Querem ver? A expectativa dos consumidores brasileiros para a inflação nos próximos 12 meses chegou ao menor nível desde 2008
No dia 17
de novembro, escrevi neste blog em meu blog um texto cujo título era
este: “O que dizem os vídeos do PMDB: o partido vai ter candidato, e
este defenderá legado de Temer” (aqui).
Eu me baseava exclusivamente nos vídeos. E me pareceu evidente que o
maior partido do país não assistirá inerme à sua herança positiva — sim,
eu me refiro ao governo em curso — ser jogada pela janela.
Os tucanos
que hoje se reúnem em torno da candidatura de Geraldo Alckmin à
Presidência estão inquietos. Não há dúvida de que o governador
consolidou o seu nome no partido. Também está buscando costurar alianças
com legendas do centro e da centro-direita. E aí as coisas já começam a
ficar mais difíceis. E essa dificuldade tem um nome óbvio: PMDB. O
presidente Michel Temer, como seria natural, não vai servir de saco de
pancada no pleito de 2018. Nem seria razoável que assim fosse, dado o
tanto que se fez em tão pouco tempo e em condições, convenhamos, as mais
adversas. Os que acompanham os dados da economia com mais cuidado já
vislumbram uma mudança de ânimo da população. [o Alckmin é sempre o nome escalado para perder; além de perder - ressalva: quando candidato a presidente da República - ainda atrapalha aliados.]
Querem
ver? A expectativa dos consumidores brasileiros para a inflação nos
próximos 12 meses chegou ao menor nível desde 2008. De outubro para
novembro, o indicador recuou de 6,4% para 5,9%. De acordo com a Fundação
Getúlio Vargas, responsável pelos dados, entre os fatores que mais
contribuíram para essa queda estão a percepção da inflação atual e o
nível em que está o IPCA acumulado de 2017. A estimativa é que, até
terminar o ano, os consumidores esperem para os 12 meses seguintes que o
índice fique em 5%. A prévia da inflação oficial está acumulada em
2,77%, a menor taxa para novembro desde 1998.
Há coisas
interessantes aí. A inflação segue a ser um monstro bastante temido pela
população… Só Dilma Rousseff e seus 10% não se davam conta disso, não
é? Ela caiu. Com inflação abaixo de 3%, Michel Temer ficou. Observem
que, embora haja, então, um crescimento do otimismo nesse particular, a
percepção da população ainda não está ajustada com a realidade dos
números. A memória da inflação alta distorce a realidade. De toda sorte,
está em curso uma mudança de ânimo.
O “Fora
Temer” saiu definitivamente da agenda da imprensa. Os empregos estão
voltando num ritmo superior ao esperado. Se, até a votação da segunda
denúncia, pareceria coisa de lunático afirmar que Temer teria o seu
candidato na disputa de 2018, agora se pode dar isso como certo. Mais:
pesquisólogos, especialmente os que trabalham para os tais “ozmercádus”,
já detectam um fastio de vários estratos da população com esse negócio
de Lava Jato, denúncia, pega pra capar… [aqui cabe um registro: Bolsonaro vai levar a presidência no primeiro turno; só um evento pode impedir: uma armação, envolvendo a Justiça, sobre campanha antecipada.
Lula finge estar fazendo campanha para ver se enreda Bolsonaro - afinal, o condenado sabe que não pode ser candidato (presidiário não vota nem é votado) e se pudesse, perderia.] Não por acaso, os propagandistas
da operação estão mais buliçosos e barulhentos do que nunca. Ainda que
jornalistas em penca aceitem ser porta-vozes de doidivanas do Ministério
Público Federal, os brasileiros que trabalham querem um futuro. País
que cresce dá menos bola para a histeria moralista — que nada tem a ver
com a moral.
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