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segunda-feira, 3 de julho de 2023

O terrorismo do novo feminismo - Ana Paula Henkel

Revista Oeste

O caminho natural para os rapazes corretos, que seria conversar com as moças, flertar, trocar telefones, tomar um café e quem sabe encontrar uma namorada e seguir em um relacionamento saudável e maduro, tornou-se uma tarefa impossível


Ilustração: Shutterstock

College life. A expressão, muito usada pelos norte-americanos, se refere à vida universitária nos Estados Unidos que engloba estudos acadêmicos, discussões intelectuais, festas, eventos e a vida esportiva, para quem é atleta e para os alunos que apoiam os times universitários. As competições entre universidades nos Estados Unidos, aliás, é a grande razão pela qual eles são uma potência olímpica e esportiva. As universidades são a principal fonte que alimenta as ligas profissionais americanas, como NBA, NFL etc.Campeonato de Atletismo Indoor da Divisão I da Associação Atlética Universitária Nacional (NCAA, na sigla em inglês), em 2013 | Foto: Wikimedia Commons


A intensa vida universitária nos Estados Unidos
, além de marcante na vida de todo jovem americano, pode trazer encontros que acabam em relacionamentos duradouros e muitos casamentos. É ali, afinal, que a maturidade intelectual acaba florescendo de maneira mais estável, e os pares se encontram em muitas salas de aula ou eventos. Mas isso mudou. E muito.

Meu filho acabou de se formar em economia em Stanford e, infelizmente, para a sua geração a experiência do college life foi bem diferente. Houve uma pandemia, claro, e encontros com outras pessoas e professores se limitaram, por um ano, a frias janelinhas virtuais na tela do computador. Mas não foi apenas o vírus e a histeria trazida com ele que marcaram uma experiência diferente para os jovens dessa geração. Mesmo antes da pandemia, meu filho e seus amigos já relatavam uma aura diferente na vida social no campus. Rapazes bem-educados e respeitosos, eles tiveram dificuldades em entender o tom que é imposto hoje pelo atual movimento feminista global para cortejar, sempre de maneira respeitosa, uma moça. E optaram, na grande maioria das vezes, pelo silêncio e pela falta de ação.

O caminho natural para os rapazes corretos, que seria conversar com as moças, flertar, trocar telefones, tomar um café, trocar ideias e quem sabe encontrar uma namorada e seguir em um relacionamento saudável e maduro, foi tarefa impossível. Os jovens de hoje estão em pânico com as novas regras feministas. E não apenas em pânico, mas perdidos. Eles não sabem o que está na lista dos cancelamentos e da destruição de reputações. O respeito às mulheres, que sempre foi passado de geração em geração aos homens de bem, hoje não é mais válido. 

Há uma lista interminável do que pode e do que não pode ser feito ou dito, e nem sempre essa lista é conhecida pelos rapazes — ela muda de acordo com a lua, as estrelas, os “gatilhos”, o que a Madonna disse na TV e o que o movimento Me Too pregou na semana passada. Escuto constantemente dos rapazes: “Não sabemos se podemos elogiar o cabelo, ou se podemos falar que ela é bonita, ou se podemos mandar alguma mensagem chamando para um café sem que haja uma armadilha do outro lado que nos levará a uma acusação de assédio”. 
Então eles entram em uma bolha e só dão algum passo em direção a alguma moça se estiverem absolutamente certos de que não cairão em ciladas armadas para que elas marquem pontos com a turma feminista. Mesmo assim, a tática nessa guerra, não há outra expressão para a realidade, consiste em sempre estar com amigos por perto para que haja testemunhas e sempre tirar prints das mensagens que ELAS mandam para que qualquer um possa se defender de falsas acusações no futuro. Sim, é muito triste ver como os rapazes estão perdidos com o novo “empoderamento” feminino que vai acabar isolando as mulheres.Foto: Shutterstock
 
Mas essa triste constatação do que o novo feminismo está fazendo com os homens não é uma exclusividade da vida universitária. Recentemente, durante o lançamento de seu novo filme, o ator britânico Henry Cavill foi questionado novamente sobre uma entrevista que concedeu à revista GQ Australia, em 2018. Na ocasião, ele disse que não flertava mais por medo de ser acusado de assédio: “Algumas coisas têm de mudar [em relação a certas condutas masculinas], absolutamente. Mas é também importante manter as coisas boas, que eram qualidades no passado, e se livrar das coisas ruins”. E acrescentou: “Há algo maravilhoso em um homem indo atrás de uma mulher. Eu acho que uma mulher deveria ser cortejada, mas acho que eu sou tradicional por pensar assim. É muito difícil fazer isso se há certas regras em vigor. Porque é assim: ‘Bem, eu não quero levantar e ir falar com ela, porque eu serei chamado de estuprador, assediador ou algo assim’. Então você fica, tipo: ‘Esquece, eu vou chamar uma ex-namorada em vez disso e voltar para um relacionamento que nunca funcionou de verdade’. Mas pelo menos é mais seguro do que me jogar nas chamas de um incêndio, porque sou alguém que está sendo observado pelo público e, se eu flertar com alguém, quem sabe o que pode acontecer?”.

É claro que a declaração do ator gerou a terceira guerra mundial cibernética. O movimento Me Too ficou ofendidíssimo, e a turba jacobina veio correndo pelo pescoço de Cavill. A verdade incomoda. Fato. E Henry fez aquilo que Jordan Peterson sempre nos aconselha a NÃO fazer — pedir desculpa por um crime que você não cometeu a uma turba sedenta de sangue. Após as críticas, o ator soltou um comunicado oficial de “esclarecimento”: “Vendo a reação ao artigo [da GQ Australia], em particular sobre meus sentimentos ao flertar e sobre o movimento #MeToo, eu quero me desculpar por qualquer confusão e má interpretação que isso tenha criado. Ser insensível não era a minha intenção. Eu quero esclarecer e confirmar que eu sempre mantive e sempre manterei o máximo respeito pelas mulheres, não importa se a relação for de amizade, profissional ou romântica. Nunca quis desrespeitar ninguém, de maneira alguma. Essa experiência me ensinou uma valiosa lição sobre contexto e liberdades editoriais”, finalizou.

Ou seja, o belo ator precisou se desculpar por falar que a grama é verde e o céu é azul. Cavill foi devorado pelo mostro de cabelo azul que foi criado pelo estúpido movimento Me Too, e a virulência à qual sua entrevista foi submetida — e trazida à superfície até hoje — só mostra o correto ponto do ator. Os homens estão com medo, pânico, das mulheres. Não importa o que façam, eles estarão sempre errados e pela simples razão de que há em curso uma guerra contra eles.Henry Cavill | Foto: Shutterstock

Esse tal “empoderamento” feminino, muito além do devido respeito às mulheres, vem trazendo consequências graves ao sexo feminino, não apenas no campo emocional, mas também no profissional. Em Wall Street, o coração financeiro da nação mais próspera do mundo, os homens passaram a evitar mulheres para fugir de acusações de assédio infundadas
Em uma pesquisa da Bloomberg, 30 executivos responderam sobre seu comportamento profissional em relação às mulheres, e o resultado é amedrontador — jantar sozinho, mesmo sendo um jantar profissional, com mulheres? Nem pensar. Muito menos ficar no mesmo andar do hotel. 
Os homens estão evitando até sentar ao lado delas nos voos. Os executivos de Wall Street estão assustados com o “efeito Me Too” e as denúncias infundadas de assédio sexual. 
Assustados com a lista, muitas vezes invisível, do que pode e do que não pode ser dito ou feito, os homens estão escolhendo o excesso de zelo — e a distância — e se guiando pelo pensamento “e se ela entender algo da forma errada? Melhor eu nem estar perto”.

Em um ambiente majoritariamente masculino, e com enorme potencial de crescimento para as mulheres, até aquelas corretas e REAIS, que querem distância do movimento feminista que se cala diante das atrocidades cometidas contra as mulheres no Afeganistão, por exemplo, acabam sendo marginalizadas e entrando no “pacote da segurança” masculina.

