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domingo, 25 de setembro de 2022

O taco de beisebol da velha imprensa - Revista Oeste

Ana Paula Henkel

O conglomerado oposição política histérica/STF/TSE/velha imprensa segue armando as guilhotinas necessárias para a imposição do silêncio geral  

 O sistema anda se estrebuchando. E não estou falando do velho e carcomido sistema político em Brasília que, desde 2018, vem demonstrandode maneira óbvia e vexaminosa que até hoje não aceitou o resultado das eleições presidenciais de 2018. 
O sistema de que falo é o conglomerado oposição política histérica/STF/TSE/velha imprensa. 
Cada um no seu quadrado, de maneira estratégica, mas juntos e misturados, seguem armando as guilhotinas necessárias para a imposição do silêncio geral. 
Além de povo na rua vocês querem falar também?

Diante da mais clara perda do monopólio da informação, já que produto ruim encalha mesmo, nesta semana, a parte da velha imprensa do conglomerado do antibolsonarismo psicótico partiu para mais um ataque. O alvo?  
A Jovem Pan, o programa Os Pingos nos Is e os jornalistas da emissora que vêm tirando o sono das concorrentes com os espetaculares números de audiência na TV, no YouTube e no rádio. 
Em mais uma jogada ensaiada — muito vista e já manjada aqui nos EUA — um veículo do conglomerado escreve um hit job, uma peça no melhor estilo “fontes disseram”, “há indícios” e “diz leitor”, para que um alvo seja atingido.
Em uma “pesquisa” publicada numa “matéria” e espalhada por uma “jornalista”, a encomenda do ataque à Jovem Pan que parece até ter saído de um certo jantar em Brasília quando senadores, ministros do STF e asseclas reclamaram do programa Os Pingos nos Is, dizendo que “era preciso dar um jeito naquela gente que anda falando demais!” — traz lamentações como: “O YouTube privilegia vídeos pró-Bolsonaro em recomendações aos usuários, diz estudo”. A choradeira continua: “Levantamento da UFRJ mostra que plataforma sugere mais conteúdos bolsonaristas publicados pela Jovem Pan; (…) o algoritmo do YouTube privilegia a Jovem Pan e vídeos a favor do presidente Jair Bolsonaro em suas recomendações, indica um estudo da UFRJ; (…) Em levantamento, os canais da Jovem Pan foram indicados 14 vezes mais na página inicial do YouTube com um ou mais vídeos sugeridos. O mais recomendado aos usuários foi a participação de Jair Bolsonaro no programa Pânico no dia 26 de agosto”.  
O programa teve mais de 600 mil acessos ao vivo e menos de 24 horas após sua transmissão já havia mais de 3 milhões de visualizações.

Os missionários do bom ladrão
A acusação contra o YouTube é que a plataforma estaria empurrando propositalmente conteúdo que possa beneficiar o presidente Jair Bolsonaro. 
Agora vejam vocês o horror: uma plataforma que monetiza com seus anúncios recomendar os vídeos que são mais assistidos.
Vídeos que milhões de pessoas acessaram e em que deixaram a marca de que o conteúdo é relevante. A turma que não tem mais relevância, que fala apenas para uma bolha isolada de narcisistas que se lambem 24 horas por dia sem ter o menor contato com a realidade, com o povo e com as mazelas do nosso país, agora quer guilhotinar quem está em contato com o quede fato — importa para o Brasil, e não para uma casta de ungidos da elite política.
 
Os missionários do bom ladrão (by Guilherme Fiuza) estão chateados que a Jovem Pan que, diga-se de passagem, tem em seu quadro jornalistas e comentaristas de todos os lados do espectro político-ideológico — agora encabeça a liderança no campo das notícias, deixando inclusive os antigos campeões de audiência no retrovisor durante boa parte do dia. 
A Jovem Pan caiu nas graças do povo por não compactuar com tanta baboseira dita nos outros canais. A convivência promíscua de políticos/STF/TSE/velha imprensa, que sempre usaram e abusaram de soberba e pedantismo, agora tem de encarar uma receita simples, mas fatal para o seu antigo monopólio da informação: o compromisso com a audiência em relatar o que os nossos olhos estão vendo, sem subestimar a inteligência de quem está do outro lado da tela ou do rádio.
Guilherme Fiuza, no programa Os Pingos nos Is | Foto: Reprodução

No programa Os Pingos nos Is, do qual faço parte com imensa honra, gratidão e orgulho, não há feitiçaria política, promessas fajutas, nem tapinhas na cara — há apenas a verdade. Verdades que eram proibidas de serem ditas: STF aparelhado e ativista, exposição de perseguições pessoais por parte de ministros do Supremo e suas abjetas inconstitucionalidades, mentiras propagadas pelos togados como “o brasileiro quer a volta da cédula de papel nas eleições”, questionamentos pertinentes sobre integridade eleitoral, vacinas, tratamentos, números da economia, e todas as mentiras e mais mentiras de um ex-presidiário que quase destruiu o Brasil nuas e cruas.

Mas o ódio que os falsos democratas têm — ódio mesmo, bem intenso “a là Marilena Chaui” — é que, além de nunca termos normalizado uma candidatura fake de um corrupto de estimação, também não fazemos parte da imprensa de necrotério e noticiamos as boas ações do atual governo. Já tecemos críticas e pontos que podem ser melhorados no futuro, mas nunca com o intuito de afundar o barco em que todos nós estamos. Não somos pica-paus

Brasil decolando economicamente de maneira ímpar e perante um mundo que está sofrendo com altos índices inflacionários e recessões — como os EUA, por exemplo; taxas elevadas de emprego, várias áreas apresentando crescimentos significativos devido ao excelente solo para investimento estrangeiro preparado pelo ministro Paulo Guedes; povo nas ruas pedindo respeito à Constituição, adquirindo liberdade social, econômica, intelectual… Pensando bem, quando as Cassandras pedem que nosso conteúdo tenha um aviso de conteúdo sensível, eles têm razão: 
- não há censor jacobino irrelevante que aguente ver a caravana passar sem se importar com o tilintar das guilhotinas. Parem os algoritmos! O país está despiorando.

