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quinta-feira, 1 de julho de 2021

O Superfracasso do impeachment de Bolsonaro - Jorge Serrão

Já nasceu mortinho da silva aquilo que a marketagem da oposição perdida chamou de “superpedido” de impeachment de Jair Messias Bolsonaro. Não adianta atribuir 24 supostos crimes ao Presidente, misturando tudo que já foi apresentado em outros 123 pedidos de impedimento protocolados na Câmara dos Deputados. A proposta, com questionável base jurídica, não tem apoio político e muito menos popular. Bolsonaro deu ontem um recado duro aos inimigos (ops, adversários): “Não vai ser com pedido impeachment, nem CPI comandada por sete bandidos que vão nos tirar daqui”. As Forças Armadas, no silêncio obsequioso dos quartéis, rejeitam a intenção de tirar Bolsonaro antes do prazo constitucional previsto no mandato.

 

 

Renan não mudou - não se abandona o que se faz durante mais de 50 anos; será que o senador Rodrigues se alinhou ao alagoano?

O “superpedido” não é um ato de desespero. É uma jogada calculada dos opositores. A intenção é promover o desgaste contra Bolsonaro até a próxima eleição. Impeachment tem quase zero chance de avançar. Os inimigos sabem que existe um acordo consolidado de blindagem política entre Bolsonaro e o Presidente da Câmara dos Deputados - que tem a atribuição constitucional exclusiva de receber, considerar admissível e colocar na pauta de votação qualquer pedido de impedimento do chefe do Executivo nacional. O alagoano Arthur Lira já cansou de avisar que não colocará o assunto para deliberação no plenário, “porque não há materialidade”. Assim, a proposta não passa de mais um capítulo na inconclusiva e interminável guerra de narrativas.

 

Outro prova de que o “superpedido” de impeachment é meramente eleitoreiro. A oposição gostaria nada de destronar Bolsonaro da Presidência da República para colocar no lugar dele o Vice Antônio Hamilton Martins Mourão. Embora não pareça, o General é um “linha dura”, um homem convicto de “direita”. Além disso, apesar das intrigas internas no governo e de fofocas plantadas nas redes sociais, Mourão sempre demonstrou lealdade pública a Bolsonaro. Tanto que Mourão, em diversas entrevistas, advertiu que não romperia politicamente com Bolsonaro e, em hipótese alguma, “bateria chapa” contra ele na sucessão presidencial. Bolsonaro já sinalizou que, na reeleição, não repetirá a parceria com Mourão. Recentemente, o General admitiu que pode disputar o Senado - tudo indica pelo Rio Grande do Sul.

 

Mourão tem um papel estratégico fundamental no curto prazo. Como presidente do Conselho Nacional da Amazônia Legal, ele vai coordenar toda a operação de GLO (Garantia da Lei e da Ordem) que o Ministério da Defesa vai promover na região. Tudo já foi autorizado pelo Presidente Bolsonaro com o Decreto 10.730, de 28 de junho. O objetivo é coibir os delitos ambientais, com ênfase para o desmatamento ilegal. Será uma atuação preventiva e repressiva das Forças Armadas, em conjunto com órgãos oficiais de proteção e fiscalização. Além das queimadas, da exploração inadequada de terras, com a extração ilegal de madeira, de minérios e de outros produtos da floresta, outro alvo importante será o avanço da criminalidade contra a navegação e transporte de carga.