E, como parece não haver um caminho seguro para os homens, muitos são acusados de discriminação. Mas, diante do “novo normal”, eles ainda preferem essa rota do que o assassinato completo de reputação por “assédio sexual”.  
Um dos executivos de Wall Street ouvidos para a pesquisa da Bloomberg diz que se mantém num canto oposto aos das mulheres em elevadores, e outro executivo estabeleceu a idade mínima de 35 anos para as mulheres com quem ele janta durante viagens profissionais. 
Aterrorizados, eles também admitem que as mulheres acabam excluídas de ocasiões como happy hours, ajudando a criar um novo tipo de “clube dos meninos” entre funcionários de grandes corporações financeiras. Todos nós sabemos que o tal clube sempre existiu, mas havia sido deixado para trás diante do reconhecimento da capacidade intelectual e profissional das mulheres em ambientes outrora inóspitos para o sexo feminino.

E, vejam vocês, o comportamento narrado pelo meu filho e seus amigos no ambiente universitário também é compartilhado por homens formados, mais velhos e experientes. Um dos entrevistados relata que prefere a segurança exagerada e adota atitudes como ter sempre uma terceira pessoa junto nos encontros, ou manter a porta aberta enquanto conversa com uma mulher.A Bolsa de Valores de Nova York, na Wall Street, em 25 de junho de 2016 | Foto: Shutterstock

Parabéns, feministas. Vocês estão conseguindo isolar as mulheres. E, o pior, jogar na vala do comportamento comum atitudes machistas e abusivas, que devem ter todo o nosso desprezo, como se fossem a regra — e não a exceção. 
Dessa maneira, esse movimento tosco que também se cala quando homens resolvem competir em esportes femininos, tira toda a atenção necessária às reais vítimas de abusos sexuais.
 
Esse ambiente histérico — e estéril — criado por movimentos hipócritas e pelo politicamente correto, um ambiente onde o flerte saudável e o cortejo são demonizados e que impede relações verdadeiras e humanas trará exatamente o oposto ao que o movimento alega defender. 
No final, as mulheres se sentirão sozinhas e desvalorizadas. 
Esse ambiente de hipersensibilidade, em que qualquer aproximação masculina pode ser considerada assédio, está inibindo em escalas globais a naturalidade de sentimentos humanos genuínos e fundamentais para a sobrevivência das sociedades fortes — compostas da união das forças distintas de homens e mulheres.
 
É claro que o consentimento é o ponto central de qualquer relação correta entre um homem e uma mulher. No entanto, a paralisia que está sendo criada na aproximação NATURAL humana é e será sempre nociva para as mulheres e para todos nós. O politicamente correto já extrapolou todas as esferas do racional e ceifará de maneira permanente a sensatez, alimentando uma cultura destrutiva de desconfiança e paralisia. 
Há ainda os néscios que querem pregar a ideia bizarra de que homens são “mulheres com defeito”, e de que basta “castrá-los”, fazê-los pedir desculpas pelos pecados de todos os homens na Terra, no passado, no presente e no futuro, para que sejam dóceis, obedientes e respeitadores.

Quando qualquer coisa é comparada a estupro e abuso sexual, não estamos curando a sociedade, mas infectando relacionamentos com o veneno da desconfiança

A quebra de confiança entre os sexos é o legado trágico do vazio movimento feminista moderno, ou pelo menos a tentativa avassaladora de silenciar dissidentes que não rezam a cartilha hipócrita das feministas. A campanha do novo feminismo assumido pelo movimento Me Too assumiu um fervor inédito, que se alimenta da crescente acusação de que a masculinidade é vil, tóxica e inerentemente predatória.  

O medo dos homens é legitimado, pois qualquer acusação é tratada como fato, e os homens são vistos como “o inimigo”, um desvio incorporado que deve ser remodelado na imagem de uma mulher. Sua sexualidade é assumida como naturalmente brutal, uma ameaça a ser controlada e reduzida para que o homem individual seja considerado “seguro”.Ilustração: Shutterstock

Embora a disposição das mulheres para responsabilizar os homens por reais comportamentos sexuais criminosos deva ser aplaudida, a abordagem de terra arrasada que estamos vendo hoje é destrutiva — ela mina a confiança saudável e o mais grave: a própria segurança de todas nós. 
Quando qualquer coisa é comparada a estupro e abuso sexual, não estamos curando a sociedade, mas infectando relacionamentos com o veneno da desconfiança. 
Seja no local de trabalho, em um restaurante, uma igreja, seja em casa, a interação entre um homem e uma mulher é única e primordial para todos os outros relacionamentos. 
Quando uma quebra de confiança acontece, quando o medo do outro sexo se generaliza, a sociedade simplesmente não consegue prosperar.
 
Tudo o que envolve a dinâmica sexual saudável é essencial para o relacionamento entre homens e mulheres. Para que a confiança floresça, essa realidade não pode ser negada e deve ser tratada com respeito, cuidado e honestidade, e não simplesmente apagada da vida moderna. Não pode haver abuso nessa relação, e uma parte da polaridade — seja ela masculina ou feminina — não pode ser rotulada como tóxica, brutal ou maligna, inclusive como foi feito no passado por certas religiões totalitárias em relação à sexualidade feminina. 
Uma vez que esse rótulo fica impregnado, a desconfiança é gerada em detrimento de todos. 
Se as mulheres acreditam que todos os homens são perigosos, não pode haver confiança entre os sexos.
 
Os homens não vão se tornar eunucos, mudar e se comportar como o sexo oposto, abandonando sua masculinidade natural, só porque algumas mulheres querem que tenhamos medo dela.  
Isso é impossível, essa é a identidade e a natureza dos homens, e ela não pode ser expurgada sem destruir quem eles são como indivíduos livres, como homens e protetores. Sim, protetores. 
Por causa dessa masculinidade de homens bons e fortes, o mundo é um lugar mais seguro e livre para todos nós.


Leia também “Deixem as crianças em paz”

 

Ana Paula Henkel, colunista - Revista Oeste

 

 

sexta-feira, 17 de junho de 2022

Joe Biden, o sindicalista insano - Rodrigo Constantino

Gazeta do Povo

A taxa de aprovação do governo Joe Biden beira os 30%, uma das menores da história. Não é por acaso. Biden já é o pior presidente americano, pior até do que Jimmy Carter.  
Sua geopolítica é um fiasco total, com a saída atabalhoada do Afeganistão e a guerra da Rússia contra a Ucrânia. E sua gestão econômica é um desastre.

Joe Biden, o sindicalista insano

A inflação bate recordes e é a mais alta em quarenta anos. 
 Diante deste preocupante quadro, o que faz o presidente americano? Resolve enaltecer os sindicatos e ameaçar as grandes empresas com aumento de impostos! 
É a receita perfeita para quem quer mesmo um desastre.

Biden fez um discurso esta semana para sindicalistas, afirmando que os sindicatos são a raiz da classe média americana. Para Biden, não foi Wall Street que construiu a nação, mas sim a classe média que, por sua vez, foi criada graças aos sindicatos. Nada mais longe da verdade!

Se Biden quer ver o resultado de um país mais sindicalizado, ele poderia começar pelo Brasil. Em nosso país, os sindicatos possuem o poder que Biden gostaria de ver nos Estados Unidos, enquanto o mercado de capitais, ao contrário, é bem menos desenvolvido. Em meio a uma crise preocupante, Biden resolve declarar guerra aos negócios e ao livre mercado! "O poder sindical é essencialmente o poder de privar alguém de trabalhar pelo salário que uma pessoa estaria disposta a aceitar", disse o austríaco Friedrich von Hayek, Prêmio Nobel de Economia. Sindicatos criam reservas de mercado que punem os trabalhadores e geram alta de preços. Não por acaso cada vez menos trabalhadores são sindicalizados na América.

A economia de mercado pode ser descrita também como a democracia dos consumidores. Os empreendedores e capitalistas não são autocratas que determinam o que deve ser produzido independentemente da demanda. Eles estão sujeitos à soberania dos consumidores. São estes que, em última instância, decidem quais produtos serão os vencedores no mercado. Os sindicalistas gostariam de mudar isso, transformando tudo numa “democracia dos produtores”. A ideia é enganosa, como define Mises em Ação humana, já que o propósito da produção é o sempre o consumo.