Uma trágica heroína shakespeariana
O que tentaram fazer com a Jovem Pan nesta semana, trouxe a lembrança de um episódio famoso no esporte olímpico. Em 6 de janeiro de 1994, a poucos meses da Olimpíada de Inverno da Noruega, o mundo acompanhou pela TV o que se tornaria um dos maiores escândalos esportivos da história. O incidente envolveu as duas maiores patinadoras dos EUA da época: Nancy Kerrigan e Tonya Harding. Kerrigan foi atacada com um bastão de madeira como um taco de beisebol após um treino em Detroit, Michigan, e quase ficou de fora do Jogos Olímpicos daquele ano.

Em 1991, três anos antes dos Jogos, Tonya Harding havia vencido Nancy Kerrigan no Campeonato de Patinação Artística Americano. No mesmo ano, ela triunfou novamente, ganhando a prata no Campeonato Mundial na Alemanha. Apesar de Tonya parecer mais forte naquele momento, as duas patinadoras eram conhecidas rivais técnicas e tinham looks, estilos e personalidades diferentes. Enquanto Nancy era elegante no gelo, Tonya era durona. Enquanto Nancy conquistava o público e patrocinadores com seu carisma, boa educação e boa atuação no gelo, Tonya não recebia da audiência o mesmo carinho e atenção, apesar da capacidade atlética. Kerrigan tinha elegância. Harding tinha agressividade. A rivalidade das duas patinadoras também foi lançada por muitos na época como a já exaurida batalha de classes marxista: “a riqueza de Kerrigan” contra a “pobreza de Harding”.

No programa Os Pingos nos Is não há feitiçaria política, promessas fajutas, nem tapinhas na cara — há apenas a verdade

 (...)
 
Com Nancy fora de ação, Tonya ficou em primeiro lugar no Campeonato em Detroit, mas não pôde aproveitar a glória por muito tempo, já que o FBI não demorou muito para chegar ao mandante do ataque, Jeff Gillooly, marido de Harding.

Em 1º de fevereiro de 1994, Jeff concordou em testemunhar contra Tonya em troca de um acordo com a Justiça enquanto a patinadora se juntava à sua rival nos Jogos Olímpicos de Inverno de Lillehammer, na Noruega, onde ambas competiram. O frenesi da mídia em torno do casal se intensificou, mas Tonya continuava a negar qualquer envolvimento no incidente, afirmando que não tinha conhecimento de nenhum detalhe sobre o plano para atacar Nancy.

(...)

Com uma pilha de provas contra Tonya, ela se declarou oficialmente culpada de participação no ataque, recebeu a pena de três anos em liberdade condicional e foi multada em US$160 mil dólares. Alguns meses depois, seu título de campeã nacional de 1994 foi revogado e ela foi banida da Federação Americana de Patinação para sempre. Com exceção de Harding, todos os outros envolvidos no ataque de Kerrigan, seu marido e os homens que executaram o ataque e a fuga, cumpriram pena de prisão.

(...)

Inveja, nunca
Olavo de Carvalho costumava dizer que a gente confessa ódio, humilhação, medo, tristeza, cobiça. Mas não inveja. “Inveja, nunca”, ele dizia. “A inveja admitida se anularia no ato, transmutando-se em competição franca ou em desistência resignada. A inveja é o único sentimento que se alimenta de sua própria ocultação”, disse o professor.

Para as Tonyas, Veras e Mônicas espalhadas por aí, a meritocracia, a justiça e a democracia só são perfeitas sem a presença do outro, que, irritantemente, insiste em incomodar com trabalho duro, comprometimento com a verdade e com a realidade que nossos olhos veem.

Há uma frase de Winston Churchill muito boa para a ocasião: “Você tem algum inimigo? Bom. Isso significa que você já lutou por algo em algum momento de sua vida”. Na Jovem Pan e aqui, em nossa querida Revista Oeste, seguimos juntos de vocês e com a certeza de que estamos com soldados que dividem as mesmas trincheiras, que defendem os mesmos princípios e com a mesma assembleia de vozes, como Churchill. Talvez se Churchill fosse mineiro, ele diria que juntos somos como massa de bolo; quanto mais batem, mais crescemos.

Então depois de cuscuz, vamos de bolo. Servidos?

Leia também “A receita de Ku Klux Klan”

Ana Paula Henkel, colunista - Revista Oeste 



quinta-feira, 22 de setembro de 2022

Biden volta a se perder em palco depois de discursar

É a quarta vez, em apenas duas semanas, que a cena se repete 

Joe Biden voltou a se perder depois de discursar

 Joe Biden voltou a se perder depois de discursar | Foto: Reprodução/Twitter

O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, se perdeu depois de discursar na Sétima Conferência de Reabastecimento do Fundo Global, realizada na quarta-feira 21. É a quarta vez, apenas duas semanas, que a cena se repete.

Na semana passada, Biden se perdeu depois de discursar na 45ª Gala Anual do Congressional Hispanic Caucus Institute, em Washington DC.

No início da semana, Biden se perdeu no palco de um show de carros em Detroit.

Antes disso, o democrata se perdeu, depois de dizer a pacientes com câncer para não pularem de uma varanda.

A mão invisível de Biden

No mês passado, depois de ouvir um discurso do líder da maioria no Senado, Chuck Schumer, o democrata cumprimentou o orador e, segundos depois, estendeu a mão novamente para saudá-lo.

Não foi a primeira vez que o presidente dos EUA protagonizou uma cena que envolve aperto de mãos. Em abril, depois de discursar na Universidade Estadual Agrícola e Técnica da Carolina do Norte, o democrata desceu do púlpito, virou-se para o lado direito e estendeu a mão, como para cumprimentar uma pessoa. Mas não havia ninguém ali.

Em julho, depois de um discurso em Tel-Aviv, Israel, o presidente norte-americano repetiu a dose.

Redação -  Revista Oeste

 


sexta-feira, 17 de junho de 2022

Joe Biden, o sindicalista insano - Rodrigo Constantino

Gazeta do Povo

A taxa de aprovação do governo Joe Biden beira os 30%, uma das menores da história. Não é por acaso. Biden já é o pior presidente americano, pior até do que Jimmy Carter.  
Sua geopolítica é um fiasco total, com a saída atabalhoada do Afeganistão e a guerra da Rússia contra a Ucrânia. E sua gestão econômica é um desastre.

