Blog Prontidão Total NO TWITTER

Blog Prontidão Total NO  TWITTER
SIGA-NOS NO TWITTER

sábado, 26 de setembro de 2020

O inimigo das redes - Como a assustadora engrenagem das redes ameaça a saúde e a democracia

Tecnologia - VEJA

O documentário da Netflix 'O Dilema das Redes' expõe os riscos viciantes a que os gigantes da tecnologia expõem os usuários na internet

Há muito em comum entre o americano Tristan Harris, de 36 anos, e os típicos desbravadores da tecnologia que fizeram a fama do Vale do Silício, na Califórnia. Harris estudou ética aplicada à ciência da computação em Stanford, de onde saiu a maior parte deles. Essa turma é da mesma geração que produziu Mark Zuckerberg, dono do Facebook, e lá pelo meio da primeira década do milênio compartilhava o idealismo de mudar o mundo por meio da internet. “Sonhávamos em usar a tecnologia para o bem, preocupados em gerar um impacto social positivo”, contou Harris a VEJA, em entrevista exclusiva por videoconferência. Hoje, sobrou só uma lembrança idílica disso. Em O  documentário que é a nova sensação da Netflix no Brasil e no exterior, a enorme decepção pessoal dele com os rumos do setor digital funciona como um alerta com implicações para toda a humanidade: as mesmas redes sociais que trouxeram possibilidades revolucionárias agora se revelam uma ameaça em várias frentes, da sanidade mental dos jovens à democracia dos países.

Como narra no filme, Harris trabalhava no Google em 2013 na função de consultor ético das novas ferramentas criadas pela empresa quando passou a se incomodar com a obsessão de seus pares em tornar a navegação em sites e e-mails cada vez mais viciante. Daí nasceu um manifesto-de­sabafo em que pedia responsabilidade social à elite do ramo — algumas dezenas de profissionais de 20 a 35 anos que concebiam ferramentas capazes de impactar a vida de bilhões no planeta. O manifesto circulou, ganhou elogios, foi levado a um dos donos do Google, Larry Page. Harris achou que estava fazendo uma revolução. Mas nada de concreto aconteceu. Ele sairia da empresa dois anos depois, para se converter naquilo que já foi descrito como a “consciência” do Vale do Silício: um ativista que luta contra as ameaças embutidas no uso abusivo das redes sociais à frente do Center for Humane Technology, instituto que criou em 2013 para aprofundar esse debate e provocar mudanças. “Percebi que você não pode mudar o sistema de dentro dele”, afirma (confira a entrevista na pág. 64, Veja).

Harris é o personagem central, mas nem de longe o único atrativo de uma produção que chegou para causar incômodo e controvérsia. O Dilema das Redes ganhou atenção mundial ao estrear no cardápio da Netflix, em 9 de setembro. Em questão de duas semanas, o documentário chegou ao primeiro lugar da plataforma na Índia, ao segundo nos Estados Unidos, e ao quinto na Inglaterra — e também galgou o Top 10 da Netflix no Brasil. O filme, dirigido por Jeff Orlowski, é também um campeão de repercussão. Entre americanos e europeus, desencadeou correntes de pessoas que, indignadas com os pormenores da sanha manipulativa das redes, anunciaram sua saída do Twitter e do Facebook. No Brasil, provocou comentários de famosos e políticos nas redes. Ironicamente, seu sucesso pode ser medido pela repercussão nas redes — o Instagram registrou quase 300 000 interações por aqui relacionadas ao filme nos últimos dias.

Veja Tecnologia - MATÉRIA COMPLETA



Nenhum comentário: