Como a comunidade muçulmana avalia os ataques
radicais, como o ocorrido na França?
Claro que eu não sou favorável ao terrorismo, à matança, ao
derramamento de sangue, mas morrem nove pessoas e o mundo vira de
ponta a cabeça. Morreu um milhão de pessoas no
Egito, na Síria, na Palestina, em Borno (Nigéria), mas ninguém fala nada.
Um dia antes do acontecimento na França, morreram milhares de muçulmanos em
Borno. Os muçulmanos estão sendo perseguidos.
Qual a orientação a respeito das críticas
feitas à religião?
Não
pode haver agressão, não aceitamos que se agrida moralmente ninguém. Isso é uma
agressão. Eles (jornalistas do Charlie Hebdo) tiveram um
ato violento moralmente. Foi uma crítica moral ao nosso profeta.
Ataques radicais não comprometem a
credibilidade muçulmana?
Claro. A religião muçulmana é uma religião
da paz. Quando respondi a primeira pergunta, demonstrei indignação com a
opinião do mundo. Quando morre meia dúzia de não
muçulmanos, o mundo vira de ponta a cabeça, sendo que estão morrendo milhares de muçulmanos e o
mundo fica olhando de camarote.
Como separar os muçulmanos fieis, aqueles
pacíficos, dos radicais?
Tais termos são
plantados para denegrir a imagem dos muçulmanos. Não existe terrorista, radical. Todo
mundo tem o sangue quente. Como massacram os muçulmanos no mundo inteiro e não
querem uma reação? Cada ação tem uma
ação do mesmo tamanho e no sentido contrário. Seria tolo e idiota tanta
violência, tanto massacre e ficarmos olhando. Esses ataques que vocês chamam de
terrorista é uma resposta a tanta barbaridade que acontece contra os
muçulmanos. Nossa religião não incentiva violência, jamais incentiva
derramamento de sangue, só que infelizmente essa é a resposta à crueldade. Vocês podem esperar coisa pior.
Fonte: Blog do Noblat
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