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terça-feira, 5 de outubro de 2021

A mulher de 3,5 trilhões de dólares: senadora americana trava Biden - Blog Mundialista

O programa de gigantescos projetos sociais do presidente depende de dois senadores - e Kyrsten Sinema é o mais inesperado obstáculo

Kyrsten Sinema é bissexual. Pronto, tiramos o assunto do caminho. Muito mais incomum é a trajetória política que ela fez: foi da esquerda do Partido Verde para a direita do Partido Democrata.

A senadora pelo estado do Arizona e o colega Joe Manchin são os dois maiores obstáculos à gastança que Joe Biden quer liberar, com o apoio entusiasmado da ala de esquerda do partido, louca para ver 3,5 trilhões de dólares jorrando sobre vastos projetos sociais, de creches a projetos de transição para a economia verde.

Manchin sempre foi um moderado defensor do bom comportamento fiscal. A surpresa  é Sinema nessa dança pelos votos no Senado, onde o governo precisa dos 50 senadores que votam com os democratas, mais o desempate da vice-presidente Kamala Harris, para aprovar os projetos que têm apoio zero do Partido Republicano. Além de achar que o pacote de 3,5 trilhões é excessivamente gastador, ela também é contra aumento de impostos para as faixas de renda mais altas, outra heresia para os progressistas.

Tendo se transformado em alvo preferencial de múltiplas correntes esquerdistas, Kyrsten Sinema sentiu na pele o que é virar vilã: foi seguida, cobrada e filmada por um grupo de jovens militantes que a abordaram na saída da classe onde dá aulas para o curso de assistência social da Universidade do Estado do Arizona. Os ativistas entraram com ela no banheiro feminino e não largaram do celular nem no momento de intimidade que deveria ser protegido pelo direito à privacidade garantido a qualquer cidadão.

O vídeo viralizou e a senadora de 45 anos ganhou mais pontos com a direita, uma posição altamente improvável para uma política que gosta de usar roupas espalhafatosas, botas pelo meio da coxa, bijuterias gigantescas, perucas em tons de verde ou rosa, vestidos cavados e decotados, mostrando o corpo moldado em maratonas e competições de triatlo.

E na cabeça, o que vai?  “Às pessoas que gostam de achar que podem entendê-la, eu gostaria de dizer: não podem”, disse um integrante de seu círculo próximo a Maureen Dowd, que escreveu uma coluna no Times inevitavelmente fazendo um trocadilho com o sobrenome dela, de origem holandesa: Sinema estrela seu próprio filme. “Ela não pensa de modo linear, tipo ‘Ok, como isso pode impactar minha reeleição’. Ela simplesmente dança conforme sua própria música. Quando diz ‘Tenho coisas para fazer’, é porque tem planos. Às vezes, ela só está mais interessada em treinar para mais um Ironman. Palmas para ela. É como assistir um filme”, elogiou o confidente.

Na mesma linha, Sinema (pronuncia-se cínema) já foi chamada de esfinge e de Greta Garbo do Congresso. O Los Angeles Times disse que ela “faz a cabeça dos liberais explodir”, lembrando que sua “heresia” vai além de bloquear o pacotão de 3,5 trilhões: votou contra o aumento do salário mínimo para 15 dólares a hora e a favor da manutenção dos processos de obstrução no Senado, outra causa progressista que largou sem pestanejar os cílios postiços.

O espírito independente – ou qualquer outra coisa que explique o que vai pela cabeça de Sinema – já havia sido demonstrado quando ela era deputada e votou contra o acordo nuclear com o Irã. Joe Biden hoje está dando um duro danado para reativar o acordo renegado por Donald Trump e é difícil prever o que acontecerá se ele vier a ser novamente votado no Senado. Como mulher, com uma prática sexual minoritária, Kyrsten Sinema foi relativamente poupada pelos progressistas e ganhou elogios quando levou o lugar no Senado, um feito no Arizona.