 

A GLO na Amazônia pode cumprir um duplo objetivo político para o governo. Além de demonstrar, na prática, que o Brasil atua para conservar e defender a Amazônia - o que terá repercussão internacional -, o sucesso da operação também pode servir para uma reaproximação pessoal entre Bolsonaro e Mourão. Os dois não estão totalmente rompidos - apesar do sugerido nas intrigas palacianas. Mas o fato concreto é que o Presidente não tem convidado o Vice para participar de vários eventos importantes na agenda, inclusive aqueles relacionados à Amazônia. Agora, com a GLO, tudo pode mudar. A operação militar acontece em 26 municípios da Amazônia Legal, entre os dias 28 de junho até 31 de agosto.

serrao@alertatotal.net - @alertatotal

Alerta Total -  Jorge Serrão 

 

quarta-feira, 20 de janeiro de 2021

Como a soja colhida no interior do RS põe em risco o equilíbrio ecológico do ‘planeta’? - O Estado de S. Paulo


Macron e a soja

O presidente da França, Emmanuel Macron, não gosta do Brasil, nem dos brasileiros, nem do presidente que eles elegeram dois anos atrás. Mais do que qualquer outra coisa, Macron não gosta da agricultura e dos agricultores brasileiros; sempre faz questão, nos cinco minutos por ano em que pensa alguma coisa em relação ao Brasil, de repetir que a produção de soja por aqui (sem falar no milho, carne, frango e todo o resto) está destruindo a floresta amazônicae, com isso, tirando o oxigênio que a França, a Europa e o mundo precisam para respirar. Não há o que fazer a respeito: o homem não muda de ideia e não muda de assunto. Vai continuar assim. 

O problema com esse tipo de noção é a sua absoluta falta de conexão com a realidade dos fatos. A Amazônia, como pode ser verificado em não mais que dez minutos de pesquisa básica, não tem nada a ver com a soja brasileira, nem com o milho ou com os demais grãos. 
Mais de 70% da produção brasileira vem de quatro EstadosRio Grande do Sul, Paraná, Goiás e Mato Grosso. O Mato Grosso ainda tem uma parte do seu território, apenas uma parte, na chamada “Amazônia Legal”uma ficção burocrática que não tem nada a ver com a geografia, e sim com truques fiscais para se pagar menos imposto.  
Mas todo o restante da área cultivada está fora de lá – a maioria dos agricultores do Paraná, por sinal, provavelmente passa a vida inteira sem jamais botar os pés na Amazônia. Além disso, ninguém precisa derrubar uma única árvore para produzir produzir mais a cada ano, aliás, ocupando o mesmo espaço de terra, por força da tecnologia e do aumento na produtividade. 
A Amazônia, inteirinha, responde por 10% da produção rural do Brasil – só isso. Como, então, a soja colhida no interior do Rio Grande do Sul pode estar pondo em risco o equilíbrio ecológico do “planeta”? Não pode, e não vai poder nunca. 
O presidente Macron, e quem quer pensar como ele, acha o oposto: nunca lhe ocorreu que nos 8,5 milhões de quilômetros quadrados do Brasil possa existir algum tipo de atividade rural fora da Amazônia, nem que o produtor brasileiro conheça o trator, métodos de irrigação e as noções elementares de agronomia. Colheu um cacho de banana? Então é porque está destruindo “a floresta”. 

Macron, se tivesse algum interesse nas realidades, poderia perfeitamente saber disso tudo consultando um dos 5,5 milhões de funcionários públicos franceses que vivem à sua disposição; é impossível que ninguém saiba, nessa multidão toda, como se produz soja no Brasil. Também poderia perguntar sobre o assunto a uma das maiores e mais antigas empresas da própria França, a Louis Dreyfus, que trabalha no agronegócio brasileiro há 80 anos, tem 11 mil funcionários no Brasil e opera ativamente em toda a área rural, da soja à laranja, do café ao milho. Mas quem é que está interessado em coisas chatas e sem nenhum proveito político como a busca de fatos? O presidente da França, com certeza, não está. 

Sua última ideia a respeito do assunto é acabar com a “dependência” que a França teria da soja brasileiraindispensável para a sua produção de proteínas. Disse que estava sendo “coerente”: quem defende a Amazônia e o meio ambiente tem de ser contra o Brasil e a agricultura brasileira. 
Do que ele está falando? O Brasil produziu 135 milhões de toneladas de soja em sua última safra; 
a Europa inteira mal chegou às 3 milhões. Como vai resolver isso? Não vai e, pelo jeito, não está preocupado com os aspectos físicos dessa história toda. Como se sabe, existem dois tipos básicos de ignorância: a involuntária e a voluntária. A primeira tem remédio. Para a segunda não se conhece solução. 
 
