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segunda-feira, 15 de março de 2021

Nas entrelinhas: Isolamento ou morte

Bolsonaro não está se dando conta do tamanho do desastre que sua atitude contraria às medidas de isolamento social pode provocar

A “imprensa mequetrefe”, deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), tem seu valor. “Mequetrefe” (indivíduo intrometido, dado a meter-se no que não é de sua conta; enxerido), por exemplo, fora o repórter free-lance Gareth Jones, assim tratado pelo governo soviético na década de 1930. Ele tinha 27 anos, havia entrevistado Hitler e viajou para Moscou por conta própria com o firme propósito de entrevistar Stálin. Sem acesso ao líder comunista, rumou clandestinamente para Ucrânia, intrigado com a origem dos recursos investidos na industrialização da antiga União Soviética. Descobriu a “grande fome” provocada pelas coletivizações forçadas de Stálin, presenciando até casos de canibalismo.

A história é contada no filme “Mr. Jones” — “A Sombra de Stálin”, na versão brasileira –, exibido no NOW. O roteiro se inspira no documentário “Hitler, Stalin & Mr. Jones”, levado ao ar em 2012 pela BBC. Chantageado para se calar sobre o que viu, Jones foi vítima de uma campanha de difamação, após publicar sua história na imprensa londrina. Fora desmentido por Walter Duranty, jornalista do New York Times e vencedor do Pulitzer, mais preocupado com o acesso às autoridades soviéticas do que com a realidade ao seu redor. A roteirista Andrea Chalupa inclui na trama o escritor George Orwell, autor do romance “A Revolução dos Bichos”, aproveitado o fato de que o dono da fazenda também se chama Mr. Jones. A censura em Moscou justificaria a analogia.

Holodomor é uma palavra ucraniana que significa “deixar morrer de fome”, “morrer de inanição”. Tal palavra passou a ser empregada para definir os acontecimentos que levaram à morte por fome de milhões de ucranianos entre os anos de 1931 e 1933. É óbvio que a intenção de Stálin não era essa, seu objetivo era expropriar os camponeses que haviam enriquecido nos tempos da “Nova Política Econômica” (NEP) do líder bolchevique Vladimir Lenin, que adotara o capitalismo no campo para abastecer as cidades.

As coletivizações forçadas de Stálin foram feitas para financiar a indústria pesada e preparar a União Soviética para a guerra iminente com a Alemanha, porém, resultaram numa tragédia humanitária. Estima-se de 3,3 a 6,3 milhões o número de mortos no Homolodor. Para Stálin, a morte dos camponeses ucranianos foi o efeito colateral da industrialização acelerada e do esforço de guerra contra Hitler.

 

                                            Imagem: Reprodução/TVT

Isolamento
A história de Mr. Jones não tem nada a ver com o que está acontece no Brasil? Tem, sim. Bolsonaro não está se dando conta do tamanho do desastre que sua atitude contraria às medidas de isolamento social pode provocar. Governadores e prefeitos as estão adotando para conter a expansão da pandemia. Comete um erro atrás do outro com seu negacionismo, darwinismo social e falta de empatia com as vítimas da pandemia. Não se deu conta de que deixar o novo coronavírus se reproduzir e sofrer mutações possibilita reinfecções e uma nova onda ainda mais violenta da pandemia, que está se transformando numa endemia. Não leva em conta os cálculos exponenciais dos sanitaristas sobre o aumento de casos e mortes.