Joe Biden, o sindicalista insano

A inflação bate recordes e é a mais alta em quarenta anos. 
 Diante deste preocupante quadro, o que faz o presidente americano? Resolve enaltecer os sindicatos e ameaçar as grandes empresas com aumento de impostos! 
É a receita perfeita para quem quer mesmo um desastre.

Biden fez um discurso esta semana para sindicalistas, afirmando que os sindicatos são a raiz da classe média americana. Para Biden, não foi Wall Street que construiu a nação, mas sim a classe média que, por sua vez, foi criada graças aos sindicatos. Nada mais longe da verdade!

Se Biden quer ver o resultado de um país mais sindicalizado, ele poderia começar pelo Brasil. Em nosso país, os sindicatos possuem o poder que Biden gostaria de ver nos Estados Unidos, enquanto o mercado de capitais, ao contrário, é bem menos desenvolvido. Em meio a uma crise preocupante, Biden resolve declarar guerra aos negócios e ao livre mercado! "O poder sindical é essencialmente o poder de privar alguém de trabalhar pelo salário que uma pessoa estaria disposta a aceitar", disse o austríaco Friedrich von Hayek, Prêmio Nobel de Economia. Sindicatos criam reservas de mercado que punem os trabalhadores e geram alta de preços. Não por acaso cada vez menos trabalhadores são sindicalizados na América.

A economia de mercado pode ser descrita também como a democracia dos consumidores. Os empreendedores e capitalistas não são autocratas que determinam o que deve ser produzido independentemente da demanda. Eles estão sujeitos à soberania dos consumidores. São estes que, em última instância, decidem quais produtos serão os vencedores no mercado. Os sindicalistas gostariam de mudar isso, transformando tudo numa “democracia dos produtores”. A ideia é enganosa, como define Mises em Ação humana, já que o propósito da produção é o sempre o consumo.

O que mais incomoda os sindicalistas no sistema capitalista é sua suposta frieza na busca pelo lucro. Mas o que eles ignoram é que essa busca é precisamente o que garante a supremacia dos consumidores. Sob a competição do livre mercado, os empresários são forçados a melhorar suas técnicas e oferecer os melhores produtos pelos menores preços. Por isso eles são levados a pagar somente o salário de mercado, ou seja, aquele decorrente da produtividade do trabalhador, sujeito às leis da oferta e demanda. Se um trabalhador pede aumento porque sua mulher teve mais um filho, e seu empregador nega alegando que o nascimento do filho em nada acrescenta à produtividade da empresa, ele age em função dos melhores interesses de seus consumidores.

Afinal, esses consumidores não estão dispostos a pagar mais pelo produto porque o trabalhador aumentou sua família. 
A ingenuidade dos sindicalistas se manifesta no fato de que eles mesmos nunca aceitariam o mesmo argumento na compra dos produtos que eles consomem. 
O sindicalista enquanto consumidor não questiona nas lojas se o bem foi produzido por empregados com poucos ou muitos filhos. 
Ele quer o melhor produto pelo menor preço. 
E quando ele exerce essa escolha, ele próprio está definindo como o empregador deve agir, sempre mantendo o menor custo possível, o que abarca um salário de acordo apenas com o valor agregado pelo trabalhador.

Uma característica presente na mentalidade sindicalista é o foco no curto prazo. Para os sindicalistas, a empresa tem um lucro que pode ser dividido entre seus empregados. A função de empresário é vista como sem valor, uma “exploração” que permite a apropriação indevida damais-valia”. O sindicalista ignora completamente o fato de que as condições de mercado estão em constante mudança e decisões fundamentais, que podem selar o destino da empresa, precisam ser tomadas diariamente. A visão sindicalista é estacionária. Portanto, o sindicalismo ignora os problemas essenciais do empreendedorismo, como a alocação de capital entre os diferentes setores, a expansão de indústrias já existentes, o desenvolvimento tecnológico etc. Tudo é tomado como certo pelos sindicalistas, que desejam apenas uma divisão diferente daquilo já existente. Como Mises conclui, não seria injusto chamar o sindicalismo de uma filosofia econômica de pessoas com visão limitada.

A essência das políticas sindicais é sempre garantir privilégios para um grupo minoritário à custa da imensa maioria. 
O resultado invariavelmente será reduzir o bem-estar geral. 
Os sindicatos tentam criar barreiras contra a competição entre trabalhadores, com o objetivo de garantir privilégios para aqueles já empregados. 
Quando esses obstáculos são erguidos (como salário mínimo, necessidade de diplomas, restrições de horas trabalhadas e inúmeras outras regalias), o que os sindicatos fazem é dificultar a entrada de novos trabalhadores, que poderiam aceitar condições menos favorecidas. O resultado prático disso é maior desemprego na economia, assim como preços mais altos para os consumidores.

Ninguém precisa defender as ideias sindicalistas, muitas vezes impregnadas de violência, para se sensibilizar com as condições dos trabalhadores pobres. Na verdade, pode ser exatamente o contrário. A melhor garantia que esses trabalhadores têm para mudar de vida está no sistema capitalista de livre mercado. Com o foco nos consumidores, os empresários terão que investir em tecnologias que aumentam a produtividade do trabalho. Os salários terão aumento relativo aos preços dos produtos finais, lembrando que todos são consumidores. Os empresários no capitalismo desejam atender às demandas das massas, pois somente assim terão expressivos ganhos de escala. Os produtos de luxo serão sempre mais limitados, voltados para um público menor que aceita pagar bem mais caro.

Por isso os trabalhadores de países capitalistas desfrutam de condições bem melhores que aquelas encontradas em países socialistas.
Não adianta achar que imposições legais vão melhorar a vida dos trabalhadores. A solução para isso não está no decreto estatal, mas sim no próprio progresso capitalista. Foi ele que permitiu o acesso dos trabalhadores a diversos produtos que aumentam o conforto de maneira impensável mesmo para aristocratas do passado.

