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segunda-feira, 23 de outubro de 2017

Tremei! Fux, Barroso, Rosa e Fachin vão ter a chance de testar as suas feitiçarias no TSE

A quantas heterodoxias vai se entregar o TSE sob os cuidados desses valentes? Não sei. Mas sabemos bem do que têm sido capaz essa gente no tribunal constitucional

Não deixa de ter a sua graça trágica que Luiz Fux vá comandar o tribunal durante boa parte do ano eleitoral; que passe o bastão depois para Rosa Weber e que Roberto Barroso e Edson Fachin integrem o TSE numa quadra tão complicada da vida nacional (leia post anterior ).

Fux foi o relator da Ação Direta de Inconstitucionalidade que acabou resultando na proibição da doação de empresas privadas a campanhas. A decisão veio à esteira da histeria provocada pela Lava Jato. Como adverti tantas vezes aqui, escolher esse caminho correspondia a jogar fora a água suja junto com a criancinha. Mas quê… De pouco adiantou. Fux produziu uma peça verdadeiramente condoreira contra essa modalidade de financiamento de campanha e, infelizmente, arrastou o voto de sete outros ministros: Barroso, Dias Toffoli, Rosa, Cármen Lúcia, Marco Aurélio, Ricardo Lewandowski e Joaquim Barbosa, que ainda integrava o tribunal. Fizeram a coisa certa, nesse caso, Teori Zavascki, Gilmar Mendes e Celso de Mello.

E por que eu me opunha com tanta determinação a que se proibissem as doações de pessoas jurídicas? Ora, em razão de uma questão elementar: é evidente que isso implicará um aumento do caixa dois nas campanhas. Dinheiro não cai do céu. Nesse caso, pode vir do inferno. E vem. O narcotráfico lida com grana viva e sem registro. Já participava marginalmente do processo eleitoral. Agora, vai entrar para valer. Tantas vezes chamei a atenção para a questão. Mas foi inútil.

Na sexta-feira, o UOL publicou uma entrevista com Márcio dos Santos Nepomuceno, o Marcinho VP, que está preso no presídio de segurança máxima de Mossoró. Está condenado a 48 anos e amarga cadeia há 21. Segundo a Polícia, é um dos chefões do Comando Vermelho, que travou, não faz tempo, uma guerra suja com o PCC, cujo epicentro está em São Paulo. Marcinho diz com todas as letras: o narcotráfico já financia campanhas eleitorais. Imaginem o que vai acontecer a partir deste ano. O bandido, claro, faz essa declaração ao defender a legalização das drogas, hipótese em que acabaria o tráfico e, pois, as ilegalidades a ele associados. Nesse particular, o ministro Barroso já deixou claro que concorda com ele. É outra tese muito influente entre os inocentes, os energúmenos e os interessados, como Marcinho VP. Já escrevi muito a respeito neste blog e não me estenderei sobre isso agora para não perder o foco.

Fux, que vai comandar o TSE, estará à frente do tribunal ao qual caberá cuidar das sanções às transgressões eleitorais que seu voto certamente contribuiu para multiplicar a níveis escandalosos. Depois, o ente passa para as mãos de Rosa Weber, que aderiu à tese. E, bem…, é preciso lembrar, o regente dessa ópera bufa se chama Roberto Barroso. Poucos se lembram: aquela Ação Direta de Inconstitucionalidade que chegou ao Supremo era de sua autoria, quando ainda atuava como advogado. A ação foi impetrada pela OAB Nacional, e o agora ministro foi o defensor na causa. Já no tribunal, com o desassombro que lhe é muito peculiar, não hesitou em dizer “sim” ao próprio texto.

A quantas heterodoxias vai se entregar o TSE sob os cuidados desses valentes? Não sei. Mas sabemos bem do que têm sido capaz essa gente no tribunal constitucional. Fachin fez-se relator do caso JBS sabendo que este nada tinha a ver com o chamado “petrolão”. Foi escolhido a dedo, e contra a lei, por Rodrigo Janot, o que acabou sendo endossado por Cármen Lúcia. Mesmo assim, não teve pejo em homologar um acordo de delação com Joesley Batista e sua trupe que entrará para a história, ele sim, como um dos maiores escândalos de que se teve notícia na corte.

Rosa, Barroso e Fachin, o trio do barulho que resolveu aplicar a sua própria Constituição, não a que temos, inventando uma punição para parlamentares que não está prevista em lugar nenhum  — o afastamento, de ofício, com recolhimento domiciliar vai se encontrar no tribunal que cuida da espinhosa questão eleitoral, pedra de toque da democracia. E olhem que só não será o quarteto a aterrorizar o processo porque Fachin substituirá Fux, já que, dos sete membros do TSE, são apenas três os membros oriundos do Supremo. Dois vêm do STJ, e o outro par é escolhido pela Presidência da República entre juristas.

Para encerrar: os quatro estiveram juntos, de novo, na mais estupefaciente das votações jamais perpetradas do STF: aquela que entendeu que na Lei da Ficha Limpa poderia ser aplicada retroativamente, inclusive sobre a coisa julgada, o que é uma aberração.  As eleições de 2018 se afiguram, desde já tensas, com elevado potencial de conflitos. Sem as doações privadas, podem se multiplicar brutalmente as denúncias de irregularidades. E, se isso não acontecer, é porque estará em curso um pacto entre os praticantes de ilícitos eleitorais, com o tribunal, que só atua quando é acionado, fazendo de conta que nada vê. Esses feiticeiros terão a chance de provar que suas poções mágicas funcionam. E, como sabemos, não vão funcionar.

Fonte: Blog do Reinaldo Azevedo
 

 

sexta-feira, 20 de outubro de 2017

Até aqui de mágoas

No day after da 2.ª denúncia, empregos, Previdência e guerra contra ‘conspiradores’

Michel Temer e Rodrigo Maia se esforçam para dizer que o pior da crise entre eles passou, mas uma dúvida ainda paira sobre as instituições: a real história da divulgação da delação de Lúcio Funaro no site da Câmara. O relator da Lava Jato no Supremo, Edson Fachin, está no centro dessa e de outras dúvidas.

Em ofício de 26 de setembro ao advogado Eduardo Carnelós, Fachin determinou que ele poderia ter acesso às partes que dizem respeito ao seu cliente Temer, não ao restante da delação. Mas, depois, em conversa no STF com Rodrigo Maia, a presidente Cármen Lúcia e um assessor jurídico da Câmara, Fachin não tão claro, induzindo Maia e seu assessor à divulgação da delação de Funaro, então protegida pelo sigilo. Trecho do ofício de Fachin ao advogado: “... em termos de declaração separados, dando origem a diferentes procedimentos investigatórios, em diferentes estágios de diligências, não assiste a um determinado denunciado o acesso universal a todos os depoimentos prestados. O que a lei lhe assegura é o acesso aos elementos da colaboração premiada que lhe digam respeito”.
Já na versão da conversa posterior do ministro, Maia lhe disse que a delação de Funaro chegara ao Congresso sem a comunicação oficial do sigilo
e lhe perguntou se haveria restrições à publicação no site. Fachin não titubeou: “Não há nada grave”. A frase foi interpretada como sinal para a divulgação. Mas, com a divulgação, péssima para Temer, às vésperas da votação da CCJ, Fachin soltou nota voltando à versão ao advogado e declarando que os vídeos de Funaro “não deveriam ter sido divulgados”. Pois é. Mas foram.

A favor de Fachin, alega-se que a delação dizia respeito não só a Temer, mas também aos ministros Moreira Franco e Eliseu Padilha, e os três estariam em julgamento na CCJ e em seguida no plenário da Câmara. Logo, os juízes, no caso os deputados, tinham direito às informações ali contidas. Mas essa versão edulcorada não convence nem o governo nem parte do STF.  É por essas e outras que, antes mesmo da votação da segunda denúncia, prevista para a próxima quarta-feira, Temer já se prepara não só para intensificar sua defesa diante da opinião pública, mas também para martelar a tese de “conspiração” contra ele.

O termo (alternativo a “golpe”, que tem dono...) já foi usado por Temer na carta que enviou aos deputados antes da votação na CCJ e dá o tom e o roteiro do presidente após sobreviver à segunda denúncia. Equipes do Planalto, inclusive, fazem o que nos acusam (a nós, da mídia) de não fazer: a leitura e divulgação dos pontos favoráveis a Temer, seja em delações, seja em medidas de governo, seja até na explosiva portaria do trabalho escravo. O título de um desses trabalhos internos é Contradições e inconsistências na delação de Lúcio Funaro. Ele destaca em verde o nome de Temer e em azul os trechos em que Funaro declara que não conhece Temer, nunca foi ao escritório dele e não sabe quem teria entregue dinheiro a ele.

