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sábado, 21 de outubro de 2017

Apesar de vocês

Vocação dos brasileiros para santificar picaretas não é novidade. Se fosse, o conto do vigário pornô não teria durado 13 anos

O gigante está se guardando pra quando o carnaval eleitoral chegar. A opinião pública — essa entidade simpática e distraída — deu um tempo da dura realidade, que não leva a nada, e saiu aprontando suas alegorias para 2018. Funaro Guerreiro do Povo Brasileiro é uma das preferidas. Funaro é aquele agente do caubói biônico escalado para “fechar o caixão” do mordomo, conforme áudio divulgado para todo o Brasil. Mas nessa hora o Brasil estava ocupado com as alegorias, e não ouviu os bandidos bilionários confessando a armação da derrubada do governo com Rodrigo Janot — outro guerreiro do povo brasileiro.

Vejam como o Brasil é sagaz: seu despertar ético está depositado numa denúncia bêbada (leitura obrigatória, prezado leitor) urdida por Joesley (preso), Janot (solto), Miller (solto e rico) e Fachin (solto e dando expediente na Suprema Corte), todos cacifados política e/ou financeiramente pela quadrilha que depenou o país por 13 anos. Como se diz na roça, é a ética que passarinho não bebe. A vocação dos brasileiros para santificar picaretas não é novidade. Se fosse, o conto do vigário pornô não teria durado 13 anos, fantasiado de apoteose social. A novidade — tirem as crianças da sala —é a adesão dos bons.

Isso sim pode ser o fechamento inexorável da tampa do caixão — não de um presidente ou de um governo, mas desse lugar aqui como tentativa de sociedade. Os bons não são esses heróis de história em quadrinhos tipo Dartagnol Foratemer, que transformam notoriedade em gula eleitoral e sonham ser ex-BBBs de si mesmos. O que dizer de um aprendiz de Janot, que poderia ter Sergio Moro como inspiração, mas preferiu o truque de demonizar os políticos para virar político?

Os bons não são ex-tucanos patéticos como Álvaro Dias e demais reciclados, que ressurgem sob slogans espertos tentando perfumar o próprio mofo. Nem os ainda tucanos (e ainda mais patéticos) como Tasso Jereissati, com seu teatrinho de dissidência ética. Os realmente bons são os que sabem que, após a ruína administrativa do PT, se impôs a agenda da reconstrução — defendida desde sempre por eles mesmos.  Agora, o escárnio: mesmo testemunhando os resultados inegáveis, a restauração de indicadores socioeconômicos para ricos e pobres, as perspectivas repostas a duras penas por gente que trabalha sério (eles conhecem cada um), dos juros/inflação ao risco/investimento, essa minoria esclarecida resolveu surfar no engodo. Os ex-virtuosos também estão se guardando para quando o carnaval eleitoral chegar.

Fim de papo, Brasil. Um réquiem para o espírito público e todos à praia. Espírito público?! Pode gargalhar, prezado leitor. Melhor do que ir ao Google checar quantos nomes insuspeitos do meio acadêmico e da administração pública estão dando sangue neste governo de transição, virando noites para enfrentar o estrago dos cupins de Lula (solto), e vendo seus melhores parceiros intelectuais virando a cara, colocando os óculos escuros e dando uma surfadinha no foratemer, que ninguém é de ferro. Não vá ao Google. Chega de história triste.
Ponha seus óculos escuros e assuma imediatamente seu lugar ao sol. Você também é filho de Deus, e Ele há de consertar essa porcaria toda. Peça uma caipirinha e fique gritando contra tudo isso que aí está, porque a essa altura cogitar que haja alguém trabalhando sério em Brasília pode até dar cana. Já que os picaretas são maioria, faça como a maioria: finja que ninguém presta, que só você e sua caipirinha são confiáveis. Grite para que ninguém seja reeleito — que era mais ou menos a mensagem de Adolfinho na Alemanha dos anos 30, e a limpeza que ele imaginou também era arretada.


Mas diga aos sorveteiros que você é contra a ditadura, contra a censura (que censura? Procurem saber), a favor da beleza e também da felicidade. Você é contra o sistema, contra o que é velho e a favor do que é novo. A sua modernidade está provada inclusive no seu apoio à causa gay — que já tem meio século, mas os revolucionários do Facebook não precisam saber disso.  Grite que está cercado e sufocado por famílias conservadoras decrépitas, finja que os dias são assim e você é a contracultura! Se precisar, defenda a pílula anticoncepcional contra os celibatários malditos. Quem sabe até alguém te convida para um convescote noturno com Dartagnol Foratemer e a alegre tropa de choque da Dilma (bota choque nisso).

Minta como todo mundo: finja que o governo de transição pertence à gangue do Cunha e ignore a salvação da Petrobras da gangue do Dirceu. Isso pega bem. E é claro que a sua luta cívica contra a corrupção jamais terá qualquer campanha lamuriosa pela prisão de Lula e Dilma. Eles esfolaram o Brasil, mas são do bem.  Quanto a vocês, ex-virtuosos em situação de surfe, vocês que sabem como poucos o que está se passando de fato no país, vocês que conhecem exatamente o tamanho da fraude narrativa e o custo criminoso disso para a recuperação nacional, boa sorte em seus projetos particulares. O Brasil não parou, e talvez até nem caia nas mãos de um idiota em 2018. Apesar de vocês.

quarta-feira, 23 de agosto de 2017

Temer quer destruir o PSDB

Aécio é um biombo atrás do qual está o PMDB do tempo em que FHC, Montoro e Covas fundaram o tucanato

Fernando Henrique Cardoso e Tasso Jereissati jamais poderiam ter imaginado que, apoiando a deposição de Dilma Rousseff, substituindo-a por Michel Temer, levariam o partido para sua pior crise, correndo o risco da implosão. O vice-presidente da chapa de Dilma está esfarelando o tucanato com a ajuda de Aécio Neves, o candidato do PSDB derrotado em 2014.