Diante dessa breve explanação, fica mais claro a insanidade da gestão econômica de Biden, o sindicalista. O presidente afirma que os sindicatos fizeram a América, ignorando que foram os sindicatos, por exemplo, que destruíram a então potente indústria automotiva no país. Quer ver as "maravilhas" do sindicalismo, então basta observar o que aconteceu com Detroit. 

Se alguém quer destruir os Estados Unidos, então basta fazer exatamente o que Biden tem proposto: punir quem gera riqueza e enaltecer quem quer apenas se apropriar da riqueza criada. 

Rodrigo Constantino, colunista - Gazeta do Povo - VOZES


sábado, 15 de janeiro de 2022

Licença para matar - Revista Oeste

Gabriel de Arruda Castro

Um dos pontos de inflexão na taxa de homicídios nos Estados Unidos parece ter acontecido logo depois da morte de George Floyd durante uma abordagem policial desastrada 

 
Ilustração: Revista Oeste/Shutterstock

Eram 23h54 de um sábado, 4 de setembro de 2021, e o jovem João Pedro Elisei Marchezani, de 23 anos, estava no banco de trás de um Hyundai Sonata, ao lado da namorada. Ambos pegavam carona com um casal de amigos. De repente, João Pedro foi surpreendido por um homem que desceu de uma motocicleta e atirou em sua direção oito vezes. Um disparo atingiu a cabeça do rapaz. Seria mais uma vítima do crime no Brasil, não fosse por um detalhe: o brasileiro João Pedro estava em Chicago, a mais de 8 mil quilômetros de distância da terra natal.

João Pedro sobreviveu e agora tenta superar as graves sequelas do crime. Quatro meses depois, a polícia ainda não conseguiu prender o responsável pela tentativa de assassinato — nem entender completamente a motivação do ataque. A suspeita é que o autor dos disparos seja membro de uma gangue.

O episódio está longe de ser uma exceção
Estatisticamente, os moradores de São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Cuiabá, Campo Grande e Belém estão mais seguros do que os de Chicago, Filadélfia, Atlanta, Washington e Detroit. Pelo menos quando o critério é a taxa de homicídios, algumas das maiores cidades dos Estados Unidos têm hoje uma situação muito pior do que as de muitas metrópoles brasileiras.

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Embora diversas cidades americanas já viessem sendo afetadas por um crescimento da violência, de 2020 para cá houve um aumento agudo e generalizado. Foi o maior salto no índice de homicídios em quase 60 anos, segundo o FBI. Um crescimento de 29%, na comparação com 2019. Ao que tudo indica, 2021 foi ainda pior. Nos últimos três anos, o aumento foi de 28% em Chicago, 52% em Nova Iorque, 52% em Los Angeles, 58% na Filadélfia, 64% em Atlanta e 71% em Houston. Em Mineápolis, o total de pessoas assassinadas dobrou em apenas dois anos.

Em comum, as cidades da lista têm um governo comandado por membros do Partido Democrata, que recentemente adotou uma agenda hostil à polícia e abandonou métodos que, nas décadas anteriores, se haviam demonstrado eficazes no combate ao crime. Nos Estados Unidos, as polícias são comandadas pelo governo local (cidade e condado), ao contrário do Brasil, onde o governo estadual é o responsável. Com isso, mesmo em Estados mais conservadores, as grandes cidades por vezes adotam políticas chamadas de progressistas no campo da segurança pública. A “tolerância zero”, por exemplo, ficou no passado — superada por abordagens que priorizam a “justiça social” e o combate ao “racismo estrutural”.

A pressão da esquerda prejudicou a polícia
Um dos pontos de inflexão na taxa de homicídios nos Estados Unidos parece ter acontecido logo após um episódio trágico. Em 2020, depois da morte de George Floyd durante uma abordagem policial desastrada na cidade americana de Mineápolis, formou-se uma onda de protestos no país comandados por organizações como o Black Lives Matter, um grupo radical de esquerda. Dentre as pautas, estava a redução do orçamento das polícias e a adoção de novas regras para evitar o que, na visão deles, era uma política discriminatória contra os negros. Na maior parte das cidades, eles foram bem-sucedidos em suas reivindicações. Pressionadas, prefeituras e assembleias locais cederam: reduziram os fundos para a polícia (para aplicá-lo em “serviços sociais”) e aprovaram normas que incluem treinamentos sobre minorias étnicas e reduzem o poder do policial de abordar pessoas suspeitas sem um mandado. Em algumas cidades, como Denver, a polícia passou a ser impedida de atuar em escolas públicas.

A primeira da lista a cortar significativamente o orçamento da polícia foi Mineápolis. Também foi a primeira a recuar. Meses depois de eliminar US$ 8 milhões do valor previsto para a polícia local, o Conselho Municipal (equivalente à Câmara de Vereadores) decidiu enviar US$ 6,4 milhões para financiar a corporação. Em Nova Iorque, algo parecido aconteceu. Ainda assim, o recuo foi apenas parcial. As políticas progressistas continuam em vigor. E os resultados são evidentes.

Na avaliação de George Felipe Dantas, consultor em segurança e doutor pela Universidade George Washington, na capital americana, a pandemia se juntou a outros fatores para trazer uma “tempestade perfeita”. Mas as políticas públicas são uma parte importante da equação. “Sem nenhuma ideologia influenciando minha fala, os republicanos são conhecidos pelo endurecimento em questões de lei e ordem, e os democratas, muito sensíveis a esses grupos minoritários que têm uma voz desproporcional na política americana”, diz Dantas.

Quem é pego na Califórnia levando até US$ 950 em produtos precisa assinar um termo de responsabilização, mas não vai para a cadeia

Coincidência ou não, uma das poucas cidades a ter um bom resultado em 2021 é comandada por um republicano. Administrada por Francis Suarez, que resistiu à pressão de movimentos à esquerda, Miami contabilizou uma redução de 15% no número de homicídios, em comparação com 2021, apesar de ter registrado alta no ano anterior. Para Dantas, entretanto, a variação nos números pede cautela, já que é muito recente. “A gente precisa ver, no longo prazo, se esse não é um fenômeno sazonal ou algo temporário”, afirmou.

