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quinta-feira, 3 de agosto de 2023

Revista Oeste - Carta ao Leitor

Edição desta semana mostra a escalada do autoritarismo do governo, com o uso da Polícia Federal e um pacote de medidas inspiradas no comunismo, em consórcio com o Supremo Tribunal Federal

  União Soviética | Foto: Photogid/Shutterstock
 
Desde a campanha eleitoral de 2018, o ex-presidente Jair Bolsonaro foi atacado por seus adversários diariamente nas redes sociais, em colunas de jornais e nas ruas, onde, em setembro daquele ano, sofreu um atentado à faca — já precisou de sete cirurgias e convive com problemas frequentes.  
Bolsonaro foi chamado de “genocida”, “fascista”, “nazista”, “misógino”, “racista”, “homofóbico”, entre outros termos. 
Uma jornalista da Folha de S.Paulo reuniu uma centena de ofensas, incluindo palavrões, em um único artigo. Outro colega escreveu que desejava a morte do presidente da República em meio à pandemia. 

Quando todos os xingamentos foram esgotados, as redações decidiram adotar a expressão “aquele que não se pode denominar”, porque não é gente. “Já há algum tempo a desumanização e a criminalização do ‘bolsonarismo’ virou moeda corrente na linguagem da imprensa, dos tribunais superiores e da bancada parlamentar filopetista”, diz o artigo de Flávio Gordon. 

Julho de 2023. O presidente Lula e o ministro Flávio Dino lançam um pacote de medidas para prender quem insultar a mais alta casta de Brasília. As condenações devem ser duras — nada de tornozeleira eletrônica, e sim cadeia, além do confisco de bens. Integram o seleto grupo de pessoas especiais o próprio Lula, o vice-presidente, o procurador-geral da República, os presidentes da Câmara e do Senado, e os 11 ministros do Supremo Tribunal Federal (STF).

A inclusão dos dirigentes do Congresso Nacional é estratégica, porque tanto o deputado Arthur Lira (PP-AL) quanto o senador Rodrigo Pacheco (PSD-MG) estão sob pressão. O primeiro foi encurralado pela própria Polícia Federal e pelo Supremo às vésperas de votações importantes para o governo — e cedeu. O segundo terá de analisar um pedido de impeachment do ministro Luís Roberto Barroso.[pelo comportamento padrão do senador Rodrigo Pacheco (o omisso) ele sentará sobre o pedido.]  .............

CONTEÚDO GRATUITO - Revista Oeste
 
 

domingo, 21 de agosto de 2022

Contra os fatos: etiquetas e narrativas, nascidas umas para as outras. - Percival Puggina

Como eu não nasci ontem, tenho a vantagem de não usar fraldas na memória. Falo do que vi. Quase sem exceção, o mesmo jornalismo que faz campanha contra o presidente da República atacava-o quando candidato ao pleito de 2018
Colavam-lhe etiquetas, diziam-no homofóbico, racista, misógino e perigosamente agressivo. 
A maioria do eleitorado não lhes deu crédito.
 
Eleito, Bolsonaro virou a Cartago dessa mídia. Tinha que ser derrotado! Destituído, preferivelmente. E a luta dos companheiros continuou implacável. 
Quantos foram afastados das redações por marcharem de passo errado com o batalhão? Era preciso haver unidade em relação aos objetivos comandados!

Desmentidas, as velhas e inúteis etiquetas foram rapidamente deixadas de lado para serem esquecidas pois eram testemunhas da derrota. Essa esquerda malsã, porém, não faz políticas sem etiquetas. Logo, Bolsonaro passou a ser acusado, inutilmente, de negacionista, genocida e fascista. Também por aí a tarefa não ia bem; a CPI foi um fiasco, o depois chegou e a gente viu. A eleição se avizinhava.

Resolveram, então, atacar Bolsonaro por se constituir num perigo à democracia e ao estado de direito. 
Não há matéria na imprensa mencionando o presidente da República e a eleição de outubro sem que esse risco e a necessidade de proteger a nação contra algo terrível, medonho, não se faça presente. 
Para que a derradeira etiqueta funcione, há que aplicar-lhe camadas e mais camadas de adesivo.

É isso que explica:

  1. o convite aos embaixadores para encontro com o ministro Fachin quando este presidiu o TSE;
  2. as mal redigidas cartas pela democracia e pelo estado de direito;
  3. a ausência de qualquer menção a longa história do ininterrupto anseio por maior transparência no sistema eleitoral, que já conta décadas e tem sido constante nos últimos quatro anos;
  4. o abandono à própria sorte da lógica mais rudimentar: golpistas pedem eclipse, ocultação. Não pedem transparência; menos ainda se o fazem, ordeiramente, por anos a fio;
  5. as fileiras cerradas para impor silêncio a sociedade sobre algo que lhe foi teimosa e autoritariamente recusado;
  6. a “pompa e circunstância” que marcou a sagração de Sua Alteza Eleitoral na presidência do TSE;
  7. o silêncio sobre o gritante paradoxo de estarem o estado de direito e a democracia, o devido processo, a Constituição, as boas leis, os direitos humanos e a liberdade sendo feridos em alegada defesa do estado de direito e da democracia.

Como de hábito, a ausência de qualquer elemento probatório que justifique a etiqueta não é suficiente para silenciar os ataques determinados pela cartilha. Sempre há um senador pronto para transformar os tribunais superiores em puxadinhos de seu gabinete.

Ontem (19/08), em poucas palavras, falando em Resende, Bolsonaro desfez a narrativa e a etiqueta foi para a lixeira.

Percival Puggina (77), membro da Academia Rio-Grandense de Letras, é arquiteto, empresário e escritor e titular do site Liberais e Conservadores (www.puggina.org), colunista de dezenas de jornais e sites no país. Autor de Crônicas contra o totalitarismo; Cuba, a tragédia da utopia; Pombas e Gaviões; A Tomada do Brasil. Integrante do grupo Pensar+.

