Nove presos morreram, sendo que dois foram decapitados e, os demais, carbonizados; 14 ficaram feridos e as forças de segurança procuram 99 foragidos
No momento em que ocorreu a rebelião no presídio de Aparecida de Goiânia (GO), na
segunda-feira (1º/1), apenas cinco agentes penitenciários faziam a
segurança de 768 detentos. O Superintendente Executivo de Administração
Penitenciária, tenente-coronel Newton Castilho afirmou, em coletiva de
imprensa, que o número é baixo, mas "era o que tinha". Segundo ele, o
ideal seria um profissional para cada cinco presos. Um projeto que
convoca 1,6 mil vigilantes temporários estava parado na justiça, mas
devido à situação emergencial deve ser liberado nas próximas semanas.
"Os problemas existem e precisam ser enfrentados."
Na
ocasião, presos que estavam na ala C invadiram as alas A, B e D, e
houve confronto. Nove pessoas morreram, sendo que dois presos foram
decapitados e os demais, carbonizados. Outros 14 ficaram feridos. As
forças de segurança ainda procuram 99 detentos foragidos, e 153 presos
foram transferidos para outras unidades do estado. "O que ja deu uma
desafogada na questão da superlotação carcerária", apontou Newton. A
penitenciária tem capacidade para 530.
A
barbárie ainda poderia ser maior, uma vez que encarcerados que trabalham
fora estavam em horário de serviço. Os que se encontravam na unidade no
momento da rebelião são chamados de bloqueados, pois progrediram do
regime fechado para o semiaberto, mas não comprovaram vínculo
empregatício e, por isso, não possuem permissão para sair. Segundo
informações iniciais, motivo da rebelião seria a má condição que os
detentos vivem, incluindo problemas na qualidade da comida, falta de
água e de luz. Newton Castilho desmentiu a situação. "O que eles comem é
um serviço terceirizado e tem um cardápio previsto por nutricionistas.
Às vezes não tem aquela variedade".
Os corpos
dos detentos que morreram ainda não foram liberados, nem identificados,
pois muitos foram carbonizados. De acordo com Castilho, a identificação
dos foragidos deve ser concluída ainda nesta terça-feira (2/1).
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