Escrevi
há tempos que o presidente Michel Temer tinha tudo para entrar para a
história como o mais injustiçado da República. Por enquanto, a escrita
está se cumprindo. Segundo o Datafolha, 70% o consideram ruim ou péssimo
— já houve pico de 73%; apenas 4% o veem como ótimo ou bom; o fundo do
poço já foi de 2%; para 22%, o governo é regular.
Temer
assumiu a Presidência interinamente no dia 12 de maio de 2016. Pesquisa
Datafolha do dia 31 de junho apontava que seu governo era ruim ou
péssimo para 31% dos entrevistados; 42% o consideravam regular, e 13% o
avaliavam como ótimo e bom.
Vamos tentar entender o que aconteceu nesse intervalo:
– a inflação caiu de mais de 10% para 2,95%;
– a taxa Selic caiu de 14,25% para 7%;
– foi aprovado o teto de gastos:
– governo muda o marco regulador do pré-sal e retoma a produção;
– tem início a necessária reforma do ensino médio;
– governo aprova a MP que reestrutura o setor elétrico, que Dilma havia quebrado;
– país saiu de uma recessão de 3,6% para um crescimento em torno de 1% em 2017 e, estima-se, de mais de 3% em 2018;
– muda a curva do emprego; desemprego tem uma queda acentuada;
– país faz a reforma trabalhista;
– governo reajustou o valor do Bolsa Família;
– todos os programas sociais foram mantidos, sem cortes.
– a inflação caiu de mais de 10% para 2,95%;
– a taxa Selic caiu de 14,25% para 7%;
– foi aprovado o teto de gastos:
– governo muda o marco regulador do pré-sal e retoma a produção;
– tem início a necessária reforma do ensino médio;
– governo aprova a MP que reestrutura o setor elétrico, que Dilma havia quebrado;
– país saiu de uma recessão de 3,6% para um crescimento em torno de 1% em 2017 e, estima-se, de mais de 3% em 2018;
– muda a curva do emprego; desemprego tem uma queda acentuada;
– país faz a reforma trabalhista;
– governo reajustou o valor do Bolsa Família;
– todos os programas sociais foram mantidos, sem cortes.
E, claro, a vida dos brasileiros pobres continua difícil. [o governo Temer promoveu diversas medidas de grande importância para o Brasil e para melhorar a situação de milhões de brasileiros;
Temer, cometeu alguns erros e o principal deles foi supervalorizar as duas denúncias apresentadas pelo ex-acusador-geral da República;
denúncias sem provas concretas - tanto que um dos principais elementos da denúncia = a delação premiada dos açougueiros Batista = teve seu pedido de anulação apresentado pela atual procuradora-geral da República e os marginais que fizeram a denúncia estão presos há mais de três meses;
tivesse Temer minimizado o valor das duas denúncias, teria condições morais e mesmo temporais para tocar a reforma mais importante, a da Previdência, e com a consolidação de seu governo, o avanço na negociação das reformas, a melhora da economia as denúncias seriam rejeitadas na Câmara.
Ao priorizar sua permanência no Poder, Temer abriu flancos para os golpistas (Janot, com o apoio de Maia e da presidente do STF e outros mais) cedeu espaço para muitos deputados o extorquírem - buscando vantagens em troca de votos, não a favor das reformas e sim pela rejeição das duas calúnias - deixando a impressão de ser culpado e que seu governo é um balcão de negócios.
Agora Temer perdeu um tempo precioso e se complicou muito. A Reforma da Previdência, se ocorrer alguma coisa que possa ser chamada de reforma terá que recomeçar já no próximo ano - uma complicação para a estreia de Bolsonaro na presidente da República - com medidas mais severas.
Temer tem que parar de ceder - na reforma da Previdência não há espaço para ceder os anéis para não perder os dedos, tem que ser na base do TUDO OU NADA.]
Vamos ao ponto. Não há um só motivo objetivo para que os brasileiros façam avaliação tão negativa do governo. Assim,
pergunte-se e responda-se: a voz do povo é a voz de Deus? Não mesmo! Às
vezes, reproduz a algaravia da legião de capetas que tentam o regime
democrático. Temer
assumiu sob cerco da esquerda, especialmente dos petistas, que passaram a
lhe atribuir os males que eles próprios haviam fabricado na economia. O
país foi sacudido por ondas de “Fora Temer!”, “abaixo o golpe”.
A
direita xucra, em vez de perceber a armadilha petista, ajudou a armá-la.
Por burrice, sim, mas por oportunismo também. Algumas das ditas
“lideranças” de movimentos de rua lançaram suas respectivas
candidaturas. Que importa que o país se dane? Daqui a pouco, alguns
deles estarão aboletados em postos do estamento político. Sic transit
gloria mundi. No país, temos ladrões de dinheiro público e ladrões da
verdade dos fatos — o que não quer dizer que não roubem ou venham a
roubar também dinheiro público. Adiante.
Esse clima
levou a rejeição a Temer perto dos 60%. Atingiu o patamar dos 70% com o
que chamo de duas tentativas de golpe patrocinadas por uma associação
entre Rodrigo Janot, setores do STF — notadamente Edson Fachin e Cármen
Lúcia — e os veículos (sem exceção!) do grupo Globo. A ordem era
derrubar o presidente. Da gravação feita por Joesley Batista àquilo a
que se chamou “operação controlada”, nada por ali era legal. Muito pelo
contrário. O conjunto da obra se mostrou uma soma impressionante de
agressões à lei.
A operação
resultou em duas denúncias. A propósito: dia desses, li um artigo em
que o autor tratava o Brasil, embora seja ele brasileiro, como um jardim
zoológico de humanos exotismos. Entre estes, incluía o fato de que o
presidente foi denunciado duas vezes pela Procuradoria Geral da
República. Deveria acrescentar outra esquisitice ao nosso rol de
particularidades. Em que outro lugar do mundo um procurador-geral faz
duas denúncias sem apresentar provas, sendo que uma delas decorre de uma
espécie de licitação aberta entre meliantes para ver quem acusa o
presidente?
Temer, convenham, é resiliente até demais. Outros teriam sucumbido. Não fosse a
patuscada golpista, o país já teria aprovado a reforma da Previdência, e
na sua versão mais incorporada, e estaríamos já em outro patamar não
apenas de expectativas, mas de ganhos econômicos efetivos. Em vez disso,
essa soma exótica de MPF, direita xucra e imprensa-com-partido (o
partido do “derruba-presidente-pra-provar-sua-moral-elevada”) resultou
nos números que o DataFolha revela nesta quarta: os idiotas precisam se
ajoelhar aos pés de tribunais que tomam decisões discricionárias para
tentar evitar a eleição daquela mesma esquerda que levou o país ao
buraco — buraco do qual nos tirou o governo Temer, que, não obstante,
conta com a reprovação de 70% daqueles que por ele foram beneficiados,
sim.
Dito assim, parece que o país não tem saída.
Deve ter alguma. Por enquanto, tateamos no túnel. E ainda não se vê nem mesmo a luz bruxuleante de uma vela.
Nenhum comentário:
Postar um comentário