 [o que esses governadores querem? eles podem ter esquecido mas a grande maioria dos brasileiros - o que inclui seus governados - sabe que por quase um ano os chefes dos municípios e estados tiveram liberdade total para conduzir todas as ações de distanciamento e isolamento sociais, nos seus estados e municípios. 
O que fizeram de útil no combate à peste?
- gastaram dinheiro a rodo - quase sempre mal gasto = compras sem licitações, contratações de empresas para terceirizar a terceirização, não podemos esquecer que um deles adquiriu respiradores superfaturados (+300%) de uma ADEGA - e se deu bem: nem preso foi, continua "governando". 
O único contratempo é que não recebeu toda a grana -  já que o 'fornecedor' para ganhar mais entregou respiradores defeituosos e a casa caiu. Todos sabem que tem um outro prefeito e/ou governador honesto, mas a maioria...
- O Supremo autorizou no inicio da pandemia que estados e municípios ficassem à frente das ações de distanciamento e isolamento sociais, sem o Poder Executivo da União interferir
Meteram os pés pelas mãos com decisões antagônicas em municípios limítrofes =  com caso de um lado da rua ser de um município adepto do tranca tudo e o outro adepto do libera tudo. Os exemplos são inúmeros e citamos apenas um: em BH a regra é fechar tudo e em Ribeirão das Neves é abrir tudo. Na rua que divide os dois municípios,o pessoal de BH quando quer aglomerar, tomar umas, atravessa a rua e  aglomera em Ribeirão, depois volta para BH trazendo o vírus. 
- Agora querem acusar Bolsonaro que foi impedido de mandar abrir ou fechar o que os municípios decidissem fechar ou abrir?
- Acusam que o presidente é responsável pelas aglomeração e não uso de máscaras - em qual caso alguém, comprovadamente, morreu devido discurso ou palavras do nosso presidente? 
- qual vacina não foi comprada por ele ter manifestado, por palavras, lives, etc, , ser contra? 
- Não vale citar a Pfizer, dizendo que a farmacêutica   ofereceu em outubro vacinas e o Brasil não comprou - sabemos que as vacinas da Pfizer só foram liberadas bem depois daquele mês.
- Qual a representatividade dos governadores e dessa turma que formou o Pacto pela Vida e pelo Brasil? (virou moda - querem acusar o presidente Bolsonaro inventam um 'fórum de governadores', um 'conass' (formado pelos secretários estaduais de Saúde e presidido por advogado) um "pacto" disso ou daquilo,chamam um especialista em nada, e todos já começam com 1.000% de credibilidade = afinal são contra o presidente Bolsonaro!!!
- essas entidades fazem alguma coisa de útil? o que fazem é procurar por todos os meios tentar impedir o presidente de governar.]

Pacto pela Vida e pelo Brasil ... - Veja mais em https://noticias.uol.com.br/saude/ultimas-noticias/redacao/2021/03/15/governadores-compromisso-manifesto-pacto-pela-vida.htm?cmpid=copiaecola
Pacto pela Vida e pelo Brasil ... - Veja mais em https://noticias.uol.com.br/saude/ultimas-noticias/redacao/2021/03/15/governadores-compromisso-manifesto-pacto-pela-vida.htm?cmpid=copiaecola

Na avaliação de Bolsonaro, os óbitos são inevitáveis, o mais importante é manter a economia em pleno funcionamento. Entretanto, não é o isolamento que provoca recessão e desemprego, mas a multiplicação dos casos de covid-19, numa velocidade muito maior do que a vacinação da população. Estamos tendo um “apagão” nos hospitais, daqui a pouco teremos um “apagão” nos cemitérios. Não são apenas falta de leitos, faltam insumos e profissionais de saúde; faltarão câmaras frigoríficas.

Bolsonaro não é um desorientado, tem uma estratégia errada mesmo. Erra de conceito, ao apostar na centralidade a qualquer preço da atividade econômica; erra de método, ao desarticular o Sistema Único de Saúde (SUS), opondo o Ministério da Saúde aos governadores e prefeitos; e erra ao pregar desobediência civil às medidas sanitárias, criando um ambiente favorável para o vírus se propagar. Não leva em conta que o colapso sanitário resultará no colapso econômico, com desorganização da cadeia produtiva e crise de abastecimento. Com a velocidade atual de propagação da covid-19, somente um freio de arrumação pode evitar o desastre, ou seja, o lockdown temporário onde for preciso. [o que o ilustre articulista, quis,  ou quer,  dizer com 'freio de arrumação'
- o que os defensores da tão frágil democracia - especialmente quando usada para acusar o nosso presidente -   acham do uso do eufemismo?]

Nas Entrelinhas -  Luiz Carlos Azedo, jornalista - Correio Braziliense


sexta-feira, 27 de novembro de 2020

Júpiter e Saturno se alinharão de modo não repetido desde a Idade Média

Alinhamento dos planetas ocorre a cada duas décadas, mas não de modo tão próximo como o previsto em dezembro; uma "grande conjunção" dessa magnitude não se vê desde 1623

Entre 16 e 21 de dezembro, uma grande parte dos habitantes da Terra poderá observar um fenômeno que não ocorria pelo menos desde 1623 - ou, segundo alguns astrônomos, desde o século 13: o que é conhecido como a "grande conjunção" de Júpiter e Saturno.

Durante esses dias, e especialmente às noites, os dois planetas estarão alinhados de tal maneira que parecerá que formam um planeta "duplo".

Getty Images - Fenômeno será visível em áreas com o céu limpo, principalmente perto da linha do Equador

 "Depois de meses de aproximação lenta, em 21 de dezembro, que coincide com o solstício de inverno, Júpiter e Saturno se reunirão em uma espetacular grande conjunção", diz à BBC News Mundo (serviço em espanhol da BBC) Hernando Guarín, professor de Astronomia da Universidade del Valle, na Colômbia, e diretor da Rede Colombiana de Astronomia.