Hoje, ela é mais popular em seu Estado entre as mulheres que normalmente votam em republicanos. Seus antigos adeptos a chamam de traidora e narcisista. Os assessores de Sinema gostam de plantar que ela se inspira no estilo de John McCain, o senador republicano pelo Arizona que, depois de ser impiedosamente chicoteado pela imprensa liberal quando disputou a presidência com Barack Obama, tornou-se objeto de culto ao se estranhar com Donald Trump.

Sinema diz que McCain é um “herói pessoal” e tenta imitar o estilo cáustico do senador.  A um repórter que, numa entrevista de corredor do Congresso, perguntou o que diria aos progressistas frustrados por não saber de que lado ela está, Sinema respondeu: “Estou no Senado”. O repórter insistiu que também no Senado havia progressistas frustrados por não saber onde exatamente ela se situa.“Estou claramente em frente do elevador”.

O estilo esfinge da senadora vai resistir às realidades da política? 
Ela aceitará uma solução negociada para o pacotão? 
Até que ponto está disposta a comprar briga ou a ceder?
E quando disputará o próximo Ironman?
O filme de Kyrsten Sinema por enquanto é de suspense.
 
Blog Mundialista - Vilma Gryzynski - VEJA
 
 

terça-feira, 31 de agosto de 2021

MEMÓRIA - Sérgio Camargo, presidente da Fundação Palmares diz que maioria da imprensa usa cocaína

A afirmação foi feita no Twitter como uma crítica à cobertura da imprensa à operação policial realizada nessa quinta-feira (6/5) na favela do Jacarezinho, na Zona Norte do Rio de Janeiro

O presidente da Fundação Palmares, Sérgio Camargo, disse nesta segunda-feira (10/5) que "parcela significativa dos jornalistas" brasileiros "é usuária de cocaína".

A afirmação foi feita no Twitter como uma crítica à cobertura da imprensa à operação policial realizada nessa quinta-feira (6/5) na favela do Jacarezinho, na Zona Norte do Rio de Janeiro."Trabalhei quase 30 anos em algumas das maiores redações de São Paulo. Parcela significativa dos jornalistas é usuária de cocaína. A defesa ferrenha e incondicional que fazem de traficantes pouco ou nada tem a ver com o interesse público. Se é que me entendem...", publicou o dirigente da instituição vinculada ao Ministério da Cultura.

O comentário acompanha um print de uma manchete do jornal Folha de São Paulo, que repercute a reação do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) ao fato. "Sem provas, Bolsonaro classifica mortos de Jacarezinho como traficantes que 'roubam e matam', diz o título da matéria. [atualizando a memória: até o presente momento nenhum fato foi encontrado que comprove que o presidente Bolsonaro estava errado em seu comentário. Vale lembrar que até vídeo frio, mostrando confronto em outra cidade e outra data, foi apresentados tentando mostrar que a polícia do Rio estava errada. NÃO DEU CERTO  -  a origem do vídeo foi descoberta e os defensores dos traficantes desmoralizados.]

Ataques
A postura agressiva e controversa tornou-se marca registrada de Sérgio Camargo. Há menos de 15 dias, em 28 de abril, ele atacou a cervejaria holandesa Heineken. Na ocasião, ele afirmou, também no Twitter, que estrela vermelha que caracteriza o logotipo da empresa é uma alusão ao símbolo do Partido dos Trabalhadores (PT).

No post, Camargo critica uma campanha em prol da diversidade divulgada pela gigante europeia nas redes sociais. Em maio do ano passado, Camargo ofendeu Zumbi, o líder do Quilombo dos Palmares e que dá nome à instituição que ele atualmente dirige.

Brasil - Correio Braziliense

 


quinta-feira, 16 de julho de 2020

Cai fora, cai fora! - Nas entrelinhas

Passou da hora de o general Pazuello, interino na Saúde, voltar para o seu comando na 12ª Região Militar, que cuida dos suprimentos, embarcações e hospitais do Exército na Amazônia”

[Presidente Bolsonaro, sugerimos que consulte o artigo 84 da Consituição e use a competência que nele é conferida.
Tenha em conta que Pandiá Calógeras sendo engenheiro foi um excelente ministro da Guerra o mesmo valendo para o ótimo desempenho de José Serra na pasta  da Saúde, não sendo médico - fatos lembrados pelo ilustre articulista.]