J R Guzzo, jornalista - O Estado de S. Paulo 17 janeiro 2021
 

*JORNALISTA

sábado, 11 de julho de 2020

Ministro da Defesa defende fim da Amazônia Legal e orçamento da pasta em 2% do PIB

DefesaNet

Ministro da Defesa defende fim da Amazônia Legal e fixar orçamento da pasta em 2% do PIB

Proposta estará na próxima Estratégia Nacional de Defesa; anúncio foi feito pelo ministro Azevedo e Silva em evento de 'think tank'


O Ministério da Defesa vai enviar na próxima semana uma proposta que pretende fixar em 2% do PIB (Produto Interno bruto) o orçamento da pasta. A proposta estará na nova Estratégia Nacional de Defesa (END) que deve ser entregue pelo governo ao Congresso na próxima semana. O ministro, general Fernando Azevedo e Silva, defendeu ainda o fim do conceito de Amazônia Legal para medir devastação da área e disse que a nova END deve reafirmar a soberania do País para cuidar da região.

De acordo com o ministro, em relação aos gastos de Defesa a ideia é que o setor possa contar com previsibilidade para o planejamento de seus gastos. O anúncio foi feito por Azevedo e Silva em evento do grupo Personalidade em Foco, um think tank ligado a um grupo com forte presença de oficiais da Marinha. Atualmente, Educação e Saúde têm seus gastos mínimos fixados em 18% e 15% pela Constituição. “O único oxigênio que falta para a gente é a questão orçamentária, é a previsibilidade para honrar contratos assumidos pelas Forças. Isso ocorreu em 2019 e está acontecendo em 2020, apesar de não ser suficiente. A Estratégia Nacional de Defesa prevê até como membro extra-OTAN um patamar de 2% do PIB. Essa é a meta que temos a intenção, o necessário para que o Brasil tenha um orçamento de defesa à altura da política e da estratégia que o Brasil tem”, afirmou o ministro. Em 2018, os gastos somaram 1,5% do PIB e em 2019, 1,8%.

No orçamento deste ano, o orçamento da pasta está blindado – não pode ser contingenciado perla equipe econômica. “Temos atualmente 1,8% do PIB. Isso não é condizente com a estatura que o Brasil tem de dissuasão e presença. Tenho certeza de que no governo Bolsonaro vamos melhorar esse aspecto.” De acordo com o ministro, tudo depende de como deve ficar a economia no pós-pandemia. “A nova estratégia já estipula 2% o razoável do PIB e uma previsibilidade, que é o mais importante.”

O ministro afirmou ainda que despachou com o presidente a futura Estratégia Nacional de Defesa e a Política Nacional de Defesa bem como o Livro Branco, todos previstos para serem revistos neste ano de acordo com a lei Complementar 136. O documento deve tratar abordar a Amazônia após as Forças Armadas iniciarem a Operação Brasil Verde-2 para tentar coibir desmatamento e queimadas na Amazônia, diante da pressão intencional de governos e fundos de investimentos contra a inação do governo Bolsonaro na proteção da região. “Na Estratégia Nacional de Defesa, aprovada pelo presidente, tem uma frase. ‘Quem cuida Amazônia brasileira a serviço da humanidade e de si mesmo é o Brasil’.” No caso da operação Brasil Verde-2, o ministro afirmou que foram montados três comandos conjuntos, o da Amazônia, o do Norte e o do Centro-oeste voltados para o combate dos ilícitos ambientais.  “O resultado com 50 dias, são efetivos: só de multas só 400 milhões de reais, mais 70 mil metros cúbico de madeira apreendidos, além de armas e das autuações.”