Combinação de fatores
Michael Parker, consultor de segurança e ex-comandante na Polícia de Los Angeles, explicou a Oeste que o salto na criminalidade desde 2020 se deve a uma conjunção de fatores. Com a pandemia, muitas cidades passaram a prender menos criminosos. Usando a justificativa de que as prisões não podiam abrigar mais presos devido aos protocolos sanitários, o equivalente local do Ministério Público passou a adotar posturas mais lenientes e parou de encarcerar alguns tipos de criminosos. Além disso, sob o mesmo pretexto, algumas das grandes cidades libertaram presos considerados de menor periculosidade antes do cumprimento da pena. Em Nova Iorque, 1.500 detentos (um em cada quatro) ganharam as ruas.

O aumento na criminalidade também tem causas mais profundas. Um número cada vez maior de pessoas (ao menos nas regiões ditas “progressistas”) parece acreditar que não prender criminosos é melhor do que alimentar um sistema que eles veem como discriminatório contra negros. Um exemplo é o que aconteceu na Califórnia. Em 2014, a população local aprovou, em referendo, uma regra que tornou muito mais brandas as penas para furto. Quem é pego levando até US$ 950 em produtos é conduzido à delegacia e precisa assinar um termo de responsabilização, mas não vai para a cadeia — independentemente de quantas vezes cometer o mesmo crime. “Alguns grupos de 20 ou 30 pessoas que vão juntos a uma loja, todo mundo furta o que consegue e vai embora, porque eles sabem que, se o valor ficar abaixo de US$ 950, é apenas uma contravenção”, diz Parker.

As restrições crescentes desmotivaram os próprios policiais, e um número cada vez maior deles tem decidido deixar a função para atuar na iniciativa privada. Para piorar, a obrigatoriedade da vacina aumentou a crise. Em Chicago, até que um juiz suspendesse a regra, cerca de um terço dos policiais havia se recusado a cumprir a exigência. Outros simplesmente se demitiram.

Tolerância zero
Lá se vão 28 anos desde que a prefeitura de Nova Iorque, então sob o comando do republicano Rudolph Giuliani, implementou um bem-sucedido programa de combate ao crime, que se tornou exemplo internacional. Baseado no princípio da “tolerância zero”, o modelo se baseava em um preceito simples: a tolerância com pequenos crimes aumenta a ocorrência de crimes graves. A partir de 1994, a taxa de homicídios da cidade caiu 80% em uma década.

Mas, conforme a militância mais radical à esquerda ganhava espaço, alguns dos pressupostos básicos foram contestados — e até mesmo derrubados por decisões judiciais. A política de stop and frisk (revistar pessoas que os policiais acreditavam estar em atitude suspeita) foi seriamente limitada. Agora, é preciso ter um indício palpável de que aquela pessoa está infringindo a lei. A pregação contra o “encarceramento em massa” também se tornou mais popular, e o rigor no combate a crimes considerados menores (como a pichação e o porte de drogas) também se desfez. “Os criminosos, os membros de gangues acham que tudo isso é uma grande piada”, diz Michael Parker. “Eles interpretam isso como uma autorização para cometer quantos crimes quiserem.” Talvez soe familiar ao leitor brasileiro.

Leia também “Uma eleição para muitos anos”

 Gabriel de Arruda Castro, colunista - Revista Oeste

 

quinta-feira, 14 de janeiro de 2021

A desistência da Ford - O Estado de S. Paulo

Celso Ming

As condições para esse desfecho vêm do excessivo protecionismo, da incapacidade de competir no mercado internacional e do alto custo Brasil

fechamento das três fábricas da montadora americana Ford, depois de mais de cem anos de presença no Brasil, é um Boeing que despenca. Outros desastres o precederam. Em outubro do ano passado, a mesma Ford fechou a fábrica de caminhões de São Bernardo do Campo. E, em dezembro, a alemã Mercedes-Benz encerrou as atividades de sua montadora de automóveis em Iracemápolis, interior de São Paulo.

A indústria automobilística do Brasil sofre ainda mais do mesmo mal de que sofrem as montadoras dos Estados Unidos. Ficaram para trás em tecnologia, enfrentam custos excessivos, são mal administradas e dependem demais do balão de oxigênio fornecido pelos governos.

Já em 1990, o então presidente Collor se referia ao setor no Brasil como “produtores de carroças”. Bolsonaro agora está dizendo que a Ford quer tetas por onde se dependurar. Pelas contas do Ministério da Economia, em dez anos, as montadoras do Brasil foram alimentadas pelo governo federal em nada menos que R$ 43,7 bilhões. A essa conta precisam ser acrescentados outros favores velhos de guerra: isenções e créditos de ICMS, doações em terrenos e infraestrutura, proteção alfandegária, acordos comerciais que atuam como reservas de mercado...

Vejam o que o ex-presidente dos Estados Unidos Barack Obama escreveu no seu último livro (Uma terra prometida) sobre as matrizes das montadoras lá instaladas: “O mal que aflige as três principais fabricantes americanas de automóveis (Ford, GM e Chrysler) é má administração, produtos medíocres, concorrência estrangeira, planos de aposentadoria com mais passivos do que ativos, custos altíssimos com saúde, dependência excessiva na venda de SUVs, com alta margem de lucro e grande consumo de gasolina”. 

E não para por aí. Lá pelas tantas, deixa escapar um curto lamento: “Não consigo entender por que é que Detroit (capital da indústria de veículos nos Estados Unidos) não consegue produzir um maldito Corolla”. Se a situação por lá é essa, o que não dizer das filiais brasileiras?

Essas e outras razões explicam por que uma única montadora moderna, a Tesla, dos Estados Unidos, que só vendeu 500 mil carros elétricos em 2020, tem um valor de mercado superior ao de todas as montadoras do mundo reunidas, cálculo que inclui a japonesa Toyota, a sul-coreana Hyundai e também as três tradicionais americanas que se dedicam à tecnologia convencional de carro a combustão.

Não é a queda do consumo em consequência da covid-19 nem a concorrência agressiva dos modelos japoneses, chineses e sul-coreanos que derrubaram a Ford no Brasil. Esse é um enfarte programado há anos e que não vai parar apenas nesse caso. É de uma inutilidade atroz o que disse o vice-presidente Hamilton Mourão: que a Ford poderia esperar um pouco mais para tomar essa decisão. É pretender que a agonia seja prolongada. 

