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sábado, 7 de agosto de 2021

Demoraram, hein?! - Carlos Alberto Sardenberg

Reação  - Foi muito bom o conjunto de reações ao presidente. Mas demoraram, hein?

Vão me desculpar, mas tenho de citar a coluna de sábado passado — “Os crimes do presidente: quem vai punir?”.  Em linguagem simples, dizia o seguinte: Bolsonaro passa dos limites todos os dias, e ninguém vai fazer nada?

Bom, fizeram, em três atos.

[Bom? bom em que? adiantou alguma coisa? afinal o imbróglio continua, já que o TSE, se arvorou em 'dono' do sistema eleitoral, bem ao estilo: "é nosso, fazemos o que nos der na telha, conforme nossa vontade e não temos que prestar contas a ninguém", e na condição de 'dono' simplesmente não aceita colocar mais uma cadeado na porta, que pode ser arrombada = não estamos dizendo que foi arrombada ou afirmando que será arrombada, apenas PODE ser arrombada e nada justifica a resistência a um aumento da segurança.
Na hora em que o TSE aceitar que não é Poder Legislativo e não tentar impor a vontade dos seus 'donos', deixando que o Congresso Nacional decida soberanamente sobre o tema, a confusão se acaba. O que o Congresso Nacional decidir,  estará decidido e deve ser acatado. Proceder de tal forma é respeitar a democracia.]

Primeiro, o Tribunal Superior Eleitoral, por unanimidade, incluiu o presidente num inquérito que poderá levar à cassação da chapa de 2018 (Bolsonaro/Mourão) ou apenas do cabeça de chapa. [se o inquérito provar que ocorreram crimes na campanha de 2018, a punição está prevista em lei; aliás, tal inquérito deveria ter sido até concluído.]

Depois, veio o manifesto de empresários, banqueiros, líderes religiosos, economistas, ex-ministros, ex-presidentes do Banco Central, intelectuais, artistas, enfim, uma potente tomada de posição do capital, do PIB e da sociedade civil. [qual o valor da opinião desses manifestantes de sofá?]  O manifesto não cita o nome de Bolsonaro — não queriam fulanizar, disseram alguns signatários —, mas é obviamente contra ele e suas ameaças à democracia e ataques ao sistema eleitoral.

E, já que foi assim, digo eu, deveriam, sim, ter fulanizado. Tem um fulano bem determinado que está ameaçando golpes. De todo modo, o movimento se espalhou rapidamente, saiu de 260 assinaturas iniciais para 7 mil em três dias — e continua recebendo adesões no site eleicaoseresspeita.org.Enfim, cabe aqui um “antes tarde do que nunca”, como registraram alguns pesos pesados do mundo econômico. Houve broncas ao pessoal do mercado financeiro, muito “leniente” diante da aproximação de uma dramática crise institucional. [garimpamos no site do Puggina, o magistral comentário, adiante, que corrobora nosso entendimento do valor ZERO do "manifesto dos manifestantes de sofá" - somem 250, 260, 100.000, etc: "Que importância pode ter a opinião das 250 - ou seja lá quantas forem - "personalidades"? Desde quando popularidade é critério de aferição de verdade científica? A maioria pode, e deve, escolher um governo, (é o seu direito, deve ser respeitado), mas não há garantia de que escolha certo; há exemplos gritantes na História do contrário. Mas sobre a confiabilidade de um processo tecnológico, o quê entendem eles? São esses que assinam que me darão lições? São eles que estarão comigo quando chegar a hora em que Deus vai me julgar? Claro que não - então, que estes presunçosos e vãos "assinadores de manifestos" recolham-se à sua insignificância - darei às suas opiniões o merecido valor (nulo) Fernando A. O. Prieto"]

No terceiro movimento, o presidente do Supremo Tribunal Federal, Luiz Fux, fulanizou na veia. Praticamente rompeu relações com o presidente da República ao cancelar a reunião entre os chefes dos três Poderes que ele mesmo, Fux, havia arranjado. Disse que fazia isso porque Bolsonaro se tornara uma ameaça à democracia e a seu pilar, o sistema eleitoral. Agora, Bolsonaro é alvo de três inquéritos, mas com um enorme obstáculo para o prosseguimento deles. O presidente só pode ser denunciado pelo procurador-geral da República, Augusto Aras, que, em vez de defender a sociedade e o estado de direito, tornou-se um quase advogado de Bolsonaro.