Para Guarín, a noite de 21 de dezembro será um "presente de Natal" antecipado para os fãs de astronomia. "É algo especial, porque Júpiter e Saturno são considerados os 'reis da observação', e o fato de estarem juntos não é algo que ocorra normalmente", diz.

Segundo Guarín, esse alinhamento e a possibilidade de vê-lo desde a Terra são excepcionais por conta do próprio movimento dos três planetas. "A Terra leva um ano para dar volta no Sol; Júpiter leva 12 anos e Saturno, 30 anos", explica. "Isso torna difícil que o fenômeno aconteça com regularidade."

Embora o alinhamento ocorra aproximadamente a cada duas décadas, o fenômeno deste ano tem características específicas que são inéditas há muitas centenas de anos. "Esta conjunção será excepcionalmente rara devido a quão próximos os planetas estarão entre si", explica Patrick Hartigan, astrônomo da Universidade de Rice (EUA).

Uma conjunção com os planetas próximos entre si ocorreu em 16 de julho de 1623, mas Hartigan acha que o que vai acontecer em dezembro só tem paralelo com um fenômeno ainda mais antigo. "Seria preciso retroceder até antes do amanhecer de 4 de março de 1226 para ver um alinhamento mais próximo entre esses planetas (de modo) visível no céu noturno", diz.

Passado 21 de dezembro, "aqueles que preferirem esperar e ver Júpiter e Saturno tão perto e mais acima no céu noturno terão que aguardar até 15 de março de 2080. Depois disso, a dupla não fará aparição semelhante até depois de 2400", diz ele.

Para Guarín, há outro ponto a ser levado em conta. "Podemos ver como os planetas estão se aproximando entre si. Ou seja, é um espetáculo que podemos seguir desde agora até 21 de dezembro, quando infelizmente eles voltarão a se separar".  A relevância é desde o ponto de vista científico, mas também "para as pessoas que queiram voltar a olhar para o céu", opina Guarín.

A luminosidade de ambos os planetas no mês de dezembro tornará ainda mais simples essa observação: segundo o pesquisador, será possível ver o fenômeno a olho nu, principalmente de pontos próximos à linha do Equador, embora a visão através de um telescópio ou observatório seja muito melhor.  Mas para conseguir avistar a conjunção "é essencial ter um bom horizonte, totalmente limpo, sem nuvens, montanhas ou edifícios".

Ao mesmo tempo, Peter Lawrence, assessor editorial da revista Sky at Night, da BBC, aponta que é é preciso ter cuidado ao observar tais fenômenos com binóculos. "Binóculos podem separar os planetas devido ao efeito ótico, por isso é melhor usar um telescópio", afirma o astrônomo. "Com um telescópio você não verá apenas um disco duplo (dos planetas alinhados), como também poderá apreciar os anéis de Saturno e os cinturões de Júpiter."

 Correio Braziliense


quinta-feira, 2 de julho de 2020

Sobrou até para São Miguel: racismo explícito na medalha - VEJA - Blog Mundialista

A representação figura na Ordem de São Miguel e São Jorge, uma honraria dada, quando foi criada, a militares britânicos no Mediterrâneo.
Daí os dois santos guerreiros. Com o tempo, passou a contemplar embaixadores e personalidades com atuação no exterior. A atriz Angelina Jolie foi uma delas, por sua campanha algo ambiciosa de acabar com o estupro como arma de guerra. O nobre objetivo ainda não foi alcançado, infelizmente. O revisionismo histórico que grassa nos Estados Unidos e na Inglaterra chegou rapidamente a São Miguel.

Um branco (o arcanjo) pisando num negro (o coisa ruim) evoca a estremecedora cena de George Floyd sendo sufocado sob o joelho do policial Derek Chauvin. Atenção: o Satã negro já havia sido substituído em 2011 por um mais claro, mas não atendeu o surto politicamente correto.
O governador-geral da Jamaica, um posto honorífico para marcar sua integração na Comunidade das Nações (o império britânico depois de deixar de ser império), já tinha tomado a posição pública de não usar mais a honraria, recebida em 2009 na tradicional cerimônia em que a rainha Elizabeth tocou seu ombro com uma espada. “Atendendo a manifestações de preocupação de cidadãos com a imagem na medalha e a rejeição global ao uso de objetos que normalizem a degradação de pessoas de cor”, justificou Patrick Allen.