O que mais incomoda os sindicalistas no sistema capitalista é sua suposta frieza na busca pelo lucro. Mas o que eles ignoram é que essa busca é precisamente o que garante a supremacia dos consumidores. Sob a competição do livre mercado, os empresários são forçados a melhorar suas técnicas e oferecer os melhores produtos pelos menores preços. Por isso eles são levados a pagar somente o salário de mercado, ou seja, aquele decorrente da produtividade do trabalhador, sujeito às leis da oferta e demanda. Se um trabalhador pede aumento porque sua mulher teve mais um filho, e seu empregador nega alegando que o nascimento do filho em nada acrescenta à produtividade da empresa, ele age em função dos melhores interesses de seus consumidores.

Afinal, esses consumidores não estão dispostos a pagar mais pelo produto porque o trabalhador aumentou sua família. 
A ingenuidade dos sindicalistas se manifesta no fato de que eles mesmos nunca aceitariam o mesmo argumento na compra dos produtos que eles consomem. 
O sindicalista enquanto consumidor não questiona nas lojas se o bem foi produzido por empregados com poucos ou muitos filhos. 
Ele quer o melhor produto pelo menor preço. 
E quando ele exerce essa escolha, ele próprio está definindo como o empregador deve agir, sempre mantendo o menor custo possível, o que abarca um salário de acordo apenas com o valor agregado pelo trabalhador.

Uma característica presente na mentalidade sindicalista é o foco no curto prazo. Para os sindicalistas, a empresa tem um lucro que pode ser dividido entre seus empregados. A função de empresário é vista como sem valor, uma “exploração” que permite a apropriação indevida damais-valia”. O sindicalista ignora completamente o fato de que as condições de mercado estão em constante mudança e decisões fundamentais, que podem selar o destino da empresa, precisam ser tomadas diariamente. A visão sindicalista é estacionária. Portanto, o sindicalismo ignora os problemas essenciais do empreendedorismo, como a alocação de capital entre os diferentes setores, a expansão de indústrias já existentes, o desenvolvimento tecnológico etc. Tudo é tomado como certo pelos sindicalistas, que desejam apenas uma divisão diferente daquilo já existente. Como Mises conclui, não seria injusto chamar o sindicalismo de uma filosofia econômica de pessoas com visão limitada.

A essência das políticas sindicais é sempre garantir privilégios para um grupo minoritário à custa da imensa maioria. 
O resultado invariavelmente será reduzir o bem-estar geral. 
Os sindicatos tentam criar barreiras contra a competição entre trabalhadores, com o objetivo de garantir privilégios para aqueles já empregados. 
Quando esses obstáculos são erguidos (como salário mínimo, necessidade de diplomas, restrições de horas trabalhadas e inúmeras outras regalias), o que os sindicatos fazem é dificultar a entrada de novos trabalhadores, que poderiam aceitar condições menos favorecidas. O resultado prático disso é maior desemprego na economia, assim como preços mais altos para os consumidores.

Ninguém precisa defender as ideias sindicalistas, muitas vezes impregnadas de violência, para se sensibilizar com as condições dos trabalhadores pobres. Na verdade, pode ser exatamente o contrário. A melhor garantia que esses trabalhadores têm para mudar de vida está no sistema capitalista de livre mercado. Com o foco nos consumidores, os empresários terão que investir em tecnologias que aumentam a produtividade do trabalho. Os salários terão aumento relativo aos preços dos produtos finais, lembrando que todos são consumidores. Os empresários no capitalismo desejam atender às demandas das massas, pois somente assim terão expressivos ganhos de escala. Os produtos de luxo serão sempre mais limitados, voltados para um público menor que aceita pagar bem mais caro.

Por isso os trabalhadores de países capitalistas desfrutam de condições bem melhores que aquelas encontradas em países socialistas.
Não adianta achar que imposições legais vão melhorar a vida dos trabalhadores. A solução para isso não está no decreto estatal, mas sim no próprio progresso capitalista. Foi ele que permitiu o acesso dos trabalhadores a diversos produtos que aumentam o conforto de maneira impensável mesmo para aristocratas do passado.

Diante dessa breve explanação, fica mais claro a insanidade da gestão econômica de Biden, o sindicalista. O presidente afirma que os sindicatos fizeram a América, ignorando que foram os sindicatos, por exemplo, que destruíram a então potente indústria automotiva no país. Quer ver as "maravilhas" do sindicalismo, então basta observar o que aconteceu com Detroit. 

Se alguém quer destruir os Estados Unidos, então basta fazer exatamente o que Biden tem proposto: punir quem gera riqueza e enaltecer quem quer apenas se apropriar da riqueza criada. 

Rodrigo Constantino, colunista - Gazeta do Povo - VOZES


segunda-feira, 11 de abril de 2022

Apertem os cintos, o comandante sumiu - Revista Oeste

Ana Paula Henkel

O partido de Joe Biden procura tentar conter o gigantesco dano causado em tão pouco tempo de mandato. E, para isso, nada melhor do que chamar Barack Obama 

A Casa Branca chama o ex-presidente Barack Obama | Foto: Montagem/ Revista Oeste
A Casa Branca chama o ex-presidente Barack Obama | Foto: Montagem/ Revista Oeste

Em um desses artigos, observo como o antigo Partido Democrata de John Kennedy não existe mais e que o que vemos hoje é um partido com políticas tão democratas quanto as políticas do Psol no Brasil. Muitos leitores entram em contato e me perguntam gentilmente o que, de fato, aquele insight, aquele sinal fez a minha “previsão” ser tão acurada. Vejam, eu adoraria levar o crédito de que algumas “previsões” foram parte de uma análise mirabolante. Mas, como eu disse, não há nada de mirabolante nisso. A única coisa que fiz foi ouvir. Nada de “leitura nas entrelinhas” ou “análises profundas”, não, nada disso. Foi tudo preto no branco. Cada palavra do que está acontecendo foi dita sem rodeios e sem firulas nas primárias democratas, depois nos debates presidenciais com Donald Trump. O problema é que chegou a conta de tanta sinceridade, combinada com uma eleição estranha. E ela chegou como um iceberg gigantesco na frente de um navio sem comandante.

Com Donald Trump, o malvadão do século, fora de cena, Biden agora emplaca um discurso de disco arranhando de que a culpa de todos os problemas na América é de Vladimir Putin
Com o perdão do trocadilho, só faltou combinar com os russos. 
Em janeiro de 2021, Donald Trump entregou um país, ainda dentro de uma pandemia, já com claros e sólidos sinais de recuperação econômica e com a imagem forte que sempre foi a marca registrada dos norte-americanos na política internacional.  
A instabilidade trazida pela administração Biden em poucos meses se solidificou de maneira surpreendente: inflação sem controle, desemprego em alta, crise histórica na fronteira sul com a maior imigração ilegal das últimas décadas,  reversão de políticas de independência enérgica da Era Trump, os maiores índices de criminalidade nas grandes cidades norte-americanas dos últimos 12 anos e, claro, o ápice da ineficácia e despreparo do democrata na Casa Branca: a retirada desastrosa e caótica das tropas norte-americanas do Afeganistão, causando a morte de 13 soldados norte-americanos. Isso, até hoje, está entalado na garganta da nação.

“Joe Biden não está ajudando”
E o que era óbvio para aqueles que votam em políticas e não personagens, para aqueles que assistem a debates e entrevistas com o cérebro e não com o fígado, parece ter chegado aonde menos se esperava: na velha imprensa norte-americana. 
Sim, a velha assessoria de imprensa do Partido Democrata está, dia após dia, dando as costas a Joe Biden. Poderíamos até levantar a teoria de que os militantes das redações querem empurrar Kamala Harris para o Salão Oval, mas Harris é detestada até pelos ativistas do New York Times e Washington Post, motivo pelo qual ela não conseguiu emplacar seu nome como candidata forte nas primárias democratas nem na Califórnia, seu Estado natal, e bateu em retirada sem números expressivos. 
O nome da vice foi escolhido apenas pela agenda identitária: mulher, negraA competência de Kamala como política é tão boa quanto a de Dilma Rousseff. Até as gafes no melhor estilo da “presidenta” do Brasil fazem parte do repertório da vice de Biden.,
 
A revista Rolling Stone, por exemplo, declarou recentemente que “Joe Biden não está ajudando”, como se o objetivo fosse “ajudar” como presidente, e não liderar. É sabido que até a própria família de Biden não queria que ele vencesse em 2020. 
Alguns dos parentes mais próximos do presidente garantiram a amigos que Biden estava concorrendo apenas para aliviar a dor da morte de seu filho dois anos antes, e que sair em campanha pelo país para limpar a cabeça e aliviar o coração era a melhor maneira para fazer isso. 
Verdade seja dita, o próprio Joe Biden sabia que não ia ganhar. 
E, durante meses, parecia quase certo que ele não venceria. A primeira apresentação de Biden no debate das primárias democratas, em junho de 2020, foi considerada um desastre. Parecia bastante óbvio que ele não tinha qualquer chance de ser o nome democrata. 
Logo em seguida, Bernie Sanders começou a ganhar primárias e destaque. O mesmo aconteceu em 2016 e, pelo segundo ciclo presidencial consecutivo, Sanders provou ser o único democrata em campo com apoio de base legítimo. Os doadores viram isso e entraram em pânico. O homem que odeia bilionários! O que ele vai fazer com Wall Street? Alguém pare este senhor!