Fux chamou Aras para uma conversinha ontem. Ambos deram notas anódinas sobre a reunião, mas é óbvio que o presidente do STF não chamaria o PGR, neste momento, para tratar de abobrinhas. Claro que cobrou uma conduta responsável. Parece que o inquérito do Tribunal Superior Eleitoral poderá caminhar sem a intervenção do PGR. A ver. A reação aos desmandos de Bolsonaro ficou tão nítida que o vice Mourão praticamente se candidatou a presidente. Ele disse que a polarização Bolsonaro x Lula não é boa para o país porque há muitos eleitores que não querem votar nem em um nem no outro. Logo, um terceiro nome poderia atender esse eleitorado. Não poderia ser mais claro.

Claro, muito difícil ele conseguir montar essa candidatura para 2022. Mais possível (provável?) que seja chamado, antes disso, para um mandato tampão. Bolsonaro sofreu ainda uma outra derrota, a derrubada da proposta do voto impresso numa comissão especial da Câmara dos Deputados. Mesmo assim, o presidente da casa, Arthur Lira, pretende levar o projeto direto à votação em plenário.   Quer agradar ao presidente Bolsonaro, que, desse modo, pode não vetar o bilionário fundo eleitoral. [a decisão do Plenário sendo favorável ao voto auditável, deverá ser acatada, respeitada e a PEC     ser encaminhada ao Senado da República, onde se espera o loquaz senador Pacheco não emperre a tramitação.]

Não parece uma jogada viável, pois o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, já disse que lá não passam nem o voto impresso nem outras mudanças no sistema eleitoral tramadas na Câmara. Jogo em andamento, pois. É uma barbaridade. No momento em que a população sofre com a pandemia, a inflação, a instabilidade econômica, a falta de perspectiva para novos empregos, a falta de aulas especialmente para os alunos mais pobres — a cúpula do poder se engalfinha em torno de questões próprias. E o presidente Bolsonaro propositadamente sabota e tumultua. [indubitavelmente, o presidente Bolsonaro atua em reação à postura injustificável do ministro Barroso de transformar sua rejeição à adição de uma segurança adicional ao voto via urnas eletrônicas em algo pessoal. Faz campanha contra, quer a qualquer custo, impor sua suprema vontade.]

Tudo considerado, foi muito bom o conjunto de reações ao presidente. Continuamos diante de uma crise institucional, mas setores cruciais da sociedade e do Judiciário tomaram posição.

Mas demoraram, hein? Tomara que ainda esteja em tempo.

Carlos Alberto Sardenberg, jornalista

Coluna publicada em O Globo - Economia 7 de agosto de 2021


segunda-feira, 22 de março de 2021

A única defesa do impeachment ou cassação de Bolsonaro está no artigo 142 da CF - Sérgio Alves de Oliveira

Os “valentões”, políticos e militares, que rodeiam o Presidente Bolsonaro, frequentemente utilizam o argumento da viabilidade do decreto de “estado-de-defesa”, ou de “sítio”, para que seja possibilitada a execução de um governo “normal”, sem os embargos, embaraços, percalços, boicotes e sabotagens contra o governo a partir dos órgãos superiores dos Poderes Legislativo e Judiciário.

Num eventual impeachment contra Bolsonaro, a competência para afastá-lo do governo, como já fizerem com Collor de Mello e Dilma Rousseff, se for o caso, pertence privativamente às Duas Casas do Congresso Nacional. E mais da metade desses congressistas não têm qualquer formação jurídica, ou “operaram” o direito, motivo pelo qual esses julgamentos de impeachment nem precisam ter qualquer suporte jurídico, e sim exclusivamente político. Basta a tal “vontade política” para afastar um presidente, e nem mesmo o Supremo Tribunal Federal pode se “intrometer”, como foi com Collor e Dilma. Mas no impeachment de Dilma, o Supremo se intrometeu,mas para favorecer Dilma, através do seus Presidente, Ricardo Lewandowski. Ela foi favorecida pela “arapuca” de Lewandowski, que presidia a sessão. O Ministro do STF teve a ideia “genial” de “fatiar” a condenação de Dilma, contrariando a Constituição,não cassando os direitos políticos da Presidente impichada, como deveria ser. [erro corrigido pelo povo mineiro que cassou, pelo voto = melhor, FALTA DE VOTO  = a escarrada ex-presidente - eleições 2018]

Essas sugestões “frouxas” que andam por aí de Bolsonaro decretar o Estado de Sítio, ou o Estado de Defesa, esbarra no fato de que nenhum desses mecanismos constitucionais daria a força necessária que o presidente deveria ter para neutralizar as manobras criminosas contra o seu governo. Mas o pior de tudo é que em ambos os casos, antes,no Estado de Sítio, e logo após decretado, no Estado de Defesa, Bolsonaro teria que ir de joelhos e pedir o “amém” do Congresso,o que,pelas razões que já se sabe, seria praticamente impossível conseguir.  Bolsonaro não teria qualquer outra saída que a não a sua “renúncia”,como já foi com Jânio Quadros, em 1961.