O ministro defendeu a revisão do conceito de Amazônia legal ao responder a uma pergunta do ex-ministro Luiz Fernando Furlan, ex-ministro do desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior. Para Furlan, o conceito só fazia sentido para a concessão de benefícios fiscais que não existem mais. “Concordo em acabar com conceito da Amazônia Legal. É um conceito ultrapassado. Tenho ido muito à Amazônia. Na semana passada, fui ao pelotão de fronteira de Surucucu. A gente voa horas dentro do bioma Amazônia completamente preservado, mas o conceito de Amazônia ilegal, que abrange população do entorno, não está de acordo com o bioma da Amazônia em si.”

Por fim, Azevedo e Silva afirmou ainda que as Forças Armadas estão distantes da política. “As Forças estão afastadas da política e seguem trabalhando nas missões diuturnas e estão cumprindo sua missão constitucional. Não se vê uma declaração politica do pessoal do dia a dia.”  Ele negou a existência de um caráter militar do governo, em razão da presença de militares no governo. “São quadros altamente qualificados com origem militar, assim como outros presidentes pegaram prioritariamente outros segmentos. Esse rótulo não incomoda, mas não é na prática verdadeiro.”

O Estadão - Marcelo Godoy

Transcrito  do DefesaNet -  Blog Prontidão Total


sexta-feira, 10 de julho de 2020

A pressão dos fundos internacionais [fundos gafanhotos = chegam, devastam e voam ] contra a política ambiental de Bolsonaro

Carlos Alberto Sardenberg destaca que os países que organizam esses fundos não estão nada satisfeitos com a falta de politica ambiental do governo Bolsonaro. O vice-presidente Hamilton Mourão, coordenador do Conselho Nacional da Amazônia, prometeu reduzir o desmatamento e, com isso, ele espera que os fundos retornem.

Os investidores suspenderam o dinheiro depois o ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, quis mudar o destino da aplicação do dinheiro.

CBN - Matéria na íntegra

[Aproveite, clique aqui  e saiba mais sobre os fundos gafanhotos e sobre os ativistas da Amazônia Legal.
Lembrem-se: eles podem até ter o dinheiro, só que nós temos os alimentos = alguém já experimento ingerir papel moeda?]




segunda-feira, 30 de dezembro de 2019

“O Brasil está sendo tirado da UTI, diz general Augusto Heleno

Ele tem 45 anos dedicados à vida militar e à defesa dos interesses brasileiros, já atuou como comandante militar da Amazônia e hoje está ao lado da maior autoridade do país, aconselhando sobre os próximos movimentos de um Brasil que se redesenha. O general Augusto Heleno, chefe do Gabinete de Segurança Institucional do governo de Jair Bolsonaro, foi o entrevistado do programa Impressões, da TV Brasil.

O ministro, que comanda a segurança do presidente da República, fez um balanço do primeiro ano do governo Bolsonaro. “O primeiro ano do presidente, a gente comparando com o esporte, é um ano de aquecimento, onde vai conhecer as coisas. Ele imagina fazer muita coisa que a estrutura não vai permitir que faça. A burocracia vai impedir que faça. Ele tem que se adaptar a todas as conjunturas que o obrigam a se limitar àquelas regras do jogo. Este primeiro ano é de adaptação.”

O general também tratou de questões consideradas prioritárias para o próximo ano, como educação, saúde, meio ambiente e investimentos em infraestrutura, principalmente no que se refere à Região Nordeste. “Ele [o presidente], desde o início, tem na cabeça que se quiser modificar o Brasil, tem que modificar o Nordeste. Não podemos mais ter aquela imagem do Nordeste com aquela seca na época da estiagem, não podemos admitir que o semiárido seja um foco de pobreza extrema, que as pessoas tenham que sair do Nordeste para sobreviver em outras regiões do país”. E revela que as conversas do presidente com o ministro de Infraestrutura, Tarcísio Gomes de Freitas, vão gerar melhorias. “Fica muito evidente que ali [no Nordeste] será investida não só uma quantidade razoável de dinheiro, mas também a esperança de modificação daquele estado de coisas. Investimento para colocar água no Nordeste, colocar energia, melhorar o sistema de comunicação viária, não só com estradas, mas com ferrovias e turismo.”

Apesar disso, Augusto Heleno reconheceu que ainda há muito por fazer em algumas áreas prioritárias. “Desde o primeiro momento, ele [o presidente], colocou como prioridades absolutas a educação e a saúde. Só que elas foram tão comprometidas ao longo desses 16 anos e até mais, que é muito difícil você recuperar”. Para o ministro, o país precisa apostar na educação profissional. “O nosso ensino profissionalizante foi muito descuidado, nós precisamos de mão de obra técnica. Não adianta só doutores, você precisa ter mão de obra técnica para ocupar esse espaço que fica entre o ensino médio e a universidade, que é gente que precisa botar a mão na massa”.




Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil

Ao comentar sobre a economia, o general Heleno demonstrou otimismo. “Para a infelicidade de alguns idiotas de plantão, como dizia Nelson Rodrigues, é muito triste o Brasil estar dando certo, né? Mas é obvio que o Brasil está dando certo”. Ele disse que após passar por uma gestão desastrosa, o país agora está se recuperando. Nós recebemos um país que foi empobrecido pela corrupção, pela falta de gestão, pela falta de honestidade pela coisa pública. E no momento em que ele empobreceu, nós estamos tendo que puxar ele lá da UTI. O Brasil foi para a UTI e está sendo tirado da UTI. E rapidamente os índices estão aparecendo. E essa recuperação está aparecendo para o mundo. E temos certeza de que o mundo quer investir no Brasil”.
Em resposta às críticas recebidas pelo governo às questões que envolvem a Amazônia e o meio ambiente, o general ponderou: “O próprio governo reconhece que poderia ter sido mais eficiente na preservação do meio ambiente. Só que o governo foi acusado de um descuido que não é verdadeiro. Nós temos uma região que chama a atenção, que é a Amazônia oriental, onde realmente houve um desmatamento exagerado".

O ministro cita a Amazônia Legal, que tem mais de 5 milhões de quilômetros quadrados e que, segundo ele, é uma região muito preservada. “Não há nenhum outro país do mundo com esse tamanho de área preservada. E aí sofremos críticas severas, raivosas, de países que pelaram suas reservas e hoje cantam “marra”, que são os grandes preservadores da humanidade. Mentira! Interessa a eles criar essa campanha contra o Brasil para que se aproveitem da Amazônia mais tarde”, concluiu Augusto Heleno.

A Verdade Sufocada - Transcrito em 29 dez 2019

sábado, 28 de setembro de 2019

Mundo das coisas - J R Guzzo

Publicado na edição impressa de VEJA

O Brasil tem floresta até demais, mas a sua capacidade de cuidar dela é miserável. Eis aí o desastre real. Não há por que inventar desastres que não existem

Há uma porção de opções ao seu dispor para tomar uma posição sobre a questão da Amazônia e da sua floresta. Numa ponta, há um mundo de gente convicta de que a Amazônia está sendo destruída pelo fogo neste exato momento e de que essa calamidade, entre outras coisas, vai impedir daqui a pouco a população mundial de respirar. A solução sugerida, nessa confederação de ideias, fantasias e interesses que anuncia a breve transformação em deserto dos 4 milhões de quilômetros quadrados hoje cobertos pela mata amazônica no Brasil, é alguma modalidade até agora não esclarecida de “intervenção internacional” — afinal, dizem, a Amazônia é uma propriedade comum “da humanidade”. Como? Via ONU ou via outra força qualquer que também ainda não está definida com clareza. Na ponta oposta, há o bloco dos que classificam todos os alertas sobre os riscos ambientais existentes na região de conspiração, estrangeira e interna, contra o Brasil, com propósitos políticos, econômicos e ideológicos. Entre as duas, há cinquenta tons de cinza.