A cantilena da imprensa
Bernie Sanders era inaceitável para as pessoas que financiam o Partido Democrata, mas havia um problema, as opções eram piores do que tirar Bernie da jogada — como em 2016. Pete Buttigieg, Beto O’Rourke, Elizabeth Warren? Não. Kamala Harris… horrível em todos os níveis. Absolutamente ninguém gostava de Kamala Harris e por boas razões. [fosse no Brasil a Harris seria imposta pelo absurdo sistema de cotas - que esperamos acabe em novembro próximo.]  
Então, acabou sendo Joe Biden por alguma chamada executiva de algum deus democrata: “Tirem as teias de aranha do material de campanha de Joe. Todas as nossas fichas estão com ele”. E, claro, a mídia entendeu a mensagem imediatamente. No momento em que Biden foi coroado como o salvador do mundo contra o malvado laranja fascista, a assessoria dos democratas — pode chamar de imprensa mesmo —, já tinha a cartilha na ponta dos dedos e na ponta da língua. Uma rápida pesquisa mostra o manual, quase infantil:

— Jemele Hill, CBS: “É um alívio ter adultos no comando”.

— John Brennan, ex-diretor da CIA de Barack Obama: “Agora temos adultos na Casa Branca”.

— Dana Bash, CNN: “Qualquer um que tenha alguma conexão com a realidade sobre o que está acontecendo ao seu redor deve dizer: ‘Os adultos estão de volta à sala'”.

— Cornell Belcher, MSNBC: “Parece que temos um adulto profissional mais uma vez na Casa Branca”.

— Fareed Zakaria, CNN: “Realmente, o que eu diria é que os adultos estão de volta”.

— Nicolle Wallace, ex-assessora de George W. Bush, MSNBC: “Há uma sensação, eu acho, em todo o mundo, de que os adultos voltaram”.

— Jonattan Capehart, Washington Post, MSNBC: “Temos um adulto na Casa Branca agora e isso é glorioso”.

— Don Lemon, CNN: “Ok! Os adultos estão de volta na sala!”.

Detalhe: Don Lemon, âncora da CNN de um dos importantes telejornais da emissora, chorou ao vivo quando deu o resultado final da eleição de 2020 e noticiou a vitória de Joe Biden. Onde estão os adultos na imprensa?

Chama o Obama!
Biden certamente é um adulto e completará 80 anos neste ano, mas ninguém em Washington acha que a Presidência de Biden é gloriosa. A verdade é que todos sabem que ele é um desastre. 
As pesquisas mostram que os eleitores concordam com essa afirmação. Os números de sua popularidade só não são mais baixos do que os de Kamala Harris
Joe Biden é a pessoa mais impopular em praticamente qualquer lugar. 
 
(...)

Durante a pomposa recepção àquele que foi um dos piores presidentes dos EUA, chamado às pressas para tentar evitar um banho de sangue nas eleições de novembro, o atual presidente dos Estados Unidos, em sua própria Casa, foi evitado como o diabo evita a cruz. Ninguém falava com ele e, em um momento de visível confusão mental, tudo diante de várias câmeras, ele se afasta olhando para o vazio enquanto uma multidão se formava em torno do ex-presidente Barack Obama, que, obviamente, demonstrava muita satisfação pela atenção. Mas nada que já não esteja ruim não possa piorar. . Algumas das principais manchetes nesta semana em veículos alinhados ao Partido Democrata não deixam dúvidas:

— ABC News: “A apreensão dos eleitores está maior do que apenas o aumento dos preços ou a guerra da Rússia na Ucrânia. A criminalidade violenta nas cidades norte-americanas permanece persistentemente alta e há um problema crescente na fronteira”.

— CNN: “O índice de aprovação do presidente Biden ainda não atingiu o fundo e vem caindo durante todo o ano”.

— NBC News: “A inflação altíssima está acabando com os salários maiores. Embora os ganhos por hora tenham aumentado 5,6% em relação ao ano passado, um em cada cinco trabalhadores diz que fica sem dinheiro antes de receber o próximo pagamento”.

— ABC News: “Temos uma inflação histórica e preços recordes de combustível. Os norte-americanos estão sentindo isso”.

—Revista Politico: “Os números de Biden caíram dois dígitos com os eleitores jovens, que foram uma grande parte de sua coalizão em 2020”.

Culpa de Vladimir Putin
Então parece que a inflação é real e não é transitória como o governo de Biden anunciou inúmeras vezes em 2021? Então parece que cortar verbas para as forças policiais (Defund the police, slogan de dez entre dez democratas desde 2020) na verdade aumenta o caos e que o crime e a desordem nas cidades também são reais? 
E, vejam vocês, parece que uma guerra inútil com a Rússia, empurrada pelos democratas beligerantes até para ser usada como cortina de fumaça diante de tantos problemas domésticos, não é tão popular quanto pensavam. De repente, a imprensa resolveu admitir tudo isso. Durante meses, Biden vem dizendo que tudo de ruim que o norte-americano está percebendo ao seu redor é, claro, culpa de Vladimir Putin. E a mídia o apoiou. Mas, de repente, não está mais comprando a bobagem de que os quatro anos de Trump na Casa Branca sofreram interferência russa, nem de que Putin é o grande vilão do caos no cotidiano norte-americano.

(...)

Questão de sobrevivência
Já está muito claro que o Partido Democrata e sua grande ala na imprensa decidiram descartar Joe Biden. Nunca houve uma ordem oficial para fazer isso, mas o que percebemos é a mente coletiva trabalhando para acabar com a erva daninha do momento. Sem dó. Os democratas têm as mesmas reações porque têm os mesmos instintos: “Biden é fraco, devemos nos livrar dele”. Para a maioria das pessoas, isso soa duro e implacável, ainda mais considerando os anos de janela do democrata no partido. No entanto, no reino animal é uma resposta totalmente natural. É a primeira regra das matilhas. O conhecido fratricídio no reino dos bichos que operam por instinto não é nada pessoal. É apenas uma questão de sobrevivência do grupo, e é exatamente assim que o Partido Democrata opera.
 
O Partido Democrata opera como operam os balaios coletivistas da turma preocupada com o “bem-estar de todos”. Os indivíduos são irrelevantes. O grupo é tudo o que importa. Ninguém no partido realmente se importa com Joe Biden ou jamais se importou, ou se importa, com George Floyd, Greta Thunberg ou qualquer outra pessoa que é explorada como herói insubstituível para alguma pauta política. Todas as pessoas são dispensáveis. O que importa é o partido e o partido importa porque nos números há poder. E os números de Biden são horríveis. Um dos piores de toda a história dos Estados Unidos da América. E, claro, em algum nível, Joe Biden sabe disso. Ele entende como isso termina. Inevitavelmente, depois de 50 anos no partido, é sua vez de ser eliminado. Como ele vai sair de cena, gritando por misericórdia ou aceitando a derrota como um homem, é a única pergunta. 
De qualquer maneira, que saia de cena logo. 
Os Estados Unidos e o Ocidente precisam de uma liderança capaz de reverter os danos de um presidente que, além de inepto, mostra fraqueza. Animais se guiam por instintos, e os tubarões já perceberam que há sangue na água.