Tudo isso significa que o Presidente Jair Bolsonaro só poderia recorrer ao disposto no artigo 142 da Constituição, vulgarmente chamado de “intervenção,militar ou constitucional, e seus poderes, nessa situação, seriam iguais, ou até superiores, que o poder do Congresso em decretar o seu impeachment, ou negar-lhe o direito de decretação do Estado de Sítio,ou de Defesa, e do próprio Supremo em cassar-lhe o mandato por alegados crimes comuns.

Mas o que precisa ficar muito claro é que dessas 5 (cinco) alternativas constitucionais (impeachment ou cassação do mandato do Presidente, decretação do Estado de Sítio,ou de Defesa,pelo Presidente,a ser homologado, ou não, pelo Congresso,ou acionamento do artigo 142 da Constituição), sem dúvida essa última alternativa seria a mais simplificada de adotar, bastando a vontade política e decisão do Presidente,que acumula a função de Chefe Supremo das Forças Armadas, e o necessário “aval” dos chefes e comandantes militares.   Seria a única maneira correta de fazer a “faxina” que o Brasil precisa para desmanchar o “aparelhamento” do estado, das leis e das instituições públicas, implantados pela esquerda, assim que retomou o poder político, em 1985. E tudo com uma medida plenamente constitucional.

Bolsonaro tem que tomar consciência de uma vez por todas que os outros Dois Poderes Constitucionais que o enfrentam sem trégua jamais titubearão em derrubá-lo na primeira oportunidade que tiverem. Mas também deve ter consciência que o poder que ele na mão é maior que os dos “outros”,somados. Ou ele usa, ou tomba !!!

Sérgio Alves de Oliveira  -  Advogado e Sociólogo

 

terça-feira, 5 de janeiro de 2021

Alexandre Frota pede cassação de Flávio Bolsonaro

O deputado Alexandre Frota (PSDB-SP) pediu nessa 2ª feira (4.jan.2021) a cassação do mandato do senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ). Frota exige que um processo disciplinar seja instaurado contra Flávio e que o senador perca o mandato caso os crimes dos quais é suspeito sejam confirmados. 
 
[Esse deputado andava sumido do noticiário - desfrutando do merecido ostracismo = prêmio de sua incompetência como político.
Precisando desesperadamente aparecer, ser lembrado, o deputado usou um recurso infalível a todos que precisam de holofotes = atacar a família Bolsonaro.]

Frota procurou o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), mas o procedimento normal é que o pedido seja encaminhado ao CEDP (Conselho de Ética e Decoro Parlamentar) do Senado, presidido pelo senador Jayme Campos (DEM-MT).

A assessoria de Campos informou que ele pediu para a advocacia do Senado a análise do ofício. O mesmo procedimento já tinha sido feito com outro processo que pede a cassação de Flávio Bolsonaro, protocolado em fevereiro de 2020 pelos partidos de oposição PT, Psol e Rede Sustentabilidade. [o que retarda o andamento dos processos é que o senador Flávio Bolsonaro é apenas acusado = as provas ainda estão procurando as provas da ocorrência dos supostos crimes, se acharem,então terão que procurar as contra o senador Bolsonaro.  Procurar,  e encontrar, provas de crimes não ocorridos, costuma não ser exitoso.] 

Poder 360, MATÉRIA COMPLETA 

 

segunda-feira, 23 de dezembro de 2019

Bolsonaro irritado com as mudanças na carteira de motorista - O Globo


Jair Bolsonaro

Poucas coisas incomodaram tanto Bolsonaro neste final de ano quanto as mudanças feitas pela Câmara no projeto que altera as regras para a renovação da carteira de motorista. 

[sem entrar no mérito das alterações propostas pelo Executivo e sim mostrar o que move o Legislativo na perseguição implacável ao governo do Presidente Bolsonaro: o objetivo da Câmara dos Deputados - o relator é do DEM, partido que tem um dos seus 'donos' interessado  no eventual fracasso do atual governo - é o tropeço, que não ocorrerá, com fins eleitoreiros.
E, na consecução desse objetivo, vale tudo que possa ser apresentado e explorado como contrário aos interressses do  povo brasileiro.]
O texto original, enviado pelo Executivo, amplia de cinco para dez anos o prazo de validade da CNH de cidadãos com até 65 anos. Além disso, eleva de 20 para 40 pontos o limite de infrações para a cassação do documento. 

O relator, Juscelino Filho (DEM-MA), propõe validade de dez anos apenas para motoristas com até 48 anosos mais velhos teriam de renovar a cada 5 anos e estabelece teto de 40 pontos somente para quem ficar 12 meses sem cometer nenhuma infração gravíssima. 

