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quinta-feira, 30 de março de 2017

Até Requião acerta contra Janot. Ou: Abuso de autoridade e farsa

Janot, seus bravos e associações de juízes, com o auxílio de Sergio Moro, inventaram que tudo não passava de uma tramoia para paralisar a Lava Jato

Como posso começar este texto? Que tal assim? Algo de muito ruim pode estar em curso na política e na vida institucional do país quando se é obrigado a dar razão ao senador Roberto Requião (PMDB-PR). Sim, eu sei, uma pessoa habitualmente errada pode estar certa, né? Quando o político em tela tem, entre outros defeitos, certa aversão à imprensa livre, por exemplo, os prudentes preferem guardar distância. Mas, ora vejam, Rodrigo Janot, procurador-geral da República, conseguiu fazer com que Requião estivesse inteiramente certo.

Vamos lá. O senador relata o texto que muda a lei que pune abuso de autoridade. Ele leu na manhã de ontem o seu relatório na Comissão de Constituição e Justiça e ignorou as propostas entregues ao Congresso Nacional por Janot.  Ou melhor: vamos pôr as coisas no seu devido lugar. Comportando-se como deputado ou senador, Janot entregou foi um projeto inteiro. O debate está em curso desde o ano passado. A Procuradoria-Geral da República e a Lava Jato se encarregaram de demonizar o texto original, vendo lá graves ameaças ao Ministério Público Federal e à PF. Havia, sim, um probleminha ou outro, mas a reação era pura paranoia militante.

De fato, Requião fez audiências para ouvir sugestões. O MPF estava muito ocupado combatendo o texto. E só anteontem o procurador-geral resolveu apresentar a sua proposta, empenhando que está em ser reconduzido ao cargo.
Requião não quis saber. E afirmou o seguinte: “Parece que o Ministério Público acordou para o problema. Embora não tivesse gentilmente participado oficialmente da discussão quando da elaboração do meu relatório, o MP assume agora uma postura de Tomasi di Lampedusa e sugere um projeto que admite os excessos dos agentes públicos. Admitindo os excessos, tenta, com um artifício legal, descriminalizá-los. Se o excesso for fundamentado, deixa de ser crime.”

Ao citar Lampedusa, o senador está querendo dizer que Janot está entregando os anéis para não perder os dedos. Vale dizer: está fazendo uma concessão ao que é secundário para manter o principal.
Vamos lá. O texto de Janot traz a seguinte salvaguarda: “Não configura abuso de autoridade: I – a divergência na interpretação de lei ou na avaliação de fatos e provas, desde que fundamentada”.

A leitura que Requião faz desse trecho pode ser um pouco exagerada, mas infundada não é. Querem ver? O desastre protagonizado pela Polícia Federal no caso da carne, por exemplo, pode se encaixar em “divergência na interpretação da lei ou na avaliação de provas”? Parece que sim! E pronto. Assim, autoridades do Estado provocam um prejuízo bilionário ao país e prejudicam a vida de milhões de pessoas, mas sabem como é… Divergências!

O texto de Janot até afeta dureza em certos casos. Prevê punição a qualquer servidor público pela famosa “carteirada” — uso de função pública para obter vantagem indevida. Também puniria autoridade que constrangesse o preso para exposição ou exibição pública ou aos meios de comunicação. A propósito: entrevistas coletivas de delegados e procuradores, tratando como condenadas pessoas que ainda serão investigadas, incidem nesse caso?

Em seu parecer, Requião caracteriza como abuso de autoridade a condução coercitiva sem que a pessoa tenha sido previamente intimada; começar uma investigação sem que haja indícios de cometimento de crime e não advertir o investigado de que tem o direito de ficar calado e de ser assistido por um advogado.

Encerro
Bem, essa foi uma das brigas que comprei praticamente em solidão na imprensa, certo? Eu defendi o texto original, com alguns pequenos reparos. Janot, seus bravos e associações várias de juízes — com o auxílio luxuoso de Sérgio Moro inventaram que tudo não passava de uma tramoia para paralisar a Lava Jato. 

Agora, ao menos, Janot admite que todos eles estavam contando o oposto da verdade. E os trouxas que aturam como bocas de aluguel do MPF agora se calam.  Depois da deslealdade, a covardia é o pior defeito de caráter.

Fonte: Blog do Reinaldo Azevedo - VEJA


segunda-feira, 20 de março de 2017

Prevendo o desastre


Dezenas de milhares foram às ruas contra a reforma da Previdência. Na ponta do lápis, eu também deveria ser contra. Já passei dos 50 e, portanto, estou "quase lá". É improvável, ainda, que o sistema quebre nos próximos 30 ou 35 anos, de modo que um eventual colapso não me afetaria diretamente.

