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segunda-feira, 27 de fevereiro de 2023

A folia petista - Revista Oeste

Rodrigo Constantino

Pode inundar São Paulo inteiro que as lideranças do PT estarão alegres e saltitantes, fazendo o L de tanto se lambuzar com os recursos públicos

Flávio Dino, Janja, Randolfe Rodrigues, Gleisi Hoffmann e Lindbergh Farias celebrando o Carnaval | Foto: Montagem Revista Oeste/Reprodução 

 Flávio Dino, Janja, Randolfe Rodrigues, Gleisi Hoffmann e Lindbergh Farias celebrando o Carnaval | Foto: Montagem Revista Oeste/Reprodução 

O Carnaval terminou. Mas não a hipocrisia do PT e da nossa velha imprensa. Esta tende mesmo ao infinito, com seu duplo padrão escancarado. Enquanto os paulistas afundavam na lama das intensas chuvas que castigaram o Estado, a turma do PT caía no samba. 
Janja, que acompanha seu marido, Lula, em quase tudo que é evento, nem sequer largou o Carnaval da Bahia para visitar os locais da tragédia. Flávio Dino, depois de se “fantasiar” de guerrilheiro comunista, pulou numa resistente marquise fazendo o L, sem constrangimento algum com o caos paulista. 
O senador Randolfe Rodrigues idem, apareceu saltitante e sorridente.

Então quer dizer que as pessoas não podem se divertir durante uma catástrofe? Claro que não. Sendo o Carnaval uma festa de fuga da dura realidade que enfrentamos todos os dias, uma válvula de escape para as agruras da vida, um convite hedonista para glorificar a carne e o prazer, claro que todos têm o direito de desligar um pouco suas preocupações e pular o Carnaval. Mas o que chama a atenção é o critério seletivo da própria esquerda e da imprensa, hoje sinônimos. Ah, se fossem os bolsonaristas…

Não precisamos especular. Vimos como os petistas e os jornalistas trataram Bolsonaro durante enchentes ou mesmo a pandemia. Se o presidente fosse visto num jet ski ou dando algum sorriso, isso era sinal de que ele não passa de um psicopata, um genocida, um insensível que não dá a mínima para os outros. 
Por que não podemos usar a mesma régua agora, com Lula no poder? 
O que mudou? Pau que bate em Francisco também não dá em Chico?

A esquerda precisa se vender como a única força política preocupada com as minorias e os mais pobres, sem ter de debater os instrumentos para efetivamente melhorar suas vidas, trazer prosperidade às classes mais baixas

No começo do desastre paulista, o governo Lula autorizou somente R$ 2 milhões para auxílio. O governo Bolsonaro chegou a mandar R$ 700 milhões para ajudar as regiões afetadas pelas enchentes durante sua gestão
Se fosse o contrário, isso seria utilizado pela mídia como “prova” da sensibilidade social de um e da falta de empatia do outro. 
Mas como nosso “jornalismo” faz de tudo para proteger Lula e demonizar Bolsonaro, a gritante diferença passou despercebida.  
Novamente, o duplo padrão é gritante demais para ser ignorado.
Matéria no site da CNN, no dia 9/5/2020 | Foto: Reprodução
A “consciência social” da esquerda sempre foi um slogan, uma jogada de marketing, uma estratégia fria e calculista de conquista de votos para seu único projeto real, o poder.  
Ficar pregando caridade com o chapéu alheio é fácil; difícil é criar mecanismos de incentivos que realmente melhorem a vida dos mais pobres. Estes estão aguardando até agora as tais picanhas prometidas por Lula na campanha. É pura demagogia!

Sem o monopólio das virtudes a esquerda não consegue avançar. Ela precisa se vender como a única força política preocupada com as minorias e os mais pobres, sem ter de debater os instrumentos para efetivamente melhorar suas vidas, trazer prosperidade às classes mais baixas. Na prática, o esquerdismo costuma produzir apenas mais miséria, mostra-se incapaz de entregar os resultados prometidos. Mas os esquerdistas enriquecem no processo, normalmente por meio de muita corrupção.

Quando Lula foi declarado vitorioso no pleito questionado por muito eleitor, houve festa nas favelas. Mas não do povo, e sim daqueles que comandam esses territórios paralelos, os traficantes que receberam o candidato petista sem necessidade de qualquer escolta policial. 
Os presídios também comemoraram. E os artistas de olho nos milhões da Lei Rouanet, claro. 
A folia dessa turma pendurada em esquemas estatais ou dependente da leniência com o crime foi inversamente proporcional ao desespero do brasileiro médio trabalhador e honesto, ciente de que terá de pagar essa fatura e conviver com maiores taxas de criminalidade.
Artistas que apoiaram Lula na campanha de 2022  - 
 Foto: Divulgação/Ricardo Stuckert
O clima no Brasil trabalhador é de apreensão, de ressaca, de medo. Os patriotas sabem que a turma de Dirceu está de volta para conquistar e não mais largar todo o poder, inspirados nos projetos totalitários do Foro de SP e mirando nos exemplos de seus companheiros da Venezuela. 
Os alienados acham que isso tudo é teoria da conspiração, pois se recusam a admitir qual a essência do petismo. 
 Não vai ser nada fácil derrotar essa gente. [eles próprio perderão a credibilidade e as possibilidades de voltarem a vencer.] E eles contam com o velho “pão e circo” para distrair os adversários e suas vítimas.
Teremos anos de muita ressaca à frente para o povo brasileiro. Já os petistas não enxergam razão para qualquer tristeza. 
 Pode inundar São Paulo inteiro, o Estado pode ficar imerso na lama, que as lideranças petistas estarão alegres e saltitantes, fazendo o L de tanto se lambuzar com os recursos públicos. 
Quem ousar reclamar vai ouvir apenas um “perdeu, mané”. A folia não pode parar…