 

sexta-feira, 22 de julho de 2022

Emporcalharam a imagem do Brasil? - Alex Pipkin

Não, não se preocupem. O Brasil continua lindo…

A imensa maioria dos cidadãos estrangeiros que pensa no país, credita a imagem da nação verde-amarela, a marca-país, associada aos 5S.

Não se trata de uma ferramenta de gestão, mas ao glorioso Soccer, ao futebol, ao Samba, à Sand, areia das praias do Rio de Janeiro, do nordeste e de Santa Catarina, à Sensualidade da mulher brasileira e, de várias formas, entre essas algumas que gostaríamos de estar completamente desfocadas de nossa imagem, ao Sexo.

O país é lembrado e ovacionado pela “alegria de viver” dos brasileiros, ainda que esses enfrentem severas dificuldades econômicas e sociais.

Muitos desses forasteiros americanos e/ou europeus, ainda pensam que nossa capital é Buenos Aires, e no imaginário, o Brasil é o país tropical das belezas naturais e, com certeza, da miscigenação de raças que produziu a beleza feminina.

Para além dessa imagem estilizada, evidente que existe uma série de coisas boas e ruins que melhor nos definem.

Eu fico incrédulo quando assisto a um canal televisivo e/ou leio alguma matéria referente a imagem brasileira lá fora.

A “honesta e imparcial” grande mídia, aqui e seus associados no exterior, têm retratado o PR eleito democraticamente, como um autoritário, odeio o termo, mas vai lá, nazista, racista, homofóbico, misógino, exterminador, “militar” (risos), e um ser abjeto que não gosta de gente.

Já havia lido uma crítica a Bolsonaro no WSJ, e semana passada, li um artigo no The Economist, que o reportava como o Trump dos trópicos, dando a entender que o PR prepara um golpe caso não venha a vencer as próximas eleições. Claro que eu não me surpreendo. Desde o primeiro dia de seu governo ele vem sendo perseguido, em especial, pela esquerda abutre, que quer retornar a cena do crime, pela grande mídia que perdeu o controle da “verdade” de suas reais narrativas, e pelos ministros do “STF”, mergulhados em seus vergonhosos ativismos e em suas nefastas ações político-partidárias.

Trabalhei muito tempo com estrangeiros e ainda tenho contato com alguns.

Confesso que foi uma tarefa hercúlea tentar explicar como Lula da Silva, condenado em várias instâncias da justiça, e pelo próprio STF, teve seus julgamentos anulados pelo ministro Fachin, por meio de uma mera manobra e artifício processual, permitindo que o ex-presidiário se tornasse elegível e concorresse à presidência.

 Surreal!

Esse ministro é notoriamente um notório ativista de extrema-esquerda, juntamente com seus colegas Luís Roberto Barroso, o “iluminista”-ativista, Alexandre de Moraes, homem de confiança de Alckmim, vice de Lula, e o ex-advogado do PT, Dias Toffoli.

Esses ministros vêm abertamente criticando e atuando contra o presidente, no Tribunal e em eventos no exterior, na Inglaterra, nos Estados Unidos, em Portugal e mundo afora.

A pergunta que não quer calar é se é possível que esses ministros avaliem e julguem qualquer coisa com a devida imparcialidade? Você deve saber a resposta.

No que diz respeito à imagem do Brasil, parece que qualquer estrangeiro percebe o cheiro podre da “descondenação” de um criminoso para concorrer ao cargo máximo da nação.

O ministro Fachin já havia se reunido com embaixadores, a fim de afirmar a segurança e a lisura das urnas e da votação no Brasil. Indago se chamar embaixadores é uma prerrogativa do TSE.

Confesso que não gosto dessa ladainha sobre as urnas, já que o TSE poderia ter resolvido “tecnicamente” a questão, porém, dentro de um sistema democrático, qual é o abissal problema de se solicitar um aperfeiçoamento da segurança do sistema de votação?

Muitos indivíduos têm a mesma dúvida do PR, e se a Corte Superior e o TSE agem como os fatos demonstram, aparenta ser crível duvidar.

Ontem o PR se reuniu com embaixadores para expor sua visão, embasado em fatos e em dados relacionados à urna eletrônica e a atuação dos ministros.

Não, não seja suscetível a narrativa da “grande mídia”, dos semideuses rubros do STF e dos justiceiros sociais, de que o “grande homem mau” emporcalhou a imagem do país no exterior.

Num país em que Alexandre, O Grande, comanda a ditadura da toga, em que só tem liberdade de expressão e de opinião o lado alinhado as (más) ideias e visões do demiurgo de Garanhuns, é imperioso ouvir e refletir sobre aquilo que o “outro lado” pontua. 
Não esqueça que nesse mundo “moderno”, da pós-verdade, a verdade teve seu significado alterado, pois aqueles que falam a verdade sobre os mais variados temas têm sido acusados de espalhar discurso de ódio e desinformação.

Neste sentido, contra fatos não há argumentos, e é bom enfatizar que a economia brasileira vem performando acima das economias mundiais, em um contexto de pós-pandemia e de guerra.

Apesar da inflação alta, o país vem crescendo acima das previsões, fruto de reformas estruturais que precisam ser aprofundadas. As projeções internacionais são otimistas nesta direção.

A corja que emporcalhou a vida dos brasileiros, econômica, social e moralmente, e que respingou no mundo, manobra o sistema para que retornem a cena do crime aqueles que o roubaram.

Não se apoquente! Os gringos comem, escutam, leem e assistem também o lado oposto da narrativa armada, da “verdade contemporânea”. O Brasil continua lindo, e sem as emporcalhadas e sanguinárias foice e martelo, ficará ainda mais belo.

Alex Pipkin, PhD


segunda-feira, 20 de junho de 2022

Imprensa em campanha - Revista Oeste

Foto: Shutterstock
Foto: Shutterstock

Na terça-feira 7, leitores dos principais jornais impressos ou os que navegam por grandes portais de notícias toparam com a novidade: uma tarja preta no alto das páginas com os dizeres “Dia Nacional da Liberdade de Imprensa — Uma campanha em defesa do jornalismo profissional”. Mais uma ideia do “consórcio” um aleijão jornalístico que, durante a pandemia de coronavírus, unificou o noticiário e as opiniões dos principais veículos de comunicação.

