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terça-feira, 29 de setembro de 2020

Professora denuncia racismo em escola pública de Taguatinga

Correio Braziliense

A professora relata que a diretora começou a persegui-la e, em uma das vezes, chegou a dizer que ela teria que trabalhar em uma "senzala"

“Ela disse que eu iria dar aula na senzala. Na hora, não consegui reagir e, até hoje, estou abalada e precisando de acompanhamento médico.” Essa é a declaração da professora Vera Lucia Gomes da Silva, de 38 anos, que acusa a diretora de uma escola pública de Taguatinga de racismo. A situação teria ocorrido no início do ano e ela denunciou o ataque à Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF), que abriu inquérito para apurar o caso.

[Comentando: mais uma denúncia de racismo, apresentada por uma suposta vítima, sem um fiapo de prova - seja documental, testemunhal ou mesmo factual.
Se tornou recorrente a apresentação de denúncias em delegacias de polícia de pessoas declarando que foram vítimas de racismo, por parte de um superior no trabalho, da polícia, sem apresentar a menor prova.

No caso em questão, a denunciante narrou toda uma história - ou  será estória?-  sem nada que sustente sua versão.
Sem parcialidade, o único ponto que poderia ser prova do suposto racismo, seria a devolução da professora Vera à Regional.
Mas a devolução, por insuficiência de desempenho, também pode ser usada como motivo para apresentação da denúncia - e já que tudo está no campo das conjeturas!!!.

A devolução da professora acusadora é procedimento que pode gerar desconforto para o professor devolvido, mas faz parte da condição 'professor temporário'.
Alguma coisa precisa ser feita, de forma a que denúncias sem provas, sem elementos de sustentação, sejam arquivadas na apresentação, e até eventual punição a quem denuncia por 'denunciação caluniosa'.
A polícia tem mais o que fazer, devendo evitar o desperdício de tempo investigando denúncias vazias.]

Vera contou ao Correio que os atos racistas denunciados começaram assim que ela entrou na escola, onde lecionava em contrato temporário. “Eu trabalhava em uma outra instituição de ensino e, por motivos de dinâmica, mudei para essa escola, que fica a menos de 300 metros da minha casa”, disse. Quando entrou na instituição, quem a recebeu foi a vice-diretora, segundo ela. “Era um ambiente muito agradável, onde fiz vários amigos e todos se davam bem. Até então, eu nunca tinha conhecido a diretora. Quando tive o primeiro contato com ela, me pareceu uma pessoa do bem, sem nenhum problema”, ressalta.

No entanto, a “perseguição” começou pouco tempo depois, denuncia. Como consta no boletim de ocorrência registrado na 17ª Delegacia de Polícia (Taguatinga Norte), a diretora teria começado a chamar a professora de “negrinha” e “nega”, sempre na ausência da comunidade escolar. “Como dava aulas para crianças com deficiências múltiplas, eu praticamente não tinha tempo para ir ao banheiro, lanchar ou beber água. Foi quando solicitei para ela um monitor para me ajudar, mas ele não fazia as tarefas básicas. Só depois percebi que a diretora o colocou para me vigiar”, relatou.

Consequências 
Vera conta, ainda, que as perseguições não pararam por aí. “Uma vez, ela (diretora) chegou a falar para mim que eu iria dar aula em uma senzala. Tive uma crise de choro dentro da escola, a orientadora veio conversar comigo, mas eu estava abalada.”

Devido a isso, a docente chegou a faltar trabalho por uma semana pois, segundo ela, tinha medo da diretora e não conseguia sair de casa. Como Vera trabalha em contrato temporário, em 17 de junho, foi devolvida à Regional de Ensino. “O que fizeram comigo foi uma injustiça. Eu não sabia que essa mulher fosse capaz de destruir a minha vida dessa forma”, completou. Na ocorrência policial, Vera afirmou que a diretora alegou que o motivo para o desligamento seria a “desqualificação para o cargo, com uma avaliação de desempenho negativa”. “Agora, estou aqui, com uma ordem de despejo, sem emprego e com medo, muito medo”, finalizou.

Corregedoria apura o caso 
Por meio de nota oficial, a Secretaria de Educação informou que a Corregedoria abriu processo de apuração preliminar em relação à denúncia feita pela professora. “A pasta reafirma a sua missão educacional de assegurar o respeito à diversidade e à pluralidade na rede pública de ensino e, com isto, contribuir para que se propague em toda a sociedade”, disse no documento.

Ao Correio, o chefe da unidade regional de gestão de pessoas de Taguatinga, Sonildo Santos, disse que “nunca viu denúncia dessa natureza” na instituição de ensino. “Não podemos entrar nesse mérito, até porque nunca recebemos denúncia desse tipo dessa gestão em específico”, afirmou. A reportagem também procurou a diretora denunciada, mas não conseguiu contato até a mais recente atualização desta matéria. O espaço segue aberto para manifestação.

O Sindicato dos Professores do DF (Sinpro) também se posicionou, por meio de um dos diretores, Bernardo Távora, que esclareceu que foi procurado por Vera, que o questionou sobre a devolução à regional. “Quando se é reprovado na avaliação, você é devolvido para o banco. Fornecemos a ela a assessoria jurídica e tentamos manter um atendimento humanizado. De qualquer forma, esperaremos a apuração dos fatos para nos posicionar”, alegou.

Cidades - Darcianne Diogo - Correio Braziliense

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