Leia também “A esquerda destrói e fica perplexa”

Rodrigo Constantino, colunista - Revista Oeste


segunda-feira, 11 de março de 2019

Lindbergh, com direitos políticos cassados, prepara a “fuga"

Fortes rumores sopram no sentido de que o ex-senador petista Lindbergh Farias estaria preparando uma saída estratégica do Brasil.

Sem mandato, sem foro privilegiado, com uma condenação em 2ª instância e outros processos avançando, o político estaria sondando possibilidades de conseguir trabalho em uma universidade no exterior.  Na viagem que fez recentemente a Europa, acompanhando a deputada Gleisi Hoffmann, a expensas do famigerado fundo partidário, Lindbergh teria ido tratar do assunto. 

A coluna de Lauro Jardim que circulou neste domingo (3) em O Globo noticia que o ex-senador já confidenciou a sua pretensão a amigos.

Disse o colunista:
O que pretende Lindbergh
Lindbergh Farias apanhou calado. No final do ano passado, durante uma viagem a Curitiba, ele levou um soco nas costas, desferido por um simpatizante de Flávio Bolsonaro, candidato que o derrotou na disputa pelo Senado no Rio de Janeiro.

Não se sabe se por medo da Lava-Jato, que o acossa, ou de novas agressões,
Lindbergh contou a amigos que pretende morar fora do país, de preferência, trabalhando numa universidade.

É o medo da Lava Jato...

Otto DantasArticulista

Transcrito do: A Verdade Sufocada

 

segunda-feira, 22 de outubro de 2018

“Esses marginais vermelhos serão banidos de nossa Pátria”, diz Bolsonaro

O candidato participou por telefone das manifestações deste domingo e apresentou duas saídas a seus oposicionistas: "Ou vão pra fora ou vão para a cadeia"

O presidenciável do PSL, Jair Bolsonaro, afirmou neste domingo que fará uma “faxina” e que os “marginais vermelhos” serão “banidos” do país, em referência aos seus adversários. Em fala transmitida a manifestantes a favor de sua candidatura na avenida Paulista, em São Paulo, e “dedicada a todo o Brasil” Bolsonaro afirmou que seus apoiadores são a maioria e que eles são “o Brasil de verdade”.   “Não tem preço as imagens que vejo agora da Paulista e de todo o meu querido Brasil. Perderam ontem, perderam em 2016 e vão perder a semana que vem de novo. Só que a faxina agora será muito mais ampla. Essa turma, se quiser ficar aqui, vai ter que se colocar sob a lei de todos nós. Ou vão pra fora ou vão para a cadeia. Esses marginais vermelhos serão banidos de nossa pátria”, disse o candidato, em referência aos que apoiam seu adversário, Fernando Haddad (PT).


“Essa pátria é nossa. Não é dessa gangue que tem uma bandeira vermelha e tem a cabeça lavada”, afirmou. A exemplo do ocorrido no primeiro turno, manifestantes a favor de Bolsonaro foram às ruas neste domingo para defender o candidato, um dia após protestos contra o líder nas pesquisas. 

Vídeos e imagens publicados em seu perfil do Twitter mostravam multidões em manifestações em São Paulo, Rio de Janeiro, Porto Alegre, Maceió, Salvador, Belém e Brasília, entre outras cidades.

O capitão reformado aproveitou a fala para bater mais uma vez na tecla da corrupção, acusando Haddad de estar próximo de ser preso para fazer companhia ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que cumpre pena desde abril em Curitiba após condenação por corrupção e lavagem de dinheiro no caso do apartamento tríplex no litoral de São Paulo.
“Aqui não terá mais lugar para a corrupção. E seu Lula da Silva, se você estava esperando o Haddad ser presidente para soltar o decreto de indulto, eu vou te dizer uma coisa: você vai apodrecer na cadeia. E brevemente você terá Lindbergh Farias (senador do PT) [derrotado fragorosamente na tentativa de reeleição, assim, 2m 2019, será apenas um ex-senador, a se juntar a derrotada Vanessa Graziotin.] ) para jogar dominó no xadrez. Aguarde, o Haddad vai chegar aí também. Mas não será para visitá-lo, não, será para ficar alguns anos ao teu lado”, afirmou.