O pior acidente aéreo de todos os tempos aconteceu em 1977, na Ilha de Tenerife, na Espanha. No dia 27 de março daquele ano, uma bomba explodiu no aeroporto de Gran Canaria, umas das Ilhas Canárias, e todos os voos foram desviados para o aeroporto de Los Rodeos, na ilha de Tenerife. Por conta da confusão no controle de pousos e decolagens, dois Boeing 747, um da KLM Royal Dutch Airlines, holandesa, e outro da Pan América Word Airways, norte-americana, se chocaram próximo ao solo do aeroporto. Morreram 583 pessoas, 248 passageiros da KLM e 335 dos 396 passageiros da Pam Am, cujo copiloto sobreviveu. Da cabine de seu avião, enquanto taxiava para decolar, o comandante americano Victor Grubbs viu outra aeronave vindo em sua direção, acelerando para levantar voo, em meio às névoas que cobriam a pista. “Esse filho da mãe está vindo para cima da gente!”, disse. “Cai fora, cai foral!”, gritou Robert Bragg, o copiloto que escapou da tragédia, com mais 60 pessoas.

O Brasil registrou 1.261 mortes pela covid-19 nas últimas 24 horas, isso é mais do que dois acidentes de Tenerife juntos. Se formos considerar os acidentes ocorridos no Brasil, o número de mortos é seis vezes maior do que o da queda do Airbus A-320 da TAM em Congonhas, na noite chuvosa de 17 de julho de 2007. Vinda de Porto Alegre, a aeronave ultrapassou a pista principal do aeroporto durante o pouso, passou sobre a Avenida Washington Luís, colidiu com o prédio da TAM Express e explodiu, matando todos os 187 passageiros e tripulantes a bordo e mais 12 pessoas em solo. O total de 75.523 óbitos por coronavírus registrado na pandemia equivale a 403 acidentes de Congonhas, ou um avião caindo no Brasil a cada três dias, se considerarmos que a primeira morte ocorreu em 17 de março.

Esse tipo de comparação é um recurso jornalístico para evitar que as estatísticas sejam banalizadas em razão da frequência com que os fatos ocorrem. É o que está acontecendo com a pandemia de coronavírus, cujas mortes estão sendo naturalizadas pelo governo federal desde que o presidente Bolsonaro disse que “todos nós vamos morrer um dia”. Na ocasião, 25 de março, eram 139 mortes. Quando o Brasil passou a China, com 5 mil mortos, em 28 de abril, Bolsonaro disparou: “E daí? Lamento. Quer que eu faça o quê? Eu sou Messias, mas não faço milagre”. Agora, a média móvel de novas mortes no Brasil na última semana foi de 1.067 por dia, uma variação de 8% em relação aos óbitos registrados em 14 dias. Os últimos sete dias foram os mais letais no país. Com 39.705 casos registrados nas últimas 24 horas, chegamos a 1.970.909 de brasileiros infectados pelo novo coronavírus.

Desembarque
No Distrito Federal, no Paraná, em Santa Catarina, em Minas Gerais, em São Paulo, em Mato Grosso do Sul, em Mato Grosso, no Acre, em Rondônia, em Tocantins e no Piauí a pandemia continua seu avanço; o relaxamento do distanciamento social nesses estados está sendo desastroso, apesar de ter havido mais tempo para o sistema de saúde se preparar, o pessoal técnico ter mais conhecimento e experiência e os cuidados paliativos para reduzir o número de mortes também terem evoluído. O problema maior no combate à epidemia, porém, é que o Ministério da Saúde virou cabeça de camarão: não tem ministro, apesar dos elogios que o presidente Jair Bolsonaro faz ao general Eduardo Pazuello, que há 60 dias ocupa interinamente o cargo. “Predestinado” era o copiloto da Pam Am, que pulou da cabine do avião acidentado a quatro metros do solo, antes que ele explodisse, não Pazuello, como disse Bolsonaro.