Leia também “Uma tragédia anunciada”

Ana Paula Henkel, colunista - Revista Oeste - MATÉRIA COMPLETA


domingo, 13 de março de 2022

Uma tragédia anunciada - Ana Paula Henkel

Revista Oeste

Em apenas 14 meses, a esquerda norte-americana conseguiu o que queria. Como tudo em que mete a mão, o caos

Em 20 de janeiro de 2021, Joe Biden tomou posse na Casa Branca como 46º presidente dos Estados Unidos. Mas não foi apenas o ex-vice de Barack Obama que passou a segurar as rédeas da nação mais poderosa no mundo (até quando, não sabemos…) naquele dia
A esquerda radical norte-americana, representada pelo atual Partido Democrata, também conseguiu o controle da maioria nas duas Casas legislativas do Congresso norte-americano. Joe Biden foi empacotado com o verniz da normalidade democrata moderada dos anos 1990 para, na verdade, forçar uma agenda da extrema esquerda. Para isso, foi preciso um esforço conjunto para empurrar para fora do caminho a reeleição do 45º presidente, Donald Trump, o malvadão do século que mexeu com uma geração hedonista e incapaz de enxergar ações e políticas, apenas sentimentos.
O presidente Joe Biden, a vice Kamala Harris e Nancy Pelosi, presidente da Câmara dos Representantes dos Estados Unidos | Foto: Wikimedia Commons
O presidente Joe Biden, a vice Kamala Harris e Nancy Pelosi, presidente da Câmara dos Representantes dos Estados Unidos -  Foto: Wikimedia Commons [trio mais conhecido no submundo da INcompetência como Trio Parada Dura.]

Durante quatro anos, de 2016 a 2020, vimos ações tirânicas, como perseguições e censura, que jamais poderíamos imaginar na América de hoje. Instituições financeiras e econômicas, culturais e de entretenimento e quase toda a mídia desempenharam vários papéis para ver o ex-presidente Donald Trump não apenas derrotado, mas também empurrado para dois processos de impeachment, para depois ser banido das redes sociais e descartado como persona non grata após o fatídico 6 de janeiro. 
Depois de meses de investigações sobre a invasão do Capitólio, nenhuma prova contra Donald Trump foi encontrada e qualquer participação do republicano no incidente foi descartada. Mesmo assim, até hoje há uma resiliência quase olímpica por parte dos democratas em associar a confusão na capital norte-americana ao ex-presidente.
 
Mas, em 20 de janeiro de 2021, não houve apenas uma troca de políticos de partidos distintos numa democracia saudável.  
Houve uma histeria quase bizarra por parte de acadêmicos renomados, grandes corporações, toda a casta de Hollywood, a mídia norte-americana, equipes esportivas profissionais, Wall Street, o Vale do Silício e um número inacreditável de jovens desmiolados que pedem a implementação do socialismo na América. Em comum? 
Todos se gabavam da derrota da “supremacia branca”, juraram que fizeram o que fizeram “para salvar a democracia”, e orgulhosos estavam em fazer parte de legiões de czares da “diversidade, equidade, inclusão e justiça social”. Ahh… a partir daquele momento, a teoria racial crítica seria incorporada para extirpar o racismo e a discriminação endêmicos. Como? Abraçando o racismo e a discriminação.

Os novos guerreiros da justiça social
Com a nova administração voltada apenas para o “bem comum” (não de todos), alguns tipos de crimes deveriam ser vistos principalmente como uma construção criada pela elite para proteger seus próprios privilégios patriarcais, suas prerrogativas opressoras e suas propriedades. Furtos em lojas, saques, baderna e bandidos nas ruas passaram a ser apenas parte da vida normal em uma cidade normal. Os novos guerreiros da justiça social também poderiam substituir a polícia, que passaria a não ter recursos nem investimentos (defund de police), porque são racistas. A maioria das políticas para abordagem policial, encarceramento ou prisão obrigatória deixaria de existir porque criminosos são “vítimas da sociedade”.

A partir de janeiro de 2021, as agendas verdes irreais dos ecochatos transformariam fundamentalmente os Estados Unidos, ao colocar um fim imediato nas “mudanças climáticas” provocadas pelo homem com o início do banimento definitivo dos combustíveis fósseis. Os amantes cegos da teoria monetária moderna nos asseguraram que imprimir dinheiro “espalharia a riqueza” e desvalorizaria as moedas de capitalistas indignos que tinham muito dinheiro. Afinal, para eles, imprimir mais dinheiro jogaria o dinheiro do rico nas mãos dos injustiçados. Inflação? Calma. Ela seria uma boa coisa à medida que aparecesse, um sinal de uma classe de consumidores robusta e recém-empoderada, a que há muito tempo é negada “equidade” pelos capitalistas egoístas.

A partir de janeiro de 2021, a fronteira seria aberta e permaneceria aberta para imigrantes ilegais. Chega de xenofobia. Chega de muros. Como cidadãos do mundo, a esquerda norte-americana acolheu 2 milhões de imigrantes que chegaram ilegalmente aos EUA sem nenhum documento ou comprovante de vacinas durante uma pandemia, enquanto membros das Forças Armadas norte-americanas foram ameaçados de expulsão se não tomassem a picada.

À medida que os radicais da extrema esquerda apavoravam toda uma nação e obrigavam os raros democratas moderados a se esconderem, toda a velha sabedoria sobre a natureza humana desapareceu. Esqueça a obviedade de que criminosos soltos prejudicam mais os pobres, e que a falta de polícia nas ruas é um pesadelo para as comunidades menos favorecidas. Descarte a ideia boba de Martin Luther King Jr. de que nosso caráter, não nossa cor, determina quem somos. E, por favor, ignore a ideia ultrapassada de que inflação corrói os salários da classe trabalhadora. Isso tudo é coisa de gente atrasada.

O retrato de um governo inepto
Mas o que está ruim sempre pode piorar. As cenas no Afeganistão, retrato de um inepto governo, visto poucas vezes dessa maneira na história norte-americana, trouxe à vida monstros maiores. Não podemos afirmar com absoluta certeza que esse pesadelo Ucrânia/Rússia não aconteceria se tivéssemos um presidente forte na Casa Branca, mas fato é que a fraqueza muitas vezes é um convite à agressão, como diria o próprio Ronald Reagan. 
E Biden não pôde escapar do fiasco no Afeganistão. Os militares afegãos treinados pelos norte-americanos nos últimos 20 anos, que sofreram milhares de baixas anteriores, evaporaram em poucas horas no cerco a Cabul, em agosto de 2021. 
O que o Afeganistão indica, no entanto, é que forças mais poderosas do que o Talibã, em lugares muito mais estratégicos, têm sinal verde para avançar, visto que a Casa Branca hoje é apenas uma administração ideológica, mas previsivelmente incompetente, com um Pentágono e comunidades de Inteligência politicamente armadas preocupados com a diversidade e políticas de gênero.

Não vou ser repetitiva aqui sobre as catastróficas políticas de Joe Biden, domésticas e internacionais, em apenas 14 meses. Há mais de um ano venho escrevendo aqui em Oeste sobre não apenas o que leio, pesquiso e estudo, mas o que testemunho in loco: os resultados das irresponsáveis políticas da esquerda radical norte-americana que são capazes de arruinar um Estado lindo e rico como a Califórnia, onde resido.

E o que os eleitores democratas descobriram após 14 meses de Biden e Harris, além da incompetência na área da segurança doméstica e internacional? Que eles desprezam a inflação tanto quanto a recessão, e temem que agora possam obter ambas. As pessoas querem gasolina mais barata, não mais cara. Elas preferem a autossuficiência energética norte-americana, e não ter de implorar a países como Venezuela e Irã para bombear mais petróleo quando a independência foi atingida nos anos anteriores.

Os democratas podem sofrer perdas históricas nas eleições de midterms em novembro.  
Esse desastre para o partido acontecerá não apenas por causa do desastre no Afeganistão, da invasão da Ucrânia pelo presidente russo, Vladimir Putin, da destruição da fronteira sul, da confusão da cadeia de suprimentos ou de seu apoio à demagoga agenda racial e de gênero. 
 A bala de prata que pode ceifar a maioria democrata em ambas as Casas legislativas e causar o aniquilamento político em novembro tem um nome odiado pelos norte-americanos, e com razão: a inflação descontrolada.