Adianta dizer que é o maligno príncipe das trevas, não uma pessoa?
Claro que não. Michael Palin, o ex-Monthy Python, o legendário e iconoclasta grupo de humoristas, recebeu a versão nova e embranquecida da condecoração, mas só de saber como era a encarnação anterior já a torna “imprópria e ofensiva”, avisou.
Dezesseis mil pessoas apoiaram um abaixo-assinado pedindo que a medalha seja “redesenhada”.
São Miguel Arcanjo é tradicionalmente representado como um alado santo guerreiro, de espada na mão para vencer Satã. Este aparece como um ser animalesco ou com formas humanas com asas de dragão e rabo.  Se for totalmente eliminado, vai sobrar apenas São Jorge, o padroeiro da Inglaterra que apareceu na outra face da medalha, matando o dragão, outra situação complexa nos dias atuais. Disse famosamente Winston Churchill sob o viés esquerdista da tradicional rede pública de rádio e televisão:
“Se a BBC cobrisse a luta de São Jorge com o dragão, torceria pelo dragão”.
A polêmica da medalha, criada em 1818 pelo rei George IV (um dia, o filho de William e Kate será outro rei com este nome) coincidiu com os novos planos do príncipe Harry e sua mulher, Meghan, de construírem uma carreira de celebridades antenadas com questões contemporâneas.
“O racismo institucional não tem lugar na nossa sociedade e, no entanto, é endêmico”, disse o príncipe numa premiação à distância. O furor despertado nos Estados Unidos pela morte brutal de Floyd e ampliado para estátuas e instituições com nomes de “racistas” tem um equivalente igual, inclusive nos precedentes, na Inglaterra. Se há católicos que se exasperam com a “modernização” da Igreja defendida pelo papa Francisco, deveriam encontrar consolo na Igreja Anglicana. Exatamente igual à fé católica, exceto pela ruptura com o papa, com a vida monacal e com o celibato, a Igreja Anglicana segue o catecismo politicamente correto ao ponto da loucura.

Disse no começo de junho o arcebispo da Cantuária, Justin Welby, que estátuas e monumentos na sublime catedral gótica de Westminster, uma das tantas igrejas tomadas aos católicos quando Henrique VIII rompeu com Roma, está passando por uma revisão completa. “Algumas terão que ser tiradas”, antecipou.

MATÉRIA COMPLETA - Blog Mundialista - Vilma Gryzinski - VEJA


segunda-feira, 14 de outubro de 2019

Retrocesso à vista - Merval Pereira

Posição de Gilmar sobre prisão em segunda instância pode mudar



A anunciada mudança de posição do ministro Gilmar Mendes, que votou a favor da prisão em segunda instância e mostrava-se disposto a aceitar a proposta do presidente do STF Dias Toffoli de permitir a prisão somente a partir da terceira instância, pode involuir (ou evoluir, depende do ponto de vista) para o apoio à prisão só após o trânsito em julgado do processo. “Eu estou avaliando essa posição. Mas na verdade talvez reavalie de maneira plena para reconhecer (a possibilidade de prisão apenas depois de) o trânsito em julgado.”, disse ele à BBC.

[o que estimula o ministro Gilmar Mendes a cultivar o hábito de em uma semana ter uma posição e na seguinte ter outra, é a vaidade que o domina levando a exibir - o poder do seu voto - é um único voto, igual ao dos demais ministros,  mas ganha importância por ser público e notório que ele pode modificar no último instante.
Outro complicador com esse decide não decide da Suprema Corte brasileira é os reflexos que provoca nas instâncias inferiores.
Enquanto o STF não bate o martelo, confirmando o texto constitucional que invalida provas obtidas por meios ilícitos, o TRF-4 nada decide sobre a segunda condenação de Lula.
Tudo indica que o TRF-4 optou por esperar que o Supremo decida se anula o primeiro julgamento ou não - decisão inconstitucional, ainda que tomada pelo guardião da Constituição e e, só após tal decisão terá aquele Tribunal a segurança para decidir sobre a condenação do Sítio de Atibaia.]
Com essa guinada, se confirmada, ele acompanhará os votos dos ministros Celso de Melo, Marco Aurelio Mello, Ricardo Lewandowski, e pode provocar uma maioria nova no plenário do Supremo Tribunal Federal (STF). A ministra Rosa Weber sempre se declarou a favor do trânsito em julgado, mas vinha acompanhando a maioria a favor da prisão em segunda instância por entender que o tribunal deveria manter coerência em suas decisões. 

Mas mostra-se disposta a voltar à posição original  caso o tema venha a ser colocado para julgamento por ações declaratórias de constitucionalidade (ADCs), o que deve acontecer ainda este ano. Para ela, “o postulado do estado de inocência repele suposições ou juízos prematuros de culpabilidade até que sobrevenha, como o exige a Constituição brasileira, o trânsito em julgado da condenação penal”. 