Coluna do Lauro Jardim, jornalista - O Globo -  Por Gabriel Mascarenhas

quinta-feira, 12 de dezembro de 2019

Ascensão e queda da juíza durona - O Globo

A CASSAÇÃO DE SELMA ARRUDA


A senadora e ex-juíza Selma Arruda





O jingle de campanha apostava na fama de durona:
“Com pulso forte, pôs bandido no xadrez / Do sul ao norte, ninguém faz o que ela fez”.
No ano passado, a juíza Selma Arruda virou fenômeno eleitoral em Mato Grosso. Na onda da Lava-Jato, tornou-se a senadora mais votada do Estado.

A doutora se transformou em celebridade ao mandar políticos para a cadeia. A imprensa local passou a chamá-la de “Sergio Moro de saias”. Ela gostou do apelido e estimulou as comparações com o colega de Curitiba. A seis meses da eleição, pendurou a toga e se filiou ao PSL de Jair Bolsonaro.

Eleita, Selma continuou a investir na pregação moralista. Em março, disse ter “vergonha” do Supremo Tribunal Federal e passou a militar pelo impeachment de ministros da Corte. A proposta não teve apoio oficial do governo, mas abriria novas vagas a serem preenchidas pelo presidente. Em agosto, a senadora voltou à tribuna para defender “um Brasil melhor e menos corrompido”. No mesmo discurso, acusou a OAB de defender organizações criminosas e disse que a Constituição “não foi feita para ocultar bandido”. [talvez, o termo ocultar bandido seja inadequado, mas, toda lei - de uma Portaria à Constituição Federal - que dificulta a punição de bandidos, permite múltiplas interpretações, facilita o combate aos bandidos.] 

Quando o Intercept Brasil começou a revelar os diálogos impróprios da Lava-Jato, a ex-juíza direcionou sua ira aos jornalistas. [diálogos cuja autoria, até hoje - podemos considerar que nunca serão autenticados, além da grande possibilidade de terem sido forjados, não podem ser periciados, devido não ter havido uma cadeia de custódia.] Depois disse que a operação “nos levou às urnas vestidos de verde e amarelo, para votarmos num Brasil melhor”.

Em setembro, Selma reforçou a campanha por uma CPI para investigar os tribunais superiores. Nós precisamos de limpeza, precisamos do fim da corrupção”, bradou. Ela conclamou o povo a ir às ruas com “aquela camiseta amarela na qual está escrito que o meu partido é o Brasil”. A mesma usada por Bolsonaro na campanha ao Planalto.

Enquanto posava de vestal, Selma era investigada por abuso de poder econômico e caixa dois. De acordo com a Procuradoria, ela escondeu gastos de R$ 1,2 milhão na campanha. Apesar do lobby de Moro, o TSE cassou seu mandato na terça-feira. Agora o contribuinte terá que pagar mais R$ 9 milhões por uma nova eleição.

Bernardo M. Franco, colunista - O Globo




terça-feira, 19 de abril de 2016

Governo dá como certo afastamento de Dilma após análise do impeachment no Senado

Aposta do Planalto é na 'melhor qualificação' dos senadores

Apesar do otimismo com a tramitação do pedido de impeachment no Senado, que a presidente Dilma Rousseff procurou demonstrar ontem, integrantes do governo avaliam como muito difícil a tarefa de impedir a aceitação do processo na comissão especial no Senado. Caso a comissão aceite a ação, isso levará ao afastamento imediato de Dilma do Planalto por até 180 dias.

Se esse diagnóstico se confirmar, o Palácio do Planalto concentrará os seus esforços no julgamento do processo de cassação, que exige ainda mais votos dos senadores. Para o acolhimento, é necessária maioria simples dos senadores presentes em plenário. Já para rejeitar o processo de cassação, basta que Dilma tenha 28 votos dos 81 senadores.

Para conseguir uma virada no processo iniciado na Câmara, o Planalto aposta na “melhor qualificação” dos senadores e no maior equilíbrio que deverá ser proporcionado pelo presidente da Casa, Renan Calheiros (PMDB-AL), e, se o processo for aberto, do presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Ricardo Lewandowski. O presidente do STF é o responsável por conduzir o processo, a partir do momento em que ele for aberto e a presidente, afastada do cargo:  — Os senadores são menos suscetíveis a pressões. São mais qualificados. A presidente também acredita no equilíbrio de Renan. Ele não fará as manobras de Eduardo Cunha — disse um interlocutor palaciano, referindo-se ao presidente da Câmara.