Passou da hora de o general Pazuello voltar para o seu comando na 12ª Região Militar, na Amazônia, que cuida dos suprimentos, embarcações e hospitais do Exército no Pará, no Amazonas, no Acre, no Amapá, em Roraima e em Rondônia. Sua presença no ministério virou sinônimo de fracasso, porque o Sistema Único de Saúde (SUS) precisa de um líder, que coordene e oriente todos o pessoal da saúde pública no Brasil, como fazia o ex-ministro Luiz Henrique Mandetta, demitido por Bolsonaro no auge de seu prestígio.[Mandetta era um excelente líder = na organização de comícios, que era a principal ocorrências nas entrevistas que na condição de palanqueiro,transformou as supostas entrevistas.]  E também porque os dois meses de interinidade criam um problema para o próprio Exército, que mantém, interinamente, no comando da 12ª Região Militar, o coronel Luís Moisés de Oliveira Braga Otero.

Pazuello teve uma conversa amigável, por telefone, com o ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF), a propósito do contencioso provocado pelas declarações do magistrado sobre a presença do Exército no Ministério da Saúde. O imbróglio mostra que está tudo errado. O coronel Antônio Élcio Franco Filho, que anda com uma faca ensanguentada na lapela, é o secretário executivo do Ministério da Saúde. O secretário de Atenção Especializada à Saúde é Luiz Otávio Franco Duarte, outro coronel. O major Angelo Martins Denicoli ocupa o cargo diretor de monitoramento e avaliação do SUS, enquanto o tenente-coronel Reginaldo Machado Ramos comanda a Gestão Interfederativa e Participativa. Nenhum deles entende de saúde pública.

Nas Entrelinhas - Luiz Carlos Azedo, jornalista - Correio Braziliense


terça-feira, 24 de dezembro de 2019

Uma história real de Natal - O Globo

Petróleo começou a jorrar na Guiana

Na noite de sexta-feira, os 782 mil habitantes da Guiana receberam a confirmação de que ganharam o grande prêmio da loteria geológica: o petróleo começou a jorrar quatro dias antes do Natal no campo de Liza-I, situado a 120 quilômetros da costa, em frente à capital Georgetown.  Mudou a sorte do país mais pobre da América do Sul, vizinho do Brasil nos 1.605 quilômetros de fronteira com Roraima. O petróleo produzido desde o fim de semana sela o destino da sociedade construída por migrantes indianos e africanos nas colonizações holandesa e britânica, até 1966.
Na sexta-feira, o país estava atolado na miséria de sempre, só comparável à de El Salvador, na América Central, ou do Quirguistão, na Ásia . Concentrados no litoral (10% do território), os guianenses têm expectativa de vida de 67 anos. Quatro de cada dez sobrevivem com menos de R$ 4 por dia. Água encanada é luxo, para apenas 5%.

No sábado, a Guiana acordou confirmada no clube dos países com maior potencial de produção de petróleo por habitante: nos Emirados Árabes são 2,9 mil barris por pessoa; na Noruega, 2,2 mil e na Arábia Saudita, 1,9 mil. A Guiana tem 3,9 mil , informam o governo, as americanas Exxon e Hess e a chinesa CNOOC, sócios num bloco de 27 mil quilômetros quadrados na costa atlântica.

A produção no mar começa em 102 mil barris por dia e deve avançar para 424 mil barris em cinco anos. Os efeitos são imediatos. O FMI estima crescimento real de 85,6% do Produto Interno Bruto, em relação a este ano. Equivale a duplicar a riqueza por habitante até a ceia natalina de 2020.

