Correio Braziliense
A professora relata que a diretora começou a persegui-la e, em uma das vezes, chegou a dizer que ela teria que trabalhar em uma "senzala"
“Ela disse que eu iria dar aula na senzala. Na hora, não consegui reagir e, até hoje, estou abalada e precisando de acompanhamento médico.” Essa é a declaração da professora Vera Lucia Gomes da Silva, de 38 anos, que acusa a diretora de uma escola pública de Taguatinga de racismo. A situação teria ocorrido no início do ano e ela denunciou o ataque à Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF), que abriu inquérito para apurar o caso.
[Comentando: mais uma denúncia de racismo, apresentada por uma suposta vítima, sem um fiapo de prova - seja documental, testemunhal ou mesmo factual.Vera contou ao Correio que os atos racistas denunciados começaram assim que ela entrou na escola, onde lecionava em contrato temporário. “Eu trabalhava em uma outra instituição de ensino e, por motivos de dinâmica, mudei para essa escola, que fica a menos de 300 metros da minha casa”, disse. Quando entrou na instituição, quem a recebeu foi a vice-diretora, segundo ela. “Era um ambiente muito agradável, onde fiz vários amigos e todos se davam bem. Até então, eu nunca tinha conhecido a diretora. Quando tive o primeiro contato com ela, me pareceu uma pessoa do bem, sem nenhum problema”, ressalta.
No entanto, a “perseguição” começou pouco tempo depois, denuncia. Como consta no boletim de ocorrência registrado na 17ª Delegacia de Polícia (Taguatinga Norte), a diretora teria começado a chamar a professora de “negrinha” e “nega”, sempre na ausência da comunidade escolar. “Como dava aulas para crianças com deficiências múltiplas, eu praticamente não tinha tempo para ir ao banheiro, lanchar ou beber água. Foi quando solicitei para ela um monitor para me ajudar, mas ele não fazia as tarefas básicas. Só depois percebi que a diretora o colocou para me vigiar”, relatou.
Devido a isso, a docente chegou a faltar trabalho por uma semana pois, segundo ela, tinha medo da diretora e não conseguia sair de casa. Como Vera trabalha em contrato temporário, em 17 de junho, foi devolvida à Regional de Ensino. “O que fizeram comigo foi uma injustiça. Eu não sabia que essa mulher fosse capaz de destruir a minha vida dessa forma”, completou. Na ocorrência policial, Vera afirmou que a diretora alegou que o motivo para o desligamento seria a “desqualificação para o cargo, com uma avaliação de desempenho negativa”. “Agora, estou aqui, com uma ordem de despejo, sem emprego e com medo, muito medo”, finalizou.
Por meio de nota oficial, a Secretaria de Educação informou que a Corregedoria abriu processo de apuração preliminar em relação à denúncia feita pela professora. “A pasta reafirma a sua missão educacional de assegurar o respeito à diversidade e à pluralidade na rede pública de ensino e, com isto, contribuir para que se propague em toda a sociedade”, disse no documento.
Ao Correio, o chefe da unidade regional de gestão de pessoas de Taguatinga, Sonildo Santos, disse que “nunca viu denúncia dessa natureza” na instituição de ensino. “Não podemos entrar nesse mérito, até porque nunca recebemos denúncia desse tipo dessa gestão em específico”, afirmou. A reportagem também procurou a diretora denunciada, mas não conseguiu contato até a mais recente atualização desta matéria. O espaço segue aberto para manifestação.
O Sindicato dos Professores do DF (Sinpro) também se posicionou, por meio de um dos diretores, Bernardo Távora, que esclareceu que foi procurado por Vera, que o questionou sobre a devolução à regional. “Quando se é reprovado na avaliação, você é devolvido para o banco. Fornecemos a ela a assessoria jurídica e tentamos manter um atendimento humanizado. De qualquer forma, esperaremos a apuração dos fatos para nos posicionar”, alegou.
Cidades - Darcianne Diogo - Correio Braziliense
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