Vai aqui uma sugestão: que tal, em vez de indignar-se automaticamente de um lado ou de outro, ir ver o que está realmente acontecendo? Não é assim tão complicado. Basta tomar nota de quais são exatamente os fatos, primeiro — e só dar a sua opinião depois. A Amazônia, afinal de contas, é uma realidade com existência física; não é uma causa. Faz parte do mundo das coisas, e não do mundo das ideias, e tudo o que acontece dentro de seus limites pode ser atestado pela verificação objetiva dos fatos. A região amazônica pode ser definida pelo seu bioma — ou seja, por um espaço geográfico que tem características específicas, estabelecidas de acordo com critérios científicos, e não por crenças, desejos ou atos administrativos. Todos, naturalmente, têm direito às próprias opiniões — mas não aos próprios fatos, como dizia um antigo sábio político americano. Eles são o que são. Parece sensato, assim, tentar entender o problema a partir da razão. Ou há alguma ideia melhor?

A razão mostra, com base na constatação material dos fatos, que o Brasil é o país que mais conserva as suas florestas, mesmo porque não há mais florestas na maioria dos países — e o que sobrou são desertos verdes cobertos quase totalmente pelo mesmo tipo de vegetação, com baixíssima diversidade e reduzido interesse para o equilíbrio ambiental. É preciso, já de saída, fazer a diferença entre o bioma amazônico e uma coisa chamada Amazônia Legal. O “Bioma Amazônia” é a Amazônia de verdade, onde existe floresta de verdade. Tem 4,2 milhões de quilômetros quadrados e representa, muito simplesmente, a metade do território do Brasil. A “Amazônia Legal”, com 1 milhão de quilômetros quadrados a mais, é apenas uma ficção burocrática, nascida de manobras tributárias — e engloba um espaço geográfico muito maior que o da mata verdadeira para permitir que as áreas ali localizadas ganhem vantagens no pagamento de impostos.

Nas contas que correm o mundo, essa Amazônia de papel, com mais de 5 milhões de quilômetros quadrados e onde entra até o Pantanal, é a que vale. Obviamente, a “devastação” anotada ali é muito maior do que na floresta verdadeira. Como poderia ser diferente se os cálculos de “desmatamento” incluem regiões já cultivadas e utilizadas pela pecuária há mais de cinquenta anos? O que interessa mesmo, em termos de mata com árvore, galho e folha, é o Bioma Amazônia. Já estão preservados por lei 65% de toda a área ocupada por ele — não se pode mexer mais ali, nunca mais, mesmo porque boa parte disso são terras indígenas, parques nacionais, espaços do Exército. Esse mundo de floresta pode até crescer; diminuir não dá mais. A verdade, em suma, é que a vegetação nativa na Amazônia ocupa mais de 350 milhões de hectares — uma área em que caberiam dezessete países da Europa, do extremo norte da Suécia ao extremo sul da Itália, de Portugal à Polônia.

O verdadeiro problema, na verdade, é o exato contrário da visão vendida mundo afora. O Brasil tem floresta até demais — mas a sua capacidade de cuidar dela, e cumprir as leis que a protegem, é francamente miserável. O Estado não tem nem aviões-­bombeiros para apagar incêndios. Não consegue dar documentação aos mais de 500 000 pequenos proprietários de terras que vivem ali. Não é capaz de evitar o desmatamento ilegal. Não atende às necessidades sanitárias básicas de seus 25 milhões de habitantes. Eis aí o desastre real. Não há nenhuma necessidade de inventar desastres que não existem.

Blog Fatos - J R Guzzo - Veja

sábado, 23 de fevereiro de 2019

‘Hoje, o maior latifundiário do País é o índio’, diz Nabhan

Secretário especial de Assuntos Fundiários diz que governo terá de enfrentar ‘maldição de viés político e ideológico’

[fácil para índio se tornar maior latifundiário - com reservas de 50.000 hectares para doze índios, fica tudo fácil.