A efeméride era o que menos importava nessa campanha. Nenhum jornal ou emissora de TV jamais celebrou esse dia. A data nunca foi lembrada nas salas das faculdades de jornalismo. 
A comemoração insincera não passava de outra provocação ao presidente Jair Bolsonaro, alvo da maior perseguição coletiva registrada nas redações desde o violento antagonismo que levaria Getúlio Vargas ao suicídio. [inclusive, jornalistas da velha imprensa, da mídia militante,   sugeriram ao presidente Bolsonaro que se suicidasse e um desejou que morresse.]

Também foi um ataque aos novos produtores de conteúdo que hoje predominam nas redes sociais e deixaram a velha imprensa para trás: os “blogueiros” — como são chamados pejorativamente. A perda de mercado publicitário em novas plataformas perturba os ex-gigantes da imprensa, que não sabem como reverter o quadro. Daí a soberba na frase: “Em defesa do jornalismo profissional”.

A abertura do Jornal Nacional, da TV Globo, naquela terça-feira foi um retrato de como os jornalistas vivem num mundo paralelo. 
Heraldo Pereira e Renata Vasconcellos ficaram em silêncio durante um minuto. 
Não anunciaram a tradicional escalada de manchetes e entreolharam-se duas vezes. Parte do público certamente não entendeu nada. Provavelmente, alguns telespectadores tentaram, sem sucesso, aumentar o volume do televisor.

Para o brasileiro que não frequenta redações, aquilo não fez o menor sentido. Mas, para os editores da Globo, o intuito era comover colegas de profissão — e tentar irritar Jair Bolsonaro.

“Despiora”
Depois de toda a histeria com as manchetes de festim da covid, tem chamado a atenção o malabarismo da imprensa com o noticiário econômico. 
O país reagiu com resiliência ao lockdown político de governantes determinados a sangrar o governo federal. O fôlego da economia surpreendeu bancos e consultorias de investimentos, e, apesar dos prognósticos dos especialistas de redação, não houve a anunciada recessão. O Produto Interno Bruto (PIB) cresceu 1% e deve chegar a 2% em dezembro
Esse número pode ser ainda melhor, porque houve reaquecimento da indústria; depois de um período de falta de insumos chineses, o setor de serviços está a todo vapor e o agronegócio espera por uma safra boa nos próximos meses.

Outro dado importante: o desemprego caiu e o volume de empregos com carteira assinada está aumentando foram 200 mil contratações em abril. As contas públicas também estão em ordem: o superávit primário foi de R$ 39 bilhões até abril. Segundo o Banco Central, o saldo positivo em 12 meses foi de R$ 138 bilhões — 1,5% do PIB. 

São números que mostram resistência ante a inflação galopante, um drama global pós-pandemia e uma guerra em curso na Europa há três meses.É aí que começa o festival de conjunções adversativas que precede algo desagradável. Tornou-se quase impossível encontrar uma manchete sem “mas”, “porém”, “entretanto”. Surgem aberrações como “despiora” da economia e a tristeza no semblante da apresentadora da CNN ao comunicar que, “infelizmente, vamos falar de notícia boa”.

A politização da morte
Durante dois anos, os jornais estamparam nas primeiras páginas os números de mortos pela covid e destacaram o que havia de mais mortal no vírus chinês. Em nenhum outro país do mundo o presidente da República foi responsabilizado pelas mortes decorrentes da pandemia de coronavírus.  
No Brasil, o jornalismo de necrotério colocou na conta de Bolsonaro os mais de 600 mil mortos. Nessa época, o adjetivo genocida foi acrescentado aos já usados fascista, racista, misógino e homofóbico, fora o resto.
Com o arrefecimento da pandemia, os veículos de comunicação saíram em busca de novas acusações. 
O presidente foi acusado pelas secas no Sul, pelas enchentes no Nordeste, pela alta no preço dos combustíveis, pela chegada da varíola dos macacos, pela teimosia da Ômicron, pelo que não deu certo na Cúpula das Américas e pela pobreza e pela fome que nunca abandonaram o país.

A mais recente acusação responsabilizou o chefe do Executivo pela morte do jornalista Dom Phillips e do indigenista Bruno Araújo Pereira, assassinados por praticantes da pesca ilegal numa reserva indígena da Amazônia. Mesmo quando o caso foi solucionado, os jornais continuaram a insinuar que Bolsonaro era o culpado pelo crime.

Desde sempre a Amazônia sofre com o narcotráfico e tem a presença de garimpeiros e pescadores ilegais. Como lembrou Rodrigo Constantino nesta edição de Oeste, “quando a missionária Dorothy Stang foi morta, com sete tiros, em 2005, ninguém achou prudente culpar o então presidente Lula pelo episódio”.

Indulto a Lula
Em maio, a edição 112 de Oeste relembrou o memorial de escândalos que marcou a era petista no Palácio do Planalto
 Não é exagero afirmar que nunca se roubou tanto dos cofres públicos. 
A reportagem citava personagens que um eleitor de 16 anos, apto a votar pela primeira vez em outubro, não conheceu. Mas os jornalistas sabem — ou têm a obrigação de saber — quem são esses personagens do submundo do poder: Delúbio Soares, Marcos Valério, João Vaccari Neto, Pedro Barusco, Nestor Cerveró, Renato Duque e tantos outros.

Na quarta-feira 15, a Folha publicou em seu site uma reportagem que tentava explicar por que Lula era inocente sem ter sido inocentado

Como pode um articulista que assistiu a horas de depoimentos da CPI dos Correios aceitar a volta de Lula e do PT ao poder? 
Como é possível um jornalista que acompanhou sete anos e 79 fases da Operação Lava Jato aceitar que o grupo condenado por formação de quadrilha retorne à cena do crime? 
Qual a lógica em defender a liberdade de imprensa e apoiar um candidato que promete censurar os meios de comunicação em seu programa de governo?
 
