'Foi uma fatalidade', diz ministro sobre ataque a militares na Maré
Militares da Força Nacional que sobreviveram ao ataque na Vila do João ainda não foram ouvidos
Traumatizados, agentes não foram liberados
pelos psicólogos, diz ministro-chefe do GSI . Planejamento de segurança
não terá ajustes
[quando um raio cai sobre alguém, podemos atribuir a uma fatalidade. Mas, quando se torna recorrente pessoas serem assassinadas por errar o caminho e entrarem em uma favela, não podemos chamar de fatalidade e sim de IRRESPONSABILIDADE, DESCASO, FALTA DE SERIEDADE, das autoridades responsáveis pela Segurança Pública.
Pior quando a 'fatalidade' atinge uma viatura da Segurança Pública, com membros de uma tropa considerada ESPECIALIZADA - chamar 'tropa de elite' é exagero, mas, podemos considerar a FNS uma tropa com alguma especialização - e NADA, absolutamente NADA acontece com os bandidos, nem antes, nem durante e pior, nem após, a 'fatalidade'.
Com todo respeito às autoridades de segurança, mas a 'fatalidade' impõe que de imediato a realização de uma ação de retaliação, mostrando aos bandidos que não são donos da favela.
O Rio está sob os olhos do mundo inteiro - principalmente pelo sempre presente risco de uma ação terrorista - e ocorrer o absurdo de uma viatura com membros de uma 'tropa especializada', circulando em uma das principais vias da Rio 2016, que erra o caminho, entra em uma favela e a viatura é atacada por traficantes, imobilizada e inutilizada, dois dos seus ocupantes feridos, um vindo a falecer e nada é feito.
Senhores, os três militares não foram abatidos unicamente porque os traficantes não quiseram. Ainda é tempo de sem mudar o planejamento feito, realizar uma ação que mostre aos bandidos que pelo menos durante as Olimpíadas eles não mandam. Depois das Olimpíadas, é divulgar a devoção a SÃO SEBASTIÃO, santo que foi valoroso militar e é o padroeiro da ainda CIDADE MARAVILHOSA, para que assuma a proteção dos cariocas.
Mas, pelo menos durante as Olimpíadas, esta tarefa está com as FORÇAS HUMANAS e tem que ser cumprida, sem expor seus integrantes a riscos desnecessárias e tornando regra que cada vez que um policial - seja das Forças Armadas ou Auxiliares, Civil ou Federal, FNS - for atingido haverá retaliação e com força total.
O Rio está em guerra e na guerra o sempre criticado 'efeito colateral' é aceitável por ser inevitável.]
O general Sérgio Etchegoyen, ministro-chefe do gabinete de Segurança
Institucional (GSI) revelou, na tarde desta sexta-feira, no Rio, que os
dois militares que acompanhavam o agente
da Força Nacional Hélio Andrade, que morreu após ser baleado na cabeça
durante um ataque a um carro da corporação no complexo de favelas da
Maré, ainda não foram ouvidos. Segundo o ministro, os dois não foram
liberados pelos psicólogos porque ainda estão traumatizados. Sérgio
Etchegoyen disse que a morte chocou a todos.
— Foi um assunto tratado na reunião de hoje. Uma morte que obviamente
chocou a todos. Uma tragédia. Eles ainda não foram ouvidos no inquérito
porque não foram liberados pelos psicólogos. Quando tivermos os dados
(do que aconteceu) teremos mais informação para passar aos senhores —
afirmou Etchegoyen.
O ministro participou de uma reunião nesta sexta-feira, no Centro
Integrado de Comando e Controle (CICC), com as presenças dos ministros
Alexandre Moraes (Justiça); Eliseu Padilha (Casa Civil); e Leonardo
Picciani (Esporte). Estavam também no encontro, o prefeito Eduardo Paes e
o secretário de Segurança José Mariano Beltrame. Apesar da morte,
Etchegoyen afirmou que não haverá mudanças no planejamento da segurança
dos Jogos. — Não há mudança nem ajustes a serem feitos. Não há problema. Existe um planejamento feito — disse.
SEM MUDANÇAS
O encontro foi a portas fechadas.
Os jornalistas só puderam entrar para fotografar e filmar. Somente
Etchegoyen falou com os jornalistas. — Não há mudança nem ajustes. O que houve foi uma fatalidade. Mudar
esse processo seria uma irresponsabilidade — afirmou o ministro.
A reunião no CICC do Rio com os ministros, o secretário e o prefeito
do Rio já estava marcada. A data foi escolhida porque hoje (dia 12) é
considerado o dia mais sensível de todo o evento. Em todas as análises
feitas antes do início dos Jogos, esta sexta-feira seria o dia que iria
atrair o maior número de público e exigir atenção de quase todo mundo,
principalmente dos responsáveis pelo transporte e pela segurança.
O Engenhão, por exemplo, recebeu reforço de militares do Exército.
Parte da tropa responsável pela segurança do Maracanã foi deslocada cedo
para o entorno do estádio e para estações de trens. Várias medidas
foram tomadas pelas autoridades. Na reunião, os ministros avaliaram que a
situação está sob controle e que não serão necessários ajustes.
Fonte: O Globo