Mas os auxiliares da presidente preveem dificuldades. Com Dilma afastada do cargo, ela perderá seu Ministério, a caneta e o poder maior de negociação. O ministro da Advocacia-Geral da União, José Eduardo Cardozo, é um exemplo. Ele não estará mais no cargo e deverá cumprir uma quarentena, o que o tira da defesa de Dilma. Esse problema está sendo tratado por Cardozo e pelo entorno da presidente, que já busca alternativas para sua defesa jurídica.

No Senado, Dilma reforçará sua equipe de articulação, com a ministra Kátia Abreu (Agricultura), que é senadora e espera a manutenção do apoio do ministro Eduardo Braga (Minas e Energia), também senador e ex-líder de seu governo. A petista voltou a dizer que a expectativa esta semana é que o STF permita a nomeação do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva para a Casa Civil, decisão pautada para amanhã. A eventual liberação de Lula é vista no Planalto como um trunfo para reaglutinar forças aliadas. [é ser muito imbecil quem esquece que o estrupício do Lula pode até ser liberado para ser ministro, mas não haverá tempo de impedir que o processo de impeachment seja aberto no Senado e a 'cérebro baldio' afastada.
Com isso Temer assume, dá um pé na bunda de todo o ministério Dilma - Lula com direito a dois chutes no traseiro - e volta a ser um ministro sem valor, um nada.]

Fonte: O Globo

sexta-feira, 25 de março de 2016

Vermelho é a cor mais quente

Quase todos estão no vermelho no Brasil real. Nossa convulsão mais sangrenta não é política, é econômica 

Quase todos estão no vermelho no Brasil real. E isso explica a ampla rejeição ao governo Dilma. Explica também o apoio da maioria dos brasileiros à saída da presidente da República – seja pelo impeachment, seja pela cassação de sua chapa com novas eleições, seja por sua renúncia. A voz das ruas, das pessoas mais simples – as que não têm tempo, estudo ou dom para discussões eternas, técnicas ou ideológicas, sobre esquerda, direita, legalidade de grampos, obstrução da Justiça e condução coercitiva –, é a seguinte: “O Brasil precisa voltar a andar”.

Mesmo na crise, os gastos do governo Dilma continuam a aumentar, e isso inclui as despesas com funcionários públicos. Não é pedindo ao Congresso aval para um rombo de R$ 96,65 bilhões em 2016 que Dilma vai recuperar o apoio popular perdido. Números podem ser chatos de ler, mas não dão margem a interpretações mirabolantes de juízes, ministros, parlamentares, petralhas ou coxinhas. A meta do governo era um superavit de R$ 24 bilhões. Só que o azul virou vermelho. É a cor mais quente, a que demonstra o maior crime de responsabilidade contra o país. É a cor do Planalto e das contas dos brasileiros.

O governo está no vermelho profundo, como lava fumegante de vulcão. Mas o nome de Dilma endividada não irá para a lista negra do SPC – somente os nomes dos brasileiros comuns e sem foro privilegiado, que não podem apelar ao Supremo Tribunal Federal. Esse deficit do governo federal está subestimado, porque não leva em conta os R$ 6 bilhões da renegociação da dívida com os Estados. Além disso, todos os planejamentos do ministro Nelson Barbosa contam com a injeção, no caixa, de uns R$ 10 bilhões da CPMF. 

Companheiros e companheiras, o rombo do governo Dilma este ano deve superar os R$ 100 bilhões. É o descrédito na capacidade desse governo de recuperar ou estabilizar a economia que acentua a insatisfação geral e as olheiras de Dilma. Não é só o nojo com a corrupção. O golpe que pode derrubar Dilma é o que freou a mobilidade social dos pobres e da classe média. Ao depositar o voto na urna, acreditavam que subiriam na vida e que seus filhos e netos poderiam estudar em boas escolas e ser alguém. Poderiam ser bem tratados em hospitais. O golpe da gestão incompetente de Dilma rasgou as bandeiras sociais do próprio PT. Desde 1992, o Brasil registrou pela primeira vez, em 2015, a combinação de queda de renda e aumento da desigualdade.

O desemprego recorde em sete anos, de 8,2% no mês de fevereiro, atinge quase 10 milhões de brasileiros. É muita gente que acreditou no Partido dos Trabalhadores. Eles estão na busca frenética de trabalho e dormem nas filas do seguro-desemprego, que torturam quem está ali ao exigir documentos de décadas atrás para conceder o benefício. Ouvir depoimentos de quem busca seu direito legítimo ao seguro-desemprego é uma aula para entender a impopularidade de Dilma. Só em janeiro e fevereiro, 428 mil vagas de trabalho foram destruídas, 40% delas no comércio.