Há duas possibilidades de respostas: 
1) os jornais, as rádios e as TVs viveram mais de uma década de bonança com as verbas de publicidade da Secretaria de Comunicação da Presidência repassadas por Lula e Dilma Rousseff; 
2) #EleNão — o discurso de que Bolsonaro não pode exercer a Presidência da República simplesmente porque os jornalistas não gostam do jeito dele.

A aversão ao presidente nas redações é tamanha que o termo “bolsonarista” é usado como uma espécie de xingamento. Por exemplo: o deputado condenado é “bolsonarista”, o empresário, o blogueiro, o cineasta cujo filme o crítico não aprova etc. Não há arquivo de textos da velha imprensa citando empresários “lulistas” ou banqueiros “dilmistas”.

Na quarta-feira 15, a Folha publicou em seu site uma reportagem que tentava explicar por que Lula era inocente sem ter sido inocentado. “Lula é inocente? Sim. Não há nenhuma sentença válida atualmente contra o ex-presidente.” Segundo o palavrório, o ex-presidente chegou a ser condenado pelo então juiz Sergio Moro e por Tribunais Superiores na Operação Lava Jato, mas os processos foram anulados pelo STF. O jornal avisa que se amparou em “razões técnicas”: 1) “a parcialidade de Moro para punir o petista”; 2) “as causas deveriam ter tramitado no Distrito Federal, não no Paraná”.

O parágrafo seguinte pergunta e responde: “Lula foi inocentado? Não. Nos principais casos contra o ex-presidente e na acepção mais comum da palavra ‘inocentado’, que corresponde a absolvido, não é correto empregar o termo para se referir à situação de Lula”.

Como observou o jornalista J.R. Guzzo nesta edição de Oeste, sempre que você ler no jornal ou ouvir na televisão algo que não entende, ou que lhe parece uma cretinice, fique tranquilo — é você quem está com a razão, e não eles.

Em maio deste ano, a revista Piauí foi ainda mais explícita na campanha pelo ex-presidente. “Quando anoitecer será tarde demais para descobrir que Jair Bolsonaro cortou a energia da democracia e mergulhou o país na escuridão do autoritarismo”, afirma o texto de abertura. Depois de reconhecer que existem apenas dois candidatos com chances de ganhar as eleições, o articulista conclui que, “se ganhar, Bolsonaro não convidará seus adversários para a noite de autógrafos”. São quase 1,4 mil palavras. Não há uma única explicação para que a redação da Piauí enxergue em Bolsonaro o carrasco da democracia.

Pesquisa do dia
Outro fenômeno desta eleição é a multiplicação de pesquisas eleitorais — algo jamais visto no noticiário. São vários levantamentos semanais, feitos por institutos de todas as partes do país, alguns deles absolutamente desconhecidos, financiados por bancos, consultorias, corretoras do mercado financeiro, empresas de comunicação e até do ramo imobiliário. Os registros são feitos praticamente todos os dias no Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Na quarta-feira 8, havia mais de cem pesquisas registradas em seis meses.

Se no passado esses resultados eram guardados a sete chaves por jornais e emissoras de televisão até o horário nobre para ser divulgados, hoje são publicados a qualquer hora do dia nas redes sociais. Tampouco são exclusivos para os jornalistas — clientes de bancos e consultorias, por exemplo, recebem os números via WhatsApp ou conta de e-mail, de acordo com o seu perfil.

A quantidade de números é tamanha que o UOL criou um “selo de qualidade”. O portal considera confiáveis, por exemplo, as pesquisas do Datafolha, que faz parte do mesmo grupo empresarial. O jornal O Estado de S. Paulo fez pior: inventou o que foi batizado de “agregador” de pesquisas. É uma espécie de liquidificador das diversas sondagens realizadas em determinado período. Feita a mistura, chega-se a um número mágico. Em seis meses, foram trituradas 60 pesquisas de 14 institutos.

Tudo somado, fica evidente que Lula seria eleito no primeiro turno se a eleição fosse hoje. O problema é que está marcada para outubro. Caso ocorra o contrário, os fabricantes de porcentagens dirão que pesquisa é um retrato do momento. Sairão de cena por alguns meses para retomar a sequência de erros grosseiros na eleição seguinte.

Leia também “O golpe que nunca existiu”

Branca Nunes - Silvio Navarro, colunistas - Revista Oeste


quarta-feira, 11 de dezembro de 2019

A necessária distensão – Editorial - O Estado de S. Paulo

Há sinais de que em nome de décadas de boa convivência e sólida relação comercial, os governos da Argentina e do Brasil decidiram optar pelo pragmatismo


A decisão do presidente Jair Bolsonaro de enviar o vice-presidente Hamilton Mourão para representar o Brasil na posse do presidente da Argentina, Alberto Fernández, realizada ontem, pode contribuir para distender a relação entre os dois países, afetada por divergências ideológicas profundas entre os dois chefes de Estado.  Não se deve esperar, é claro, que essas divergências sejam de todo superadas, pois derivam de visões de mundo completamente antagônicas, mas há sinais de que, em nome de décadas de boa convivência e de uma sólida relação comercial, os governos da Argentina e do Brasil decidiram, afinal, optar pelo pragmatismo, e não pelo confronto.

Não parece ter sido uma decisão fácil para o presidente Bolsonaro, que até o último minuto parecia firme em sua disposição de não enviar ninguém do primeiro escalão para a posse de Alberto Fernández. Na véspera, Bolsonaro informou que ainda estava analisando a “lista de convidados” do novo presidente argentino para avaliar se mandaria alguém.

A preocupação do presidente brasileiro era com a presença de líderes esquerdistas com os quais não queria nenhum tipo de contato, a começar pelo presidente de Cuba, Miguel Díaz-Canel. A tal lista de convidados que Bolsonaro avaliou incluía o ditador da Venezuela, Nicolás Maduro, e os ex-presidentes Lula da Silva e Dilma Rousseff, além dos ex-presidentes Rafael Correa, do Equador; José Pepe Mujica, do Uruguai; Fernando Lugo, do Paraguai; e Evo Morales, da Bolívia. Lula, Dilma, Evo e Maduro não foram, mas era realmente difícil imaginar o presidente Bolsonaro à vontade mesmo entre os demais próceres da esquerda latino-americana que prestigiaram a posse.

Problema maior, contudo, era ter de cruzar olhares ou sair na foto com a vice-presidente eleita, Cristina Kirchner. Durante a campanha eleitoral argentina, Bolsonaro qualificou Fernández e Cristina de “bandidos de esquerda” e disse que, se “a esquerdalha” vencesse, “o povo (argentino) saca, em massa, seu dinheiro dos bancos”, entre outros efeitos catastróficos.

Do lado argentino, o comportamento na campanha não foi muito melhor. O agora presidente Fernández reagiu às provocações de Bolsonaro chamando o presidente brasileiro de “racista, misógino e violento”. Além disso, fez campanha pela libertação de Lula da Silva, qualificando o petista como “preso político” – uma afronta à Justiça brasileira. Não era um bom prenúncio para as relações entre os dois países.

Contudo, os ânimos parecem ter arrefecido. Há alguns dias, Fernández aproveitou uma visita do presidente da Câmara, Rodrigo Maia, para enviar a Bolsonaro uma mensagem de “respeito” pelo Brasil. Do lado brasileiro, houve pressão, dentro do governo e também do Congresso, para que Bolsonaro recuasse de sua determinação de boicotar a posse. Funcionou. “Achamos melhor, para não dar a entender que estamos fechando portas”, explicou Bolsonaro sobre a decisão de enviar o vice-presidente Mourão. “O que interessa para nós interessa para eles”, completou o presidente, referindo-se à relação entre os dois países.

Houve alívio imediato entre os empresários brasileiros. Embora admita que “não ficou uma mensagem positiva” de todo o entrevero entre Bolsonaro e Fernández, o vice-presidente da Fiesp, José Ricardo Roriz, disse que “prevaleceu o bom senso”, pois “a Argentina é o país que historicamente mais compra manufaturados do Brasil e é importante manter uma boa relação, independentemente da posição ideológica do presidente”.

Do lado argentino, o novo presidente disse, em seu discurso de posse, que “com o Brasil, em particular, temos que construir uma agenda ambiciosa, inovadora e criativa, nas áreas tecnológica, produtiva e estratégica, apoiada pela irmandade histórica de nossos povos e que vá além de qualquer diferença pessoal daqueles que governam”.


Se o Brasil não pode colocar em risco a relação com um parceiro comercial tão estratégico como a Argentina, os argentinos, por sua vez, não podem nem sequer cogitar de brigar com o Brasil no momento em que o novo governo assume já avisando que “tem vontade de pagar (a dívida externa), mas não tem capacidade para fazê-lo”.

A necessária distensão – Editorial - O Estado de S. Paulo


segunda-feira, 19 de agosto de 2019

Autoritarismo a galope - Blog do Noblat

Veja 

Não vê quem não quer



No começo foi o autoengano alimentado pelos que votaram nele e também por aqueles dispostos a tolerá-lo como se fosse um mal menor. O pior mal teria sido a volta do PT ao poder depois de um curto período fora dele. Apostou-se então que Jair Bolsonaro, expulso do Exército por indisciplina, deputado federal do baixo clero por quase 30 anos, uma vez empossado como presidente da República seria uma pessoa distinta da que se elegera. O candidato misógino, homofóbico, defensor de ideias estúpidas, sem um projeto para o país que não fosse o de destruir tudo o que havia para construir depois se sabia lá o quê, daria lugar a um presidente normal como os outros. [ideias que foram aceitas por quase 60.000.000 de eleitores - falem os piores horrores do presidente Bolsonaro, mas, tudo que ele está fazendo é uma parte, ainda pequena, do que ele prometeu e todos esperavam - a BEM DA VERDADE é o fato do presidente Bolsonaro agora que TEM O PODER DE FAZER, optar por falar demais sobre o que vai fazer, quando a melhor demonstração de PODER é FAZER, EXECUTAR, DETERMINAR e SER OBEDECIDO.
O aitolá de Virginia ele já enquadrou e os filhos é questão de tempo e conveniência.]
Bolsonaro chegou a falar em mais de uma ocasião que se comportaria como o presidente de todos os brasileiros – os que votaram nele e os que lhe negaram o voto. E os devotos de raiz, e as almas de boa vontade, acreditaram.

Acreditaram também que se não fosse assim, se ele sofresse recaídas, os militares empregados no seu governo dariam um jeito de enquadrá-lo. E que seus filhos acabariam se conformando com um pai diferente do que conheciam. A 12 dias de completar oito meses no cargo, vê-se que o Bolsonaro de antes é o mesmo de hoje. Se algo mudou foi o país que tenta se adaptar a ele. O risco que se corre é de Bolsonaro normalizar o país a seu gosto e não o contrário como seria o natural.
Nunca na história do Brasil um presidente eleito pelo voto tentou concentrar tantos poderes como o faz o ex-capitão, um ressentido com seus companheiros de farda que o refugaram no passado, e também com a elite do Congresso que nunca lhe deu importância.

