Atos atraem 879 mil pessoas em 205 cidades; adesão é maior que em abril e menor do que março
As manifestações contra o governo federal e o PT levaram 879 mil
pessoas às ruas neste domingo em pelo menos 205 cidades distribuídas por
todos os estados brasileiros, além do Distrito Federal, de acordo com o G1.
Nenhum incidente grave foi registrado. Em comparação aos atos de 12 de
abril, os protestos deste domingo tiveram mais pessoas, mas menos em
relação aos de 15 de março.
No Rio e em São Paulo manifestantes começaram a aparecer pela manhã. Em São Paulo, de acordo com a Secretaria de Segurança Pública do Estado de São Paulo (SSP), 350 mil pessoas foram às ruas protestar neste domingo. O número é superior ao verificado no ato do dia 12 de abril, quando foi registrada a presença de 275 mil pessoas, mas inferior ao do protesto de 15 de março, que teve 1 milhão. Eles ocuparam pelo menos dez quarteirões da Avenida Paulista. Além de protestarem contra o governo federal, os manifestantes também marcharam em apoio às investigações da Operação Lava-Jato, que apura crimes de corrupção na Petrobras. O senador tucano José Serra circulou entre os manifestantes por cerca de uma hora, mas não discursou.
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No Rio, o
comando policial declarou que não iria auferir público "por conta dos
constantes desencontros do número estimado por organizadores e da
própria PM". Na cidade maravilhosa, as cores da bandeira nacional
deram o tom em faixas e camisetas, num ato que durou cerca de três
horas. Assim como em São Paulo, o juiz Sérgio Moro também foi lembrado e
elogiado, e um dos carros de som trazia uma faixa onde se lia “Je suis
Moro” ("Eu sou Moro"). Outro assunto lembrado durante o protesto foi o
julgamento das contas da campanha de Dilma pelo Tribunal de Contas da
União (TCU). Cartazes pediam aos ministros do TCU — que deram 15 dias para a petista responder sobre as irregularidades — que reprovassem as contas de 2014 da presidente.
Com seis carros de som, a orla de Copacabana, na Zona Sul, foi tomada
por manifestantes e chamou a atenção de turistas. Os argentinos Ramiro
Rivas, de 41 anos, e Marcela Yranzo, de 39, ficaram boquiabertos diante
da faixa pedindo intervenção militar. Hospedados no Othon desde
sexta-feira, os turistas lamentaram a posição: - Esses perderam a cabeça. Mas é o que acontece quando as pessoas se
cansam. Começam a pedir coisas que não fazem sentido - disse Rivas,
fazendo fotos.
Ainda no Rio, houve confrontos entre críticos do governo e transeuntes que defenderam o governo do PT. O GLOBO flagrou três confusões desse tipo, em que os que se posicionavam a favor do governo Dilma tiveram que sair escoltados do local por policiais militares. Em Brasília, um boneco inflável do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva vestido de presidiário foi levado para o ato. Além disso, uma cela improvisada trazia bonecos de papelão identificados como José Dirceu (ex-ministro da Casa Civil), João Vaccari Neto (ex-tesoureiro do PT), Nestor Cerveró (ex-diretor de relações internacionais da Petrobras), Lula e Dilma. A noite, o Instituto Lula enviou nota afirmando que o ex-presidente foi preso na ditadura "porque defendia a liberdade de expressão e organização política". Ainda segundo o texto, "o povo brasileiro sabe que ele só pode ser acusado de ter promovido a melhora das condições de vida e acabado com a fome de milhões de brasileiros, o que para alguns, parece ser um crime político intolerável. Lula jamais cometeu qualquer ilegalidade antes, durante ou depois de seus dois governos", termina o texto.
Ainda no Rio, houve confrontos entre críticos do governo e transeuntes que defenderam o governo do PT. O GLOBO flagrou três confusões desse tipo, em que os que se posicionavam a favor do governo Dilma tiveram que sair escoltados do local por policiais militares. Em Brasília, um boneco inflável do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva vestido de presidiário foi levado para o ato. Além disso, uma cela improvisada trazia bonecos de papelão identificados como José Dirceu (ex-ministro da Casa Civil), João Vaccari Neto (ex-tesoureiro do PT), Nestor Cerveró (ex-diretor de relações internacionais da Petrobras), Lula e Dilma. A noite, o Instituto Lula enviou nota afirmando que o ex-presidente foi preso na ditadura "porque defendia a liberdade de expressão e organização política". Ainda segundo o texto, "o povo brasileiro sabe que ele só pode ser acusado de ter promovido a melhora das condições de vida e acabado com a fome de milhões de brasileiros, o que para alguns, parece ser um crime político intolerável. Lula jamais cometeu qualquer ilegalidade antes, durante ou depois de seus dois governos", termina o texto.