Quanto a meus filhos, que poderiam, sim, ser prejudicados pela inação, estou lhes dando uma educação que permitirá que busquem uma carreira fora do Brasil, se o país insistir em marchar voluntariamente para a inviabilidade. Mas, por motivos que transcendem a pura racionalidade, eu não quero que o Brasil fracasse, mesmo que já não esteja neste mundo para testemunhá-lo.

A discussão da Previdência é, no fundo, simples. Lá no início, adotamos o sistema de repartição simples, pelo qual são os trabalhadores em atividade e os contribuintes que arcam com as despesas das aposentadorias dos idosos e as pensões. É um sistema que pode dar-se ao luxo de ser generoso enquanto houver muitas crianças nascendo, precisa ir se tornando mais cauteloso (quase avarento) à medida que a população envelhece, e fica perigosamente perto da inexequibilidade quando a fecundidade cai muito e já não repõe a PEA (população economicamente ativa).

O Brasil já deixou de ser um país que produz muitos jovens e caminha rapidamente para ser um que gera muitos velhos. A taxa de fecundidade caiu de 6,28 filhos por mulher em 1960 para 1,72 em 2015 —o que é menos do que o necessário para manter a população constante. Nesse meio tempo, a proporção de idosos (mais de 60 anos) passou de 4,7% da população para 14,3%. E as projeções não indicam nenhum alívio à frente.

Nada contra buscar mais recursos para o INSS, mas não vislumbro crescimento econômico, maior formalização ou aumento de tributos que dê conta do tsunami demográfico que já está contratado. Ou fazemos uma boa reforma, ou não vai dar.


Fonte:  HÉLIO SCHWARTSMAN - Folha de SP


 

quarta-feira, 8 de março de 2017

A dimensão do desastre

A maior queda do PIB da nossa história foi construída na marcha da insensatez do governo Dilma. Ontem foi o dia de olhar de frente para todos os números do nosso desastre e é espantoso que haja quem duvide da origem dos erros que nos trouxeram ao ponto em que estamos. Mais de 7% de recessão em dois anos, mais de 9% quando a conta é feita pelo PIB per capita desde 2014.

A história econômica registrará o ineditismo do momento. Desde que há estatísticas, em 1901, nunca se viu um biênio como esse. A crise foi feita por Dilma, mas Temer ainda não a reverteu. Estamos numa transição. O dado do último trimestre de 2016 foi mais negativo do que o esperado, mas, felizmente, não é uma tendência.  Há várias formas de se olhar esse índice. O PIB caiu 0,9% no último trimestre comparado ao trimestre anterior. 
Havia sido de -0,3% no segundo trimestre e -0,7% no terceiro. Quem olha a sequência de números pode pensar que estamos no meio de um agravamento da recessão. Mas não. A melhor forma de olhar os dados é compará-los com o mesmo trimestre do ano anterior. Por essa conta, no começo do ano passado, a queda era de 5,4%, e agora, 2,5%. Atenua-se lentamente o tamanho da recessão.

A melhora vai ser demorada e com isso o país vai continuar convivendo com números desastrosos. A taxa de investimento — que mostra possibilidade futura de crescimento teve uma queda no ano de 10,2%. Em 2015, havia caído mais: 13%. E chegou a estar em queda de 18,7% no último trimestre de 2015. Ainda está muito ruim, mas já foi pior.

A história que os números contam é a de um país que despencou em queda livre e longa desde o fim de 2014, época em que a então presidente e candidata Dilma Rousseff perguntava sempre a cada entrevista: “crise? que crise?” O que ela não via estava diante dos olhos dos economistas e analistas do país. A recessão estava sendo contratada pela displicência com a inflação, pelo gasto excessivo, pelos subsídios insustentáveis aos empresários, pelo seu pensamento econômico rudimentar.

Hoje o IBGE vai divulgar a produção industrial e a previsão é de novo número negativo em janeiro. O governo Temer já governa desde maio do ano passado. Tem conseguido algumas melhoras na economia, mas não fez a virada rápida que o país precisava. É, de fato, muito difícil mudar em pouco tempo uma situação tão ruim. O governo Temer tem tomado decisões acertadas na economia, mas permanece imerso em ambiguidades e suspeições. O pior ficou para trás, contudo a recuperação será lenta.

Como o dado do último trimestre foi pior do que o esperado, os economistas explicam que o carregamento estatístico para 2017 também piorou: saiu de -0,7% para -1,1% no cálculo da Tendências. Isso significa que a economia começou o ano de um ponto ainda mais baixo do que se esperava. Para voltar ao zero, na média, terá que, primeiro, recuperar esse 1,1%. Por isso, as projeções para o PIB, de vários bancos e consultorias, já estão sendo revistas para baixo.