Também o ministro Dias Toffoli, presidente do Supremo, pode ser levado a apoiar o trânsito em julgado se sua proposta de permitir a prisão a partir da terceira instância (STJ) não for aceita. A nova maioria, que já se sabe ser contra a prisão em segunda instância, poderia, assim, decidir voltar à exigência de trânsito em julgado, encerrando a discussão sobre interpretações do espírito da Constituição. Foi o que levou ao entendimento majoritário de que prisão após segunda instância se justifica porque nela se obtém a certeza de culpa do condenado. 

Nas instâncias superiores (Superior Tribunal de Justiça e STF), se avaliam questões jurídicas, sobre se houve aplicação correta da lei e da Constituição no processo, não havendo inclusão de novas provas. Para derrotar a nova tendência, seria preciso que os cinco ministros que se colocaram a favor da prisão em segunda instância - Alexandre de Moraes, Luis Roberto Barroso, Luis Fux, Edson Fachin e Carmem Lucia - apoiassem a proposta de Toffoli, que assim derrotaria seus próprios aliados. De qualquer maneira, a maioria do STF decidindo pelo trânsito em julgado, ou pela prisão após a terceira instância, todos os condenados em segunda instância que estão na cadeia, e não apenas os da Operação Lava Jato, serão libertados. E voltaremos ao tempo em que quase ninguém com dinheiro para contratar um bom advogado ia preso, devido aos inúmeros recursos até chegar ao final do processo.

Essa decisão pode ter ainda uma consequência eleitoral. Mesmo que o plenário decida pelo trânsito em julgado, Lula continuaria sem poder se candidatar, pois pela Lei de Ficha Limpa um condenado em segunda instância está inelegível por oito anos após o cumprimento da pena. Se a Segunda Turma do STF não anular o julgamento que o condenou por corrupção no caso do triplex, só restará à defesa do ex-presidente tentar retomar uma estratégia jurídica para deslegitimar a própria lei

 A defesa de Lula alegará que, se a condenação em segunda instância deixou de ser o final de um processo penal, não pode ser decisiva para uma candidatura eleitoral.  Vai ser outra disputa jurídica que se desenvolverá nos tribunais superiores, e acabará no STF. A exigência de não ter condenação em segunda instância para um candidato é igual à exigência da idade mínima ou ao domicílio eleitoral, não tem nada a ver com a legislação penal. Mesmo porque essa exigência foi aprovada em 1990, quando ainda vigia a exigência do STF do trânsito em julgado para a prisão de um condenado, o que foi substituído pela prisão em segunda instância somente em 2016.

Nunca é demais lembrar, porém, que o ministro Gilmar Mendes faz criticas severas à Lei da Ficha Limpa, e chegou a afirmar certa vez que ela parece ter sido escrita por um bêbado. 

Merval Pereira, jornalista - Coluna em O Globo

sábado, 29 de junho de 2019

Ex-chanceler petista - durante governo do hoje presidiário Lula - cospe no prato em que já não pode comer



Amorim cospe no prato em que já não pode comer 



Ex-chanceler do governo Lula, Celso Amorim ainda não leu o acordo celebrado entre o Mercosul e a União Europeia. Mas não gostou. Acha que a aliança comercial chegou em má hora. "O momento é o pior possível em termos da capacidade negociadora do Mercosul, porque os dois principais negociadores, Brasil e Argentina, estão fragilizados política e economicamente", disse ele à BBC. Curioso, muito curioso, curiosíssimo. Amorim comandou o Itamaraty durante os dois mandatos de Lula. Já teve a oportunidade de classificar o seu ex-chefe, momentaneamente preso em Curitiba, como o presidente mais extraordinário da história republicana. Mas o ex-chanceler não foi capaz de costurar o acordo com a União Europeia nesses oito anos em que imagina ter compartilhado de uma exuberância política e econômica propiciadas por Lula. E não foi por falta de tentativa.


Em 2004, segundo ano de Lula no Planalto, Amorim desperdiçou parte do seu tempo à negociação de um acordo do Mercosul com a União Europeia. Deu em nada. Ele alega que, nessa época, o setor industrial considerou que o acerto não era vantajoso. Por quê? Os benefícios oferecidos para a área agrícola não eram suficientes para compensar as concessões feitas à turma da indústria. Como se agora a situação fosse diferente. Num ponto, a crítica de Amorim soa paradoxal. O ex-chanceler avalia que alguém fez papel de bobo. Mas parece ter dúvidas sobre quem levou a melhor. Num instante, o ex-ministro de Lula manifesta o temor de que os negociadores europeus tenham passado a perna nos sul-americanos. Acha que a União Europeia teve pressa em fechar o acordo "porque sabe que estamos em uma situação muito frágil. E quando se está em uma situação frágil, se negocia qualquer coisa."