Com todos os seus defeitos, o PSDB não é um partido qualquer. Ele foi criado por Fernando Henrique Cardoso, Mário Covas, Franco Montoro e José Richa. Noves fora a qualidade biográfica desse grupo, eles abandonaram o PMDB, porque prevalecera a caciquia do governador paulista Orestes Quércia.  Quércia foi o primeiro político bilionário produzido pela redemocratização. Ao morrer, em 2010, deixou um patrimônio de cerca de R$ 1 bilhão. Montoro, Fernando Henrique e Covas fugiram desse modelo e fundaram o PSDB em 1988. Dois anos depois, o poderoso Quércia e seu PMDB elegeram seu sucessor, e Aloysio Nunes Ferreira tornou-se vice-governador. O tucanato só recuperou o governo de São Paulo em 1995, com Mário Covas e está lá até hoje, com o apoio do PMDB, é claro.

Michel Temer navegou no PMDB, sem ser admitido no círculo elitista do tucanato de São Paulo. O vice Nunes Ferreira migrou para o PSDB em 1997 e chegou a ocupar o Ministério da Justiça no governo de Fernando Henrique Cardoso. Hoje é o ministro das Relações Exteriores de Temer e feroz defensor da permanência do tucanato no governo. (Antônio Imbassahy, atual ministro da Secretaria de Governo, também quer que os tucanos fiquem no Planalto, mas sua relação com o PSDB começou em 2005. Antes disso, era um quadro promissor dos governos de Antônio Carlos Magalhães na Bahia.)

Brigas de tucanos não chegam a ser novidade, mas poucos estranhamentos podem ser comparados ao que envolveu Tasso e Aloysio no Alvorada, em dezembro de 2001. Uma testemunha temeu pelo pior. Os dois reaproximaram-se, mas nem tanto.  O que parece ser uma briga de Aécio Neves com Tasso Jereissati pelo controle do PSDB é uma revanche do PMDB. A revanche de um partido no qual o quercismo foi uma doença infantil que se fortaleceu na maturidade e chegou ao poder com a deposição de Dilma Rousseff.

Pode-se acusar o PSDB de tudo, mas ele tem uma corrente ideológica. É ambígua, convive com o que condena, mas preserva uma ambição ideológica. Quem duvidar dessa característica pode ler quaisquer páginas dos três volumes dos “Diários da Presidência”, de Fernando Henrique Cardoso. Enquanto os tucanos mandaram em Brasília, sempre houve quem defendesse um endurecimento do jogo com o PMDB. Tratava-se de contrariar seus pleitos, elevando a tensão, na certeza de que o partido de Temer seria capaz de tudo, menos de romper com o governo. A ideia nunca foi em frente. Numa trapaça da História, Temer está na Presidência e fez com os tucanos o que eles não tiveram coragem de fazer com ele. Elevou a tensão e obrigou o PSDB e seus valorosos intelectuais a decidir se são valentes a ponto de apoiar programas e abandonar cargos.

Para Tasso Jereissati, isso não é ameaça, é conforto. Para Temer, a briga com Aécio Neves é um presente dos deuses. O PSDB, dividido, poderá encolher, dando ao PMDB o direito de sonhar com o seu espólio. Não foi uma vingança planejada, era apenas inevitável.

Fonte: Elio Gaspari, jornalista - O Globo

domingo, 6 de agosto de 2017

PSDB: Tasso terá de decidir se será um meio-presidente, assim como Trípoli é um meio-líder

Alguns são reféns de Janot. Eu sou refém da lógica. Parece-me, então, que Aécio venceu a parada partidária nesse particular e que o tema “desembarque do PSDB” já tema não é

Vou aqui tentar destrinchar, leitor amigo, um enigma chamado “PSDB”. Por que algumas figuras do partido decidiram, como direi?, privatizar a crise que atingiu o governo com a patuscada da holding moral chamada “J&J” — Janot e Joesley? Não há resposta simples para isso. Nem complexa. Às vezes, a estupefação é o único lugar em que se pode estacionar a racionalidade. Mas essas são questões de fundo. Quero começar pelos dados mais recentes da equação exótica. Leio que o senador Tasso Jereissati (CE) permanece — por enquanto, “sine die”, sem prazo definido — no comando do partido, num entendimento que envolveria lideranças da legenda como o senador Aécio Neves (MG), Geraldo Alckmin, governador de São Paulo, e outros.  Então vamos disparar o mecanismo do pensamento.

Leio ainda que Aécio foi a voz mais clara em favor da manutenção do partido na base de apoio. Acrescento ao arranjo o fato de que, na sua primeira interinidade, Tasso foi um pouco além do que lhe recomendaria a prudência no esforço para o partido desembarcar do governo. Não se viu tamanho engajamento seu (e olhem que procurei) em favor do impeachment de Dilma Rousseff.  Alguns são reféns de Janot. Eu sou refém da lógica. Parece-me, então, que Aécio venceu a parada partidária nesse particular e que o tema “desembarque do PSDB” já tema não é. É bem verdade que a manchete do Globo Online, neste momento (pouco antes da 1h de sexta) é esta: Miriam Leitão: Tasso teria votado a favor da denúncia se fosse deputado”. Foi o que ele disse ao programa da jornalista na GloboNews, que foi ao ar nesta quinta, às 21h30. Dever ser algo inédito na história de um jornal de alcance nacional — ou, mais ampla e universalmente, carioca!!!. Ainda que na versão online, sempre mais rápida. Então um senador teria votado contra Temer se deputado fosse? Uau!

