Catadores entram em confronto com a polícia no Lixão da Estrutural
Grupo que trabalhava no Lixão foi retirado pela corporação. Revoltados, catadores tentaram bloquear passagem de caminhões que depositam entulhos no local
Os ex-trabalhadores do Lixão da Estrutural atearam fogo em um sofá para impedir a passagem dos caminhões
Cerca de 20 catadores foram retirados das imediações do Lixão da
Estrutural, na manhã desta segunda-feira (29), após interditarem a pista
de acesso ao local. Eles protestavam contra a proibição de entrar no
local.De
acordo com o Serviço de Limpeza Urbana do Distrito Federal (SLU), após o
fechamento do lixão, no último dia 20, o local ficou restrito para o
descarte de resíduos da construção civil. Dessa forma, nenhum catador
pode entrar no aterro para coletar os entulhos. A partir de agora, eles
poderão trabalhar somente em galpões de triagem. Para isso, os catadores
precisam estar filiados a cooperativas que prestam serviços de coleta. [criou toda uma séria de exigências burocráticas para o catador de lixo exercer uma atividade informal e que possibilita o sustento seu e de sua família.]
O major da Secretaria de Estado de Ordem Pública e Social (SEOPS),
Alexandre de Souza, disse que os catadores em questão não estavam
vinculados a associações de coleta de lixo. "Eles não podem trabalhar de
forma autônoma nesse lixão. Essa atividade não é amparada pelo governo.
Eles precisam estar associados a alguma cooperativa", ressaltou. [mais burocracia.]
Depois
de serem retirados, os catadores tentaram bloquear a entrada de
caminhões que carregam os entulhos. O grupo ateou fogo em um sofá, usou
pedaços de concreto e um tronco de árvore, além de impedir que as
cancelas de uma das entradas fossem liberadas.
Sem poderem trabalhar, os catadores cobraram explicações. "O
projeto para o fechamento do lixão foi apenas para o lixo molhado. Nos
garantiram que quem trabalhava com lixo seco iria continuar normalmente.
Mas a realidade é diferente. O material seco continua sendo colocado no
lixão, e queremos saber porque não podemos trabalhar", contestou Sandra
Pereira, 32 anos. [grande parte dos catadores mesmo formalmente desempregados exerciam uma atividade que propiciava seu sustento; agora até o 'bico', o 'emprego informal' perderam. Mais desempregados nas ruas do DF.]
Ainda segundo a catadora, as
associações que coletam lixo não têm mais condições de agregar
catadores, em especial aqueles que trabalham com o lixo seco. Sem saída,
Sandra fica preocupada. "Se montaram um projeto para o lixo molhado,
por que não fizeram para o lixo seco também? Gostaria que fossem
honestos com a gente desde o início. Mas eu vou até o fim, porque a
única coisa que eu quero é trabalhar", desabafou. [o aumento do gasto público é consequência do aluguel de cinco galpões - por enquanto, pode ser preciso alugar mais - o que gerou um custo para o GDF que não ocorria no lixão desativado. E não existe nenhum beneficio concreto para a população, para os catadores, para o DF. Serve apenas para Rollemberg declarar que 'conseguiu fechar o lixão' sem detalhar a qual custo social e financeiro.
OUTRO INCONVENIENTE: o fechamento do lixão provocou a reação dos catadores e com isso a PM tem que manter na área um contingente de policiais - que são necessários em outros locais, para a manutenção, pelo menos em níveis não tão alarmantes, da INsegurança Pública no DF.
Apesar de pequeno o efetivo deslocado faz falta, tendo em vista que o DF tem, no máximo, 2/3, do efetivo mínimo necessário de policiais militares.]
Correio Braziliense
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