alegam os sindicalistas que esses agentes tratam de informações confidenciais que são úteis a investigações.

Os principais articuladores da mudança na direção da Polícia Federal seriam o ministro Eliseu Padilha, chefe da Casa Civil, e o general Sérgio Etchegoyen, chefe do Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República, cujo candidato seria o delegado Rogério Galloro, o segundo na hierarquia da Polícia Federal, um policial “de perfil mais político". 

Tudo indica que o governo não se sente forte o suficiente para dar esse passo ousado de tentar controlar a Polícia Federal. Mas os planos são esses. 

Fonte: Merval Pereira - O Globo 
 
 

domingo, 14 de agosto de 2016

Uma fatalidade sim; mas, antes de tudo uma VERGONHA, uma DESMORALIZAÇÃO para a Segurança Pública e mesmo Nacional, visto que ocorreu durante a realização das Olímpiadas

'Foi uma fatalidade', diz ministro sobre ataque a militares na Maré

Militares da Força Nacional que sobreviveram ao ataque na Vila do João ainda não foram ouvidos

Traumatizados, agentes não foram liberados pelos psicólogos, diz ministro-chefe do GSI . Planejamento de segurança não terá ajustes

[quando um raio cai sobre alguém, podemos atribuir a uma fatalidade. Mas, quando se torna recorrente pessoas serem assassinadas por errar o caminho e entrarem em uma favela, não podemos chamar de fatalidade e sim de IRRESPONSABILIDADE, DESCASO, FALTA DE SERIEDADE, das autoridades responsáveis pela Segurança Pública.

Pior quando a 'fatalidade' atinge uma viatura da Segurança Pública, com membros de uma tropa considerada ESPECIALIZADA - chamar 'tropa de elite' é exagero, mas, podemos considerar a FNS uma tropa com alguma especialização - e NADA, absolutamente NADA acontece com os bandidos, nem antes, nem durante e pior, nem após, a 'fatalidade'.

Com todo respeito às autoridades de segurança, mas  a 'fatalidade' impõe que de imediato a realização de uma ação de retaliação, mostrando aos bandidos que não são donos da favela.

O Rio está sob os olhos do mundo inteiro - principalmente pelo sempre presente risco de uma ação terrorista - e ocorrer o  absurdo de uma viatura com membros de uma 'tropa especializada', circulando em uma das principais vias da Rio 2016, que erra o caminho, entra em uma favela e a viatura é atacada por traficantes, imobilizada e inutilizada, dois dos seus ocupantes feridos, um vindo a falecer e nada é feito.

Senhores, os três militares não foram abatidos unicamente porque os traficantes não quiseram. Ainda é tempo de sem mudar o planejamento feito, realizar uma ação que mostre aos bandidos que pelo menos durante as Olimpíadas eles não mandam. Depois das Olimpíadas, é divulgar a devoção a SÃO SEBASTIÃO, santo que foi valoroso militar e é o padroeiro da ainda CIDADE MARAVILHOSA, para que assuma a proteção dos cariocas.

Mas, pelo menos durante as Olimpíadas, esta tarefa está com as FORÇAS HUMANAS e tem que ser cumprida, sem expor seus integrantes a riscos desnecessárias e tornando regra que cada vez que um policial - seja das Forças Armadas ou Auxiliares, Civil ou Federal, FNS - for atingido haverá retaliação e com força total.  

O Rio está em guerra e na guerra  o sempre criticado 'efeito colateral' é aceitável por ser inevitável.
 
O general Sérgio Etchegoyen, ministro-chefe do gabinete de Segurança Institucional (GSI) revelou, na tarde desta sexta-feira, no Rio, que os dois militares que acompanhavam o agente da Força Nacional Hélio Andrade, que morreu após ser baleado na cabeça durante um ataque a um carro da corporação no complexo de favelas da Maré, ainda não foram ouvidos. Segundo o ministro, os dois não foram liberados pelos psicólogos porque ainda estão traumatizados. Sérgio Etchegoyen disse que a morte chocou a todos.
— Foi um assunto tratado na reunião de hoje. Uma morte que obviamente chocou a todos. Uma tragédia. Eles ainda não foram ouvidos no inquérito porque não foram liberados pelos psicólogos. Quando tivermos os dados (do que aconteceu) teremos mais informação para passar aos senhores — afirmou Etchegoyen.

O ministro participou de uma reunião nesta sexta-feira, no Centro Integrado de Comando e Controle (CICC), com as presenças dos ministros Alexandre Moraes (Justiça); Eliseu Padilha (Casa Civil); e Leonardo Picciani (Esporte). Estavam também no encontro, o prefeito Eduardo Paes e o secretário de Segurança José Mariano Beltrame. Apesar da morte, Etchegoyen afirmou que não haverá mudanças no planejamento da segurança dos Jogos.  — Não há mudança nem ajustes a serem feitos. Não há problema. Existe um planejamento feito — disse.