A expectativa de muitos é a de que esta segunda interinidade dure até dezembro. Digam-me cá: Tasso vai ser presidente de um partido inteiro ou de menos de meio? O PSDB tem 47 deputados. Nada menos de 21 votaram contra o relatório de um também tucano, Paulo Abi Ackel (MG), que recomendava o arquivamento da denúncia. Posicionaram-se, portanto, contra Temer. Outros 22 acataram o texto, alinhando-se com o presidente, e quatro não compareceram, o que também era do interesse do governo.

E que se note: o sr. procurador-geral a letra “J” da holding “J&J”não conseguiu apresentar uma miserável evidência da acusação que faz. Ele próprio já admitiu que está denunciando algo impossível de ser provado. E, por alguma razão, ele o diz em tom meio heroico. Há comportamentos estranhos no país ultimamente. Se eu acreditasse em abdução, juraria que certas reputações foram chipadas por ETs que querem nos destruir…

Dos 21 deputados que votaram contra Temer, 11 são de São Paulo, onde o partido tem uma bancada de 12. Um deles é o líder, Ricardo Trípoli, que, suponho, deve renunciar ao comando da bancada, não? Aquele seu encaminhamento contra o relatório de um também tucano foi um dos momentos mais patéticos da patuscada inaugurada pela dupla ”J&J”. E por quê? Ora, ele alegou, sei lá, razões que, pareceu-me, tentaram parecer patrióticas. E veio com a conversa de que deixar o governo não corresponderia a abandonar as reformas…  Como diria Lula antes do banho de gramática que lhe deram Antonio Cândido e Marilena Chaui, “Menas, deputado! Menas…”

Digamos que, de fato, os tucanos continuassem mobilizados em favor das reformas… De que adiantaria isso com um governo desarticulado, atropelado já pelo calendário eleitoral? Entendo que, ao votar, um deputado e um senador estão moralmente obrigados a pensar: “O que aconteceria se todos fizessem como eu?” E se a Câmara tivesse seguido os 21 do PSDB? Em vez da calmaria de hoje, com o dólar pouco acima de R$ 3,10, teríamos a festa dos especuladores. Se há nisso cálculo eleitoral — distanciar-se de um governo impopular —, é errado e precoce. Se há a convicção de que o MPF está certo em relação a Temer, então os valentes tucanos têm de estender a todos os seus implicados a… presunção de culpa.

Trípoli tinha uma saída-limite nesta quarta: “O nosso partido não fechou questão; cada deputado votará de acordo com a sua consciência. Libero a bancada, mas reconheço (A MENOS QUE O DEPUTADO ME CONTRADITE COM EVIDÊNCIAS) que o MPF não apresentou a prova…”

Em vez disso, ele encaminhou o voto contra o relatório que pedia o arquivamento da denúncia e foi seguido por apenas 44,6% dos deputados (21 de 47). No grupo dos 21, há 11 (52,38%) paulistas, o que corresponde a 91,7% da bancada do partido em São Paulo.
Tasso vai ter de decidir se pretende exercer a presidência de menos da metade do partido, sendo, no cargo, o que Trípoli é na liderança: ele, um presidente que não preside; o outro, um líder que não lidera. Caso a entrevista de Tasso a Miriam Leitão não seja o último suspiro dessa pauta aloprada, aí as coisas, que já eram complicadas, vão… se complicar!!! Mais: dado que os tucanos certamente não encontrariam espaço para disputar corações, mentes e clichês com os petistas, a consequência de sua saída seria o aumento da importância relativa do tal “centrão” e a clara perda de influência do PSDB, que não vive seu melhor momento.

Temer e o PSDB; o PSDB e o PSDB
É claro que Temer há de buscar a recomposição com o conjunto do tucanato. É importante para as reformas que estão por vir. Aliás, há que se tentar ganhar, segundo a minha contabilidade, que não inclui o PSB, os 87 deputados que votaram contra o governo. Pode até ser que o presidente consiga restabelecer as pontes necessárias para manter o PSDB na base, com menos defecções. É habilidoso nessa área. Fosse eu tucano, estaria menos preocupado em saber se o partido vai se entender com o governo. A questão relevante é saber se os tucanos conseguirão se entender… com os tucanos.

E, meus caros, não há jeito. Desde São Paulo o de Tarso —, flauta tem de soar como flauta, e cítara, como cítara. Ou o povo de Deus se atrapalha.

Fonte: Blog do Reinaldo Azevedo

 

domingo, 16 de julho de 2017

Judicialização ajuda Lula

A vergonhosa proposta do deputado petista Vicente Cândido de incluir na reforma política uma nova regra que impede a prisão de presumíveis candidatos até oito meses antes da realização das eleições, e não 15 dias antes, como manda a atual legislação eleitoral é somente um desplante, uma afronta a mais ao povo brasileiro, e evitaria, se viável fosse, apenas uma eventual prisão de Lula, e não sua inelegibilidade.