Suas iniciativas mais recentes são escandalosas e parecem mais a serviço de um projeto de ditador do que de um governante simplesmente autoritário, o que por si só já estaria para além dos limites estabelecidos pelo ordenamento jurídico do país.
A Polícia Federal é um órgão de Estado, não de governo. Responde às ordens da Justiça. Apenas administrativamente está subordinada ao Ministério da Justiça. E, no entanto, Bolsonaro ocupa-se em domesticá-la para que atenda aos seus desejos.
Ocorre o mesmo com o Conselho de Controle de Atividades Financeiras (COAF) e com a Receita Federal. A intenção inicial de Bolsonaro é valer-se da Federal, do COAF e da Receita para proteger seus dois filhos (Flávio e Carlos) metidos em rolos fiscais. [a hierarquia pressupõe que sendo um ministro de Estado subordinado ao presidente da República, todos os órgãos integrantes do ministério dirigido pelo ministro, estão subordinados ao presidente da República: “in eo quod plus est semper inest et minus” = quem pode o mais, pode o menos e "a maiori, ad minus" =  o que é válido para o mais, deve necessariamente prevalecer para o menos.]Se for bem-sucedido, o passo seguinte será o de valer-se dos mesmos meios para ameaçar ou perseguir eventuais adversários dos negócios políticos e econômicos da família. A esses meios, se junta a Agência Brasileira de Inteligência que ele já controla. E em breve deverá juntar-se a Procuradoria Geral da República, onde ele pretende pôr alguém que o obedeça incondicionalmente. [o presidente Bolsonaro tem ciência, se espera, de que o Chefe da PGR coordena as atividades, não comanda os procuradores que gozar de independência funcional.] Não basta engavetar processos incômodos. Terá de processar quem ele queira. A hierarquia acima de tudo. Como num quartel. A obra jamais estará completa. Mas avançará com o preenchimento 

 Edição da semana 2648 21/08/2019

Blog do Noblat - Ricardo Noblat - Revista Veja 

quarta-feira, 14 de agosto de 2019

A projeção de poder - Nas entrelinhas

Correio Braziliense

“Regras básicas da política externa são ignoradas por Bolsonaro, que não mede as consequências de suas atitudes e declarações


A política externa está associada à projeção de poder de um Estado ou governo com base nos seus interesses nacionais. Essa é a regra básica, que pauta as relações entre mais de 190 países. É uma política pública, definida por decisões e programas governamentais que devem ter correlação com sua política interna. O Itamaraty conquistou o respeito mundial, desde o Barão do Rio Branco, pela excelência de seus quadros e habilidade ao conduzir os interesses brasileiros em meio aos conflitos e negociações nos foros internacionais. Tudo isso, porém, de nada vale para o presidente Jair Bolsonaro.

Regras básicas da política externa são ignoradas por Bolsonaro, que não mede as consequências de suas atitudes e declarações. Por exemplo, seus comentários sobre as eleições argentinas serviram para alimentar a campanha do adversário de seu aliado Mauricio Macri, que disputará a reeleição à Presidência em 27 de outubro. [modestamente, temos insistido na necessidade do presidente Bolsonaro só se manifestar através de um porta-voz, não concedendo entrevistas improvisadas nem dando declarações - entrevistas só em situações especiais, com hora e local marcado e perguntas apresentadas por escrito e previamente;
Bolsonaro contratou um porta-voz - só que parece que não entendeu e continua falando tudo, sobre todos e em qualquer situação, deixando o porta-voz, (por sinal excelente) sem função.
Assim, fica dificil - o que se diz em uma campanha eleitoral deve ser, sempre que possível, honrado, mas, jamais ser repetido durante o governo.]
O candidato peronista Augusto Fernández, que venceu as prévias de domingo passado com grande vantagem, classificou Bolsonaro, ontem, de “racista, misógino e violento”, por dizer que o Brasil poderia ver uma onda de imigrantes fugirem da Argentina se políticos de esquerda vencerem as eleições presidenciais de outubro. [Bolsonaro falou algo que certamente acontecerá se a esquerda vencer na Argentina, mas, que jamais deve ser falado pelo presidente da República.]

O peronista tirou por menos: “Com o Brasil, teremos uma relação esplêndida. O Brasil sempre será nosso principal sócio. Bolsonaro é uma conjuntura na vida do Brasil, como Macri é uma conjuntura na vida da Argentina”, disse Fernández, em entrevista ao programa Corea del Centro, da emissora Net TV. Será? Bolsonaro passa a impressão de que não está realmente empenhado no acordo do Mercosul com a União Europeia, cuja assinatura caiu no seu colo, porque foi resultado de um grande esforço pessoal de Macri, apesar do empenho continuado dos diplomatas brasileiros, que negociaram os termos do acordo por décadas.

É óbvio que se a oposição ganhar as eleições na Argentina, toda estratégia de Bolsonaro para a América do Sul estará comprometida, pois o regime de Nicolás Maduro na Venezuela sairá do isolamento em que se encontra no continente, reforçando sua sobrevida, hoje decorrente dos apoios da Rússia, essencialmente militar, e da China, sobretudo econômico. Se considerarmos a crise política no Paraguai, que quase provocou o impeachment do presidente Mario Abdo Benitez, por causa de uma negociação secreta no âmbito do acordo firmado entre Brasil e o país vizinho, para definir novos termos pelo pagamento da energia produzida por Itaipu, a situação pode se complicar muito no Mercosul.

Bolsonaro esticou a corda com a União Europeia. Quando deixou de receber o chanceler francês, Jean Yves Lê Drian, para cortar o cabelo, ou desdenhou da ajuda financeira da Alemanha e da Noruega para o Fundo da Amazônia, Bolsonaro agiu de caso pensado: demonstrou a intenção de se distanciar de parceiros europeus que não comungam com seus valores e posições ideológicas  [não chega a ser prejudicial não ter recebido o chanceler francês, era visita meramente protocolar - chanceler sempre é recebido pelo ministro das Relações Exteriores.
A Noruega não é um modelo de respeito ao meio ambiente e a Alemanha também - ambos os países estão defendendo vantagens para os seus contribuintes (investidores.)]


É a contrapartida, por exemplo, da simpatia que tem pelos líderes de extrema direita Marine Le Pen, na França; Matteo Salviani, na Itália; e Nigel Farage, na Inglaterra. Todos têm um projeto de poder similar ao de Viktor Orban, na Hungria, parceiro de Bolsonaro na política internacional.


Nas Entrelinhas - Luiz Carlos Azedo - CB


sexta-feira, 26 de abril de 2019

Bolsonaro é o seu pior adversário [ontem, ele provou que o Bolsonaro eleito pelo povo está firme e forte e logo Bolosonaro assumirá de vez o G efetivamente o Governo]

Quando ele abre a boca é um desastre [Bolsonaro ontem deu a segurança ao povo brasileiro que o presidente eleito continua firme e forte e logo assume o Governo.