Os “novos direitos de redistribuição”
Joe Biden insiste em dizer que os preços ao consumidor estão subindo “apenas” a uma taxa anual de 7,9%, como se o maior aumento em 40 anos não fosse tão ruim assim. No entanto, a classe média sabe que a inflação é muito pior quando se trata das coisas da vida: comprar uma casa, carro, gasolina, carne, grãos, madeira ou materiais de construção. A inflação é um destruidor de oportunidades iguais de sonhos. Ela mina ricos e pobres, democratas e republicanos, conservadores e liberais (EUA). Ela une todas as tribos e ideologias contra aqueles que são nomeados como os que teriam dado à luz o polvo monstruoso cheio de tentáculos e que espreme tudo e todos. A inflação é onipresente, onipotente e humilhante. Destrói a dignidade pessoal. Ao contrário da estúpida teoria racial crítica ou das abjetas políticas de gênero, ela não pode ser evitada por um dia sequer. Você não pode ignorá-la como se faz com a irresponsável bagunça no Afeganistão ou na agora inexistente fronteira sul. A inflação ataca a todos, 24 horas por dia, sete dias por semana, em 360 graus. Sem piedade ou lente racial ou ideológica.

Biden reduziu os Estados Unidos a um mendigo de energia implorando aos sauditas e russos que bombeassem mais petróleo

Acima de pontos econômicos negativos que uma inflação sem controle pode trazer, há a esfera filosófica de uma nação que tem em sua genética a cooperação humana. A inflação como a atual nos EUA é vista como uma mina perigosa para uma sociedade civil e ordenada, desencadeando um egoísmo “cada um por si”. Os norte-americanos sabem que essa inflação é autoinduzida, não um produto de uma guerra no exterior, um terremoto ou o esgotamento dos depósitos de gás e petróleo. Biden ignorou a onda natural de compras inflacionárias de consumidores que foram desacorrentados dos lockdowns por quase dois anos sem poder gastar. Em vez disso, ele incentivou a saciar essa enorme demanda imprimindo trilhões de dólares em dinheiro falso para todos os tipos de “novos direitos de redistribuição”, projetos “verdes” irreais e programas de congressistas de estimação preocupados com uma agenda desconectada da realidade.

O governo Biden corroeu a ética do trabalho norte-americano. Isso é grave e os norte-americanos sabem disso. Manteve altas as taxas de trabalhadores fora dos postos de trabalho com cheques federais para que ficassem em casa. Cortou sem o menor debate a produção de gás e petróleo cancelando arrendamentos federais, campos petrolíferos e oleodutos, enquanto pressionava os bancos a não liberar capital para o fracking. Em apenas um ano, Biden reduziu os Estados Unidos de maior produtor de gás e petróleo da história da civilização a um mendigo de energia implorando aos sauditas e russos que bombeassem mais petróleo porque os Estados Unidos precisam, embora não extraiam para si mesmos de suas fontes.

Os norte-americanos sabem que o polvo da inflação não nasceu voluntariamente. A única dúvida é se essa administração desencadeou esse cenário por incompetência; se tudo é uma ideia neossocialista: corroer o valor da moeda para aqueles que têm dinheiro, enquanto distribuem capital para quem não tem; ou se Biden foi iludido pela “teoria monetária moderna” maluca, o ouro dos tolos que afirmam que imprimir dinheiro garante prosperidade.

Bem, então, o que as pessoas estão concluindo 14 meses depois que a esquerda radical norte-americana promoveu uma agenda de bondades para realizar seus desejos? As pesquisas revelam que os eleitores não gostam de fronteiras abertas, principalmente os latinos que estão legalmente no país. Está claro como a luz do dia que eles desaprovam a imigração ilegal tanto quanto apoiam os imigrantes legais; que os norte-americanos estão preocupados com o aumento dos índices criminais e com o aumento da circulação de drogas; e que eles não querem mais saber da palhaçada segregacionista de agendas raciais e de gênero.

No final, não importa se Biden foi iludido, é apenas mais uma criatura do establishment norte-americano ou se é diabólico como a espinha dorsal do atual Partido Democrata. Em apenas 14 meses, a esquerda conseguiu o que queria. Como tudo em que mete a mão, o caos. E as pessoas não estão apenas cansadas do que estão vendo, mas enojadas. Os norte-americanos estão apavorados que a esquerda não esteja apenas falhando, mas também destruindo o país com eles junto.

A história nos deixa adágios para a crescente raiva do povo norte-americano contra a esquerda arrogante, vil, tirânica e perigosa. O ditado norte-americano diz: What comes around, goes around, ou, no bom português, “Você colhe o que planta”.

Como diria um republicano a um brasileiro perto de eleições: Hey, Brazil, are you watching this?”

Leia também “Os negros e o Partido Republicano”

Ana Paula Henkel, colunista - Revista Oeste


terça-feira, 27 de abril de 2021

REUNIÃO DA CÚPULA DO CLIMA. REUNIÃO? - Éricoh Mórbiz

NOTA DO EDITOR: O autor, que enviou o artigo ao site, é de esquerda, como se verá. Isso torna ainda mais significativa sua divergência em relação às esquerdas nesse tema.

Preliminar: não viso a defender o Presidente Bolsonaro.

Ate 20 de janeiro, menos de 100 dias atrás, o presidente americano não apoiava o acordo de Paris, não agredia a Amazônia brasileira.  
Uma eleição, novo presidente e passados, 100 dias, o homem quer ser o líder mundial do meio ambiente. 
Em ano que já tem pautada reunião oficial de organismo mundialmente reconhecido para discutir isso.
 
Convida 49 presidentes/dirigentes para tal reunião digital.E se julga no direito de dizer quem ou qual pais está fazendo a coisa certa. 
Mal educadamente, anfitrião, se ausenta, evita ouvir alguns de seus convidados.
Antes disso, ate 20 de janeiro, ninguém condenou os Estados Unidos, propôs represálias, fez manifestos, até a garota silenciou. Sobre o meio ambiente. Em 100 dias, querem tudo diferente! Pesos e medidas ao gosto!

Antes dessa reunião, 24 de nossos governadores, assinam um documento, criticando nosso Governo, nosso País. A meu ver, clara ação ilegal, ferindo nossa CF. Deviam ser punidos, responsabilizados! [o Brasil possui duas CF, sendo uma para ser usada contra os apoiadores do presidente Bolsonaro e outra para uso dos que apoiam os  outros - ainda que tal apoio seja uma traição  hedionda.]

E pior, entregam oficialmente tal carta ao Embaixador americano, que a recebe e oficialmente diz que entregará ao seu Presidente. Crime internacional. Embaixador não se envolve em atos do país anfitrião! Devia ser expulso de imediato.

Imaginemos o contrário! Nós, que militamos lá no fim de 60, década de 70, contra o regime de exceção (com maior respeito in memoriam aos que ficaram no caminho!) queríamos o retorno da liberdade plena. O que temos agora (bem, menos criticar o STF. Aí dá cadeia.) Que bom que temos isso.

Critiquemos, polemizemos, mostremos nossa revolta, nosso descontentamento. E pelo voto, se escolhemos mal, vamos corrigir na próxima. Não aprovamos a política de meio ambiente? Façamos algo! Nosso território é nosso. Muitos lutaram, morreram, para que ele fosse nosso!  Nós, brasileiros, acertando, errando, é que devemos decidir o que fazer com nossas riquezas (e nossas pobrezas)!

Parcerias, projetos bem intencionados de ajuda, doações,  claro que devemos aceitar. Transparentemente. Pragmaticamente. Sem ameaças! Índios do Brasil devem morar no mato, na selva, na Amazonia. Lá nos Estados Unidos, operam na bolsa de W.Street, possuem ricos cassinos e ricos fundos de investimentos.

Não foram convidados para essa reunião.Daqui foi. Pra falar mal de nós. Afinal, que se passa conosco? 
Perdemos o senso de patriotismo? 
Preferimos nos socorrer da liberdade alheia? 
Há organismos mundiais, Instituições sólidas, que ajudamos a criar,construir. 
Ali devemos atuar, se preciso, talvez, até se submeter a normas coletivas.