Pela proposta esdrúxula, os postulantes apresentariam à Justiça Eleitoral uma declaração de que serão candidatos na eleição de Outubro, e a partir daí ficariam imunes à prisão, exceto em flagrante. Ele admite que a proposta, que já está sendo conhecida como “emenda Lula” e encontra oposição em diversos deputados, envergonhados com o excessivo despudor do deputado Vicente Cândido, tem o objetivo de proteger Lula, mas diz que servirá " para qualquer outro. É nossa arma contra esse período de judicialização da política".

O que Cândido esquece, além do decoro, é que a prisão em condenação de segunda instância não é automática, dependendo do colegiado a decisão. Portanto, mesmo que a TRF- 4, por hipótese, reafirme a condenação de Lula por corrupção passiva e lavagem de dinheiro, ele não será preso necessariamente.  Poderá recorrer em liberdade caso a colegiado da 8 Turma do TRF-4 assim decidir. Além do mais, a medida poderia ser contestada no Supremo Tribunal Federal, pois os autodeclarados candidatos deixariam de ser cidadãos iguais aos demais, o que contraria a Constituição.

Bastaria que um bandido, mesmo que não seja parlamentar, se apresentasse como possível candidato para estar livre da prisão por oito meses. Uma nova modalidade de ilegalidade estaria aberta aos partidos políticos: a venda de vagas para a imunidade.  Mas Lula não precisa de amigos como esse para se livrar da inelegibilidade. Ele tem muitas outras maneiras de lutar por sua candidatura dentro da lei. Como diz o desembargador João Gebran Neto, do TRF-4, “em direito, é muito difícil falar em ‘é’. É melhor falar em ‘pode ser’.”. [óbvio que o sentenciado  Lula nas eleições 2018 já estará encarcerado e não por apenas  uma sentença de primeira instância, sim por duas ou mais sentenças de primeira instância corroboradas em instância superior;

além do mais, faltarão  para aquele condenado votos que o elejam a qualquer cargo, especialmente a presidente da República como ele pretende - seu índice de rejeição é suficiente para impedir que fique entre os dois primeiros e mesmo que ficasse não seria o vencedor de um segundo turno.
Lula já era. Seu velório político já foi iniciado.]
 
O desembargador, por exemplo, tem um entendimento bastante flexível da Lei de Ficha Limpa. Para ele, a lei eleitoral só torna o candidato inelegível se o julgamento colegiado ocorrer antes das convenções partidárias, habitualmente realizadas em julho.  Isso quer dizer que se a 8 Turma do TRF-4, que ele preside, não chegar a uma sentença antes das convenções partidárias que indicarão os candidatos, que começam a 20 de julho, Lula estará liberado para participar das eleições, mesmo que sua sentença seja confirmada depois disso.

Já se sabia que, nesse caso, haveria uma judicialização da questão, mas agora sabe-se que o órgão que analisa os recursos das sentenças da primeira instância de Curitiba já tem uma posição sobre o tema. Quem quiser impedir Lula de ser candidato vai ter que ir ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) ou até mesmo ao Supremo Tribunal Federal (STF). E se a questão demorar a ser decidida nessas instâncias, mais difícil será impedir Lula de se candidatar. [não pode ser olvidado um detalhe que só existe na legislação brasileira: um réu pode ser candidato a presidente da República; mas um réu não pode ser presidente da República.

Seja qual for o resultado de uma hipotética candidatura de Lula, o certo é que aquele condenado, mesmo que eleito, não poderá exercer o cargo.]

A visão de Aécio
A propósito de meus comentários na coluna de ontem, o Senador Aécio Neves garante que só soube da indicação do deputado tucano mineiro Paulo Abi-Ackel, seu correligionário, para relator na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do parecer favorável à não aceitação do processo contra o presidente Michel Temer quando ele já estava lendo o relatório.


Sequer sabia que ele tinha apresentado um voto em separado, embora considere que esse seja um direito do deputado. Garante o senador Aécio Neves que se tivesse sido consultado, desaconselharia “por questões óbvias”.  Quanto ao apoio que estaria dando ao Governador de Goiás Marconi Perillo para derrotar o senador Tasso Jereissati “e os paulistas" na presidência do partido, Aécio ressalta que “isso só não combina com o fato de ter sido eu quem escolheu o Tasso para estar no meu lugar quando me licenciei (da presidência do PSDB), já que pelo estatuto, poderia indicar quem achasse mais adequado”.
Está registrado. Os dirigentes do PSDB, pelo jeito, estão necessitados de uma DR (discutir a relação).


Fonte: Merval Pereira - O Globo

 

sexta-feira, 7 de julho de 2017

Tucanos: entre o muro e a traição

'Precisamos ter tranquilidade e prudência neste momento', diz Maia

Primeiro na linha sucessória em caso de saída de Temer, presidente da Câmara defendeu aprovação das reformas e disse que 'em vez de potencializar, precisamos ajudar o Brasil a sair da crise' . O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), usou seu Twitter nesta sexta-feira, 7, para dizer que é preciso ter "muita tranquilidade e prudência neste momento". O deputado, que é o primeiro na linha sucessória em uma eventual saída do presidente Michel Temer (PMDB), está em Buenos Aires, na Argentina.   

"Precisamos ter muita tranquilidade e prudência neste momento. Em vez de potencializar, precisamos ajudar o Brasil a sair da crise", escreveu o presidente da Casa. "Temos que estabelecer o mais rápido possível a agenda da Câmara dos Deputados."    As declarações do deputado foram dadas um dia depois que o presidente interino do PSDB, Tasso Jereissati, citou seu nome para fazer a "travessia" do governo, em caso de saída de Temer. "(Maia) É presidente por seis meses e tem condições de fazer, até pelo cargo que possui na Câmara", disse o tucano.  [no afã de garantir lado, Jereissati esquece que Temer sendo afastado o prazo máximo é de seis meses para Rodrigo Maia governar e de seis meses, muito provavelmente já no inicio de ano eleitoral, prazo insuficiente para efetivar as reformas mais necessárias.