Foi claro que o Brasil não será transformado no país do turismo gay - quem quiser fazer tal tipo de turismo vá para o sultanato de Brunei, Irã e outros países;

agiu corretamente ao demitir o funcionário do BB que pretendia usar dinheiro público (o governo é o maior acionista do BB) para divulgar a diversidade = eufemismo para mascarar as práticas que não prestam, desde a aceitação dos gays, dos pedófilos, da maldita ideologia de gênero  e outras aberrações.

O Brasil já tem diversidade bastante - que precisa ser controlada, enquadrada, neutralizada - assim, não precisa gastar dinheiro para incentivar e sim, envidar todos os esforços para conter seu crescimento nocivo.

Presidente, fique atento com o cartel dos caminhoneiros, está parecendo um MST para o senhor chamar de seu e isso não vai dar certo. 

Neutralize tal movimento, comece cobrando a personalidade jurídica das entidades que dizem representar a categoria dos caminhoneiros.]

O problema não é Bolsonaro meter-se em tudo e em qualquer coisa. Lula chegou a opinar sobre o cardápio de comidas servidas pelo Itamaraty em recepções oficiais. E Dilma em campanhas de propaganda do governo. O problema é Bolsonaro vetar a exibição de um comercial de TV do Banco do Brasil só porque a maioria dos personagens ali mostrados era negra, jovem, e dançava rap. O diretor de marketing do banco perdeu o emprego por isso. [demissão merecida e nada prova que a razão da demissão tenham  sido as destacadas, neste parágrafo,  em vermelho;
o que o desempregado diretor pretendia era divulgar a diversidade e tudo que ela traz de ruim.]

O presidente do banco, não. Havia aprovado o comercial. Mas ao receber um telefonema de reclamação de Bolsonaro, concordou com ele, proibiu o comercial e pôs a culpa no diretor demitido em seguida. Essa foi só mais uma trapalhada das tantas protagonizadas pelo presidente da República desde que tomou posse. Cada uma delas subtrai ao governo mais um naco de popularidade, conforme atestam as pesquisas. [popularidade é algo que não pode ser preservada nos três primeiros anos de governo - nesse período tem que escolher entre GOVERNAR ou ser POPULAR.]
No campo do comportamento, chamemos assim, Bolsonaro, ontem, cometeu outra atrapalhada. Perguntaram-lhe sobre turistas estrangeiros atraídos pela liberalidade dos costumes brasileiros. Então Bolsonaro respondeu assim: – Quem quiser vir aqui fazer sexo com uma mulher, fique à vontade. Agora, não pode ficar conhecido como paraíso do mundo gay aqui dentro. [Bolsonaro, brasileiro, militar, patriota, presidente eleito com quase 60.000.000 de votos,  tem que defender os interesses do Brasil e não deixar que essa turma portadora do homossexualismo imponha seus costumes bizarros, asquerosos,  imorais e que ofendem a dignidade das familias brasileiras.]
Ouviu de volta do escritor Paulo Coelho: “Mulheres brasileiras não são uma commodity. Turismo sexual não é razão para visitar o Brasil”.
Racismo “é a discriminação social baseada no conceito de que existem diferentes raças humanas e que uma é superior às outras”.
Homofobia significa “aversão irreprimível, repugnância, medo, ódio, preconceito que algumas pessoas, ou grupos nutrem contra os homossexuais, lésbicas, bissexuais e transexuais”. [não é crime pela legislação brasileira e tem que ser combatida, neutralizada e seus adeptos e simpatizantes estejam à vontade para seguir o exemplo daquele ex-deputado, ex-BBB = vão embora do Brasil.]
Misoginia “é a repulsa, desprezo ou ódio contra as mulheres”.
Com essas e outras, Bolsonaro dá razão aos seus adversários que o acusam de ser racista, homofóbico e misógino. [acusações baseadas em interpretações equivocadas e que confundem os incautos e dão alegria e confiança aos que pensam igual a ele e querem o melhor para o Brasil.
Especialmente aos seus atuais quase 60.000.000 de eleitores e que nas próximas eleições, serão, com as bençãos de DEUS, em torno de 80.000.000.]


Segura essa, ô Flávio!



Me inclua fora!
O presidente Jair Bolsonaro chamou seu filho Flávio, o 01, para uma conversa e avisou: se os rolos do Queiroz pesarem para o seu lado não conte comigo. Arranje-se sozinho. Minha proteção como presidente não terá. Daí o nervosismo do senador conferido pelo ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal, em um encontro recente. Flávio está uma pilha, recolhido à máxima discrição. Teme o futuro do próprio mandato.
Para completar, a Justiça do Rio negou liminar pedida por ele para suspender a investigação contra Queiroz. No pedido, Flávio apontou razões parecidas com as apresentadas por ele antes e negadas pelo Supremo. Não fosse Queiroz um ex-assessor de confiança de Flávio e amigo de mais de 40 anos de Bolsonaro, e a essa altura já estaria preso. Mas operado de um câncer no estômago, desapareceu. À justiça só deu explicações por escrito. É acusado de ter movimentado R$ 1,2 milhão em sua conta sem ter renda suficiente para tal. Suas ligações com milicianos também estão sendo apuradas. Ele empregou parentes de milicianos no gabinete de Flávio quando o 02 era deputado estadual no Rio.
Paulo Guedes agradece!