Noutro ponto, Amorim avalia que a turma do Mercosul é que deu uma rasteira nos europeus. Para ele, não passa de conversa mole o compromisso assumido por países como o Brasil de respeitar cláusulas que preveem a proteção ambiental, as metas do Acordo de Paris e os direitos trabalhistas. "Qual é o valor disso? A gente não cumpre nem as normas da OIT. Me espanta que os europeus acreditem nisso. Se acreditaram e aceitaram, é porque estavam com muita pressa e com muita vontade." Amorim realça que não é contra a ideia de um acordo do Mercosul com a União Europeia. Não, não, absolutamente. O que o preocupa são os pormenores diabólicos. "Recebo a notícia com um pé atrás porque o diabo mora nos detalhes, e a minha suspeita é que os detalhes não devem ser bons."


De fato, num acordo tão vasto como o que acaba de ser celebrado, decerto haverá detalhes passíveis de aperfeiçoamento. Não é por outra razão que a vigência da aliança comercial depende de acertos complementares e da aprovação dos legislativos dos países signatários. A coisa só deve engrenar daqui a uns dois anos. Entretanto, em meio às dúvidas, há na praça três certeza absolutas:



1) O governo Lula não teve interesse genuíno em associar o Mercosul à União Europeia.

 2) Na gestão de Dilma Rousseff, o interesse foi ainda menor. A prioridade de madame era empurrar a Venezuela e seus interesses tóxicos para dentro do bloco sul-americano.

3)  Ao criticar o acordo impulsiona

do sob Michel Temer e assinado sob Jair Bolsonaro, Celso Amorim, ex-chanceler do governo Lula e ex-ministro da Defesa da gestão Dilma, apenas cospe num prato em que já não pode comer.


LEIA TAMBÉM: Bolsonaro‘beija a cruz’ por acordo Mercosul-EU
Bolsonaro ‘beija a cruz’ por acordo Mercosul-EU ... - Veja mais em https://josiasdesouza.blogosfera.uol.com.br/2019/06/28/bolsonaro-beija-a-cruz-por-acordo-mercosul-eu/?cmpid=copiaecola... - Veja mais em https://josiasdesouza.blogosfera.uol.com.br/2019/06/28/bolsonaro-beija-a-cruz-por-acordo-mercosul-eu/?cmpid=copiaecola... - Veja mais em https://josiasdesouza.blogosfera.uol.com.br/2019/06/28/bolsonaro-beija-a-cruz-por-acordo-mercosul-eu/?cmpid=copiaecola... - Veja mais em https://josiasdesouza.blogosfera.uol.com.br/2019/06/28/bolsonaro-beija-a-cruz-por-acordo-mercosul-eu/?cmpid=copiaecola


 

quarta-feira, 2 de janeiro de 2019

Fala de Bolsonaro sobre ‘livrar’ o país do socialismo repercute no mundo

O discurso do presidente Jair Bolsonaro repercutiu nas principais veículos de comunicação europeus nesta quarta-feira, 2. Praticamente todas as publicações enfatizaram a fala do novo líder da maior economia da América Latina em que cita a libertação do Brasil do socialismo.

O jornal britânico The Guardian foi um dos que mencionaram o trecho como destaque. “Suas palavras encantaram uma multidão de mais de 100 mil pessoas – muitas das quais viajaram à capital modernista para o evento, convencidas de que o populista de extrema direita pode resgatar o País conturbado da corrupção virulenta, do aumento do crime e da estagnação econômica”, mencionou o diário. No jornal britânico de economia Financial Times, a posse de Bolsonaro não recebeu qualquer menção na edição impressa desta quarta-feira nem na versão na internet.

Ainda no Reino Unido, a rede de televisão BBC repetiu algumas vezes na noite de ontem uma reportagem sobre a posse de Bolsonaro. Em seu site na internet hoje, o assunto já está fora da página principal do veículo. No material de ontem, a BBC destacou que o presidente usou seu discurso de posse para prometer a construção de uma “sociedade sem discriminação ou divisão”. O enfoque sobre o fim do socialismo no país durante o discurso do novo presidente foi dado pelo francês Le Monde. Saudando “neste dia em que as pessoas começam a se libertar do socialismo, da inversão de valores, do gigantismo do Estado e do politicamente correto”, o líder da extrema direita brasileira prometeu livrar o país das “ideologias nocivas” que “destroem nossas famílias”, como as da “teoria do gênero” que abomina, ou “marxismo”, que ele acredita detectar nos livros didáticos.