A inflação caminha para o centro da meta e no dado de fevereiro, que o IBGE divulga na sexta-feira, deve ficar abaixo de 5%. Com o nível de atividade mais fraco e a redução da inflação, o Banco Central vai acelerar o ritmo de corte dos juros de 0,75% para 1% na reunião de abril. Esse impulso da política monetária chegará à economia real, mas apenas no segundo semestre. No primeiro semestre a grande esperança está na agricultura. Mesmo com todos os impulsos o país terá um número pífio em 2017.

Há ainda uma grande incerteza. O economista Sérgio Valle, da MB Associados, diz que se não for aprovada a reforma da Previdência o país pode ter recessão também em 2017, em vez do ligeiro positivo que todos esperam. Parece exagero. Mas uma parte da melhora dos indicadores é resultado da expectativa de que o país vai começar a sair buraco fiscal.  Ele diz que, sem a reforma, o limite de teto de gastos não se sustenta e o aumento das despesas com aposentadorias continua em ritmo insustentável. Isso elevará o risco-país, o dólar, o pessimismo. É o que pensam os economistas em geral.O país terá que fazer reformas difíceis num governo cheio de fragilidades para sair do fundo desse poço.


Fonte: Coluna da Míriam Leitão - O Globo

segunda-feira, 12 de dezembro de 2016

DESASTRE: direita burra faz Lula recuperar prestígio eleitoral

Na margem de erro, Lula aparece à frente de todos os oponentes no 2º turno, exceção a Marina: 38% a 34% contra Aécio e Alckmin e 37% a 35% contra Serra

A direita burra considerava que a exacerbação do clima policial, com o Congresso brasileiro debaixo de vara, acabaria levando água para seu moinho. Bem, não levou. Como previ, os únicos que tinham a ganhar com isso eram os esquerdistas.

Pesquisa Datafolha divulgada nesta segunda, para a surpresa de ninguém com miolos, traz ninguém menos do que Lula na liderança de todos os cenários de primeiro turno. Sim, Lula, ele mesmo, aquele que já é réu três vezes e que foi denunciado uma quarta vez. No segundo turno, quem se dá bem em todos os cenários é Marina Silva, da Rede. [convenhamos que a direita pode até ser burra, mas estupidez total é da maior parte do eleitorado brasileiro, que mesmo levando ferro, devido ter eleito e reeleito coisas como Lula e Dilma, insiste em permanecer no erro.

O Brasil não, mas, grande parte dos brasileiros que ainda votam em seres tipo Lula, Dilma e Marina, merecem mesmo é se f ...

Os corruptos prejudicam o Brasil, mas pessoas do tipo das citadas conseguem causar maior prejuízo - já que além de corruptos são incompetentes, verdadeiros asnos;
pequena ressalva quanto a Marina Silva, que ainda não existe elementos que provem ser corrupta - apesar de também ainda não ter tido grandes oportunidades para tanto - mas, é indiscutivelmente INCOMPETENTE.

Por sorte, as eleições são para 2018 e até lá Lula estará encarcerado. 

Vamos ficar firmes como BOLSONARO que será o futuro presidente do Brasil.]


Posso colocar de outra maneira: quem lidera no primeiro turno é uma das estrelas da Lava Jato que é contra a reforma da Previdência e a PEC do Teto e quem vence no segundo turno é uma liderança que contra a PEC do Teto e a reforma da Previdência. Fica bom assim?

Se a eleição fosse hoje, Lula obteria 25% no cenário em que o candidato tucano fosse Aécio Neves, com 11%em março, o petista tinha 17%, e o tucano, 19%. 
Marina fica com 15%. O ex-presidente chega a 26% com Alckmin na disputa, que obtém 8%. A líder da Rede marca 17%. Se o nome do PSDB é José Serra, com 9%, o chefão do PT mantém os 25%.  

Jair Bolsonaro (PSC-RJ) conquista, nessas hipóteses, respectivamente, 9%, 8% e 9%.

Calma que vem mais coisa
Marina Silva, cujo partido assumiu claramente uma inflexão à esquerda, continuaria a vencer todos os possíveis oponentes no segundo turno: 43% a 34% contra Lula; 47% a 25% contra Aécio; 48% a 25% contra Alckmin; 47% a 27% contra Serra. Não lhes pareceu bom, leitores amigos? Então vamos piorar um pouco.

Ainda que na margem de erro, Lula aparece à frente de todos os oponentes no segundo turno, exceção feita a Marina: 38% a 34% contra Aécio e Alckmin e 37% a 35% contra Serra.

Atenção para o movimento: na comparação com março, Aécio cai de 51% para 34%, e Lula sobe de 32% para 38%; Alckmin vai no período de 45% para 34%, e o petista ascende de 34% para 38%. Serra passa de 49% para 35%, e o ex-presidente oscila de 35% para 37%.