Tem razão o governador da BahiaRui Costa (PT), quando afirma que o Brasil está virando um fazendão, querendo com isso advertir que a indústria de transformação, e não só a de veículos, está ameaçada. Costa culpa a política industrial dos últimos cinco anos, querendo disso isentar o período petista no governo. Mas as condições para esse desfecho vêm de há mais tempo. Vêm do excessivo protecionismo, da incapacidade de competir no mercado internacional e, também, do alto custo Brasil: do sistema tributário escorchante, da infraestrutura insuficiente em rápido processo de sucateamento.

Se o diagnóstico é esse, o que teria de vir em seguida é claro. É preciso rumo. O País precisa saber o que quer. Se quer continuar a ter uma indústria que vive de espasmos graças a favores fiscais (estratégia que se mostrou fracassada); ou se quer uma indústria competitiva, capitalizada e independente. E têm de vir as reformas e a construção de um ambiente saudável, e não a artificialidade que está aí.

Celso Ming, colunista - O Estado de S. Paulo


domingo, 16 de agosto de 2020

Nos deixem fora dessa - Nas entrelinhas

“Na guerra de fake news, atribuir as mais de 100 mil mortes por covid-19 a um falso “genocídio comunista chinês” reproduz uma mentalidade reacionária, xenófoba e racista”

No seu livro Sobre a China (Objetiva), de 2011, Henry Kissinger analisa a história, a diplomacia e a estratégia chinesas na cena mundial. Artífice da reaproximação entre os Estados Unidos e o “Império do Meio”, durante o governo de Richard Nixon, Kissinger realizou mais de 50 visitas a Pequim e a diversas províncias chinesas, encontrando-se com as principais lideranças que antecederam Xi Jinping, o atual presidente chinês: Mao Zedong, Zhou Enlai e Deng Xiaoping. O ex-secretário de Estado norte-americano previu que a China e os Estados Unidos — uma potência continental e uma potência marítima — travariam uma longa disputa pelo controle do comércio mundial, cujo eixo se deslocara do Atlântico pelo Pacífico. Até aí, nada demais. A coisa fica perturbadora quando ele mostra que essa disputa reproduziria o embate entre a Inglaterra, uma potência marítima, e a Alemanha, uma potência continental, pelo controle do comércio no Atlântico, o que provocou duas guerras mundiais no século passado. 
Quais seriam a forma e desfecho desse embate entre os Estados Unidos e a China?

A resposta começou a ser dada em fevereiro de 2012, com um anúncio da Chrysler, no intervalo da Superbowl, a final do campeonato de futebol americano: “As pessoas estão sem emprego e sofrendo… Detroit mostra-nos que dá para sair dessa. Este país não pode ser derrubado com um soco”. Começava ali a guerra comercial entre os Estados Unidos e a China que agora estamos assistindo. A Chrysler traduzia o sentimento de milhões de norte-americanos que responsabilizavam a China pela perda de seus empregos. A empresa evocava o patriotismo ao dizer que comprar seus carros salvaria os americanos. Colou a tal ponto que a tese embalou a eleição de Donald Trump em 2016.

O anúncio fora visto por 111 milhões de pessoas, o que popularizou uma discussão que, na verdade, havia sido iniciada em 2005, por Ben Bernanke, então presidente do Federal Reserve (Fed), o banco central dos Estados Unidos, e que ganhara força depois da crise financeira de 2008. O que dizia Bernanke? O deficit da balança de pagamentos dos Estados Unidos havia subido bruscamente no final dos anos 1990, atingindo US$ 640 bilhões, ou seja, 5,5% do PIB em 2004. A poupança interna também havia caído 16,5% do PIB desde 1996. O deficit só poderia ter sido financiado por investimentos estrangeiros. Para Bernanke, havia uma “fartura de poupança mundial” e os chineses, com um tremendo superavit comercial com os Estados Unidos, não estavam investindo nem comprando produtos norte-americanos, estavam aplicando os ganhos em poupança e reservas de moedas.

A pandemia
Bernanke citava outras causas, como o aumento do preço do petróleo e os “fundos de reservas” dos países para se prevenir em relação a crises, mas os chineses eram apontados como os grandes vilões. Na verdade, os americanos aproveitavam a fartura de crédito e se endividavam numa bolha imobiliária. A crise provocada pela falência do Lehman Brothers, porém, parecia corroborar a tese do então presidente do Fed: “Os superavits em conta-corrente da China foram usados quase todos para adquirir ativos dos EUA, mais de 80% deles em títulos do tesouro e de agências muito seguros”, dizia o ex-presidente do Fed. Muitos economistas contestaram a tese, culpar os chineses era uma desculpa para o próprio fracasso. A desregulamentação exagerada do sistema financeiro e a especulação no imobiliário norte-americano foram as principais causas da crise de 2008. A existência da tal “fartura de poupança” também é um mito. Entretanto, a narrativa está aí até hoje e ocupa o centro da campanha de reeleição de Trump, que, agora, também culpa os chineses pela pandemia de covid-19, que chama de “gripe chinesa”.

[EXCELENTE MATÉRIA, compatível com a competência de quem a escreveu.
Nos parece, que o único caminho, de qualquer leitor, é concordar  do título à última palavra do último parágrafo.

Alguns comentários:
- Trump é um bom aliado para relações que não impliquem em dependência - se necessário ele não vacilará em usar a diplomacia do 'big stick' contra qualquer aliado ou admirador.
- Com os chineses o ideal é privilegiar o aspecto comercial do relacionamento. Nos parece que no subtítulo não cabe a classificação racista - ser racista com um parceiro comercial com mais de 1.000.000.000 de bocas não é muito inteligente para quem depende da venda de produtos do agronegócio.
Se tornou regra, desde a implantação quase  total do 'politicamente correto (se é político não pode ser correto) considerar racismo qualquer ato que contrarie à busca de privilégios por determinadas classes.