Garantindo às pessoas “boas” o direito de “legítima defesa”, ele novamente mencionou seu desejo de flexibilizar o mais rápido possível a lei de 2003 que proíbe o porte de armas, mostrando ao mesmo tempo sua benevolência para com os atores da defesa do agronegócio em conflito com o movimento dos sem-terra e dos povos indígenas. [os bandidos disfarçados em 'sem terras' também matam - aliás, estão sempre armados e  prontos para o confronto com os legítimos proprietários dass terras que invadem, impunemente;

os índios também são violentos e agridem - além do absurdo que representa existir reserva indígena com 50.000 hectares para apenas doze índios.]
 O também francês Le Figaro mantém o tema sem muito destaque em sua página na internet. “Jair Bolsonaro assumiu o cargo na terça-feira, abrindo uma era de ruptura com sérias incertezas em relação à mudança para a extrema direita da maior potência da América Latina.”

Já o espanhol El País enfatizou a exibição da aliança de Bolsonaro com o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. “Bolsonaro e o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, aproveitaram a cerimônia para mostrar, via Twitter, sua aliança, que é uma virada ‘copernicana’ da política externa brasileira”, ressaltou o periódico. O veículo também informou que, em seu discurso de posse, o presidente evitou sua habitual crítica ao Partido dos Trabalhadores (PT) para convocar os deputados a se unirem “à missão de reconstruir o País, libertando-o do crime, da corrupção, da submissão ideológica e da irresponsabilidade econômica”.

O português Diário de Notícias, que acompanhou a transmissão do cargo ontem em tempo real, por sua vez, dá destaque à posse e salientou quatro frases do pronunciamento de Bolsonaro consideradas como “a chave” do discurso de posse: 
 1) “Este é o dia em que o povo começou a se libertar do socialismo, da invasão de valores, do politicamente correto, do gigantismo estatal; 
2) “Temos o desafio de enfrentar a ideologia que descriminaliza bandidos, pune policiais e destrói famílias, vamos restabelecer a ordem no País”; 
3) “Esta é a nossa bandeira, que jamais será vermelha, só será vermelha se for do nosso sangue derramado para a manter verde e amarela”, e 
4) “Traremos a marca da confiança de que o governo não vai gastar mais do que arrecada, do interesse nacional, do livre mercado e da eficiência, da garantia de que as regras, os contratos e as propriedades serão respeitados.

Revista IstoÉ



sexta-feira, 7 de dezembro de 2018

‘Não concorri com Lula porque ele está preso’

Claro que Jair Bolsonaro não deixaria passar em branco a declaração de Lula para a BBC de que o atual presidente eleito só venceu a eleição porque o petista não estava entre os candidatos (até esteve, mas foi retirado pelo TSE por ser ficha suja). “Só não concorri com Lula porque ele está preso, condenado por corrupção”, escreveu Bolsonaro.

 [Bolsonaro pisa no pescoço de Lula e de toda corja petista que fedendo o presidiário.

Presidente Bolsonaro, excelente resposta, mas, sugerimos que evite discutir com presidiário.

Não vale a pena, deixe o criminoso petista mofar na cadeia. Ele está desesperado, afinal já está confirmado que  vai passar Natal e Ano Novo na cadeia, está sendo abandonado de forma gradativa e inexorável pelos petistas e faz tudo para aparecer.

O próximo revés de Lula será sua transferência, nos primeiros dias de janeiro/19 para uma penitenciário comum.

Politico preso por crime comum cumpre pena em cadeia comum.] 

                                                                                            @jairbolsonaro

Só não concorri com Lula porque ele está preso, condenado por corrupção!

 

Em sua primeira entrevista da cadeia, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou que Jair Bolsonaro só foi eleito porque não concorreu contra ele.

Também impedido de ser entrevistado pessoalmente na cadeia, Lula respondeu a perguntas da emissora britânica “BBCpor meio de cartas, para um documentário sobre os últimos anos do Brasil que estreará em janeiro de 2019.

 “Bolsonaro só venceu porque não correu contra mim”, disse o ex-presidente na entrevista, feita por intermédio do jornalista Kennedy Alencar, seu ex-assessor. Em seu perfil no Twitter, Bolsonaro ironizou a declaração. “Só não concorri com Lula porque ele está preso, condenado por corrupção”, escreveu o presidente eleito.


quarta-feira, 28 de novembro de 2018

Americano confessa ter matado mais de 90 pessoas entre 1970 e 2013

Samuel Little, de 79 anos, é considerado o maior assassino em série da história moderna dos Estados Unidos. Ele afirma ter matado pelo menos 90 pessoas entre 1970 e 2013 e constantemente choca policiais e promotores pela falta de remorso e pelo excesso de detalhes sobre seus crimes. As informações são da BBC“Deus me fez dessa maneira, então por que eu deveria pedir perdão? Deus sabia de tudo que eu fazia”, disse Little para uma policial.