Pode sobrar também para Moro
Se pudesse, o ministro Paulo Guedes, da Economia, já teria dito com todas as letras ao presidente Jair Bolsonaro: Se não quer ajudar na aprovação da reforma da Previdência, pelo menos não atrapalhe tanto. Para variar, Bolsonaro, ontem, tornou mais difícil a aprovação da reforma nos termos pretendidos por Guedes. A reforma do ministro prevê uma economia de 1 trilhão. Bolsonaro disse que Guedes aceita uma redução para 800 bilhões.
Se de saída você admite um abatimento desse tamanho, imagine o que não será obrigado a conceder mais tarde quando a negociação com o Congresso começar para valer. Ou Bolsonaro é tosco ou está sendo desleal com Guedes. Com o ex-juiz Sérgio Moro ele foi desleal ao revelar que não se opõe em devolver o Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) para o Ministério da Economia. [até hoje, o Coaf, sob o comando de Sérgio Moro ainda não identificou a autoria dos vazamentos havidos na conta de Queiroz - é um crime que não está sendo apurado, se está não com o empenho devido.]
A principal função do Coaf é a de examinar e identificar possíveis práticas relacionadas à lavagem de dinheiro, corrupção e financiamento do terrorismo.
Uma das condições exigidas por Moro para assumir o ministério da Justiça e da Segurança Pública foi ter o Coaf sob seus cuidados. Bolsonaro concordou sem pestanejar. Agora, fraqueja.[O Coaf não está preservando o sigilo das suas atividades que, por natureza, não podem ser alvo de vazementos seletivos.]

Blog do Noblat - Revista Veja

sábado, 13 de outubro de 2018

Os números elegem Bolsonaro

Bastam-lhe os votos dados a João Amoedo, Cabo Daciolo e Henrique Meirelles, que guardam perfil claramente antipetista.


O espírito plebiscitário manifestou-se já no primeiro turno, visível na escassez de votos a candidatos outrora competitivos, de grandes partidos, como PSDB, PMDB e PDT.
O eleitor percebeu, desde o início, que havia – e há – apenas dois lados em disputa, projetos antagônicos. E antecipou sua escolha. A diferença expressiva de votos pró-Bolsonaro não se reverterá. É impensável que alguém que abraçou o seu ideário venha a fazer opção oposta, já que o voto, de ambos os lados, teve o sentido de legítima defesa. Foi – e é – uma eleição binária.

Resta saber de onde os dois finalistas poderão buscar votos suplementares. E aí a vantagem também é de Bolsonaro. [o sistema de só importar os votos válidos dispensa a busca pelos finalistas de votos suplementares.
Vejamos: suponhamos hipótese não tão improvável, que com as alterações que a equipe de campanha do poste petista Haddad fez no design da campanha do laranja, desfigurando símbolos tradiocionais do ex-partido dos trabalhadores,  ofenda alguns militontos, que, em protesto optem pelo voto nulo e branco e com isso Haddad obtenha menos votos no segundo turno que no primeiro - já ocorreu com o Alckmin e pode ocorrer com Haddad (ninguém imaginava que ele perderia a eleição na qual pretendia ser reeleito prefeito de São Paulo, no primeiro turno e para o novato João Doria.
Na mesma linha de raciocínio suponhamos que Bolsonaro receba mais alguns milhões de votos.
Com isso Bolsonaro passa a ter percentual superior a 50% dos votos válidos, vencendo a eleição.
O importante para ele ser o vencedor é que alcance mais da metade do total de votos válidos.]
O fiasco dos partidos de esquerda, aqueles cujos votos podem reverter em massa para HaddadPsol, Rede e PDT –, indica que essa transferência já ocorreu no primeiro turno.
A votação somada desses partidos não muda o destino eleitoral de Haddad, que precisa crescer mais de 20 pontos percentuais para que sua votação em primeiro turno atinja a maioria absoluta. Já Bolsonaro, considerando-se os números do primeiro turno, está a 4,5 pontos percentuais da vitória.  Bastam-lhe os votos dados a João Amoedo, Cabo Daciolo e Henrique Meirelles, que guardam perfil claramente antipetista.

Há ainda os votos do PSDB, que devem se dividir, dado o perfil centrista do partido. FHC quer apoio ao PT; Dória, que disputará em segundo turno o governo de São Paulo, e Anastasia, que disputará o de Minas, já declararam apoio a Bolsonaro. Idem a candidata a vice de Alckmin, senadora Ana Amélia. O Centrão, que se aliou aos tucanos, já avisou que não apoiará o PT (seu companheiro de viagem ao longo dos governos Lula e Dilma).

O PDT, de Ciro Gomes, embora aparentado ideologicamente ao PT, fez exigências tais a Haddad que sugerem que não quer se comprometer. Pediu apenas, para começar, a Casa Civil, o Ministério do Planejamento e o Banco do Nordeste.  São cofres que o PT seguramente não dispensará. Ciro, magoado com Lula, por não tê-lo escolhido, optou por sair de cena.  A tentativa desesperada do PT de obter votos fora de sua seara, buscando atrair os eleitores que se abstiveram – e que somam 29 milhões -, fez com que, no espaço de três dias após o primeiro turno, adotasse uma estratégia patética, que beira o ridículo e rompe com todo o seu passado: “renunciou” a seus símbolos e programa.

Mudou as cores do partido, trocando o vermelho pelo verde-amarelo, tirou Lula da campanha e dos panfletos e adotou parte do discurso de Bolsonaro, passando a defender o porte de armas, o cristianismo e a família tradicional.  Nesse ritmo, acaba por perder seus próprios eleitores.  O que essas eleições estão mostrando é que os meios tradicionais de persuasão, via marqueteiros e grande mídia, perderam a relevância do passado. O candidato favorito não tinha sequer comitê de campanha; não tinha um CEP. Valeu-se das redes sociais, que o blindaram da hostilidade dos veículos tradicionais e das fake news e deram-lhe o protagonismo de que desfruta.

A brusca mudança de personalidade do PT esbarra na memória da internet. Lá estão, ainda frescas, declarações de Haddad em sentido diametralmente oposto ao que diz agora.
Entre outras, a de que subiria a rampa com “o presidente Lula” e que promoveria o desencarceramento em massa.  Em relação a Bolsonaro, não há novidade: “fascista, homofóbico, racista, misógino etc.”. [misógino Bolsonaro não é;  homofóbico, todas as pessoas de bem tem o dever ser.]  Ele continua onde sempre esteve e, a menos que uma situação inteiramente nova se apresente, e que o mostre diferente do que é (algo já tentado sem êxito), está eleito.
Uma questão meramente matemática.

Ruy Fabiano,   jornalista - Blog do Noblat - Veja