Em crise financeira e administrativa, a Casa da Moeda se tornou alvo de disputa interna no governo federal. Integrantes da ala militar entendem que a empresa passa por um processo de sucateamento e, após Jair Bolsonaro ter recuado na intenção de privatizá-la, como planejava a equipe econômica, querem assumir o controle da estatal. Um novo problema surgiu: uma das principais entidades de combate à falsificação protocolou pedidos de investigação no MPF e na PF sobre a cessão a terceiros de papel e tinta usados para confeccionar cédulas.
Grave. Segundo a Associação Brasileira de Combate à Falsificação (ABCF), a remessa de “amostra grátis de tinta offset seco e tinta offset úmido (usadas para a fabricação das novas notas de R$ 200) e papel fiduciário, originada na Casa da Moeda do Brasil, foi destinada à Seller Ink Indústria e Comércio de Tintas e Vernizes Ltda”.
Grave 2. Para a entidade, a remessa pode abrir caminho para concorrência desleal ou até para o abastecimento de um mercado secundário de falsificação.
A ver. Procurada pela Coluna, a PF confirmou o recebimento e se limitou a informar que está checando as informações da entidade.
Com a palavra. Em nota à Coluna, a Casa da Moeda confirmou a remessa para um outro “fornecedor credenciado” (a Seller Ink) para testes, mas disse que a quantidade de material enviado não é suficiente para produzir “nem uma cédula”.
Motivo. A remessa foi necessária, diz a Casa da Moeda, porque as tintas de outro fornecedor apresentaram resultado insatisfatório, causando atrasos de produção, o que poderia colocar em risco o compromisso assumido com o BC.
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Ana Carla Abrão, economista e colunista do Estadão: “Recriar a CPMF significa assumir que não se quer cortar gastos. O que, considerando a atual captura do orçamento por corporações públicas e privadas, equivale a declarar a escolha do governo pelos ricos em detrimento da população pobre. A esses, só os restos…”
COM ALBERTO BOMBIG E MARIANA HAUBERT.
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