A maioria dos crimes cometidos por Little foram contra mulheres. Ele já foi previamente condenado a três penas de prisão perpétua pela morte de três mulheres e está preso no Texas. O detetive Michael Mongeluzzo se espanta com a boa memória do assassino, que se lembra de nomes e rostos de vítimas, mesmo após décadas.

Até o momento, investigadores vincularam nove crimes a Samuel Little, sendo que ele confessou todos os casos. A polícia acredita que casos arquivados em 14 estados americanos podem ter relação com o assassino em série que costumava estuprar, agredir e estrangular as vítimas.

IstoÉ 

 

segunda-feira, 5 de novembro de 2018

“Pouco contato”?!



Inteligente, preparado e falante, o vice Mourão ainda vai dar muita dor de cabeça


Passou suavemente, quase despercebida, a frase do presidente eleito, capitão reformado Jair Bolsonaro, sobre seu vice, general de quatro estrelas da reserva Hamilton Mourão, mas ela diz e projeta muito de um governo que nem começou. “Tenho pouco contato com ele”, disse Bolsonaro, com um ar de pouco caso, deixando uma pulga atrás da orelha de atentos e curiosos.

Mourão tem respeitável carreira no Exército, ocupou postos de destaque dentro e fora do País, inclusive o Comando Militar do Sul, foi bem em entrevistas às tevês (dizem que até melhor do que o próprio Bolsonaro) e acaba de passar muito bem no teste de inglês ao falar à BBC. Mas é dado a declarações polêmicas, às vezes chocantes. Sua primeira vitória foi ultrapassar Janaína Paschoal, Marcos Pontes, Magno Malta, Luiz Philippe Orleans e Bragança na corrida pela vice. Entre professores, políticos, astronautas e príncipes, Bolsonaro ficou com um general gaúcho que surgiu no cenário político ainda na ativa, ao ser afastado da Secretaria de Economia e Finanças do Exército em 2017, não por coincidência, após defender intervenção militar.

Já candidato, ele produziu as pérolas da eleição, atribuindo as mazelas brasileiras à “indolência dos índios” e à “malandragem dos negros” e confirmando suas crenças mais profundas ao orgulhar-se da beleza do neto e do “branqueamento da raça”, o que remete ao que há de pior na história da humanidade e é nevrálgico no Brasil. Ainda foi adiante ao chamar as famílias sem homens, comandadas por mães e avós, de “fábricas de desajustados”.

Até aí, Bolsonaro e a campanha tratavam Mourão como um boquirroto, que sai falando tudo que passa pela cabeça sem atentar para as consequências, mas o caldo entornou quando ele se meteu a falar de intenções de governo. Defendeu uma Constituinte exclusiva, formada por “notáveis” e passando ao largo do Congresso eleito pelo povo, aliás, uma ideia lançada pelo ministro Tarso Genro no governo do PT.  O general também virou estrela das redes sociais ao chamar o 13º salário de “jabuticaba brasileira”, mesmo depois de Bolsonaro alertá-lo duas vezes para ter “cuidado” com o que dizia. As advertências entraram por um ouvido, saíram pelo outro. E, no pior momento da campanha, quando o PT acertou o passo e os bolsonaristas não paravam de dar tiro no pé, Bolsonaro deu um freio de arrumação: mandou Mourão e Paulo Guedes calarem a boca. O economista atendeu, o general se deu por desentendido.

Inteligente e preparado, seria grosseiro e injusto tratar Mourão como apenas folclórico, até porque suas falas não são sobre banalidades, mas sobre coisas sérias, num País onde os vices não são apenas enfeite. Na prática, vice está na antessala de assumir a Presidência.  Sarney só entrou na chapa do adversário Tancredo para dividir a base do governo militar e garantir a transição. Itamar virou vice de Collor para dar consistência política e partidária a uma aventura do PRN. Temer foi resultado de uma aliança PT-MDB para dominar o Congresso, apesar de Dilma. Todos viraram presidentes.

Os demais nem sempre foram reforço, mas dor de cabeça. Aureliano Chaves infernizou (com boas razões) o general Figueiredo, último presidente militar. José Alencar virou arauto contra os juros altos e sonhava ser presidente um dia, mas Lula conquistou-o com lábia e jeitinho. O vice dos sonhos de qualquer um, ou uma, foi Marco Maciel, o pernambucano intelectual suave e discreto que jamais criou problemas para FHC.
Convenhamos, Hamilton Mourão está mais para Aureliano do que para Maciel e pode dar muito trabalho ainda para o presidente Bolsonaro, com quem tem “pouco contato” e, quando tem, parece não dar tanta bola assim.

Eliane Cantanhêde - O Estado de S. Paulo