Exemplo: o delator disse que não tem ideia se o dinheiro de Geddel Vieira Lima ia para Temer e achava “pouco provável que o presidente(...), pela própria característica, pelo jeito dele de ser, pegaria um dinheiro da mão do Altair (carregador das fortunas do esquema)”.

Em sua defesa política, Temer pretende dizer, subliminarmente, que, além de Rodrigo Janot, Marcelo Miller, Joesley Batista, delatores, aliados e adversários, a “conspiração” contra ele tem agentes importantes também no Judiciário. Quando se pergunta no Planalto sobre o “day after” da segunda denúncia, a resposta é midiática: “Emprego e reforma da Previdência”. Mas, nos bastidores, sabe-se que Temer é um pote até aqui de mágoas. E não vai deixar por isso mesmo. [quanto a conspiração contra Temer ter agentes no Judiciário é temerário afirmar, mas, com certeza pelo menos um ministro faz o que pode para complicar a vida do presidente Temer = Edson Fachin.]


Fonte: Eliane Cantanhêde - O Estado de S. Paulo 

 

sexta-feira, 13 de outubro de 2017

Na trilha da conspiração

A incrível sequência dos fatos que escancara como a delação da JBS foi realmente uma grande armação



Nada aconteceu por acaso. Nem foi movido pelo bom e primordial interesse republicano. Por isso, a delação da JBS, arquitetada com meses de antecedência, nasceu como uma montanha, mas pariu um rato. Todos os passos, costurados nos bastidores por advogados, procuradores e pelos principais colaboradores Joesley Batista, sócio da empresa, Ricardo Saud, diretor financeiro, e Francisco Assis, diretor jurídico, tinham como claro objetivo apear do poder o presidente Michel Temer, livrar da prisão os protagonistas do acordo, bem como anabolizar a musculatura política do ex-procurador-geral da República, Rodrigo Janot, que, como é sabido agora, acalentava a ilusão de alcançar a Presidência. [Rodrigo Janot, também conhecido como Rodrigo 'enganot', agora teu nome é: DEVANEIO.] Ou, no mínimo, ter o poder de indicar o próximo mandatário do País. A trama contou com a participação direta de um ex-procurador que, em determinado momento, esteve simultaneamente nos dois lados do balcão, e com o consentimento do então chefe do MP Federal. Trata-se de Marcelo Miller, peça-chave na engrenagem farsesca.

É o que se conclui da organização da cronologia dos acontecimentos, montada por ISTOÉ. 

Convidamos o leitor a acompanhar a sequência histórica a seguir. A partir do encadeamento dos fatos, a serpentear pelas próximas páginas, é possível visualizar a farsa com nitidez. O ponto de partida é janeiro de 2016, quando a advogada Fernanda Tórtima foi contratada pela JBS para negociar um acordo de leniência. Simultaneamente, Miller era convidado para trabalhar no escritório Trench, Rossi e Watanabe.  

Naquele momento, a situação jurídica da JBS já era preocupante, com o avanço de diferentes linhas de investigação contra a empresa. Pressionados por sucessivas operações, o grupo decidiu delatar. Apenas três dias depois, Miller foi à PGR pedir demissão. Mesmo apalavrado com o escritório Trench, Rossi e Watanabe, pediu que fosse exonerado somente em 5 de abril. No mesmo mês, ainda oficialmente trabalhando na PGR, Miller teria almoçado na casa de Joesley em São Paulo. Ele cumpria dupla jornada: foi quem orientou Joesley e Saud a gravar autoridades para apresentar como provas a Janot. No dia 7 de março, Joesley gravou o presidente Michel Temer. O desenlace da tramóia já é história.

Com a fraude escancarada, a tendência é que o conteúdo da delação seja ao menos relativizado. Ao arquivar inquéritos contra Romero Jucá, José Sarney e Renan Calheiros, todos resultado da capenga delação firmada pelo ex-senador Sérgio Machado, o STF deu sinais claros, nos últimos dias, de que não irá transigir com acordos instrumentalizados. O estado democrático de direito agradece. [falta punição rigorosa aos que contribuíram para a desmoralização do instituto de 'colaboração premiada' - qualquer punição precisa começar com sanção rigorosa e Marcelo Miller e ao seu chefe Rodrigo Janot.]