O país já era um paraíso comparado à vizinha Venezuela da cleptocracia chavista. Vai virar jardim dos sonhos para economistas entretidos com a agonia fiscal do Brasil ou o colapso da Argentina. A receita pública sobe mais de 30%, e a dívida cai 60% em 2020. O problema agora é político, como usar o prêmio da loteria geológica para moldar o futuro. Em março haverá eleição.
A realidade na Guiana superou as melhores fábulas de Natal.

 
José Casado, jornalista - O Globo
 
 

quarta-feira, 22 de março de 2017

As 10 cidades mais seguras do mundo segundo a Economist

Conheça as 10 cidades mais seguras do mundo segundo a Economist

Estudo da Unidade de Inteligência analisou 40 indicadores, entre segurança pessoal, cibernética, de infraestrutura e de saúde

Um estudo da Unidade de Inteligência da Economist, tradicional revista britânica de informação, listou quais as 10 cidades mais seguras do mundo para se viver. Foram analisados 40 indicadores, entre segurança digital, segurança da saúde, segurança da infraestrutura e segurança pessoal. Dessa análise, foi criada uma pontuação máxima de 100. Nenhuma das cidades conseguiu marcar o total.

As três mais bem colocadas são asiáticas, com a capital japonesa Tóquio no topo do pódio. Em seguida, aparecem cidades europeias e australianas, com uma única americana na lista das dez mais: Nova York. Confira abaixo:
  1. Tóquio
    Pontuação: 85,63
    A cidade mais populosa do mundo é também a mais segura no índice. Com uma população de 38 milhões, Tóquio conseguiu se sair bem em todos os indicadores.
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  2. Cingapura Pontuação: 84,61
    A cidade lidera nos quesitos segurança pessoal e ambiente de negócios.
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  3. Osaka Pontuação: 82,36
    Outra japonesa que se saiu bem na avaliação global, especialmente na segurança pessoal, a cidade perdeu posições no ranking por falhar em segurança cibernética.
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  4. Estocolmo Pontuação: 80,02
    A capital sueca é a mais bem colocada europeia e destaque em segurança cibernética.
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  5. Amsterdã Pontuação: 79,19
    Com apenas 800.000 moradores, a capital da Holanda também se destaca entre as europeias.
  1. Sidney Pontuação: 78,91
    Segurança em infraestrutura é o ponto alto da cidade australiana, que conquistou ainda o terceiro lugar em transporte seguro
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  2. Zurique Pontuação: 78,84
    A cidade suíça, outra pequenina, de 380.000 habitantes, conquistou o primeiro lugar em infraestrutura e segurança sanitária
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  3. Toronto Pontuação: 78,81
    A mais posicionada entre as canadenses, oferece segurança e também bons parâmetros de custo de vida e ambiente de negócios
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  4. Melbourne Pontuação: 78,67
    Outra australiana a figurar entre as dez melhores, registra pouquíssimos acidentes rodoviários e ferroviários
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  5. Nova York
    Pontuação: 78,06
    Americana mais bem posicionada, ela vai bem especialmente em  segurança da saúde, o que significa que estar bem preparado para qualquer surto de doenças

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Fonte: Cidade Sem Fronteiras - VEJA - Acompanhe o blog no Facebook (fb.com/cidadessemfronteiras),

 

 


segunda-feira, 13 de junho de 2016

Vítima de estupro é condenada por sexo fora do casamento no Catar



Holandesa de 22 anos denunciou ter sido drogada e violentada por desconhecido
Uma corte no Catar condenou uma mulher de 22 anos acusada de fazer sexo fora do casamento depois que ela procurou a polícia para dizer que foi estuprada. O juiz responsável pelo caso não estipulou ainda uma pena de prisão, mas a mulher será multada em US$ 824 (cerca de R$ 2600) e deportada do país. 

O suposto estuprador, que alega ter feito sexo de forma consensual, receberá cem açoitadas por fazer sexo fora do casamento. E mais 40 chibatadas por consumir álcool.