A desculpa do governo para descumprir a meta, jogar pelos ares o ajuste fiscal e assumir gastos irresponsáveis é um primor: “Achamos que neste momento o governo tem de atuar para estabilizar a economia”, disse Nelson Barbosa. Quem, em sã consciência, acredita que pode estabilizar alguma coisa contraindo dívidas e mais dívidas? Se a Odebrecht tem uma central de propinas para caranguejo, avião, nervosinho, drácula, lindinho, passivo, proximus, atleta, grego, múmia, viagra, feira, há, no Palácio do Planalto e em seu Ministério da Fazenda, uma central para imprimir dinheiro e disseminar mentiras.

A convulsão mais sangrenta no Brasil não é política, mas econômica. A Petrobras fechou 2015 com prejuízo de quase R$ 35 bilhões e uma dívida de quase R$ 500 bilhões. A recessão levou 277 indústrias a fechar as portas. Trabalhadores ocupam instalações de empresas que decretaram falência. O protesto não é pela esquerda nem pela direita. Eles não empunham bandeiras do Brasil nem muito menos vermelhas. Querem sua dignidade de volta. Não querem só comida, mas até o alimento anda escasso.

O menino que deixou um saco de paçoquinhas no meu espelho retrovisor lateral por R$ 2,00 me comoveu, embora seja ilegal e arriscado o magrelo correr em meio aos carros na avenida. Não gosto de paçoca, mas as palavras na etiqueta eram: “Quem dorme sonha. Quem trabalha conquista”. Abri a janela do carro e comprei o doce de amendoim, torcendo para ele não ser atropelado e voltar para casa. Seria bom se sonho e trabalho fossem garantidos a ele. Era hora de aula. Deveria estar na escola, não é mesmo, Dilma?

Fonte:  Ruth de Aquino - Época
 

 

sábado, 14 de novembro de 2015

Ele ri que quê? Dilma também ri e ninguém a critica

Eles estão rindo de quê?

Eduardo Cunha zomba da população, mente, apresenta versões estapafúrdias para sua fortuna na Suíça e manobra pesado (com apoio do PT) para escapar da cassação. E apesar de tudo, ele se mantém no cargo. Por isso, ele acha graça

No Congresso brasileiro, jamais um personagem denunciado na Justiça e sufocado por provas irrefutáveis durou tanto quanto Eduardo Cunha (PMDB-RJ). A despeito das abundantes evidências de corrupção contra ele, o presidente da Câmara se mantém no poder. Enquanto transforma o posto numa bastilha inexpugnável, Cunha desfia seu rosário de mentiras como se zombasse da população e dos próprios colegas. O peemedebista mantém indefectível fleuma ao apresentar versões mirabolantes e inverossímeis numa tentativa desesperada de convencer a todos que não faltou com a verdade, quando negou ser dono de contas polpudas na Suíça. A última e mais inacreditável historinha contada pelo presidente da Câmara reza que ele fez, na década de 80, 37 viagens à África para vender carne enlatada. O périplo aconteceu em um período de dois anos, época em que Cunha também teria comercializado arroz e feijão, e incluiu passagens por países que sequer existem mais, como é o caso do Zaire. Teria vindo daí, segundo ele, parte de sua fortuna depositada fora do País.

Óbvio. Trata-se de uma versão que não pára em pé. Como a desculpa que ele invoca de um incrível depósito feito no exterior por um parlamentar já falecido, o ex-deputado do PMDB mineiro Fernando Diniz. Segundo Cunha, foram os repasses do colega morto que ajudaram a rechear suas contas na Suíça. O lobista João Augusto Henriques, preso na Operação Lava Jato, diz que o depósito teria sido ordenado por Felipe Diniz, filho do ex-deputado. O conto da carochinha desmoronou como um castelo de cartas na última semana, depois de Diniz negar tudo em depoimento à Procuradoria-Geral da República. Não foi a primeira, nem a segunda, muito menos a terceira vez que Cunha seria desmoralizado. Em março, Cunha protagonizou cenas teatrais ao ir à CPI da Petrobras, de surpresa, para negar que tivesse contas não declaradas no exterior. De lá para cá, pelo menos sete versões apresentadas por ele caíram por terra. Foram desmentidas de maneira cabal. 


ESTRATÉGIA ANTECIPADA
Em sua edição 2394, de 21 de outubro, ISTOÉ revelou acordo de
Eduardo Cunha com o governo para se manter no cargo 
Embora Cunha pareça não ligar muito para isso, nada como a teimosia dos fatos, diria o escritor americano, Mark Twain. Como se sabe, a mentira é o pecado que mais leva a cassações por quebra de decoro no Congresso. Por isso, não dá para Cunha brincar por muito tempo de “Catch Me If You Can (Pegue-me se for capaz)” – comédia dramática baseada na vida do falsário Frank Abagnale Jr. Por terem sido pegos na mentira, caíram lá atrás ACM, Jader Barbalho, José Roberto Arruda e Renan Calheiros. Um experiente parlamentar do PMDB resumiu assim o funcionamento da Casa: “No Congresso é assim, você pode matar, mas não pode mentir. Se o parlamentar matar alguém e for perguntado sobre isso em uma CPI e ele disser que matou, não é cassado, pois caberá fazer sua defesa nos tribunais. Agora, se ele mentir e ficar comprovado, aí pode perder o mandato”.