MATÉRIA COMPLETA, incluindo  CRONOLOGIA  em ISTO É

 

quinta-feira, 21 de setembro de 2017

Artigo: O memorial de Raquel Dodge, por Joaquim Falcão

Nova procuradora-geral fez sua primeira intervenção no STF
O memorial que escreveu sobre o caso de quarta-feira permitiu estrategicamente a Raquel Dodge, de alguma forma, intervir por sua primeira vez em uma sessão do Supremo Tribunal Federal (STF). Foi uma maneira de marcar sua presença. Como foi essa intervenção? Que estilo próprio anuncia?

Primeiro: sua intervenção foi literalmente de duas páginas. Curta. Mesmo assim, como diria Fernando Pessoa, nada faltou ou excedeu. Curta e objetiva, como poderiam ser os votos dos ministros na maioria dos casos.

Ou seja, o culpado por sessões intermináveis não é a TV Justiça. É o modo como os ministros usam a TV Justiça e estruturam seus votos. O memorial imediatamente envelheceu os votos recheados de doutrinas e doutrinações.

Segundo: sua brevidade objetiva só foi possível porque descartou atalhos fora da questão central. Não se aproveitou para falar de outros assuntos, ou avançar posições em futuros julgamentos.
Não tratou da legalidade da delação premiada. Não era pertinente.
Não tratou da legalidade de provas. Não era pertinente.
Não julgou os procedimentos do Ministério Público. Não era pertinente.

 O memorial envelheceu a estratégia de usar a sessão como palco midiático. Não é. Não aproveitou decidir sobre A, para falar de B.  Tratou apenas de se posicionar diante da questão vital: se o Supremo Tribunal Federal deve ou não encaminhar a denúncia logo à Câmara. Ou pode e deve fazer qualquer avaliação prévia.
Disse não. Mande-se logo.
A Constituição é rigorosa. As etapas estão bem definidas. Ponto final.

Terceiro: não personalizou a questão. Não ameaçou ninguém. Não fez insinuações. Não usou de sutilezas. Não desqualificou comportamentos. Não deu interpretações próprias sobre o passado nem avançou o futuro. Não fez elucubrações.

No fundo, disse, sem dizer, que a questão a decidir não era sobre Rodrigo Janot, Marcello Miller, Sérgio Machado, Michel Temer, Aécio Neves etc. Disse, sem dizer, que se trata apenas de interpretar a Constituição. Sem fulanizações. O cidadão não espera do Supremo a imaginação de uma Agatha Christie.É difícil analisar comportamentos em apenas uma oportunidade. O memorial, tecnicamente, em geral, é curto e objetivo. Ao mesmo tempo que protege e revela, mantém sombras. Raquel Dodge começou a se desfazer enquanto mistério.
Bom para a democracia.


segunda-feira, 18 de setembro de 2017

O que fará Raquel Dodge com as delações?

Conheça casos que serão revisitados pela procuradora. Governo teme o que dirá Geddel; Cunha quer negociar. Nova PGR monta grupo para fiscalizar todas as delações

É grande a expectativa no Planalto e na oposição quanto ao tratamento que Raquel Dodge dará a delações premiadas ainda no forno da Lava Jato. Os dois lados não sabem como a futura procuradora-geral da República tratará do assunto.  Para os colegas, a nova chefe já criticou a forma como o atual procurador, Rodrigo Janot, vinha conduzindo as delações. Ela chegou a anunciar que montará 1 grupo para fiscalizar o cumprimento dos acordos. Mas também tem se declarado uma defensora desse instrumento de investigação.

A procuradora-geral tem dito que, assim que assumir, na 2ª feira (18.set.2017), checará algumas delações acertadas por Janot. Serão revisitados os casos da Odebrecht, do ex-senador Delcídio do Amaral (ex-PT-MS) e do ex-presidente da Transpetro Sérgio Machado.

DELAÇÃO DA J&F
Às vésperas de deixar o cargo, Rodrigo Janot anulou as delações de Joesley Batista, principal acionista da J&F (dono do frigorífico JBS-Friboi), e Ricardo Saud, executivo do grupo. O PGR ressaltou que a decisão não impede o uso de provas por eles apresentadas. Em tese, mesmo essa decisão poderá ser revista pela nova comandante da PGR.