Segundo o advogado da acusada, que é holandesa e estava de férias no Catar, alguém colocou uma substância na bebida dela. A mulher acordou no apartamento de um homem desconhecido e descobriu ter sido estuprada. O caso ocorreu em março deste ano. A holandesa está presa desde que prestou queixas, naquele mesmo mês. O episódio só veio à tona agora porque a família dela foi à imprensa na Holanda para contar o que está acontecendo.

O caso exemplifica as complicações enfrentadas pelo turismo num país governado por duras leis islâmicas, mas que vem tentando atrair visitantes ocidentais com investimentos milionários. O Qatar receberá a Copa do Mundo de 2022.

Fonte: Reuters

domingo, 22 de novembro de 2015

Terror na Europa põe em xeque o multiculturalismo

O conceito positivo do convívio entre culturas sofreu desvios e terminou patrocinando a existência de guetos por sobre leis e Constituições

O acusado de ser o coordenador dos atentados em Paris era um cidadão belga chamado Abdelhamid Abaaoud. Nos ataques à casa de shows Bataclan, restaurantes e na tentativa frustrada de entrar com bombas no Stade de France, durante o jogo entre França e Alemanha, atuaram os franceses e franco-belgas Samy Amimmour, Iamael Omar Mostefai, Bilal Hadfi, Salah Abdeslam e Brahim Abdeslam.

Já houve um tempo em que a nacionalidade francesa remetia apenas a nomes como Pierre, Antoine, Jean, Michel e outros. O mesmo ocorre em outros países europeus, geralmente antigas sedes de impérios que se espalharam pelo Oriente Médio e África, e, com a independência das antigas colônias, dando-se cidadania aos antigos colonizados, se tornaram destino final de migrantes desses países, já independentes.

É parte da História a miscigenação de povos, processo pelo qual se constituem culturas ricas. Um exemplo é o Brasil, colonizado pelos portugueses, abertos à mistura com índios e negros, estes trazidos pelo negócio da escravidão. Formou-se uma sociedade amistosa ao estrangeiro, e esta é uma das forças do país. 

Já na Europa há uma explosão de sociopatias, demonstradas pela radicalização religiosa em comunidades muçulmanas não absorvidas por sociedades como a francesa, a britânica, a belga, a holandesa, entre outras. Criaram-se guetos em que vigora apenas a Sharia, lei suprema islâmica, acima das Constituições. Sem qualquer autorização oficial, ruas são fechadas para orações coletivas, forçam-se casamentos apenas entre muçulmanos, além de outras práticas antirrepublicanas. No caso da França, no berço da República, uma contradição. Tudo isso e o tráfico de drogas e armas, protegido pelo guarda-chuva da “diversidade cultural”.

Esses guetos terminaram se constituindo em chocadeiras de serpentes que passaram a atuar como terroristas em países que não reconhecem como seus, mesmo que os levem inscritos nas certidões de nascimento. Quilômetros de textos, incontáveis debates já trataram do tema e mais ainda tratarão. Um aspecto indiscutível é que políticas e conceitos desenvolvidos para permitir a convivência supostamente saudável de etnias faliram. Entre eles, a ideia do “multiculturalismo”, termo simpático, colocado em lugar de destaque no altar do “politicamente correto". 

Infelizmente, este projeto de convívio entre culturas serviu para justificar a constituição de guetos em periferias como as de Paris, Londres e mesmo Bruxelas, onde há o bairro Molenbeek, por exemplo, núcleo de muçulmanos radicalizados. Bruxelas, ontem, fechou metrô e comércio, por precaução.


Em nome do multiculturalismo, Estados nacionais e sociedades fingem não haver transgressões legais nessas comunidades, em que tudo é permitido sob o pretexto do politicamente correto convívio entre culturas.

E dessa forma constituíram-se “banlieues” nas bordas de Paris e outras cidades europeias em que as leis e a Constituição dos respectivos Estados nacionais foram relativizadas. Algo como “Complexos do Alemão” sectários, nos aspectos religioso e ideológico, e em que a ordem legal não vigora. O Estado e a sociedade têm culpa em permitir o surgimento dessas “zonas de exclusão” sob argumentos bem-intencionados. Este surto de terrorismo na Europa abala de vez o “multiculturalismo”.