E, se Temer renunciar - sonho dos traidores do Brasil - Rodrigo Mais ficará pouco mais de um mês na presidência.]

Diante da possibilidade de o processo contra Temer ser aceito pela Câmara, Maia atrai ainda mais as atenções do mundo político. Nos bastidores, por enquanto, apenas o DEM e o PSDB emitiram sinais de apoio a eventual novo governo Maia. Os partidos do chamado "Centrão" - como PP, PRP e PSD - ainda não deram sinais de desembarque do governo Temer em direção a Maia. 

Maia defendeu, também, a aprovação das reformas e disse que é necessário que o Congresso aprove outras, além da trabalhista. "Não podemos estar satisfeitos apenas com a reforma trabalhista. Temos Previdência, Tributária e mudanças na legislação de segurança pública", disse.  Ao chegar na Argentina nesta quinta-feira, Maia publicou uma foto ao ser recebido pelo presidente da Câmara dos Deputados do país, Emilio Monzó. O deputado não publicava no Twitter desde o dia 23 de junho. 

 Fonte: O Estado de S. Paulo


quinta-feira, 22 de junho de 2017

Governo retalia após derrota no Senado [afinal peolítico que integra BASE DE APOIO tem a obrigação de APOIAR ou pedir para sair.];


Governo retalia senadores que votaram contra reforma trabalhista

O Planalto reagiu nessa quarta-feira, 21, à derrota na votação da reforma trabalhista na Comissão de Assuntos Sociais (CAS) do Senado ao exonerar dois indicados do senador Hélio José (PMDB-DF) de órgãos ligados ao Executivo. [esse senador Hélio José é um dos políticos 'menos votados', não só no Brasil, mas, em todo o mundo democrático: em toda sua vida política recebeu APENAS SEIS VOTOS quando foi candidato a deputado distrital DF, eleições 2014;
em 2010 foi candidato a suplente do ainda governador do DF, Rodrigo Rollemberg,  e com a vitória do 'competente' Rollemberg, Hélio José se tornou senador da República com ZERO VOTO - suplente de senador não recebe votos, herda os conferidos ao candidato a senador.
Curioso é que Rollemberg que recentemente brigou com o seu vice, brigou também com o seu primeiro suplente, Hélio José, acusando-o de pedofilia - processo que foi arquivado.]  

O   peemedebista foi um dos três senadores da base que ajudaram a derrubar, anteontem, relatório do senador Ricardo Ferraço (PSDB-ES) a favor da reforma. Além disso, o governo está fazendo mapeamento de outros cargos ligados ao senador – mais um deve ser exonerado hoje. Os outros dois parlamentares que votaram contra foram o tucano Eduardo Amorim (SE) e Otto Alencar (PSD-BA).

A retaliação foi interpretada por alguns senadores como uma forma de o governo tentar conter uma possível debandada de aliados em um momento em que o presidente Michel Temer atravessa grave crise política. Embora governistas tenham minimizado a derrota na comissão, o resultado da votação mostrou que há divisões na base aliada. Um dos pontos de preocupação está na relação com o líder do PMDB na Casa, Renan Calheiros (AL), que tem adotado discurso contrário às reformas e influenciado as dissidências. A “traição” de Hélio José, por exemplo, é atribuída a Renan.

O senador do DF havia dito a governistas que não participaria da sessão até o dia anterior, alegando sentir dores na coluna. No dia da votação, porém, apareceu “escoltado” por Renan. O líder do governo, Romero Jucá (PMDB-RR), queria que Hélio José fosse substituído pelo seu suplente, Garibaldi Alves (PMDB-RN), favorável à reforma.
Renan evitou falar da sua participação na derrota governista e cobrou mais diálogo do Planalto com a base. “O resultado significa que o Parlamento está dividido. Seria a hora de o governo chamar todo mundo para discutir mudanças na medida provisória que trata da reforma.”
Ontem, porém, o próprio Hélio José admitiu a influência do líder da bancada. “O Renan tem uma posição que é claro que influencia”, disse.  Após perder os cargos na Superintendência do Desenvolvimento do Centro-Oeste (Sudeco) e na Superintendência do Distrito Federal da Secretaria de Patrimônio da União (SPU-DF), Hélio José cobrou a renúncia de Temer. “Nós não podemos permitir que o governo transforme votações em balcão de negócios. Esse governo está podre. Esse governo corrupto tinha de ter vergonha na cara e renunciar”, disse.

A estratégia de retaliar aliados já havia sido adotada com o senador Eduardo Braga (PMDB-AM), no fim de maio, após ele adotar discurso contrário à reforma. O Planalto exonerou à época sua indicada para a Superintendência da Zona Franca de Manaus (Suframa).

Tucanos
Outra relação conflituosa tem sido mantida com o PSDB, que tem cinco ministérios. Mesmo com a decisão da Executiva tucana de permanecer na base, a aliança voltou a ficar estremecida após o ministro Moreira Franco (Secretaria-Geral da Presidência) culpar o partido pela derrota na comissão. O Planalto ainda não decidiu o que fará com o PSDB, mas a ordem por enquanto é tentar minimizar o desgaste.