Temos Instituições funcionando. Somos livres para votar, escolher, usar nossos representantes para que façam leis, cuidem de nossas matas, rios, minérios. Meu Deus, fiquei velho, veio a Covid e não conheço, não ouço mais   o que aprendi a respeitar!  Defender!

 Em 24/04/2021

Enviado pelo autor, Éricoh Mórbiz ao site Puggina.org

[parabenizamos o autor pela Dignidade e Justiça  demonstrada na apresentação de suas posições - o que mostra que ainda existe esquerdistas dignos.

E o que expõe é uma brilhante defesa das posições que nós, orgulhosamente da extrema-direita, defendemos hoje e sempre.] 

 

segunda-feira, 8 de fevereiro de 2021

A parteira do atraso - Percival Puggina

Aprendi de guri que os alunos mais dedicados aos estudos eram aqueles que disputavam – disputavam mesmo – os primeiros lugares da turma. Eu não estava em nenhuma competitiva e estressada metrópole capitalista.   
Ninguém na turma sonhava com ser um figurão entre os tigres asiáticos ou em Wall Street. Éramos apenas meninos e meninas dos anos 50, em Santana do Livramento, no extremo sul do Brasil. Mas estudávamos muito e disputávamos notas. Nota ruim forçava a busca de nota melhor na prova seguinte, chamada “sabatina” (embora fosse mensal).
Aquela experiência escolar, vivida no antigo curso primário hoje ensino fundamental –, em escola pública, valeu-me para a vida. Compreendi então, desde criança, que o progresso e o sucesso têm tudo a ver com esforço e quanto maior ele for, maior tende a ser o resultado. 
Foi o que me tornou adepto da valorização do mérito. A União Soviética, a extinta URSS, exigiu muito empenho dos Estados Unidos para acompanhar seus avanços tecnológicos na corrida armamentista e espacial. Por quê? Porque havia muita coisa em jogo. O resto do país era um retrato do fracasso comunista, mas havia na URSS um nível de excelência em torno dessas atividades.

Cuba, não deixava por menos. Seus atletas costumam ser feras em competições internacionais. Por quê? Porque na sociedade cubana, na Cuba da libreta “provisória” de racionamento, que já conta 60 anos de existência, os atletas de ponta têm acesso a alimentos que o restante da população não consegue comprar. Nos países comunistas, o mérito esportivo alivia os penares da existência. Ademais, a vitória é instrumento de propaganda de regimes que sobrevivem à custa da propaganda. Resumindo: em países sob regime totalitário de viés marxista podem surgir áreas de excelência, mas isso só ocorre se há algo sendo disputado.

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Dirigente de um sindicato de servidores, em nota sobre o projeto de Reforma Administrativa enviada pelo governo ao Congresso, declarou: “Precisamos nos mobilizar contra essa proposta vergonhosa, que retira direitos dos futuros servidores públicos, com avaliações duvidosas para obtenção de estabilidade e aposta na meritocracia, prática antidemocrática e perigosa para a administração pública”. [nem sempre, mas com uma frequência razoável servidores públicos fazem manifestações inteligentes; mas a desse dirigente sindical conseguiu ser um primor de estupidez - provavelmente, ingressou no serviço público cometendo alguma cota - por isso sua oposição ao mérito - e ao optar pela comodidade de ser um líder sindical, perdeu o senso do ridículo.]

Ou seja, que tudo fique como está ainda que a sociedade permaneça superonerada e mal atendida. A avaliação de desempenho, tão comum nas empresas privadas, é habitualmente recusada no serviço público sob a alegação de que grupos diferentes e indivíduos diferentes são incomparáveis em suas circunstâncias, limitações e possibilidades. 
Todos deveriam recebem um bom salário e ponto final. 
Confunde-se avaliação de desempenho com comparação entre pessoas.
Não preciso dizer em que ponta do time joga a autora da declaração.  
Sua tese tem tudo a ver com o pensamento que subtrai quanto pode de quem produz muito e transfere para quem produz pouco até que ninguém produza mais (não estou negando a necessidade de políticas sociais). 
As consequências teoricamente previsíveis são bem verificáveis na vida real. Mas a tese tem penetração e acolhimento porque, apesar da profunda perversão que produz, se reveste com o manto de suposta justiça, bordado nas cores da benevolência.  No fundo, é a tal absorção da ideia de justiça pela de igualdade.
Portanto, quando se automatizam as promoções funcionais, desvinculando-as do merecimento, quem resulta automatizada é a mediocridade. No mundo de qualquer época, a mediocridade é parteira do atraso. Queira Deus que o Congresso Nacional perceba que suas responsabilidades têm prioridade sobre seus interesses eleitorais!
Publicado originalmente em Conservadores e Liberais, site de Puggina.org

Percival Puggina (76), membro da Academia Rio-Grandense de Letras e Cidadão de Porto Alegre, é arquiteto, empresário, escritor e titular do site Conservadores e Liberais (Puggina.org); colunista de dezenas de jornais e sites no país. Autor de Crônicas contra o totalitarismo; Cuba, a tragédia da utopia; Pombas e Gaviões; A Tomada do Brasil pelos maus brasileiros. Membro da ADCE. Integrante do grupo Pensar+.

 

sábado, 6 de junho de 2020

Dólar fecha abaixo de R$ 5,00 e tem maior queda semanal em 12 anos - IstoÉ - Economia

O dólar à vista fechou a sexta-feira, 5, em R$ 4,9909, a primeira vez que a moeda americana termina abaixo de R$ 5,00 desde 26 de março. 

Na semana, acumulou queda de 6,52%, a maior baixa semanal em quase 12 anos, desde os cinco dias encerrados em 31 de outubro de 2008 (-7,35%). Nesta sexta-feira, o peso determinante para o enfraquecimento do dólar no Brasil e perante países emergentes em geral foi o cenário externo, após a surpresa com o relatório de emprego dos Estados Unidos, mostrando criação de 2,5 milhões de vagas em maio enquanto Wall Street previa fechamento de mais de 8 milhões de postos de trabalho.
No mercado futuro, o dólar para julho recuava 2,99%, a R$ 4,9745 às 17h45.

Na mínima do dia, o dólar caiu a R$ 4,93 no início da tarde, movimento provocado por rápida desmontagens de posições contra o real e também relatos de entrada de capital externo.
A surpresa com o relatório de emprego dos EUA estimulou busca por ativos de risco mundialmente e as bolsas subiram na Europa e em Nova York. Aqui, o Ibovespa chegou a superar na máxima os 97 mil pontos. Logo após a divulgação do documento, o presidente Donald Trump afirmou que a economia americana vai se recuperar “como um foguete”, contribuindo para elevar ainda mais o otimismo dos investidores com a retomada das atividades pós-pandemia.
“O relatório de emprego de maio foi uma surpresa positiva dramática”, afirma o diretor do Credit Suisse, Jeremy Schwartz, alertando que o número, apesar da euforia causada nos mercados, pode não representar uma tendência. “O relatório não muda drasticamente nossas perspectivas para o mercado de trabalho americano”, escreveu em relatório comentando os números.

O presidente da gestora AZ Quest, Walter Maciel, avalia que o exterior positivo combinado com uma trégua política ajudou a melhorar os preços dos ativos brasileiros. No cenário externo, a perspectiva é de que a China vai voltar a crescer e seguir comprando minério de ferro e alimentos do Brasil, o mesmo paras as economias dos EUA e na Europa, todos parceiros comerciais importantes do Brasil, disse ele. Ao mesmo tempo, com a piora da atividade doméstica, as importações brasileiras devem cair, mas com a manutenção das vendas externas, o saldo comercial se amplia. “Vai começar a sobrar dólar no sistema. O saldo comercial crescente faz com que o dólar tenda a cair”, disse ele hoje em live da Genial Investimentos.

No cenário doméstico, o presidente da AZ Quest observa que a tensão política diminuiu após o presidente Jair Bolsonaro sentar com os presidentes da Câmara e do Senado e com os governadores e ainda vetar o aumento de salário de servidores. Apesar da melhora do real, Maciel alerta que se o ambiente voltar a se deteriorar, por exemplo, com piora novamente do ambiente político ou medidas   populistas de aumento de gastos públicos, o dólar volta a subir.