De acordo com a PM, 25 mil pessoas foram até a sede do governo com
cartazes que pediam a saída de Dilma da Presidência. O número de
manifestantes, no entanto, não surpreendeu o governo. Durante a semana,
auxiliares de Dilma vinham monitorando as redes sociais para ter uma
dimensão dos protestos. A avaliação era de que a pacificidade e o
tamanho das manifestações garantem um ambiente mínimo de estabilidade
política. O Palácio do Planalto está tratando dos protestos como algo
"normal" e democrático". A orientação dada aos integrantes do governo é
evitar qualquer tipo de provocação.
Apesar do pedido, parlamentares petistas estão tratando dos protestos que ocorrem em todo o país como "CarnaCoxinha", caso
do senador Humberto Costa (PT-PE), que usou o Twitter para publicar uma
foto de manifestantes de Minas Gerais dizendo "Não adianta isolar o
Cunha. Hoje somos milhões de Cunhas". De legenda da foto, Costa
escreveu: Resumo do "CarnaCoxinha".
Por volta das 15 horas, sob chuva fraca e temperatura próxima de 2º graus, cerca de 20 mil pessoas se reuniram no Parque Moinhos de Vento, em Porto Alegre. Nas redes sociais, o ato teve a adesão de 66 mil pessoas. O saldo final foi de 30 mil. A adesão foi inferior às manifestações contra o governo de março e abril. A marcha foi acompanhada por 400 policiais militares, segundo o Comando de Policiamento da Capital. O ato iniciou no Parque Moinhos de Vento e se deslocou até a sede da Polícia Federal, distante cerca de 4 quilômetros. A maioria dos manifestantes gaúchos ostentava cartazes pedindo o impeachment ou a renúncia da presidente. Outros ainda defenderam a volta da monarquia, uma intervenção militar constitucional e menos impostos.
Não houve em Porto Alegre, no entanto, referências ao governador José Ivo Sartori (PMDB), que atrasou salários do funcionalismo público em julho e promete enviar à Assembleia, ainda esta semana, um pacote com elevação da carga tributária. Ainda na capital gaúcha, um evento contrário ao impeachment de Dilma Rousseff, chamado de "Coxinhaço", também está previsto para ocorrer neste domingo à tarde, no bairro Cidade Baixa. Em Maceió, o ato contra o governo Dilma reuniu 12 mil pessoas. Os manifestantes passaram pelo edifício do presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), em Ponta Verde, bairro nobre da cidade, onde lavaram as calçadas. Os gritos de "Fora Renan", "Desce Renan" e "Xô corrupção" ganharam força a medida que os manifestantes chegavam perto da casa do senador.
No protesto paulista, a preocupação era com possíveis desdobramentos violentos. Em frente ao Instituto Lula, em São Paulo, manifestantes ligados à Central Única dos Trabalhadores (CUT) começaram a chegar para fazer vigília de apoio ao ex-presidente. Uma viatura da PM manteve uma escolta no prédio, que semanas atrás foi alvo de uma bomba. Em Belo Horizonte, seis mil pessoas se concentraram na Praça da Liberdade. Em rápida passagem pelo local, o senador Aécio Neves (PSDB-MG) defendeu o fortalecimento das instituições e disse que “não importa o tamanho da manifestação, porque a indignação hoje é enorme”. Aécio chegou a ser carregado e chamado de presidente por parte dos manifestantes.
Por volta das 15 horas, sob chuva fraca e temperatura próxima de 2º graus, cerca de 20 mil pessoas se reuniram no Parque Moinhos de Vento, em Porto Alegre. Nas redes sociais, o ato teve a adesão de 66 mil pessoas. O saldo final foi de 30 mil. A adesão foi inferior às manifestações contra o governo de março e abril. A marcha foi acompanhada por 400 policiais militares, segundo o Comando de Policiamento da Capital. O ato iniciou no Parque Moinhos de Vento e se deslocou até a sede da Polícia Federal, distante cerca de 4 quilômetros. A maioria dos manifestantes gaúchos ostentava cartazes pedindo o impeachment ou a renúncia da presidente. Outros ainda defenderam a volta da monarquia, uma intervenção militar constitucional e menos impostos.
Não houve em Porto Alegre, no entanto, referências ao governador José Ivo Sartori (PMDB), que atrasou salários do funcionalismo público em julho e promete enviar à Assembleia, ainda esta semana, um pacote com elevação da carga tributária. Ainda na capital gaúcha, um evento contrário ao impeachment de Dilma Rousseff, chamado de "Coxinhaço", também está previsto para ocorrer neste domingo à tarde, no bairro Cidade Baixa. Em Maceió, o ato contra o governo Dilma reuniu 12 mil pessoas. Os manifestantes passaram pelo edifício do presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), em Ponta Verde, bairro nobre da cidade, onde lavaram as calçadas. Os gritos de "Fora Renan", "Desce Renan" e "Xô corrupção" ganharam força a medida que os manifestantes chegavam perto da casa do senador.