O atrito provocado pela derrota na CAS reforçou os argumentos de tucanos insatisfeitos. “Quando o governo ganha dizem que Temer mostra força, quando perde colocam a culpa no PSDB. Até quando o PSDB vai aceitar ser a Geni de Temer?”, disse o deputado Daniel Coelho (PE), um dos “cabeças pretas” da Câmara, ala que defende que a sigla entregue seus cargos na gestão peemedebista.

Mesmo entre os caciques tucanos o sentimento era de insatisfação. A avaliação de alguns parlamentares é de que foi o presidente que errou ao levar o líder do PSDB no Senado, Paulo Bauer (SC), e o ministro Antonio Imbassahy (Secretaria de Governo) para acompanhá-lo na Rússia. “O governo levou todo mundo para Moscou e esqueceu da votação”, disse o senador Tasso Jereissati (PSDB-CE), presidente interino da sigla.
A declaração de Moreira incomodou até mesmo Jucá, demonstrando falta de alinhamento entre os principais articuladores políticos de Temer.  Outra leitura sobre o episódio é que, diante da crise no governo, os parlamentares do Nordeste estão desconfortáveis em votar a favor da reforma. Isto porque Temer tem os piores índices de aprovação na região. [o motivo da rejeição de Temer na região Nordeste é que uma das características da política no Nordeste é valorizar o político que entrega o peixe pronto, rejeitando o que se propõe a ensinar a pescar.]

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.


 

domingo, 1 de maio de 2016

Trágico efeito Dilma: 13 milhões de desempregados

Cena brasileira

O senador Tasso Jereissati (PSDB-CE) disse que o ano pode terminar com 13 milhões de desempregados. O senador Jorge Viana (PT-AC) o interrompeu e falou: “e isso pode ser no governo de vocês. Vão dizer que é herança maldita?” No pequeno aparte de Viana, em um programa que gravei, escapou o que governistas têm admitido: o governo vai perder. O outro desembarcará em uma devastadora crise.

Entre os que estão sendo indicados para a área econômica do governo Temer, não há quem tenha experiência prévia com a questão fiscal. Henrique Meirelles teve um bom desempenho ao enfrentar uma crise de confiança e reduzir a inflação através da política monetária. Foi ajudado pela alta das commodities, que puxou a economia. Agora o desafio é de outra natureza: tirar o país do buraco de um déficit nominal de 10% do PIB, de um déficit primário persistente, com as receitas encolhendo e a dívida escalando.

Meirelles certamente saberá montar equipe com pessoas especializadas na difícil questão fiscal, mas logo ao lado estará Romero Jucá, como ministro do Planejamento. Jucá é conhecido da vida pública brasileira pela agilidade em se manter sempre no poder, qualquer que seja o governo, mas ainda terá que provar que sabe conduzir a formulação de políticas e métodos de gestão que permitam o reequilíbrio orçamentário. Numa das vezes em que falou, nestes dias de preparação para a posse, Jucá afirmou que o Banco Central tem que se preocupar também com o desenvolvimento. Ou seja, já entra falando o que não deve sobre algo que não entende. O BC não pode ser formulador de políticas de fomento, sob pena de trair sua missão principal que é manter a estabilidade da moeda.

Na equipe que foi sendo anunciada nos últimos dias, a maioria já comandou ministérios ou teve posição de destaque nos governos do PT: Eliseu Padilha, Romero Jucá, Moreira Franco e Geddel Vieira Lima. E eles querem nos convencer de que vão mudar o país. O Brasil vive uma situação completamente surreal. É um país desgovernado tendo dois governos. Um ministério vai sendo escalado, quase que nas sombras, enquanto o grupo que está oficialmente no comando do país dedica-se apenas à resistência.

Os três ministros escalados para defender a presidente Dilma na Comissão Especial de Impeachment tiveram uma grande ajuda da acusação. Os autores do pedido de impeachment, que falaram na véspera, fizeram discursos politizados e com pouca objetividade técnica. O que se espera de dois juristas é que se atenham aos fatos, às leis, mostrem os elementos que os convenceram de que houve crime de responsabilidade. Não era hora para comícios.

A defesa foi mais sóbria. O problema é que fugiu completamente dos fatos. Hoje, o governo se dedica apenas a construir versões e repeti-las para ganhar no cansaço. Em vez de pedaladas, que viraram um termo pejorativo, eles usam “Plano Safra”. Pedalada lembra fraude; safra, produção. Insistem que não há assinatura da presidente Dilma nas concessões de empréstimos desse programa. Seria estarrecedor se, em cada portaria, em cada contrato, em cada serviço do governo houvesse a assinatura do presidente da República. Mas não se fica devendo R$ 13,9 bilhões ao Banco do Brasil, depois de ficar devendo mais de R$ 40 bilhões ao BB, Caixa, BNDES e FGTS no ano anterior sem que disso a presidente tenha ciência. “Quem nunca atrasou uma conta?” perguntou a ministra Kátia Abreu, tentando minimizar o que houve e a nossa inteligência. Pode-se devolver a pergunta a ela: que outro presidente teve que pagar R$ 72 bilhões que devia a bancos públicos?

É óbvio que o governo descumpriu a Lei de Responsabilidade Fiscal, que proíbe que governos se financiem usando bancos públicos. Foi à luz do dia que o governo falsificou as contas públicas e isso lhe permitiu gastar mais em ano eleitoral. É espantoso que diante de tanto a dizer a professora Janaína Paschoal tenha gastado tempo para derivar para coisas como: em 1984, Fernando Henrique deveria ter agradecido ao jurista Hélio Bicudo por ele ter desistido de ser candidato a senador.