Veja aqui o absurdo: 50 mil hectares para 12 índios; significa 4.165hectares para cada índio = 4.165 campos de futebol para sob os cuidados de umúnico índio. Só no Brasil mesmo.

também aqui]

 O secretário especial de Assuntos Fundiários, Luiz Antonio Nabhan Garcia, afirmou ontem que o governo de Jair Bolsonaro precisa enfrentar uma espécie de “maldição de viés político e ideológico”, arraigada nas instituições, se não quiser fracassar. Nabhan citou como decisão ideológica a desapropriação de uma área de 500 mil hectares, em Mato Grosso, com base em estudo antropológico que indicava a presença de “seis a dez índios” no local.  [esse exemplo, fornecido pelo ministro, tornou os acima linkados obsoletos - afinal agora se trata de 50.000 hectares para cada índio - considerando dez índios.]
“Tem muita gente que critica o grande latifundiário, mas hoje o maior latifundiário do País é o índio”, disse ele ao Estado. Presidente licenciado da União Democrática Ruralista (UDR), amigo de Bolsonaro e responsável pela reforma agrária, Nabhan foi alvo de críticas, recentemente, por ter recusado pedidos de parlamentares para nomeações no Incra, mas afirmou não acreditar em retaliação no Congresso por causa de cargos. “Não pode haver essa picuinha entre Executivo, Legislativo e Judiciário”, argumentou. 

O governo decidiu reabrir nomeações do segundo escalão, que haviam sido suspensas após problemas no Incra. Como assegurar agora que essas indicações sejam técnicas?

Quando aceitei o convite para estar aqui à frente da secretaria, deixei claro que nunca fui político. Minha função aqui é tentar reverter, de forma técnica, o que há de pior nessas situações fundiárias, que foram resultado de governos anteriores. Havia aqui forte influência política e ideológica, principalmente no Incra.

Mas partidos que podem vir a compor a base aliada ameaçam votar contra propostas consideradas prioritárias para o ajuste fiscal, como a reforma da Previdência, se não conseguirem cargos. O sr. acha mesmo possível conter esse “toma lá, dá cá”?

A gente tenta conciliar as indicações políticas, porque os parlamentares fazem parte de todo esse processo. Nós dependemos do Congresso para as mudanças. Então, é evidente que precisamos ter uma boa relação. Mas as nomeações não podem ter um viés ideológico.

A reforma da Previdência também traz mudanças para o trabalhador do campo. Isso não pode forçar o êxodo rural?
Não. A proposta é muito boa e o País precisa ter uma política previdenciária que traga equilíbrio. Não dá para brincar com o cofre público. Há uma espécie de maldição de viés político e ideológico, que existe no Brasil há séculos, de interferir em um processo de administração do País. Isso é muito ruim e prejudicial. 

O sr. foi acusado de ter destratado deputados que estiveram aqui pedindo a revisão de exonerações de seus afilhados políticos no Incra. Como responde?
Eu aprendi a ter educação de berço e nunca destratei ninguém. É evidente que alguns parlamentares querem impor uma nomeação ou revogar alguma exoneração. Nós sabemos que existe um ranço muito retrógrado dentro do Incra, com nomeações feitas por governos que tinham até conivência com os próprios invasores de propriedades e relação muito harmônica com o MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra). Agora, vêm aqui dez, vinte parlamentares querendo indicar um nome para a superintendência do Incra. Nós só temos uma por Estado. Como atender? É impossível. Precisamos fazer uma avaliação técnica. Tenho humildade de dizer que não estou muito habituado com essa questão política. 

O governo vai nomear militares da reserva para superintendências do Incra?
Se eu tiver aqui um general, um coronel ou qualquer oficial que preencha todos os requisitos e as necessidades para ocupar um cargo à frente dessa gestão, que é técnica, não tenho nenhuma objeção. Ao contrário, tenho até uma admiração muito grande pelos militares e pela capacidade que têm. 