SEM MUDANÇAS
O encontro foi a portas fechadas. Os jornalistas só puderam entrar para fotografar e filmar. Somente Etchegoyen falou com os jornalistas. — Não há mudança nem ajustes. O que houve foi uma fatalidade. Mudar esse processo seria uma irresponsabilidade — afirmou o ministro.


A reunião no CICC do Rio com os ministros, o secretário e o prefeito do Rio já estava marcada. A data foi escolhida porque hoje (dia 12) é considerado o dia mais sensível de todo o evento. Em todas as análises feitas antes do início dos Jogos, esta sexta-feira seria o dia que iria atrair o maior número de público e exigir atenção de quase todo mundo, principalmente dos responsáveis pelo transporte e pela segurança.

O Engenhão, por exemplo, recebeu reforço de militares do Exército. Parte da tropa responsável pela segurança do Maracanã foi deslocada cedo para o entorno do estádio e para estações de trens. Várias medidas foram tomadas pelas autoridades. Na reunião, os ministros avaliaram que a situação está sob controle e que não serão necessários ajustes.

Fonte: O Globo


terça-feira, 26 de julho de 2016

Por que o Rio de Janeiro está vulnerável a um atentado



Facilidade para obter armas e falta de cooperação entre órgãos que deviam agir em conjunto podem facilitar ataques durante a Rio 2016
Na manhã de segunda-feira (18), o esquadrão antibombas da polícia do Rio de Janeiro foi chamado para recolher uma granada na entrada da favela da Rocinha, a poucos metros de uma estação de metrô que leva para o Parque Olímpico, principal centro das competições da Rio 2016.


 FÚRIA - O general Sérgio Etchegoyen, ministro-chefe do GSI. Uma sugestão de revisão na segurança dos Jogos irritou a Polícia Federal (Foto: Charles Sholl/Futura Press/Estadão Conteúdo)

Duas semanas antes, uma criança de 3 anos perdera o braço depois de mexer com uma granada que encontrou numa das ruas do Complexo do Chapadão, o maior reduto de criminosos no Rio no momento. Explosivos largados nas ruas mostram a facilidade com que artefatos de guerra circulam pela cidade. Desde 2007, a polícia fluminense apreendeu 603 metralhadoras, 2.366 fuzis e 25.059 pistolas, de acordo com a Secretaria de Segurança Pública. As apreensões dão uma ideia do tamanho do arsenal à disposição de bandidos e, eventualmente, de terroristas atraídos pela Olimpíada.

Era uma célula absolutamente amadora, sem nenhum preparo”
Alexandre de Moraes, ministro da Justiça
São notórias as dificuldades do Rio de Janeiro com a segurança pública, assim como as do Brasil para conter a entrada de armamento pelas fronteiras. Em um quadro desse tipo, o trabalho tem de ser redobrado e devem-se seguir à risca os manuais internacionais de combate ao terrorismo. Esses guias ensinam que todas as instâncias encarregadas da prevenção e do combate precisam cooperar entre si. Chefe de contraterrorismo da polícia de Londres nos Jogos Olímpicos de 2012, Richard Walton considera a extinção de rivalidades entre agências e departamentos civis e militares fundamental para evitar falhas de monitoramento. Vigiar as comunicações por redes sociais não é suficiente para identificar suspeitos e neutralizar ameaças. “É preciso uma estratégia diferente. A ameaça não será identificada na interceptação de comunicações ou com monitoramento de extremistas já conhecidos. Isso requer engajamento com o público”, disse a ÉPOCA. Sem cooperação entre as autoridades, fica mais difícil combater o terror.

Desde que o Brasil foi escolhido para sediar a Copa do Mundo, em 2007 – o Rio de Janeiro foi escolhido sede da Olimpíada dois anos depois –, militares e civis disputam o comando e o protagonismo das atividades de segurança nesses grandes eventos esportivos. Para os envolvidos, as preocupações são comezinhas. É a chance de engordar os orçamentos de suas áreas e ganhar prestígio dentro e fora do país. Às vésperas dos Jogos, a Operação Hashtag evidenciou a confusão entre as autoridades. O que se viu na semana passada foi mais competição por holofotes do que cooperação.

A entrevista coletiva em que o ministro da Justiça, Alexandre de Moraes, explicou a Operação Hashtag causou desconforto no Palácio do Planalto pelo amadorismo. Moraes começou a entrevista quando dois dos 12 alvos a ser presos ainda estavam foragidos. Pode ser algo irrelevante em casos de corrupção, pois o suspeito não representa perigo. Em casos de suspeita de terrorismo, é uma temeridade. A avaliação no Planalto é que Moraes passou mensagens conflitantes. Ao falar da operação que envolveu 130 policiais federais, ele inicialmente deu um ar de gigantismo ao trabalho. Em seguida, no entanto, passou a minimizar a importância do grupo suspeito de terrorismo. 