A cena política brasileira dá seguidos motivos de preocupação. Parece que os poderosos, que entram e que saem, não notaram que nos primeiros três meses do ano, dois milhões de brasileiros foram para a fila do desemprego.


Fonte: Coluna da Miriam Leitão - Com Alvaro Gribel, de São Paulo

quarta-feira, 2 de março de 2016

Passando por cima do PT



Para evitar o descompasso entre o Planalto e o PT na Lei de Responsabilidade Fiscal das Estatais, líderes petistas já se articulam com Berzoini
O PMDB do Senado fez nova aliança com o PSDB. O ministro Ricardo Berzoini recebeu o informe que será votado o projeto da Lei de Responsabilidade Fiscal das Estatais. Ela é do tucano Tasso Jereissati, e o PT tem resistência ao conteúdo.

Por isso, os aliados querem uma linha direta com o Planalto. O objetivo é chegar a um acordo, que atenda o governo, como no projeto José Serra, sobre a exploração do pré-sal. Para evitar o descompasso entre o Planalto e o PT na Lei de Responsabilidade Fiscal das Estatais, líderes petistas já se articulam com Berzoini. O governo tem simpatia pelo projeto de Jereissati, mas existem divergências e, por isso, foi aberta negociação com o PMDB.

A principal se refere à composição do conselho de administração das estatais. O projeto de Tasso prevê que somente profissionais com experiência de mercado podem pertencer a esses conselhos. E proíbe que sejam indicados ministros, secretários estaduais, dirigentes de partidos, parlamentares, titulares de cargos em comissão e parentes até o 3º grau. Os petistas questionam essa exclusão. 

Fonte: Blog do Noblat


sexta-feira, 13 de novembro de 2015

Por pouco Levy não comeu sozinho no fatídico jantar dos senadores - Levy foi prato principal em jantar com senadores - Sarney, especialista em fritar ministro, estava presente

Por pouco Joaquim Levy não terminou o desastroso jantar com os senadores na terça-feira comendo sozinho em uma mesa isolada.

Depois de uma hora e meia de explanação sobre a economia e de uma rodada de perguntas e respostas que evidenciou o desgaste do ministro da Fazenda, já se aproximava da meia-noite e todos estavam exaustos e famintos.

Tão logo acabou a exposição, formou-se uma fila para que os senadores se servissem no bufê montado na casa do líder do PMDB, Eunício Oliveira (CE).  Os senadores pegavam os pratos e se sentavam em grupos. Quando Levy finalmente se serviu, as mesas centrais já estavam ocupadas.

Quando viram o ministro sentado sozinho, coube ao tucano Tasso Jereissati (CE) se levantar de onde estava e ir fazer companhia para o convidado.

Levy foi prato principal em jantar com senadores

O ministro da Fazenda, Joaquim Levy, foi o prato principal em jantar no qual deveria ser o convidado de honra com cerca de 40 senadores na noite de terça-feira.

Levy ouviu críticas da oposição e um silêncio retumbante do PT – os cinco petistas presentes se abstiveram de fazer perguntas ao titular da Fazenda. O saldo do encontro, para os senadores, é que o prazo de Levy se esgotou, só resta saber quando ele deixará o posto e quem o substituirá.

Fonte: RADAR - Veja 
 

 

 

quinta-feira, 14 de maio de 2015

Dilma sofre derrota na Câmara - é possível derrotar Dilma, uma derrota irreversível, final

Governo promete veto a fim do fator, mas teme desgaste com derrubada

Corda bamba O Planalto avisou a ministros e líderes do governo que Dilma Rousseff pretende vetar a emenda que flexibiliza o fator previdenciário. O núcleo do governo, no entanto, admite que a medida deve abrir espaço para um desgaste triplo de Dilma. Além da impopularidade pela decisão de ir contra um texto defendido por aposentados, o governo avalia que o veto tende a ser derrubado —o que representa uma derrota política no Legislativo e uma ampliação do rombo da Previdência.

Letra morta Carlos Gabas (Previdência) tentou convencer os líderes partidários que a emeda apresentada não acabava com o fator —apenas o flexibilizava. Prometeu que o governo irá discutir o fim, de fato, do dispositivo.

Retrô O presidente do PDT, Carlos Lupi, tentou convencer sua bancada a apoiar o ajuste na Previdência. Disse que o texto não era tão ruim quanto o da medida de cortes em benefícios trabalhistas.

Ufa Delcídio Amaral (PT-MS), líder do governo no Senado, conseguiu adiar reunião da Comissão de Constituição e Justiça nesta quarta-feira. O Planalto queria evitar a votação do projeto que concede reajuste ao Judiciário.



A pé O MEC precisou abrir um pregão às pressas para alugar 30 carros para transportar o ministro Renato Janine Ribeiro e dirigentes da pasta. A empresa que tinha o contrato reclamava de atrasos e decidiu não renová-lo.

Jogo… Senadores de oposição relatam que, nas visitas que fizeram aos gabinetes tentando cabalar votos, Fachin e a mulher, a desembargadora Rosa Fachin, dizem não comungar das mesmas preferências políticas.

… duplo Numa das conversas, Rosa teria dito que “chorou uma semana” quando o marido decidiu votar em Dilma e não em Aécio Neves em 2014. Quem ouviu não botou muita fé na história.


Treino Ao ouvir o placar da votação, disseram que o resultado era esperado. “O que vale mesmo é o plenário”, disse Tasso Jereissati (CE).

