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sexta-feira, 18 de setembro de 2020

"Sou negra sim", diz mulher acusada na internet de fraudar cotas

Glaucielle Dias foi aprovada no concurso da Polícia Federal em 2018. Imagens comparando sua aparência no exame de heteroidentificação e nas redes sociais começaram a circular na internet há alguns dias


[Nos faltam elementos para um juízo conclusivo, de qualquer forma um FATO: 
A política de cotas raciais precisa ser urgentemente abolida. Deixa margem a muitas fraudes - tivemos um loiro de olhos verdes que se declarou negro e só foi descoberto muito tempo após, por denúncias. 
A banca verificadora aceitou a argumentação do fraudador.]

Glaucielle da Silva Dias, também conhecida como Glau Dias nas redes sociais, divulgou, nesta quinta-feira (17/9), um vídeo no qual se defende da acusação de ter fraudado a seleção de cotistas em concurso da Polícia Federal em 2018. Na gravação, ela diz ser "negra parda" e que não fez "nada de errado" (clique e assista).



(crédito: Reprodução/Internet)

[O vídeo não esclarece muito, apresenta alguns pontos confusos, chega a deixar a impressão de que a ex-policial foi vítima de um racismo psicológico - criado por ela mesmo, - devido não gostar de alguns pontos de sua aparência.
Para um melhor entendimento da chamada defesa recomendamos assistir o vídeo.]

Há alguns dias, começou a circular na internet uma foto que mostra Glaucielle no exame de heteroidentificação, que serve para constatar que os candidatos inscritos para as vagas de cotistas são, de fato, negros. A aparência da influenciadora digital na ocasião foi comparada com outras imagens, colhidas de suas redes sociais. Por ela aparecer, na foto tirada pela banca do concurso, com o cabelo ondulado e a pele mais escura, internautas a acusaram de ter fraudado o sistema de cotas.

Após as imagens viralizarem, Glaucielle publicou um vídeo no perfil do Instagram de seus advogados. Na filmagem que dura 12 minutos, ela nega que tenha fraudado o exame e que, quando passou a atuar como policial federal, aproximou-se de outros candidatos cotistas aprovados, sendo dela a iniciativa de criar o grupo de whatsApp que os reúne. "Nunca me escondi de nada nem vou me esconder, porque eu sei que nunca fiz nada de errado", afirma.

Ela diz que a foto que circula nas redes foi tirada pela própria banca examinadora, a Cespe/UnB, e que cinco pessoas estavam na sala no momento e que coube a eles autorizá-la a disputar uma das vagas de cotistas. Ela chama de absurda a afirmação de que se pintou e diz que as fotografias podem alterar a cor de pela das pessoas. Ela, então, mostra fotos de familiares para mostrar que a mãe e a avó são negras. Diz ainda que vem de uma família pobre, que sempre estudou em escolas públicas e que sofreu preconceito racial durante toda a vida.

Teria sido o preconceito que a fez não gostar d
e sua aparência, o que a levou a alisar o cabelo e a fazer plásticas, inclusive no nariz. "Sempre sofri preconceito com minha aparência, com meu cabelo, meu nariz. É meu direito mudar meu cabelo e meu nariz", argumenta. Glaucielle diz ainda que negros não são apenas aqueles retintos, de pele mais escura.

"Eu sou negra sim. Negro não é só o retinto. Se você sofreu preconceito, sofreu discriminação em algum momento da sua vida, você é sim. Eu nunca vou falar pra mim que sou branca. Eu não sou. Isso seria renegar minha origem. Sou negra parda", afirma Glaucielle, que ainda cita o jogador Neymar e a cantora Beyoncé como exemplos de pessoas negras que aparecem com a pele mais clara em fotos.

Exoneração
Ela também nega que a fraude tenha levado à sua exoneração. Glaucielle diz que ela e o noivo decidiram sair do serviço público para se dedicar a uma empresa familiar. A exoneração foi publicada no Diário Oficial da União no último dia 3. No documento, consta que o desligamento ocorreu a pedido. Por fim, ela diz que tomará medidas legais contra os que a ofenderam. "Quando você ofende aquele meu cabelo, você ofende meu cabelo de verdade"

O Cespe-Cebraspe, banca organizadora do concurso disse, em nota, repudiar qualquer tentativa de fraudar o sistema de cotas e que sua função é, em caso de suspeitas de ilegalidade, encaminhar os dados para a autoridade policial, que deverá fazer uma investigação.

Correio Braziliense, MATÉRIA COMPLETA 


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