Fonte: Editorial - O Globo

 

terça-feira, 6 de janeiro de 2015

A senha: ‘SG9W’



Alguns dos maiores segredos da Petrobras vazaram numa operação de espionagem realizada por brasileiros, entre eles um diretor da estatal indicado por deputado do PMDB
Parece formigueiro quando se observa da janela, no alto da torre desenhada como plataforma de petróleo. A massa serpenteia, quase atropelando vendedores de ilusões lotéricas, espertos do carteado e ambulantes de afrodisíacos à volta dos prédios. Na paisagem se destaca um paletó preto surrado. Bíblia na mão direita e “caixa-para-doações” na esquerda, ele bacoreja: “Irmãos, o apocalipse está chegando!” 

Naquela quinta-feira, 7 de abril de 2011, seu palpite ecoava numa cidade perplexa com a carnificina de 12 estudantes em insano ataque numa escola de Realengo, na Zona Norte. No alto da torre, porém, o mundo era outro. Emoções oscilavam entre a euforia das renovadas promessas de óleo fator sob a camada do pré-sal e a depressão com o rombo de caixa bilionário provocado pelo “congelamento” do preço da gasolina. Recém-chegada à Presidência, Dilma Rousseff culpava suspeitos de sempre, os anônimos “inimigos externos”.
 
No alto da torre, de porta fechada e solitário na sala refrigerada, ele apertou quatro teclas no computador: “SG9W”. Foi como abrir um cofre: abriu-se o acesso a valiosos papéis da Petrobras.  Procurou um documento específico (“E&P-PRESAL 21/2011”). Era novo e dos mais sigilosos da empresa naqueles dias. “Confidencial”, advertia a etiqueta na capa. Concluído três semanas antes, consolidava o “Plano Diretor de Desenvolvimento Integrado do Polo Pré-Sal da Bacia de Santos”. Descrevia, em detalhes, a estratégia tecnológica e financeira da estatal para exploração de “uma nova fronteira petrolífera com elevado índice de sucesso exploratório, contendo grandes acumulações de petróleo de boa qualidade para a geração de derivados”. 

O relatório com dois anexos foi copiado às 15:40:34. No dia seguinte, começou a ser analisado por um grupo de especialistas em Amsterdã. Na segunda-feira, 18 de abril, 11 dias depois, quando a diretoria da Petrobras se reuniu na sede da Avenida Chile, no Centro, para aprovar o secreto plano para o pré-sal, cópias já circulavam em Londres, Mônaco e na holandesa Schiedam, onde está instalada a SBM, fornecedora de quase um terço dos navios, sondas e plataformas alugados pela estatal brasileira. Nos meses seguintes, vieram outros três documentos sigilosos. 

Nessa operação de espionagem vazaram alguns dos maiores segredos da Petrobras no governo Dilma Rousseff. Por trás, não havia nenhum serviço de informações estrangeiro, o “inimigo externo”, embora naquele abril de 2011 a americana Agência de Segurança Nacional (NSA, na sigla em inglês) estivesse trabalhando com idêntico objetivo.
Foi uma ação de brasileiros. A senha usada para copiar era exclusiva — de uso pessoal — de Jorge Luiz Zelada, que há três anos ocupava a Diretoria Internacional da Petrobras por indicação do deputado federal Fernando Diniz (PMDB-MG), com a chancela amiga do governo Lula. A remessa ao exterior foi realizada por Julio Faerman, agente da holandesa SBM no Rio e responsável pela distribuição de US$ 102,2 milhões em propinas a “funcionários do governo brasileiro”, como confessou a SBM à Justiça da Holanda e à dos EUA. 

Há pelo menos oito meses o governo e o comando da estatal sabem das ações de Zelada e Faerman, entre outros. Dilma Rousseff, no entanto, continua na praça pregando contra anônimos “inimigos externos” da Petrobras. 

Fonte: José Casado