CONTRAPONTO
Pelos cotovelos
Ao participar de uma audiência pública na Comissão de Educação da Câmara, no início deste mês, o secretário de educação superior do MEC, Jesualdo Farias, ficou impressionado com o volume de perguntas feitas pelos deputados que assistiram à exposição:
—Quantos dias eu tenho para responder? —questionou o ex-reitor da Universidade Federal do Ceará, diante da demanda dos congressistas.
Otimista, a deputada Alice Portugal (PC do B-BA) tentou animar o secretário:
—Vamos lá! Confio plenamente no seu poder de síntese cearense…

Fonte: Folha de São Paulo

 

 

quarta-feira, 31 de dezembro de 2014

O Brasil precisa que a Oposição volte as ruas e com força total até a saída definitiva da Dilma – ante de tudo, porém, precisa que a Oposição parlamentar permaneça unida



A oposição continuará nas ruas?
Sim. Denúncias de corrupção na Petrobras, mais força no Congresso e a maior votação já obtida pelo PSDB inflamam o combate ao governo Dilma
A votação alcançada pelo senador Aécio Neves (PSDB-MG) na eleição presidencial deste anoa maior de um candidato derrotado após a redemocratização – revigorou a oposição. Os 48,36% dos votos obtidos por Aécio aproximaram os oposicionistas de parcela da sociedade descontente com o governo. O encontro de ressonância nas ruas e o desenrolar das denúncias relacionadas à Petrobras deverão estimular Aécio e companhia a adotar uma postura mais combativa que no primeiro mandato da presidente Dilma Rousseff (PT). “A oposição tem de ser proporcional à indignação da sociedade com a corrupção e com a baixíssima qualidade da gestão do PT. Faremos oposição com muita intensidade”, diz Duarte Nogueira, deputado federal e presidente do PSDB paulista.

A aposta para tornar real a promessa de confronto permanente está na nova composição do Congresso Nacional. No Senado, a oposição contará com reforços renomados a partir de fevereiro. Três ex-governadores de grandes Estados do país – José Serra (PSDB-SP), Tasso Jereissati (PSDB-CE) e Antonio Anastasia (PSDB-MG) – chegarão à Casa, com o atual deputado federal Ronaldo Caiado (DEM-GO), conhecido pelo estilo combativo. Ao lado de Aécio Neves, Aloysio Nunes (PSDB-SP), Álvaro Dias (PSDB) e José Agripino (DEM-­RN), eles formarão um grupo que pretende mostrar seu cartão de visitas já na CPI da Petrobras. Ela protagonizará os trabalhos do Congresso no primeiro semestre.

Na Câmara, Casa em que o PSDB cresceu 22%, a ideia é aproveitar a alta taxa de renovação para adaptar a estrutura do partido às mudanças de uma sociedade mais conectada e engajada na política. “Fomos o único grande partido que cresceu, de 44 para 54 deputados. Dos que chegam, 29 são novos na Câmara. A maior parte tem entre 25 e 40 anos. Eles contribuirão com sangue novo e ajudarão nessa nova linguagem de comunicação com a sociedade”, diz o deputado federal Marcus Pestana (PSDB-MG).

Impressionados com o poder das redes sociais na mobilização popular durante as eleições presidenciais, os tucanos pretendem criar um comitê para tentar manter a interlocução criada com movimentos sociais. É algo que sempre faltou ao PSDB, não só durante a eleição. “Este novo momento que o PSDB vive se deve à vitalidade que a campanha de Aécio deixou como herança. Sou fundador do partido e não me lembro de um momento recente em que estivéssemos tão animados. Recuperamos a autoestima dos tucanos, que andaram anos acuados”, diz Pestana. A outra ideia do PSDB para os próximos quatro anos é criar um governo paralelo. Mesclando nomes técnicos e políticos, o partido organizará dez grupos para verificar o cumprimento dos compromissos firmados pelo PT durante a campanha.

A chegada de partidos como o PSB à oposição deverá ajudar PSDB, DEM e PPS a aprovar pedidos de CPI e causar problemas ao governo. Algo que, no primeiro mandato de Dilma Rousseff, dependeu de rachaduras na própria base aliada. A última grande vitória da oposição no Congresso aconteceu no distante dezembro de 2007. Numa sessão histórica, o Senado derrubou a prorrogação da Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF). O fim do tributo tirou R$ 40 bilhões do orçamento às vésperas da enorme crise econômica internacional que se avizinhava. 

Nas eleições seguintes, em 2010, os principais nomes da oposição no Senado foram derrotados e, na Câmara, PSDB e DEM minguaram. O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, embalado por uma popularidade na casa dos 80%, além de eleger a presidente Dilma, conseguiu fortalecer o governo no Congresso e trabalhou contra as reeleições de adversários, como os senadores Arthur Virgílio (PSDB-AM), Tasso Jereissati (PSDB-CE), Marco Maciel (DEM-PE) e Heráclito Fortes (DEM-PI). Desde então, a oposição nunca mais conseguiu impor ao governo petista derrotas contundentes no Parlamento.

Se parecem animados com a chegada de fortes quadros no Senado e com o crescimento na Câmara a partir do ano que vem, os oposicionistas já apresentam as primeiras dificuldades para permanecer unidos. Na disputa pela presidência da Câmara, em fevereiro, enquanto PSDB, PV e PPS apoiarão a candidatura do deputado Júlio Delgado (PSB-MG) ao comando da Casa, o DEM anunciou que estará ao lado de Eduardo Cunha (PMDB-RJ). Caminhar unida deve ser um dos principais desafios da oposição em 2015, caso queira mesmo encarar a forte máquina governista. 

Fonte: Leopoldo Mateus – Revista Época