Lula encurta a distância também contra Marina no segundo turno: ela cai de 52% em março para 43% agora, e ele oscila de 31% para 34%: a diferença caiu de 21 pontos para 9. Se os números estiverem certos, eles evidenciam uma recuperação do prestígio político e eleitoral de Lula, embora ele siga sendo um dos presidenciáveis mais rejeitados, com 44%, empatado com Michel Temer, com 45%. Dizem rejeitar Aécio 30% dos entrevistados; 

Serra aparece com 20%, empatado tecnicamente com Bolsonaro (18%) e Alckmin (17%). Marina fica com apenas 15%.

Na sexta, fiz uma brincadeira no programa “Os Pingos nos Is”. OLula” que imito lançou um apelo à direita burra, sugerindo que o negócio é mesmo botar fogo no país e esculhambar o Congresso. Afinal, esse era o melhor caminho para a recuperação de Lula. 

Segue o vídeo para quem não viu.

Encerro. Não existe vácuo na política. Se a ideia é reduzir o país a uma grande delegacia de polícia, todos se igualam. No ambiente de terra arrasada, quem tem mais estrutura e experiência acaba obtendo vantagem ou recuperando o terreno. Agora resta à direita burra torcer para que Lula esteja preso até 2018.

Quem sabe a polícia possa conter o perigo que ela própria está criando com a sua… burrice!

Leia também:  "O diabo no comando. E o que ameaça a democracia brasileira”.

Fonte: Blog do Reinaldo Azevedo

 

quarta-feira, 9 de novembro de 2016

Os americanos após o desastre Obama reaprenderam a votar - nos resta esperar que o mesmo ocorra com os brasileiros

Obama chama Trump para conversa após vitória republicana nos EUA

Campanha do magnata diz que atual e futuro presidentes se encontrarão em Washington

[Em termos de Brasil o ideal é que em 2019 tenhamos Bolsonaro ou Caiado ocupando a presidência da República .]

O presidente eleito Donald Trump recebeu uma ligação do atual chefe da Casa Branca, Barack Obama, após ter saído vitorioso nas eleições de terça-feira, segundo sua assessora de campanha. Obama fez uma intensa campanha pela candidata democrata, Hillary Clinton, ao longo dos últimos meses, sem poupar críticas ao republicano. Segundo Kellyanne Conway, a assessora de Trump, os dois tiveram uma ótima conversa e se encontrarão em breve na capital Washington.

A Casa Branca ainda não se pronunciou sobre a vitória de Trump. O governo apenas disse que haveria um espaço na agenda do atual presidente para uma reunião com o seu futuro sucessor, na tentativa de garantir avanços positivos na transição do poder.  Nesta terça-feira, Trump fez História e, contra todas as previsões, alcançou delegados suficientes no Colégio Eleitoral para ser eleito o novo presidente dos EUA, derrotando a ex-secretária de Estado. Ao ser projetado vencedor pela AP em Pensilvânia e Wisconsin, bateu a marca requerida de 270 representantes no sistema distrital para ser eleito.

A mera possibilidade de sua vitória derrubara o mercado futuro em Dow Jones, bolsas na Ásia na abertura do pregão pela manhã no continente, e fez o peso mexicano sofrer sua maior baixa histórica.  O discurso de vitória do republicano foi de união, prometendo trabalhar mesmo com quem não o apoiou. Pediu união até com democratas que nunca o apoiaram. — A secretária Hillary me ligou e ela nos parabenizou, e eu a parabenizei pela nossa duríssima luta. Hillary lutou duramente por muito tempo. Temos uma grande dívida com ela por seu serviço — disse ele num evento de vitória, em Nova York. — Agora é hora de nos unirmos como um povo só. É a hora. Prometo que serei o presidente para todos os EUA. Vamos renovar o sonho americano. Nosso país tem um tremendo potencial. Nossos homens e mulheres não serão mais esquecidos.

Ele prometeu que a infraestrutura e o respeito à população serão priorizados, antes de assumir seu típico jeito brincalhão usado em comícios. — Vamos sonhar com coisas boas e bem-sucedidas para o nosso país — disse, antes de brincar: — Essa coisa de briga política é dura, não? — fez piada. 

Ele depois elogiou e agradeceu vários apoiadores e aliados que o acompanharam durante a campanha, entre generais, políticos republicanos e o Serviço Secreto. — Para este momento ser histórico, temos que fazê-lo dar certo. Esperamos fazer um trabalho que faça vocês tão orgulhosos. Eu amo este país. Obrigado! — disse, antes de sair ao som de "You can't always get what you want", dos Rolling Stones, música frequentemente tocada em seus comícios.