Disse que os presos não tinham um alvo específico na Olimpíada ou planos para ataques a bomba e que tampouco haviam feito contato direto com membros do Estado Islâmicoapenas um juramento on-line.Era uma célula absolutamente amadora, sem nenhum preparo”, disse, mostrando desconhecer os métodos do EI, para quem um juramento on-line é mais que suficiente para transformar alguém em um aguerrido terrorista. Ex-secretário de Segurança em São Paulo, Moraes é um dos poucos ministros que se recusam a fazer media training, o treinamento para aprender a dar entrevistas sugerido pelo governo. “Ele está fazendo aqui o que fazia em São Paulo”, diz um ministro. “Mas aqui é Brasília.” Outro ministro avalia que Moraes falava menos como ministro e mais como candidato – algo que aventou quando ainda era secretário.

O ministro da Defesa, Raul Jungmann, foi na mesma linha. “O vídeo deles é de um amadorismo...”, disse. “O grupo não tem nenhuma tradição.” O que Jungmann entende por “tradição” nesse caso é um mistério. O terrorismo não exige tradição, muito menos profissionais. Em Orlando, nos Estados Unidos, um atirador matou 50 pessoas numa boate. Precisou de uma pistola e um rifle – vendidos em lojas no estado da Flórida – e um tíquete de entrada no local. Em Nice, o tunisiano Mohamed Lahouaiej Bouhlel matou 84 pessoas dirigindo um caminhão. O Estado Islâmico é formado, em sua maioria, por “amadores” desse tipo.  

A área antiterrorismo do governo é o ambiente no qual a Agência Brasileira de Inteligência (Abin), subordinada ao Gabinete de Segurança Institucional, e a Polícia Federal, do Ministério da Justiça, disputam espaço. É uma rivalidade histórica. Como um serviço de inteligência, a Abin faz investigações para manter o governo informado, mas não pode produzir provas de crimes. A Polícia Federal pode investigar, produzir provas e, com autorização judicial, prender. As picuinhas entre civis da PF e militares, que comandam a Abin, são cada vez mais frequentes e incentivam a produção de fofocas, algo que nunca falta em Brasília, em vez de inteligência, algo cada vez mais necessário. Recentemente, a Polícia Federal ridicularizou a campanha da Abin sobre como identificar um terrorista

Com imagens de pessoas vestindo casaco e capuz escondendo o rosto, a Agência divulgou textos para identificar suspeitos como pessoas que “utilizam roupas, mochilas e bolsas destoantes com a situação e o clima”. A entrevista recente em que o ministro Sérgio Etchegoyen, chefe do GSI, disse que o Brasil precisaria revisar o protocolo de segurança para a Olimpíada, após o atentado de Nice, causou indignação na PF. Os policiais dizem que os militares não têm formação para lidar com terrorismo e fazem o país passar vergonha no cenário internacional. Um frequentador das reuniões rotineiras de segurança da Olimpíada afirma que PF e Abin travam uma “guerra de nervos” constante. A segurança da Olimpíada é a primeira vítima dessa guerra.

O que resume o novo tipo de terror é exatamente sua capacidade de não ser identificado. Em vez de ações espetaculares, ataques de menor ambição em série, contra alvos civis como cafés e supermercados, mais eficazes para infligir medo. “Este momento desafia doutrinas e táticas nas quais os serviços de inteligência confiaram nos últimos anos”, afirma Patrick Skinner, ex-agente de contraterrorismo da CIA e membro do Soufan Group, consultoria de segurança americana. Lidar com atos difusos, praticados por indivíduos isolados, é um desafio ainda sem resposta. “Para descobrir o que esses terroristas vão fazer é preciso ler suas mentes”, afirma James Woolsey, ex-diretor da CIA. “Só assim seria possível evitar o que aconteceu em Nice.”

A nova onda do terror faz parte da terceira geração do jihadismo. O Estado Islâmico bebe diretamente do salafismo – para seus seguidores, o único capaz de purificar a fé islâmica. Muitos salafistas se radicalizaram nas décadas de 1960 e 1970, seguindo Sayyid Qutb, pensador egípcio que criou as bases ideológicas para a violência contra quem não se enquadrasse no que considerava a prática correta do islã. Osama bin Laden, líder da al-Qaeda, trouxe o wahabismo, vertente ultrarradical que acredita que a guerra contra os infiéis é essencial para a sobrevivência do islamismo. “Como defensores radicais do wahabismo, os membros do EI comprometem-se a purificar o mundo matando todos os que se desviarem da perfeição inicial do Alcorão, incluindo os muçulmanos”, afirma Bernard Haykel, professor de estudos do Oriente Médio na Universidade Princeton, nos Estados Unidos.

Pela internet, o EI exorta seus seguidores a atacar alvos em seus países de origem, usando métodos que não exigem grandes meios. O EI também elevou os atos de terrorismo a uma forma de “adoração” e liberou seus seguidores para cometer atentados por conta própria. Qualquer um pode jurar lealdade e atacar. Esse tipo de amadorismo é a ameaça. 

Fonte: Revista ÉPOCA