DELAÇÕES NA FILA
Após o anúncio de Dodge como procuradora-geral da República, houve uma corrida de advogados para fechar delações premiadas. Há receio sobre como ela se comportará. O operador Lúcio Funaro foi 1 dos que conseguiram. Mas há outros ainda na fila:

  • Geddel Vieira Lima— preso junto com o ex-ministro, o advogado Gustavo Ferraz iniciou negociações com a Lava Jato. Já informou que pegou em São Paulo uma das malas de dinheiro encontradas no apartamento de Geddel. A PF acredita que, com sua colaboração, Geddel acabará delatando. O Planalto tem calafrios com essa hipótese;
  • Antonio Palocci— o ex-ministro da Fazenda negocia sua delação há meses. Começou disparando flechadas contra o PT e os ex-presidentes Lula e Dilma. Tem potencial para abrir fogo contra bancos e empresas ainda não arroladas na Lava Jato;
  • Ricardo Saud— o executivo da JBS é alvo da desconfiança dos donos da empresa desde que o grupo começou a perder os benefícios da delação premiada. Pode entregar todos os passos ainda desconhecidos de Joesley e Wesley Batista;
  • Eduardo Cunha— espera Raquel Dodge para voltar a negociar. É uma esfinge. Pode ajudar Michel Temer a desmontar a delação do operador Lúcio Funaro. Ou se tornar o tiro de misericórdia contra o Planalto.
 Fonte: FAP - Por Tales Faria, do Poder 360

domingo, 17 de setembro de 2017

As últimas flechas -Temer a partir de amanhã poderá governar, sem ser sabotado

As dificuldades para Temer superar flechadas e uma crise em sua base

Parecia fácil debelar a segunda denúncia de Rodrigo Janot. Mas o presidente Michel Temer tem novos problemas com a lei e com seus instáveis aliados no Congresso 

 O vice-presidente Michel Temer discursava em um palanque em Três Lagoas, Mato Grosso do Sul, enquanto um poderoso empresário em ascensão, com quem tinha excelente relação há cerca de dois anos, assistia sentado a poucos metros. Joesley Batista, um dos donos do grupo J&F, da gigante de carnes JBS, estava satisfeito na plateia. 

Podcast: O fim do mandato de Rodrigo Janot

Naquele 12 de dezembro de 2012, ele inaugurava a fábrica de celulose da Eldorado, uma das empresas do grupo, com um evento no qual ganhava o prestígio do vice-presidente da República e presidente do PMDB. Temer, por seu lado, também podia dizer-se contente. Cumpria ali um papel importante para o partido. Hoje, o evento ganha uma conotação diferente. De acordo com as investigações da Operação Lava Jato, Temer estava ali para retribuir o pagamento de R$ 33 milhões em propina.

Defesa de Temer pede ao STF que Janot refaça denúncia de organização criminosa

Segundo a delação premiada do corretor Lúcio Funaro, operador do ex-deputado Eduardo Cunha, um dos mais próximos colaboradores de Temer durante anos, Temer estava ali “em sinal de agradecimento”. Joesley pagara propina em troca da obtenção de um crédito de R$ 940 milhões da Caixa, um domínio do PMDB, para seu empreendimento. Os valores, segundo Funaro, foram divididos entre Temer e os ex-deputados Henrique Eduardo Alves e Eduardo Cunha, responsáveis pela intermediação.




>> Leia a reportagem completa em ÉPOCA desta semana

Nesta semana, ao apresentar sua segunda e derradeira denúncia criminal contra o agora presidente Michel Temer, o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, citou a inauguração em Três Lagoas como uma das provas da atuação de alguns peemedebistas como – nas palavras dele – uma verdadeira quadrilha nascida e criada nos meandros da política. Vários fatos como esse, vistos hoje pela ótica revisionista proporcionada pelos resultados de mais de três anos de investigação do submundo, mudam o entendimento sobre Temer, Joesley, o PMDB e as conexões íntimas entre a política e o ambiente de negócios no Brasil nos últimos anos.

Para justificar ao Supremo Tribunal Federal seu pedido para que Temer seja julgado como partícipe de uma organização criminosa – junto com mais sete companheiros do PMDB – e por obstrução da Justiça, Janot discorre em 245 páginas sobre a formação e a atuação do grupo. Além de Temer, cita como participantes do grupo os ex-presidentes da Câmara Eduardo Cunha e Henrique Alves; os ministros Eliseu Padilha e Moreira Franco; o ex-ministro Geddel Vieira Lima; e o ex-deputado Rodrigo da Rocha Loures, o homem que deu aquela corridinha puxando uma mala recheada com R$ 500 mil.