Aproveitando o excelente conselho dado no fecho da matéria, entendemos que não há o que temer contra um 'boicote' aos produtos brasileiros - inventado pelos inimigos do Brasil e por nações interesseiras e divulgado por ONGs alugadas.
A população dos países ricos terá mais dificuldade em suportar a falta de alimentos do que a dos países pobres.
 Mas, eventuais 'boicotadores' terão que alimentar seus habitantes. Invadir o Brasil para 'confiscar' produtos agrícolas é inviável militarmente. 
Infelizmente, não somos uma potência nuclear e alguns pretensos boicotadores são. Só que armas  nucleares nada valem - quando alimentos estarão, ainda que por via indireta, entre seus alvos.]

No Brasil, essa discussão também é pautada por interesses políticos, pois é uma forma de transferir responsabilidades e encontrar um bode expiatório para a pandemia. Na guerra de fake news, atribuir as mais de 100 mil mortes por covid-19 a um falso “genocídio comunista chinês” reproduz uma mentalidade reacionária, xenófoba e racista. Além disso, essa retórica pode trazer péssimas consequências para a economia brasileira, haja vista que o nosso principal parceiro comercial é a China e não os Estados Unidos, potência com a qual o presidente Jair Bolsonaro estabeleceu um alinhamento automático na nossa política externa. Bastou as autoridades sanitárias chinesas anunciarem a presença do vírus da covid-19 num lote de asas de frango congeladas exportado por um frigorífico brasileiro para que as Filipinas, um parceiro comercial importante, suspendessem as importações de frango do Brasil. Ou seja, melhor fazer o dever de casa e ficar fora dessa briga.

Nas Entrelinhas - Luiz Carlos Azedo, jornalista - Correio Braziliense


quarta-feira, 21 de fevereiro de 2018

Bancos americanos negam empréstimos para negros e latinos, mesmo contra a lei

Bancos americanos negaram mais empréstimos a negros do que a brancos para a compra da casa própria 

Manifestações violentas de grupos de extrema-direita e de supremacistas brancos em cidades como Charlottesville, na Virgínia, no ano passado, levaram a Organização das Nações Unidas (ONU) a fazer um alerta sobre o recrudescimento de uma onda de racismo nos Estados Unidos. Nas ruas isso pode ser visível. Mas as formas invisíveis são tão danosas quanto. Divulgada na semana passada, uma investigação dos jornalistas Aaron Glantz e Emmanuel Martinez na Reveal, uma publicação do The Center for Investigative Reporting, organização de jornalismo investigativo sem fins lucrativos, expôs o racismo em sua face financeira. Um levantamento feito com dados de 2015 e 2016, ainda durante o governo do presidente Barack Obama, mostra que negros e latinos recebiam mais respostas negativas do que brancos em pedidos de empréstimos feitos a bancos para compra da casa própria pelo sistema de hipoteca. Nessa modalidade, o imóvel é dado como garantia do empréstimo, o que reduz o risco de calote.




NÃO, DESCULPE
Fachada do banco Santander, em Filadélfia. Após meses, o banco negou empréstimo a Rachelle Faroul, negra, por uma conta de luz não paga (Foto: Sarah Blesener Para Reveal From The Center For Investigative Reporting)



Quando tentou novamente, um ano depois, desta vez no Santander Bank, de Boston, o processo de Faroul se arrastou por meses, sempre com pedidos de novas informações do banco. Foi então que apareceu no relatório de análise uma conta de luz não paga de US$ 284. Era de um apartamento em que ela não vivia mais. Faroul pagou a conta imediatamente, mas o banco disse que não poderia avançar.

HUMILHAÇÃO
Rachelle Faroul tem emprego e boa pontuação de crédito. Segundo a investigação, a instituição que negou seu pedido fez 90% de seus empréstimos a brancos (Foto: Sarah Blesener Para Reveal From The Center For Investigative Reporting)


A investigação baseou-se em 31 milhões de registros da The Home Mortgage Disclosure Act, lei federal que obriga os bancos a tornar públicas informações sobre empréstimos imobiliários.  

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domingo, 20 de agosto de 2017

Estão prendendo nossos filhos nos EUA

Um número crescente de crianças e adolescentes do Brasil vem sendo barrado por autoridades da imigração. Enviados para abrigos, são impedidos de se comunicar com a família e tratados com truculência injustificável

Imagine seu filho de 15 anos a bordo de um avião, acompanhado da avó, em uma sonhada viagem para os Estados Unidos. Ele vibra com a ideia de mergulhar em uma nova cultura e aprimorar o domínio de uma língua estrangeira em um país civilizado. Tudo parece esplêndido até o instante do desembarque. O sonho então vira pesadelo. Seu filho é preso, acusado de imigração ilegal. Não importa que ele tenha visto e nem que, mesmo acompanhado da avó, porte uma autorização dos pais para viajar ao exterior. Aos olhos da imigração americana, ele não pode ter outro destino senão uma cela. É então enviado ao abrigo do Departamento de Saúde e Serviços Humanos dos EUA, em Chicago.

 Ali, a dinâmica é semelhante à de uma prisão. As roupas são substituídas por uniformes numerados. Os objetos pessoais, como livros e celulares, confiscados. O suspeito de imigração ilegal é submetido a uma série de procedimentos de higiene e obrigado a tomar vacinas. O contato com a família é restrito, limitado a dois telefonemas por semana. As autoridades diplomáticas do Brasil sequer ajudam para tornar seu calvário menos terrível. O desespero toma conta dos pais que, do Brasil, acompanham tão atônitos quanto impotentes o destino incerto do filho. Poderiam se passar semanas e até meses antes de a Justiça americana decidir libertá-lo e devolvê-lo à família.

“É tudo muito confuso e angustiante. Mesmo com o pai lá ele teve de voltar ao abrigo” Cristina Fraga, mãe de Vitor
Foi esse tratamento brutal que o estudante Vitor Fraga, 15 anos, recebeu no aeroporto de Houston, no Texas, onde faria uma conexão para São Francisco, na Califórnia. O adolescente de Niterói, Rio de Janeiro, foi levado ao abrigo na quinta-feira 10, após longas horas de espera, pânico e desinformação. Na quinta-feira 17, após um acordo de retorno voluntário ao Brasil, Vitor recebeu sua sentença: ele seria escoltado por policiais até o voo de regresso e ficaria impedido de solicitar um novo visto de entrada nos EUA pelos próximos cinco anos. Um sonho transformado não só em pesadelo, mas em um castigo cruel.