Enquanto ainda ocupa a cadeira mais importante da Câmara, Cunha age como se, no íntimo, produzisse gostosas gargalhadas. Como interpretar de outra maneira, que não de modo jocoso e ultrajante, a iniciativa do parlamentar carioca de registrar um Porsche Cayenne S, ano 2013, avaliado em R$ 429 mil, em nome da empresa Jesus.com? Como não tratar como pilhéria ou afronta ao eleitor a ideia do deputado de usar o e-mail ‘sacocheio@’ para tratar de assuntos relativos a propinas? Em julho, ao ser indagado se não temia ser o próximo alvo da Lava Jato, Cunha ousou zombar até da Polícia Federal: “A porta da minha casa está aberta, podem ir a hora que quiserem. Eu acordo seis horas. De preferência, não cheguem antes para não me acordarem”.

Não é de hoje que o peemedebista tenta fazer troça da cara do povo. Em 1989, Cunha foi alçado à presidência da Telerj, depois de ser o homem do cofre do comitê de campanha de Collor no Rio de Janeiro. Terminou exonerado em razão de um esquema de superfaturamento identificado num contrato da estatal com uma empresa que recebeu aditivo de US$ 92 milhões. Em 2000, quando ocupava presidência da Companhia Estadual de Habitação do Rio, ressurgiu no noticiário policial acusado de assinar contratos sem licitação e favorecer empresas fantasmas. Cinco anos depois, virou uma das estrelas da CPI dos Correios, por conta de sua ligação com o doleiro Lucio Funaro, cujo esquema com corretoras esteve relacionado ao rombo de R$ 309 milhões do fundo de pensão carioca Prece. Funaro era quem bancava o aluguel de um luxuoso flat para Cunha em Brasília. A união rendeu frutos. 

Em 2007, indicado por Cunha para presidir Furnas, o ex-prefeito Luiz Paulo Conde 
encalacrou-se num negócio rumoroso. Pouco depois da posse de Conde, Furnas abriu mão da compra de um lote de ações por R$ 6,9 milhões. Oito meses mais tarde adquiriu o mesmo pacote, de outra empresa, por R$ 80 milhões. A empresa contemplada foi a companhia Serra da Carioca II, do Grupo Gallway. Quem dirigia o grupo? Lucio Funaro, operador de Cunha.

Por ora, o peemedebista sobrevive com o apoio de 13 partidos e do próprio PT, com o qual celebrou um acordão mês passado em que a moeda de troca foi postergar a decisão sobre o pedido de impeachment da presidente Dilma Rousseff. Na semana passada, num movimento indecoroso, Cunha articulou a renúncia do deputado federal Wladimir Costa (SD-PA) à vaga no Conselho de Ética, foro em que será julgado em breve, para ceder lugar ao seu aliado de primeiríssima hora, Paulinho da Força (SD-SP). Porém, por mais que suas manobras protelatórias surtam algum efeito imediato, seu destino já está praticamente selado. O que irá salvá-lo do cadafalso este ano é a proximidade com o recesso parlamentar, marcado para 17 de dezembro. Cunha trabalha nos bastidores para adiar o desfecho do processo de cassação para depois de abril de 2016. Deve ser bem sucedido na empreitada. 

Mas sua saída do cargo já é considerada na Câmara um fato consumado. Cedo ou tarde, ele será apeado do poder, dizem representantes da maioria dos partidos. Para parlamentares ouvidos por ISTOÉ, Cunha agora paga um preço alto por ter achado que poderia prolongar o jogo duplo por meio do qual tentou agradar governo e oposição. “Quem com muitas pedras mexe, uma hora vê uma delas caindo sobre sua cabeça”, disse o líder do PSDB no Senado, Cassio Cunha Lima (PB). “Ele achou que daria conta. Contratou a Kroll nas investigações da CPI da Petrobras, declarou sigilo para os resultados das apurações, nomeou sub-relatores de sua confiança para a Comissão. Pensou que se sustentaria, pois tinha nas mãos um governo frágil e ameaçado, e avançou nas pautas conservadoras para tentar obter apoio popular. Mas agora está ficando cada vez mais insustentável sua situação”, avaliou o deputado Ivan Valente (PSOL-SP).