Deputados e senadores têm se queixado muito da articulação política do governo com o Congresso. Como melhorar isso?
Olha, um governo que tem 50 dias, que entrou agora e vê tantos vícios, com uma herança ruim que foi deixada, sempre tem coisas a aprimorar. Muito em breve haverá sintonia quase que perfeita entre o governo e o Congresso. Eu acompanhei o presidente Bolsonaro durante a campanha e sempre o vi com muita vontade de acertar. Agora, se o Legislativo e o Judiciário vão colaborar, é outro problema. Não pode haver essa picuinha entre Executivo, Legislativo e Judiciário.

A saída do ministro da Secretaria-Geral, Gustavo Bebianno, não terá impacto negativo nas negociações com o Congresso?
Acredito que não. Quando o casamento não dá mais certo, se promove uma separação. Não quero fazer crítica ao Bebianno, que, por sinal, é meu amigo. Mas só porque você casou e separou, passa a ser ruim? Claro que não. Se não deu certo, bola para frente.

Mas é que, nesse caso, houve uma queda de braço com o vereador Carlos Bolsonaro, filho do presidente. Os filhos dele estão interferindo muito no governo?
Não. Os filhos talvez não estejam habituados a essa situação. São coisas decorrentes de uma família muito ligada. Se houve falhas e equívocos, serão prontamente corrigidos. É aquela história: em briga de marido e mulher, não se mete a colher. Eu presenciei o Carlos Bolsonaro ajudando muito o pai na campanha. Então, isso é natural, as coisas vão se ajustando no decorrer do tempo. Agora, eu achei um desrespeito muito grande o vazamento daquela conversa íntima entre o Bebianno e o presidente.

O sr. defende uma revisão na demarcação de terras indígenas, como a Raposa Serra do Sol?
O que puder ser revertido na forma da lei, talvez a gente possa reverter. Não podemos permitir que um Estado fique quase 90% à mercê de políticas ideológicas. Há interferência ideológica no Executivo, no Legislativo e no Judiciário. Decisão judicial se respeita, mas, no meu entendimento, houve equívoco do Supremo Tribunal Federal na questão da Raposa Serra do Sol. Quer ver outro exemplo? Lá na Amazônia Legal, no noroeste de Mato Grosso, houve um laudo antropológico dizendo que existe a possibilidade de ter ali de seis a dez índios isolados. Aí vem o governo com toda aquela parafernália e decreta a desapropriação de 500 mil hectares. O que é isso? Tem muita gente que critica o grande latifundiário, mas hoje o maior latifundiário do País é o índio. Não podemos transformar o índio em megalatifundiário. 

E por que o Incra agora vai romper o diálogo com o MST?
Durante décadas, nós assistimos ao Incra ser comandado por invasores de propriedade, pelo MST e um emaranhado de siglas. A legislação determina que qualquer entidade de defesa de classe precisa ter personalidade jurídica e um estatuto, além de ata registrada em cartório. Aí, sim, se torna legal. Uma sigla vai lá, destrói, ateia fogo, faz vandalismo, terrorismo e fica por isso mesmo? Isso não é movimento social. Invasão é crime. Não podemos manter diálogo com foras da lei nem nos submeter a pressões. O MST ameaça desestabilizar toda a ordem e depois é recebido? Nós não podemos brincar e levar nesse deboche o dinheiro do contribuinte. 

O governo vai rever a política de reforma agrária? 
Sem dúvida. Fará uma revisão ampla, total e irrestrita. Não podemos compactuar com a indústria da invasão. Se o governo Bolsonaro ceder e entrar nesse viés político e ideológico, ele também estará fadado ao fracasso. E nós temos a convicção de que o presidente fará um governo com soluções administrativas. Há assentamentos que são favelas rurais. Se há propriedade rural improdutiva, que não cumpre função social, será desapropriada. Agora, o governo não encontra essas terras. É certo que existem entidades que querem fazer a reforma agrária dentro da lei. Não dá para ter mais a farra de algumas ONGs que estão ali com interesses escusos. 

 Política - O Estado de S. Paulo