No topo da cadeia, segundo Janot, estava Michel Temer, por ter sido o responsável por acertar a aliança com o governo Lula em 2006 e obter, assim, o controle sobre a nomeação de aliados a postos-chave na administração pública. “O papel de negociar os cargos junto aos demais membros do núcleo político da organização criminosa, no caso do subnúcleo do ‘PMDB da Câmara’, era desempenhado por Michel Temer de forma mais estável, por ter sido ele o grande articulador para a unificação do partido em torno do governo Lula”, escreve Janot. A organização criminosa nasceu no seio do PT e, no apetite por poder e propina, foi crescendo até engolir o aliado. A denúncia afirma que o grupo do PMDB da Câmara – a outra “organização criminosa”, o PMDB do Senado, operava em outra seara, segundo a Procuradoria – embolsou uma fortuna de R$ 587 milhões em uma década de atuação nos postos que lhe foram concedidos pelos governos dos presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff na Petrobras, Caixa, Furnas, Ministério da Integração Nacional, Ministério da Agricultura e Secretaria da Aviação Civil. A turma operou até na Câmara dos Deputados, onde é suspeita de vender propostas legislativas.


MATÉRIA COMPLETA, Revista Época

sábado, 16 de setembro de 2017

“Homem forte” de Janot é casado com ”mulher forte” de Fachin. Renuncie à relatoria, ministro!

Como filosofou Dilma, é natural que que o “Homo sapiens statali” se interesse sexualmente pela “Mulher sapiens statali”. Quando pode haver, no meio do caminho, uma história de crimes, é preciso tomar cuidado com o cruzamento

Conhecem aquela máxima do futebol? Quem não faz gol toma!!!
Eu acabei me distraindo, olhando para o céu, e levei um furo de uma informação que já tenho há tempos, como sabem alguns amigos meus. Agora, só me resta reconhecer que ela foi publicada por Domingos Fraga, na Coluna do Fraga  Coluna do Fraga, no R7. Vamos lá: “Os relacionamentos, em Brasília, sempre surpreendem.
Vejam o caso de Débora Santos Pelella. Jornalista, 35 anos, ela se casou no dia 3 de janeiro passado com o procurador da República Eduardo Botão Pelella, 40 anos.
Até aí, nada demais.
A história ganha estranheza quando se sabe que Débora trabalha, como diz seu perfil no Linkedin, com “consultoria em comunicação social e gestão de crises” no gabinete de Edson Fachin, sendo paga pelo ministro do Supremo Tribunal Federal, do próprio bolso. E fica mais estranha ainda quando, também, se sabe que o marido de Débora, Eduardo Pelella, é o braço direito e chefe de gabinete do procurador-geral da República, Rodrigo Janot.”

Retomo
Eis aí! É isso mesmo!
Dadas as características de Brasília, é até compreensível que se crie por ali, como direi? um tipo particular de humano, o “Homo Sapiens Statali”. Vira uma subespécie, não no sentido pejorativo, viu, gente? É aquela coisa de identidade mesmo, né? Quantos, em Brasília, não são vinculados, direta ou indiretamente, ao Estado? É normal, como filosofaria Dilma Rousseff, que o “Homo sapiens statali” se sinta sexualmente atraído, e vice-versa, pela “Mulher Sapiens Statali”. Sem contar que, “sempre que você olha uma criança, há sempre uma figura oculta, que é um cachorro atrás, o que é algo muito importante.” Se é que vocês me entendem.

Ainda que seja, pois, antropologicamente compreensível que Débora seja casada com Eduardo, é evidente que a coisa se torna politicamente inaceitável. E não que eles tenham de mudar de parceiro amoroso. É preciso que um deles mude de emprego. Então o sr. Pelella, braço direito de Janot e acho que os dois ainda terão explicações a dar à Justiça — é casado com a moça que cuida “da imagem” de Fachin??? Por que um ministro do STF precisa de alguém que cuide de sua imagem? Uma boa maneira de ficar posar para a história, ainda que isso possa criar incompreensões que depois se corrigem, é votar direito, de acordo com as leis, com os fundamentos do Estado democrático, com a Constituição.