 
 
 

sexta-feira, 7 de outubro de 2016

A onça bebeu água

Por mais que São Paulo seja a vitrine eleitoral do País, a vitória em primeiro turno do PSDB e o fato de o prefeito Fernando Haddad não ter conseguido ir ao segundo turno, além de ter obtido a mais baixa votação da história petista na cidade, são o menor dos problemas do partido no enorme cardápio de pratos indigestos que a Executiva Nacional terá à sua frente na reunião. 

Geraldo Alckmin tampouco foi à final quando concorreu a prefeito em 2008, com Gilberto Kassab (eleito) e Marta Suplicy. Nem por isso deixou de se eleger governador e de agora ser apontado como o grande vitorioso de 2016. Na política o fundo do poço tem mola, é o que se diz no meio. A coisa, no entanto, complica na proporção direta da profundidade e amplitude do referido poço. E o buraco do PT, como se sabe, é de dimensões amazônicas.

Perdeu praticamente dois terços das prefeituras conquistadas em 2012, ficou por ora (ainda disputa em sete capitais no segundo turno) na décima posição entre a infinidade de legendas – a maior parte sem importância política e/ou representativa – concorrentes na eleição de domingo último. No âmbito geral, a vitória obtida em Rio Branco (AC) é insignificante. Considerados todos os noves fora, o PT é hoje uma agremiação sem votos. Isso pela ótica que os petistas costumam avaliar adversários menos afortunados.

O partido foi dormir no dia 1.º de outubro ainda mais ou menos cheio de razão e acordou 24 horas depois sem a menor razão para seguir na toada arrogante da vítima de um golpe, da conspiração das elites, das injustiças do Ministério Público, da Justiça, da Polícia Federal, da imprensa “nojenta”, dos deuses e dos astronautas.  O desastre era esperado, mas o tamanho assustou. Na noite de domingo, antes mesmo do término da apuração, o clima entre petistas era de desconcerto. E, por incrível que possa parecer diante das evidências das perdas sucessivas ao longo dos últimos dois anos e do efeito disso na opinião do público, o PT não tem um diagnóstico realista dos males que o acometem nem obviamente soluções para o tratamento, vale dizer, estratégia para a recuperação ou tentativa de.

O partido não é homogêneo nessa questão. Há os que ainda consideram que a culpa é dos outros, há os que não “realizaram” a enormidade dos erros e há os de bom senso, partidários da autocrítica profunda seguida de revisão de procedimentos tão ampla quanto. Estes defendem essa tese desde o mensalão sem que tenham conseguido ser ouvidos e, não raro, tratados como inconfidentes ou moderados no mau sentido; em linguagem antiga, pequenos (e equivocados) burgueses.

Por essas e várias outras é que o grupo dos sensatos não acredita que a reunião da Executiva marcada para hoje produza avanços. Há um sentimento de que, embora a fábula do partido perseguido tenha sido desfeita pela realidade, a tendência seria prevalecer a insistência na versão tão criativa quanto falsa da história. Assim como falaciosa é a história de que o ex-presidente Luiz Inácio da Silva recusa a ideia de assumir a presidência do partido por ser favorável a uma renovação de lideranças.

Daria até para acreditar e deixar de lado a contumaz interdição de Lula ao debate e à rotatividade de líderes, não fosse a reação do próprio diante da débâcle: “Quanto mais ódio se estimula, mais amor se cria (em torno dele). Só há um jeito de me pararem: evitar que eu ande pelo Brasil”. É o Lula de sempre. Que já fez muito bem, mas hoje faz muito mal ao PT. Cresce no partido essa certeza, mas ninguém tem coragem de dizer. Guardadas as proporções, é o mal que Leonel Brizola fez ao PDT. O prejuízo causado pela ação de caudilhos em desconexão com a marcha da democracia, cujo pressuposto é a alternância, a renovação, o dia de amanhã. 


Fonte: Dora Kramer - O Estadão
 

quinta-feira, 15 de setembro de 2016

Lula: de chefe da oposição a Temer a chefe de uma organização criminosa

Quando ex-presidente ensaiava ser apresentar como o defensor dos direitos trabalhistas e previdenciários, toma na testa a acusação de chefe de uma organização criminosa

Sim, o comando do PT vibrou com o show estrelado por Deltan Dallagnol nesta quarta-feira. E, como sabe todo jornalista bem-informado a respeito do que vai nos bastidores da Lava-Jato, parte da força-tarefa sentiu, depois de alguns minutos de iniciado o evento, que o espetáculo pode custar muito caro. Investigadores sensatos consideram, e eu concordo, que se tratou de um tiro no pé. Mas o PT e a defesa de Lula vibraram com o quê? Com as consequências imediatas para o partido? Claro que não!

No curto prazo, as consequências são obviamente negativas — se é que há espaço para a reputação do partido cair ainda mais.  As eleições municipais já seriam um desastre antes desta quarta. Depois dela… Por mais que os candidatos do PT escondam a estrela, seus adversários se encarregam de recuperá-la. No momento em que Lula ameaçava alçar voo por aí e em que os protestos de rua ensaiavam ganhar algumas adesões fora do petismo-esquerdismo, Dallagnol estampa aos olhos de todos o organograma em que o grande líder figura como o chefe da organização criminosa — o antigo chefe de quadrilha.