 Fonte: Revista IstoÉ - Com reportagem de Débora Bergamasco e Marcelo Rocha

sábado, 5 de setembro de 2015

Temer e a “guerreira Dilma”… Tenho uma ideia: vamos aposentá-la por desserviços prestados à contabilidade?



O vice-presidente da República, Michel Temer, é um homem livre. Fala o que quiser. Não é bobo e conhece os jornalistas. Nesta quinta, ele manteve um encontro com empresários em São Paulo, organizado pela empresária Rosângela Lyra, que faz parte do movimento Acorda, Brasil”, de oposição ao governo. Atenção! O jornalismo petista infiltrado na grande imprensa (uma praga!) a chama de “socialite”. Com a devida vênia, para mim, “socialite” passa o dia tomando champanhe e discutindo com seu cabeleireiro esquisitão como vai se mostrar em público. Rosângela trabalha. Se ela fosse do MTST, os jornalistas a chamariam de “ativista”.

Nota antes que continue: concedi uma palestra nesta terça a uma parte da comunidade judaica de São Paulo. Um dos presentes me perguntou se existe censura à imprensa no Brasil. Eu afirmei que a única censura é aquela imposta pelo jornalismo de esquerda. Rosângela Lyra é a representante no país de uma grife que é, se me permitem, grife na própria França. Ela trabalha. Ganha o pão com o seu talento. Se ela invadisse propriedade alheia, seria chamada de “militante”, “ativista” e até “mártir”. Não tenho mais saco para isso. Aliás, ninguém mais tem. Nem os leitores! Adiante.

Temer foi indagado, não tratou do assunto de moto próprio, das hipóteses que estão dadas para Dilma: renúncia, impeachment ou cassação pelo TSE. Respondeu com a devida tranquilidade. Afirmou não acreditar que a petista desista do mandato, lembrando que ela é “guerreira”. E que fique claro: ele usou a palavra “guerreira”, não “guerrilheira” ou “terrorista”, para ficar na espécie do crime que a presidente cometeu no passado.

Sobre o impeachment, ponderou:  “Ninguém vai resistir três anos e meio com esse índice baixo [de popularidade]. Se a economia melhorar, acaba voltando um índice razoável”. Mas acrescentou: “É preciso trabalhar para estabilizar as  relações com a sociedade e a classe política! E ponderou: “Mas, se ela continuar com 7% e 8% de popularidade, fica difícil”.

Conspiração? Não! Senso de realidade. Até porque o vice tratou da hipótese de ele próprio deixar o cargo caso a chapa seja cassada pelo TSE: “Se o tribunal cassar a chapa, acabou. Eu vou para casa feliz da vida”. E emendou sobre Dilma: “Ela vai para casa… Não sei se vai feliz ou não, cada um tem a sua avaliação”.
Temer chegou a demonstrar alguma irritação quando um dos convidados perguntou se ele entraria para a história como estadista ou como oportunista: “Eu jamais seria oportunista, quero deixar muito claro isso. Em momento algum eu agi de maneira oportunista. Muitas vezes dizem: ‘Ah, o Temer quer assumir a Presidência’, mas eu não movo uma palha para isso”.

E, vá lá, justiça se faça, Temer, em conversas públicas ou privadas, tem reforçado a posição da presidente. A governanta é que não se garante, como é evidente.

O vice-presidente foi indagado ainda sobre o Orçamento com previsão de déficit, enviado pelo governo. Manifestou sua discordância: “Se você enxugar contratos, consegue fazer. Às vezes, tem um contrato de R$ 300 milhões que, na realidade, pode ser por R$ 220 milhões. Você economiza. Se, ao final, for preciso alguma oneração tributária, não é com a criação de novo tributo. Pode pegar um e outro tributo existentes e aumentar a alíquota temporariamente”.

Ou por outra: o vice-presidente voltou a se manifestar contra a recriação da CPMF, um dos desastres protagonizados por Dilma quando teve a ambição de que poderia ser a coordenadora política. O outro, gigantesco, foi justamente o envio de uma peça orçamentária prevendo déficit, decisão da qual ela já recuou.

Temer insistiu que a situação do Brasil tende a melhorar e deixou claro que acha que a presidente pode recuperar a popularidade. E, por óbvio, se negou a assinar recibo de idiota. Sabe que a economia, mais do que a Lava-Jato, está derrubando Dilma. Ele vocalizou o que todos estamos especulando: como ficar os próximos três anos sob o comando de uma presidente inerme?

Sei que muita gente se esquece, mas Temer também foi eleito. Pode e deve dar a sua opinião.

Fonte: Blog do Reinaldo Azevedo