Enquanto Vitor esperava que seu destino fosse decidido por um juiz americano, no Brasil seus pais reuniam esforços para amparar o garoto. Na quarta-feira 9, o pai Renato Fraga embarcou para encontrar o filho e provar que o menino tem familiares, condições financeiras e não pretendia entrar nem viver ilegalmente nos EUA. Ele havia sido matriculado em uma escola pública pela madrinha, que vive em São Francisco. Segundo a família, aproveitaria para praticar inglês. “Era uma forma de estudar sem precisar pagar. A grande verdade é essa, mas nunca imaginamos que isso fosse acontecer”, afirma o pai.

A mãe, Cristina Fraga, que é advogada, diz que o responsável legal por seu filho no abrigo agendou um encontro entre pai e filho em um escritório fora dali. Nem mesmo depois que a Justiça dos EUA decidiu que Vitor poderia voltar ao Brasil o sofrimento da família terminou. “Ele voltou ao abrigo, mesmo com o pai lá. É algo muito angustiante”, diz a mãe.  Para a advogada de imigração Ingrid Baracchini, a existência de visto não garante a entrada em território americano. “Caso eles verifiquem que a criança afirma viajar por um motivo e descobrem outra finalidade, ela é levada a um abrigo sob custódia do Estado até que seja marcada uma audiência para averiguar se houve fraude migratória”, afirma.

A advogada Renata Castro Alves, que trabalha na Flórida, diz que nos últimos anos houve uma explosão no número de brasileiros com planos de usar o visto de turista para ficar no país. “Hoje temos leis migratórias mais rígidas, um governo anti-imigrante e uma tecnologia mais avançada para detectar irregularidades”, diz. Os casos de jovens brasileiros detidos na imigração começaram a chamar a atenção do Itamaraty no ano passado. De acordo com as estatísticas, em 2013 foram registrados apenas seis casos de menores detidos. Em 2014, 11 ocorrências. Já em 2015, foram 30 — e apenas no primeiro semestre do ano passado o número havia saltado para 100. “É um problema muito novo e a única explicação é a enorme quantidade de famílias imigrando”, afirma Luiza Lopes da Silva, diretora do Departamento Consular e de Brasileiros no Exterior.

As jovens Anna Beatriz Teóphilo Dutra e Anna Stéfane Radeck, ambas de 17 anos, foram detidas pela Imigração e levadas ao abrigo de Chicago. Anna Beatriz passaria algumas semanas com uma amiga em Boston, mas teve o trajeto interrompido no aeroporto de Detroit, em Michigan. “Ela chegou a falar que aproveitaria para treinar o inglês e houve um mal entendido. A primeira interpretação deles já sentencia o adolescente”, diz Leide Teophilo, mãe da garota. Depois do primeiro telefonema, ela perdeu contato com a filha. Em nenhum momento os oficiais da imigração procuraram a família. Toda a comunicação era intermediada pelo consulado brasileiro. Após 15 dias no abrigo, onde teve de se submeter ao tratamento ríspido dos agentes, sem poder usar sabonete e xampu, Anna Beatriz obteve a liberação para retornar ao Brasil. O episódio a deixou traumatizada. “Ela passou três meses dormindo na minha cama e não tinha mais vontade de voltar aos EUA.”

Entrada mais difícil
Anna Stéfane sofre até hoje os efeitos psicológicos da detenção. Também barrada em Detroit, ela passou o dia de seu aniversário de 17 anos, 26 de agosto, no abrigo de Chicago. “Quando a encontramos, ela estava febril, pálida e muito assustada”, afirma Liliane Carvalho, mãe da adolescente. Na audiência, a juiza chegou a se desculpar pelo impedimento. O caso também foi resolvido após um pedido de retorno voluntário. “Ela tem pesadelos até hoje e desenvolveu síndrome do pânico.”


Dias depois de Anna Stéfane ter sido barrada, outra jovem brasileira foi detida e levada para o mesmo lugar. A modelo Lilliana Matte, 17 anos, estava legalmente em Miami com a mãe Anaíde Matte havia quatro meses. Ambas pretendiam viajar para as Bahamas com amigos e familiares, mas a mãe não pode acompanhá-la porque iria à Venezuela fazer uma cirurgia de olhos. Ao retornar sozinha, a jovem foi barrada no aeroporto de Miami por viajar sem a autorização do responsável. Depois de três dias no aeroporto, a garota foi levada para Chicago. “Ela não entendia a arbitrariedade da situação, chorava quase sempre”, diz a mãe, lembrando que falava com Liliane apenas duas vezes por semana. “Sabemos que para qualquer criança é uma situação muito traumática”, diz Luiza, a diretora do Departamento Consular e de Brasileiros no Exterior. Segundo ela, qualquer discrepância nas informações é motivo de investigação. Nos últimos anos, os EUA passaram a atuar contra o tráfico de crianças de forma contundente. Por isso, diante de qualquer suspeita de serem vítimas dessa prática, crianças e adolescentes são levados aos abrigos até que sejam comprovados os vínculos com os responsáveis.

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segunda-feira, 13 de junho de 2016

Ollie Johnson, cientista político: 'O racismo segue vivo e perigoso no Brasil e nos EUA'



Professor de Estudos Afro americanos na Wayne University (Detroit) esteve no Rio para pesquisa e para falar sobre o Partido dos Panteras Negras, em seminário na UFRJ
"Nasci e cresci em Atlantic City, Nova Jersey. Eu me graduei em Estudos Afro americanos e Relações Internacionais na Brown University, onde estudei português. Vim para cá e me apaixonei pelo país. Fiz mestrado em estudos brasileiros e fui à Berkley, para mestrado e doutorado em Políticas Sociais."

Conte algo que não sei.
Os EUA, infelizmente, são um dos principais patrocinadores do terrorismo no mundo. Fizeram intervenções em muitos países em sua história. E isso continua acontecendo. Centenas de milhares de pessoas foram mortas no Iraque, no Afeganistão, no Oriente Médio. E a maioria eram inocentes.

É um crime terrível, pelo qual os EUA não se desculparam ou se responsabilizaram. Houve muitas violações dos direitos humanos.