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Por mais que Lula pretenda, mais uma vez, usar a acusação para posar de vítima, idiota não é. Sabe o peso que isso tem, especialmente quando o seu algoz assumia as vestes de uma espécie de anjo vingador, a dizer com ar impoluto e a retórica inflamada dos justos: “propinocracia, propinocracia, propinocracia”. E, segundo a espada vingadora, o chefão petista é o general da bandalheira.

Do ponto de vista estritamente partidário e eleitoral, isso empurra Lula ainda mais para o gueto. Ele já tinha decidido que correria o país a falar em nome dos direitos trabalhistas, que estariam sendo ameaçados por Temer. É mentira, claro! Mas desde quando os petistas precisam da verdade para fazer política? Ele já estava azeitando o discurso contra a reforma da Previdência. A pregação contra as privatizações também já estava na ponta da língua.

Pois é… Terá de haver um recuo nisso tudo. Um problema bem mais alto se alevanta. Lula não terá muito como se ocupar de criar embaraços para o governo Temer. Ele tem agora de cuidar da sua reputação e da sua defesa. O chefe de uma organização criminosa, segundo o Ministério Público Federal, vê comprometida boa parte da pouca reputação positiva que conservava. A partir de agora, seus juízos estão contaminados por uma acusação grave. É bom lembrar que o Ministério Público Federal não o coloca apenas como o centro irradiador da roubalheira do partido. Ele também é acusado de se beneficiar pessoalmente das safadezas apontadas.

E o que o PT comemora? Obviamente, não são as dificuldades novas. Como já afirmei aqui, o que se viu na decisão precipitada da Lava-Jato foi uma vereda para a defesa. Seus advogados, a partir de agora, estarão menos empenhados em jogar para a galera isso que fique para o partido — do que em apontar as fragilidades técnicas da acusação nos tribunais.
Do ponto de vista político imediato, é claro que o partido está às voltas com um novo desastre. Qual será o caminho? Fica para outro texto.

Fonte: Blog do Reinaldo Azevedo 
 

quarta-feira, 30 de março de 2016

O governo Dilma ainda não está morto



O primeiro governo da presidente Dilma foi um desastre, e mesmo assim ela se reelegeu. O segundo, mal começou e começou mal. De alguns meses para cá, só existe formalmente, paralisado pelas crises que assolam o país, a investigação da Lava-Jato e o processo de impeachment.

Nem por isso deve ser considerado morto. Até uma cobra, depois de morta, inspira medo, quanto mais um governo que ainda se mexe. O Titanic bateu no iceberg, adernou, a orquestra parou de tocar, a maioria dos passageiros foge em botes salva-vidas, mas ele ainda não foi a pique.

O comandante imagina que pode evitar a tragédia anunciada. E, nesse caso, é bom lhe dar ouvidos. Dilma só tem uma forma de reparar o estrago que ameaça o navio, apostando que em seguida conseguirá leva-lo até o primeiro porto à vista: comprar apoios políticos no varejo. Ela está certa. E, desde ontem, parece disposta a pagar qualquer preço pelos 172 votos necessários de um total possível de 513 para sepultar o impeachment na Câmara dos Deputados. A gula dos políticos é grande, sempre foi e sempre será. E Dilma acha que tem como saciá-la.

A Fundação Nacional de Saúde, por exemplo, é um órgão do Ministério da Saúde que tem muito dinheiro a ser gasto ou desviado. Seu presidente, indicado pelo vice Michel Temer, foi demitido há poucos dias. O cargo, ontem, foi oferecido ao Partido Trabalhista Nacional (PTN). Só ouviu falar do PTN, além do seu minúsculo eleitorado, quem lembra da eleição do presidente Jânio Quadros no remoto ano de em 1960. Sim, Jânio, aquele político genial descabelado e demagogo, que vivia de porre e que renunciou a governar o país depois de seis meses de empossado.

Na eleição de 2014, o PTN elegeu apenas quatro deputados federais e 14 estaduais. Pois seus quatro votos na Câmara estão valendo ouro para Dilma. O governo espalha que já conta no momento com cerca de 190 votos contra o impeachment. Chute. Certos mesmo são 100 a 110. Por isso decidiu correr atrás de quem lhe garanta mais um, mais um, mais um. Na verdade, o dono do voto não precisará, sequer, comparecer à sessão de votação do impeachment. Ou poderá comparecer e abster-se de votar. Caberá à oposição arregimentar 342 votos para derrubar Dilma.