No protesto paulista, a preocupação era com possíveis desdobramentos violentos. Em frente ao Instituto Lula, em São Paulo, manifestantes ligados à Central Única dos Trabalhadores (CUT) começaram a chegar para fazer vigília de apoio ao ex-presidente. Uma viatura da PM manteve uma escolta no prédio, que semanas atrás foi alvo de uma bomba. Em Belo Horizonte, seis mil pessoas se concentraram na Praça da Liberdade. Em rápida passagem pelo local, o senador Aécio Neves (PSDB-MG) defendeu o fortalecimento das instituições e disse que “não importa o tamanho da manifestação, porque a indignação hoje é enorme”. Aécio chegou a ser carregado e chamado de presidente por parte dos manifestantes.
Em Salvador, cerca de cinco mil pessoas participaram do ato no Farol
da Barra. Em Curitiba 60 mil pessoas foram às ruas. A marcha na capital
paranaense começou no início da tarde no Centro, e terminou por volta
das 17h.
BANDEIRA CONFECCIONADA EM UMA SEMANA
BANDEIRA CONFECCIONADA EM UMA SEMANA
Maurício Bento, 24 anos, coordenador do Movimento Brasil Livre,
informou que a bandeira "Impeachment Já!", vista em atos em Brasília,
São Paulo, Rio de Janeiro, Curitiba, Recife e Porto Alegre possui 100
metros de comprimento por 5 metros de largura. Segundo o coordenador, a
bandeira foi feita em uma semana pelos integrantes do movimento. - Tivemos a ideia de fazer a bandeira com a palavra impeachment,
porque a marcha é pelo fora Dilma. Alguns jornalistas diziam que a
demanda não estava clara. Então fizemos essa bandeira. A gente quer que o
presidente da Câmara, Eduardo Cunha, e do Senado, Renan Calheiros,
coloquem o pedido de impeachment em votação - declarou.
PROTESTO É UM TERMÔMETRO PARA O PLANALTO
A presidente Dilma Rousseff recebeu no início da noite de hoje, no Palácio da Alvorada, um grupo pequeno de ministros, entre eles Aloizio Mercadante (Casa Civil), Edinho Silva (Comunicação Social) e José Eduardo Cardozo (Justiça) para avaliar os atos pelo país.
Mais cedo, os três ministros já estavam na Esplanada dos Ministérios acompanhando a manifestação. Em nota curta, o ministro Edinho Silva falou em normalidade: - O governo viu as manifestações dentro da normalidade democrática - afirmou.
As manifestações foram impulsionadas pela crise econômica, pela convulsão política que toma conta de Brasília e, sobretudo, pelas denúncias de corrupção ligadas à Operação Lava-Jato. Grupos como o Movimento Brasil Livre (MBL), Revoltados OnLine e o Vemprarua.net mobilizaram as redes sociais nas últimas semanas para encher as ruas com brasileiros que estão descontentes com os rumos do governo federal.
As manifestações vão servir como termômetro para o Planalto e a oposição definirem os próximos passos no xadrez da crise política. Após uma semana em que o governo Dilma reagiu e obteve algumas vitórias, como o adiamento do julgamento pelo TCU das contas de Dilma e a reaproximação com o presidente do Senado, Renan Calheiros, a mobilização popular mostrará quem hoje está mais forte.
Fonte: O Globo
PROTESTO É UM TERMÔMETRO PARA O PLANALTO
A presidente Dilma Rousseff recebeu no início da noite de hoje, no Palácio da Alvorada, um grupo pequeno de ministros, entre eles Aloizio Mercadante (Casa Civil), Edinho Silva (Comunicação Social) e José Eduardo Cardozo (Justiça) para avaliar os atos pelo país.
Mais cedo, os três ministros já estavam na Esplanada dos Ministérios acompanhando a manifestação. Em nota curta, o ministro Edinho Silva falou em normalidade: - O governo viu as manifestações dentro da normalidade democrática - afirmou.
As manifestações foram impulsionadas pela crise econômica, pela convulsão política que toma conta de Brasília e, sobretudo, pelas denúncias de corrupção ligadas à Operação Lava-Jato. Grupos como o Movimento Brasil Livre (MBL), Revoltados OnLine e o Vemprarua.net mobilizaram as redes sociais nas últimas semanas para encher as ruas com brasileiros que estão descontentes com os rumos do governo federal.
As manifestações vão servir como termômetro para o Planalto e a oposição definirem os próximos passos no xadrez da crise política. Após uma semana em que o governo Dilma reagiu e obteve algumas vitórias, como o adiamento do julgamento pelo TCU das contas de Dilma e a reaproximação com o presidente do Senado, Renan Calheiros, a mobilização popular mostrará quem hoje está mais forte.
Fonte: O Globo