Vamos ver.
O sr. Pelella está nos diálogos nada republicanos de Joesley Batista e Ricardo Saud. Segundo o açougueiro de casaca, foi ele a passar todas as informações a Janot dos entendimentos anteriores ao acordo de delação premiada. Entendimentos esses que, se havidos — e parece não haver dúvidas a respeito —, são ilegais.

Mais: até os gramados a esta altura ressequidos de Brasília sabem que Janot fraudou o princípio do juiz natural quando “escolheu” Fachin para ser o relator do caso JBS, uma vez que aquilo nada tinha a ver com o petrolão. O Supremo referendou a escolha por mero coleguismo e espírito de corpo. Como se nota, foi um erro. Hoje, se determinadas gravações feitas pela gangue vierem a público, a reputação de alguns de seus integrantes irá para a lama. E sem que tenham cometido, até onde se sabe, nenhum crime.

Mais: Francisco de Assis e Silva, um dos delatores da JBS, disse ter-se reunido com Pelella, o Eduardo, marido da Pelella, a Debóra, assessora de imagem de Fachin, cinco dias antes de Joesley gravar o presidente. O que há de errado nisso?  Bem, por que um quadro da JBS, que está negociando as condições de uma delação premiada, tem a conversar com o braço direito de Janot? Vão debater o quê? O preço do coxão mole, da bisteca, da linguiça? Se, junto com tal fato, temos o próprio Joesley a afirmar que Pelella é o provável intermediário entre o grupo de futuros delatores e Janot, aí a coisa ganha contornos realmente, como direi?, “filocriminosos”.

Convenham: a cada hora, essa história é mais malcheirosa.  Janot está saindo pela porta do necrotério da moral e dos bons costumes.  Fachin pode ficar no cargo até os 75 anos — fevereiro de 2033. É tempo pra diabo! E o diabo se esconde nos detalhes, ministro! Dá tempo de tentar reconstruir a biografia — a depender sempre, claro, de coisas que eventualmente ainda não se sabem.
A melhor coisa que Fachin tem a fazer é renunciar à relatoria da Lava Jato. Antes que a história tome essa decisão em seu lugar.

Fonte: Blog do Reinaldo Azevedo

 

 

sexta-feira, 15 de setembro de 2017

Em férias, Janot não verá o funeral da denúncia

Em férias, Janot não verá o funeral da denúncia... - Veja mais em https://josiasdesouza.blogosfera.uol.com.br/2017/09/15/em-ferias-janot-nao-vera-o-funeral-da-denuncia/?cmpid=copiaecola

A três dias de deixar o posto de procurador-geral da República, Rodrigo Janot festeja nesta sexta-feira seu aniversário de 61 anos. A segunda denúncia contra Michel Temer e a “organização criminosa do PMDB” foi, por assim dizer, u... - Veja mais em https://josiasdesouza.blogosfera.uol.com.br/2017/09/15/em-ferias-janot-nao-vera-o-funeral-da-denuncia/?cmpid=copiaecola


A três dias de deixar o posto de procurador-geral da República, Rodrigo Janot festeja nesta sexta-feira seu aniversário de 61 anos. A segunda denúncia contra Michel Temer e a “organização criminosa do PMDB” foi, por assim dizer,   um presente que Janot se autoconcedeu, para marcar o encerramento de sua gestão. Embora cheia de vida, a denúncia está jurada de morte. 




Na segunda-feira, dia da posse da sucessora Raquel Dodge, o algoz de Temer voará para o exterior, em férias. Não esperará nem pela sessão em que o STF discutirá, na quarta-feira, o curto-circuito da delação da JBS. E não deve retornar ao país antes da votação em que a Câmara lançará evidências vivas na cova


ao país antes da votação em que a Câmara lançará evidências vivas na cova.... - Veja mais em https://josiasdesouza.blogosfera.uol.com.br/2017/09/15/em-ferias-janot-nao-vera-o-funeral-da-denuncia/?cmpid=copiaecola
um presente que Janot se autocencedeu, para marcar o encerramento de sua gestão. Embora cheia de vida, a denúncia está jurada de morte. Janot não deve testemunhar o funeral. Na segunda-feira, dia da posse da sucessora Raquel D... - Veja mais em https://josiasdesouza.blogosfera.uol.com.br/2017/09/15/em-ferias-janot-nao-vera-o-funeral-da-denuncia/?cmpid=copiaecola

 

Fonte: Blog do Josias de Souza