O Estado de S. Paulo
Eleição, economia, pandemia e o novo ministro terrivelmente amigo no STF
[o presidente será iluminado pelo BOM SENSO e indicará o mais capaz e um dos menos cotados: IVES GANDRA MARTINS FILHO.
Clique, leia e conteste - obviamente, se tiver argumentos.]
Até aqui, ninguém deu bola para a eleição
municipal e o interesse do eleitor continua caindo a cada pleito, mas a
tendência é esquentar, com foco óbvio em São Paulo, pelo seu peso político e
econômico, no Rio, pela chocante situação de governador e prefeito, e nos
neófitos, como o próprio Wilson Witzel, que caíram de paraquedas pelo sopro do
bolsonarismo. Elegerão seus candidatos? [sem o menor sentido realizar eleições municipais este ano - além do Brsil estar saindo de uma pandemia, serão gastos milhões que poderiam ser poupados adiando as eleições para 2022 - eleições gerais a cada quatro anos, economia superior a 40%.]
Em São Paulo, Celso Russomanno
(Republicanos) conta com Bolsonaro para fugir da sina de sair na liderança e
acabar fora até do segundo turno. O prefeito Bruno Covas (PSDB) precisa driblar
a frustração pelo segundo lugar e evitar perda de votos para Márcio França
(PSB). Jilmar Tatto empurra o PT para o balaio dos nanicos e para o apoio a
Guilherme Boulos (PSOL), a novidade de 2020. No Rio, o prefeito Marcello
Crivella (Republicanos) está inelegível. Conseguirá reverter a decisão no TSE e
manter o apoio de Bolsonaro?
Na economia, Bolsonaro lavou as mãos: Paulo
Guedes que se vire. Se articular apoio para a “nova CPMF”, não vai atrapalhar.
Guedes recupera liderança e força, o governo comemora a troca dos novatos do
PSL pelo trator Centrão e a pergunta que não quer calar é: como desonerar a
folha, como Guedes quer, e encorpar o novo Bolsa Família, como Bolsonaro exige,
sem furar o teto de gastos nem aumentar a carga tributária? A conta fecha? [Guedes é um ministro que complica e o presidente Bolsonaro é o presidente da República, quer e precisa governar - oposição por oposição, a do Judiciário, do Poder Legislativo e outras são mais que suficientes. Para que manter um ministro que atrapalha ?]
Enquanto isso, Bolsonaro acompanha com prazer o rebuliço em torno da indicação para o Supremo, com as decisões do procurador-geral Augusto Aras sempre sob suspeita por algo que ele jura que não quer e que não vai acontecer, o juiz do Rio Marcelo Bretas repreendido por participar de atos políticos e o plenário do STJ em alvoroço, como sempre, diante de uma vaga na alta Corte. O ministro “terrivelmente evangélico”, porém, afunila para Jorge Oliveira, advogado e policial militar sem credenciais jurídicas compatíveis com o Supremo, mas secretário-geral da Presidência e filho de grande amigo de Bolsonaro. E para André Mendonça, advogado, pastor presbiteriano, ex-advogado-geral da União e atual ministro da Justiça. Transformou a Justiça em órgão de defesa do presidente, mas ainda é bem aceito no STF.
Celso de Mello deixa a Corte em 13 de
outubro, após 31 anos, à frente da investigação do presidente por intervenção
na PF. Celso, decano que sai, determinou depoimento presencial para Bolsonaro.
Marco Aurélio, o novo decano, jogou para o plenário virtual e defendeu
depoimento por escrito. O lance seguinte pode ser tirar do virtual (votos por
escrito) para o plenário real (ao vivo).
Logo, Bolsonaro vai trocar um ministro
ostensivamente crítico por outro terrivelmente amigo e um decano adversário por
outro nem tanto e, na presidência, entrou Luiz Fux com a expectativa de maior
independência em relação ao Planalto do que Dias Toffoli. O que se sabia de
Supremo não se sabe mais. Exemplo: e a prisão após segunda instância, que caiu
por um único voto? [ficará como está; até o momento de ser usada por eventual apoiador do presidente Bolsonaro.
neste caso é pautada para o dia seguinte, por um voto volta a ser pela prisão - preso o bolsonarista, assim permanecerá até chegar o momento de ser invocada para um adversário do capitão.]
Eliane Cantanhêde, colunista - O Estado de S. Paulo
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