Sem 342 votos, Dilma permanecerá na presidência à espera que a Justiça Eleitoral julgue quatro ações que pedem a impugnação da sua e da eleição de Temer. Não há data para isso. O mais provável é que a Justiça só decida no início de 2017. O país se arrastará até lá. Há dois partidos nos quais o governo confia sua sorte: o PP e o PR do mensaleiro Valdemar Costa Neto, em prisão domiciliar. Os dois, juntos, têm 90 deputados. 

Ao PP está sendo oferecido o Ministério da Saúde, ao PR, o Ministério das Minas e Energia, ambos ainda em mãos do PMDB. Se o governo obtivesse em troca a certeza de que os dois votariam fechados contra o impeachment, ficaria a um passo da salvação. Aos 90 votos do PP e do PR, se somariam os 58 do PT, e pelo menos mais alguns colhidos no PC do B, PDT, PSB, e demais partidecos.

Não será fácil, mas impossível não é. Há muitos fatores que conspiram contra uma eventual vitória do governo – as ruas, a rejeição a Dilma, a Lava-Jato, a situação das grandes empreiteiras e dos seus donos, e a expectativa de poder que Temer representa. Fora o juiz Moro, ninguém sabe que novas revelações poderão complicar ainda mais a vida de Dilma. O que Dilma tem para dar a políticos que a detestam, Temer tem em dobro. Não fosse a Lava-Jato, as empreiteiras nem teriam deixado o impeachment chegar ao ponto em que chegou.

O impeachment deverá ser votado na Câmara entre os próximos dias 14 e 21. Daqui até lá, haverá traições à farta – à Dilma e a Temer. É improvável que seja apertada a vitória de um ou de outro. No dia marcado, a maioria dos deputados votará com quem tenha mais chances de vencer.

Fonte: Blog do Noblat – Ricardo Noblat

sexta-feira, 22 de janeiro de 2016

Depois da farsa, a tragédia...

O que acontece quando um governo populista quer agradar ao povo, sem preocupação com a origem e as limitações dos recursos disponíveis? Certamente, um desastre, pois em algum momento as contas não fecham. O desastre é ainda maior quando oferece mimos a grandes empresas. A atitude de agradar, tanto a um povo carente quanto aos empresários amigos – para preservar o poder –, acaba por desagradar a todos. Ou seja, torna-se obsoleta a velha e recorrente estratégia de “subir no caminhão” e falar o que agrada aos peões e, depois, na “sala da diretoria”, falar o que os patrões querem ouvir, pois não há mais o que oferecer para ficar bem com todos. Tal estratégia, como sempre, é boa enquanto mantém partidos populistas no poder e, na hora de fechar as contas, argumenta que liberais malvados querem tirar o que progressistas bonzinhos oferecem ao povo.

Essa é a triste sina de uma América Latina tão distante de Deus e do mundo adulto e tão incapaz de assumir a culpa por seus próprios desastres. Em vez de aproveitar seus ciclos de bonança com a exportação de grãos, minérios e petróleo para investir e modernizar suas infraestruturas e indústrias, prefere queimar os recursos obtidos com estímulos ao consumo e um assistencialismo que não incorpora efetivamente as pessoas à educação moderna e ao processo produtivo. Nenhuma economia se sustenta, em prazo mais longo, com base na ignorância, na exacerbação do consumo e em baixos níveis de investimento. Tentativas de breves ciclos de ajustes e correção de distorções nas contas públicas são sempre seguidas de longos ciclos de irresponsabilidade fiscal e devastação de fundamentos econômicos básicos. O velho fetiche de estimular o crescimento pelo aumento do consumo e “um pouquinho” de inflação se torna incontrolável e todos acabam sofrendo com a conjugação de inflação alta e crescimento baixo.

A nova matriz econômica do primeiro governo Dilma foi uma tentativa de dar sobrevida a algo que já se mostrava inviável no segundo governo Lula. Após um período de estabilidade da moeda, aumento do poder de compra, previsibilidade e confiança nos negócios, equilíbrio fiscal e ordenamento das contas públicas – proporcionado pelo Plano Real e mantido no primeiro governo Lula –, seguiu-se um movimento oposto, que desagregou todo o esforço anterior.

Essa desagregação comprometeu, inclusive, um processo continuado de melhoria na distribuição da renda, por causa da inflação. Afetou, ainda, a credibilidade internacional, em razão dos rebaixamentos nas avaliações de risco. Desnecessário acrescentar a óbvia deterioração do ambiente político, resultante da estratégia de poder baseada no princípio do “eu pago, eu mando”. Tanto a inevitável explosão de sucessivos escândalos de corrupção como a radicalização irresponsável do projeto de dominação do poder desfiguraram todo o comedimento e a antiga sabedoria de contornar crises políticas.

Inflação e desemprego de dois dígitos, com longa recessão e queda do PIB, são ingredientes que levam a graves crises políticas e ao desmonte das instituições de Estado. A história do País mostra isso desde a crise de 1929-32, passando pelas de 1954-56, 1960-62, 1980-82, 1990-92. Com exceção da de 1929 e, em parte, da de 1982, pelo forte impacto do fator externo, são recorrentes o abandono de cuidados com ajuste fiscal, ordenamento das contas públicas e controle da inflação, além da falência de modelos baseados no fetiche do desenvolvimento a qualquer preço e/ou exacerbação do consumo.

Como existe aquele outro fetiche de que a História se repete, primeiro como tragédia e, depois, como farsa, é bom atentar para o fato de que, ao contrário, no Brasil as tragédias se repetem monotonamente como decorrência de farsas. A repetição resulta tanto de erros trágicos do próprio fazer como da escassez de prudência, bom senso e comedimento. Erros e húbris sempre dissimulados pela farsa e o burlesco, como convém ao exuberante e irresponsável ambiente tropical...

Fonte: JOSEF BARAT - ESTADÃO - Transcrito do Blog do Murilo - http://avaranda.blogspot.com.br/



terça-feira, 12 de maio de 2015

O governo no telhado

Sete meses depois da eleição, Dilma ainda não conseguiu formular um plano. Na escuridão gerencial, proliferam ‘ideias’, como a de limitar o uso da internet nos ministérios

Depois de dez horas de reunião, no sábado 25 de abril de abril, Dilma Rousseff constatou que andava em círculos, sem saber por onde começar o corte de investimentos em obras e a redução dos serviços de manutenção da infraestrutura. Era noite quando despediu-se de ministros e presidentes de bancos federais. Nos dias seguintes o Ministério da Fazenda começou a negociação dos cortes. O ministro dos Transportes, Antonio Carlos Rodrigues, contou a senadores como foi: — Aconteceu uma coisa engraçada. Eu estava lá na Fazenda e me falaram: “Faça um corte linear de 25%.” Então, eu disse: “Ah, tudo bem. E na hora em que eu chegar a uma ponte, eu construo só 75% e ponho uma balsa para eles atravessarem?” 

O governo parou, antes de recomeçar. Sete meses depois de reeleita, Dilma ainda não conseguiu formular um plano administrativo consistente. Sequer definiu o tamanho dos cortes em despesas e investimentos que se vê obrigada a realizar, por incúria no primeiro mandato. Na escuridão gerencial, começaram a proliferar na Esplanada dos Ministérios ideias avulsas — algumas inócuas, outras malucas —, entre elas a imposição de limites ao tempo de uso da internet. 

Ontem, passados 130 dias da posse, não havia ministro que soubesse qual será o seu orçamento nos próximos sete meses. Quase todos renegociavam débitos de 2014 pendentes com fornecedores. Poucos devem chegar ao fim do mês com as dívidas de janeiro resolvidas. A escassez não é só de dinheiro. Na Saúde, caso exemplar é o projeto do Hospital do Câncer de Sergipe. Aliados locais de Dilma protestam porque, depois de cinco anos com “dinheiro na conta”, esse empreendimento não recebeu um único tijolo. Talvez continue no papel até a próxima eleição presidencial. 

Em Transportes, simbólica é a duplicação da BR-101 entre Santa Catarina e o Rio Grande do Sul. Lula “inaugurou” a obra três vezes nos últimos 12 anos, e Dilma renovou a promessa no ano passado. Até hoje não tem projeto definitivo e nem aparece na listas de prioridades governamentais. 

Na Educação, a confusão gerencial que redundou em agonia para milhares de estudantes foi produzida da seguinte forma, conforme relato feito no Congresso por Amábile Pacios, da Federação Nacional das Escolas Particulares: — No dia 9 de dezembro, nós tivemos uma audiência com o então ministro Henrique Paim (da Educação) e eu perguntei: “Ministro, vai haver mudanças no Fies?” Ele disse: “De forma nenhuma. A presidente prometeu, na campanha, não mexeremos no Fies.” No 26 de dezembro, recebemos um e-mail do MEC: “O gato subiu no telhado.” No dia 29, a gente soube da notícia. As regras foram mudadas exatamente nas férias escolares. 

No centro do poder há mais de uma década, Dilma permanece um enigma, prisioneira de uma nuvem de generalidades e posições óbvias, em geral a favor da luz elétrica, da água encanada, da erradicação da miséria e do analfabetismo. Atravessou quatro anos repetindo formulações rudimentares como “meu olhar principal não é para os números do PIB nem para a taxa de juros, é para as pessoas”. 

É compreensível seu estupor diante do desastre gerencial que construiu, mas precisa agir rápido para resgatar o governo que subiu no telhado e lá permanece, catatônico.

Fonte: O Globo - José Casado