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quarta-feira, 29 de novembro de 2017

Percepção sobre economia está mudando; pesquisas veem fastio com lava-jatismo. 2018 à vista-2

Querem ver? A expectativa dos consumidores brasileiros para a inflação nos próximos 12 meses chegou ao menor nível desde 2008

No dia 17 de novembro, escrevi neste blog em meu blog um texto cujo título era este:O que dizem os vídeos do PMDB: o partido vai ter candidato, e este defenderá legado de Temer” (aqui). Eu me baseava exclusivamente nos vídeos. E me pareceu evidente que o maior partido do país não assistirá inerme à sua herança positiva — sim, eu me refiro ao governo em curso — ser jogada pela janela.

Os tucanos que hoje se reúnem em torno da candidatura de Geraldo Alckmin à Presidência estão inquietos. Não há dúvida de que o governador consolidou o seu nome no partido. Também está buscando costurar alianças com legendas do centro e da centro-direita. E aí as coisas já começam a ficar mais difíceis. E essa dificuldade tem um nome óbvio: PMDB. O presidente Michel Temer, como seria natural, não vai servir de saco de pancada no pleito de 2018. Nem seria razoável que assim fosse, dado o tanto que se fez em tão pouco tempo e em condições, convenhamos, as mais adversas. Os que acompanham os dados da economia com mais cuidado já vislumbram uma mudança de ânimo da população. [o Alckmin é sempre o nome escalado para perder; além de perder - ressalva: quando candidato a presidente da República - ainda atrapalha aliados.]

Querem ver? A expectativa dos consumidores brasileiros para a inflação nos próximos 12 meses chegou ao menor nível desde 2008. De outubro para novembro, o indicador recuou de 6,4% para 5,9%. De acordo com a Fundação Getúlio Vargas, responsável pelos dados, entre os fatores que mais contribuíram para essa queda estão a percepção da inflação atual e o nível em que está o IPCA acumulado de 2017. A estimativa é que, até terminar o ano, os consumidores esperem para os 12 meses seguintes que o índice fique em 5%. A prévia da inflação oficial está acumulada em 2,77%, a menor taxa para novembro desde 1998.

Há coisas interessantes aí. A inflação segue a ser um monstro bastante temido pela população… Só Dilma Rousseff e seus 10% não se davam conta disso, não é? Ela caiu. Com inflação abaixo de 3%, Michel Temer ficou. Observem que, embora haja, então, um crescimento do otimismo nesse particular, a percepção da população ainda não está ajustada com a realidade dos números. A memória da inflação alta distorce a realidade. De toda sorte, está em curso uma mudança de ânimo.

O “Fora Temer” saiu definitivamente da agenda da imprensa. Os empregos estão voltando num ritmo superior ao esperado. Se, até a votação da segunda denúncia, pareceria coisa de lunático afirmar que Temer teria o seu candidato na disputa de 2018, agora se pode dar isso como certo. Mais: pesquisólogos, especialmente os que trabalham para os tais “ozmercádus”, já detectam um fastio de vários estratos da população com esse negócio de Lava Jato, denúncia, pega pra capar… [aqui cabe um registro: Bolsonaro vai levar a presidência no primeiro turno; só um evento pode impedir: uma armação, envolvendo a Justiça, sobre campanha antecipada.
Lula finge estar fazendo campanha para ver se enreda Bolsonaro - afinal, o condenado sabe que não pode ser candidato (presidiário não vota nem é votado) e se pudesse, perderia.] Não por acaso, os propagandistas da operação estão mais buliçosos e barulhentos do que nunca. Ainda que jornalistas em penca aceitem ser porta-vozes de doidivanas do Ministério Público Federal, os brasileiros que trabalham querem um futuro. País que cresce dá menos bola para a histeria moralista que nada tem a ver com a moral.

LEIA TAMBÉM: “Fiz uma lambança”, diz ex-procurador Marcelo Miller sobre caso JBS à CPMI

Ex-procurador admitiu ter participado da defesa da empresa e seus executivos em acordos de delação e de leniência, ainda quando integrante do MPF.

Blog do Reinaldo Azevedo

 

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