IstoÉ - Estadão Conteúdo




terça-feira, 10 de março de 2020

Guerra do petróleo e coronavírus elevam risco de recessão mundial - O Globo

Com crise mundial e coronavírus, Planalto teme risco de nova recessão

Para analistas e Congresso, manifestação do próximo domingo serve apenas para desviar o foco de dificuldades para o governo que podem ser trazidas pelo desaquecimento da economia mundial por causa do coronavírus, que deixa rastros de prejuízos mundo afora

Ibovespa tem queda de 12,17% e empresas perdem R$ 432 bi Petrobras e Vale: valor de mercado cai R$ 126,9 bi - Paulo Guedes: reformas são a melhor resposta para a crise

'Mercado financeiro é alvo de um 'choque dentro do outro', diz economista

Para Roberto Padovani, guerra de preços do petróleo agravou nervosismo de investidores com coronavírus - O economista acredita em acordo entre Moscou e Riad sobre o petróleo 

Padovani acredita que o maior risco para o crescimento mundial continua sendo a epidemia, que pode atingir de forma mais profunda EUA e Europa, que ao lado da China são os motores do crescimento mundial.

Coronavírus e guerra do petróleo:  Confira guia para lidar com a crise nos mercados

O GLOBO — Como o senhor vê a guerra de preços do petróleo entre Rússia e Arábia Saudita num cenário em que o mercado financeiro já vinha sofrendo com a epidemia de coronavírus?
ROBERTO PADOVANI — Os mercados já estavam tensos com a falta de informações sobre os impactos do coronavírus. No final de semana, o preço do petróleo despencou com a guerra entre Arábia Saudita e Rússia. É um choque dentro de outro choque, agravando o nervosismo dos mercados.

Podemos ter uma nova crise como a de 2008?
Embora a volatilidade dos mercados faça lembrar a crise de 2008, não temos bolha imobiliária ou crise dos bancos, que deram início à crise financeira. Acredito que esta crise é temporária, de um ou dois meses. A China foi a origem, mas está mostrando que conseguiu controlar o problema e está servindo de referência para outros países.


Para o Brasil, qual é o impacto dessa guerra do petróleo?
Esse cenário vai gerar mais cautela entre os investidores e acaba impactando o fluxo de recursos para o país. A confiança do investidor cai com aumento da incerteza. E o Brasil terá que fazer mais leilões de campos de petróleo nesse ambiente.

Essa guerra do preço do petróleo pode durar muito tempo?
A Arábia Saudita tem muito poder de fogo. Produz petróleo a custo muito  baixo. Mas houve muito ruído na negociação com a Rússia. Pode ter havido um erro de cálculo. Acho que a saída natural é que os países voltem a conversar e cheguem a um acordo.

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Mercados acionários de todo o mundo sofreram ontem perdas históricas na esteira de uma disputa entre Arábia Saudita e Rússia sobre os preços do petróleo —o que se somou à turbulência causada pela epidemia de coronavírus. Os dois fatores, para analistas, formam uma tempestade perfeita que aumenta o risco de uma recessão. Várias Bolsas amargaram as maiores quedas desde 2008, quando eclodiu a crise financeira global. Já o Ibovespa, principal índice da B3, desabou 12,17%, o maior desde setembro de 1998, na crise russa. O indicador caiu aos 86.067 pontos. Desde 23 de janeiro, quando o Ibovespa atingiu a máxima histórica de 119.527 pontos, a desvalorização acumulada é de 38,8%. Somente ontem, as empresas com ações negociadas na Bolsa brasileira perderam R$ 432 bilhões de valor de mercado, segundo a Economática. 

Mesmo com o Banco Central vendendo US$ 3,5 bilhões das reservas internacionais, a cotação do dólar comercial subiu 2,03% a R$ 4,728, novo recorde histórico. Durante o dia, a moeda americana chegou a atingir R$ 4,79. O BC já anunciou que irá vender hoje mais US$ 2 bilhões. Diante da forte volatilidade, o Tesouro Nacional cancelou o leilão que faria na quinta-feira de títulos públicos prefixados.

NEGÓCIOS TRAVADOS
Às 10h31m, meia hora depois da abertura, quando o Ibovespa caía 10,02%, a Bolsa acionou o mecanismo de circuit breaker, que trava os negócios por 30 minutos sempre que as quedas ultrapassam 10%. O mecanismo não era acionado desde 18 de maio de 2017, um dia após o colunista do GLOBO Lauro Jardim revelar áudios do empresário Joesley Batista que comprometiam o então presidente Michel Temer.

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Nos Estados Unidos, as principais Bolsas também acionaram o circuit breaker quando a queda do índice S&P 500 superou os 7%, logo após a abertura do pregão. Os negócios ficaram suspensos por 15 minutos. Os principais índices americanos fecharam em queda de mais de 7%, no pior dia desde 2008.  Foi a primeira vez que os negócios em Wall Street foram interrompidos desde as eleições presidenciais de 2016.

As quedas também foram fortes na Ásia e na Europa. A Bolsas da Austrália (-7,33%) e de Paris (-8,39%) também registraram suas maiores perdas desde a crise de 2008, enquanto a de Frankfurt (-7,94%) teve seu pior dia desde o 11 de Setembro.

Para o economista-chefe do banco BV, Roberto Padovani, a disputa entre Arábia Saudita e Rússia piorou o que já era grave: Os mercados já estavam tensos com a falta de informações sobre os impactos do coronavírus. A guerra do petróleo é um choque dentro de outro choque, agravando o nervosismo dos mercados — disse Padovani, que observa que o grande temor dos investidores são as consequências que a epidemia pode trazer aos outros dois motores do crescimento mundial, além da China, que são os Estados Unidos e a Europa.

INCERTEZA CORROSIVA
Em relatório a clientes, Joachim Fels, assessor econômico global da gestora Pimco, afirmou ver possibilidade de uma recessão nos EUA ena Europa neste semestre. O Japão, segundo ele, já estaria em recessão. “Em nossa opinião, o pior para a economia ainda está por vir”, escreveu Fels.

Para Alberto Ramos, economista-chefe para América Latina do Goldman Sachs, em Nova York, a incerteza “é pior do que o risco”:

—É um cenário muito sério. Embora os governos se esforcem em conter o avanço do coronavírus, inclusive como desenvolvimento de uma vacina, haverá um impacto muito grande, e caminhamos a passos largos para uma recessão global. E agora, haverá queda da demanda e aumento da oferta do petróleo. Um novo viés negativo para o mercado.

A cotação do petróleo tipo Brent chegou a desabar mais de 30% na noite de domingo, depois de a Arábia Saudita anunciar que cortaria seus preços em mais de 10% e que elevaria a produção em abril.

O pano de fundo foi uma disputa coma Rússia no âmbito da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep). O cartel tentava há semanas costurar um acordo para reduzir a produção, devido à queda na demanda por causa do coronavírus, que derrubou a indústria chinesa.

Mas, em um reunião no fim de semana, a Rússia decidiu não cooperar coma Opep para reduzira produção e, consequentemente, elevar os preços. Em represália, a Arábia Saudita decidiu cortar preços e produzir mais.

A Rússia ontem afirmou que tem capacidade de aguentar os preços baixos por cerca de dez anos, graças a seu fundo soberano de US $150 bilhões. Para analistas, o verdadeiro alvo da briga era a produção de shalegas (petróleo não convencional) nos EUA, que pode não ser lucrativa com o barril em torno de US$ 30.

O analista do Citigroup Ed Morse aval iaque o barril pode cair a US $20, pois, pela primeira vez, um aumento da oferta ocorre junto com uma queda na demanda.

Em relatório, a agência de classificação de risco Fitch Ratings afirma que “os efeitos do choque do petróleo podem durar muito mais do que aqueles do coronavírus”. O banco Goldman Sachs cortou a previsão para o preço do barril do Brent no segundo e terceiro trimestres para US$ 30 .

O analista Ilan Arbteman, da Ativa Investimentos, porém, não vê mudança nos fundamentos das empresas petrolíferas. Mas ressalta que o consumidor não deve esperar que a Petrobras repasse aqueda de preços ao mercado interno.

Economia - O Globo