“Já que vocês se amam tanto, vocês vão apodrecer na cadeia. Porque lugar de bandido que rouba o povo é atrás das grades.” O tom da fala, em clima de vitória, apesar do pedido do candidato para que seus apoiadores não se desmobilizem até a votação no próximo domingo, seguiu com Bolsonaro afirmando que irá cortar as “mordomias” de petistas.
“Pretalhada, vai tudo vocês para a ponta da praia. Vocês não terão mais vez em nossa pátria”, avisou. “Vocês não terão mais ONGs para saciar a fome de mortadela de vocês. Será uma limpeza nunca vista na história do Brasil.”  O candidato aproveitou para reafirmar que as Forças Armadas e de segurança terão papel importante em seu governo. Mais cedo, em vídeo de entrevista à Band divulgado em seu Twitter, o presidenciável afirmou que poderia utilizar militares para patrulhamento de rotina nas cidades, desde que o Congresso aprove excludentes de ilicitude.

Também voltou a declarar que pretende tipificar como terrorismo as atividades do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) e do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST).  “Vocês verão umas Forças Armadas altivas. Que estará colaborando com o futuro do Brasil. Vocês, pretalhada, verão uma Polícia Civil e Militar com retaguarda jurídica para fazer valer a lei no lombo de vocês”, ameaçou.

“Bandidos do MST, bandidos do MTST, as ações de ações serão tipificadas como terrorismo. Vocês não levarão mais o terror ao campo ou às cidades. Ou vocês se enquadram e se submetem às leis ou vão fazer companhia ao cachaceiro lá em Curitiba.”

O segundo turno da eleição presidencial entre Bolsonaro e Fernando Haddad (PT) ocorre no próximo dia 28. Segundo pesquisa Datafolha divulgada na quinta-feira, Bolsonaro tem 59 por cento dos votos válidos, enquanto Haddad soma 41 por cento.

Reuters

sábado, 27 de janeiro de 2018

Bravatas e realidade

Já entrou para o anedotário da política brasileira a confissão do ex-presidente Lula: “Quando a gente é de oposição, pode fazer bravata porque não vai ter de executar nada mesmo. Agora, quando você é governo, tem de fazer, tem que ser responsável, e aí não cabe a bravata”. Em outra ocasião, ele confessou, entre risos de seus entrevistadores amigos, que quando era oposição viajava o mundo falando mal do Brasil e ganhava muita atenção no estrangeiro citando dados estatísticos que não exprimiam a verdade.

Pois foram as bravatas de Lula e seus seguidores que justificaram a decisão do juiz federal de primeira instância Ricardo Leite, de Brasília, de apreender o passaporte do ex-presidente, medida cautelar prevista no Código de Processo Civil para substituir a prisão preventiva, impedindo-o de viajar à Etiópia, para um evento sobre o combate à fome no mundo, onde certamente voltaria a falar mal do Brasil e a contar bravatas sobre si mesmo e seus governos.


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segunda-feira, 30 de outubro de 2017

Porta-voz do Covil luloptista, Folha diz que o PT vê no bandoleiro Boulos substituto de Lula, o maior ladrão do Brasil. Faz sentido

Dirigentes do PT detectaram sinais de que Guilherme Boulos, o líder do MTST (Movimento dos Trabalhadores Sem Teto), está se preparando para ocupar o lugar do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva quando ele sair de cena. Boulos tem deixado claro que não pretende disputar a próxima eleição presidencial se Lula estiver no páreo, mas a avaliação na cúpula petista é que não existem hoje no partido sucessores que vistam tão bem como Boulos o figurino de líder de massas.

Nas discussões internas, dirigentes petistas dizem que tanto a senadora Gleisi Hoffmann (PR), presidente nacional do partido, como Lindbergh Farias (RJ), líder no Senado, poderiam pegar o bastão, mas lembram que eles não são unanimidade no PT e enfrentam problemas na Justiça.

O projeto Boulos é de longo prazo. Mesmo que Lula seja impedido pelos tribunais de disputar a eleição de 2018, petistas não veem o líder do MTST como opção imediata. Nesse cenário, acham que ele poderia entrar na corrida presidencial como candidato do PSOL, como já se cogita na sigla.[natural, por ser sabido que os dejetos sempre procuram os esgotos.
Lindbergh talvez cumpra uma pena alternativa, mas Gleisi vai bater coxa durante algum tempo em uma penitenciária feminina e Lula, mesmo Deus lhe concedendo vida longa, purgará enjaulado até próximo de completar oitenta janeiros. ]

Recessão econômica provocada pela dupla corrupta Lula-Dilma foi a mais intensa desde 1980, aponta FGV


Após uma longa recessão, a atividade econômica brasileira entrou num período de expansão a partir do primeiro trimestre de 2017, mas a retomada tem sido mais lenta do que nos períodos de crise registrados no passado, segundo avaliação do Comitê de Datação de Ciclos Econômicos da Fundação Getulio Vargas (Codace/FGV).

O Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro encolheu 8,6% em 11 trimestres de recessão. Em reunião na última sexta-feira, o Codace, órgão independente criado pela FGV para acompanhar os ciclos da economia, identificando períodos de expansão e retração, marcou o quarto trimestre de 2016 como o fim da recessão. O ciclo de retração tinha começado no segundo trimestre de 2014.
"Além de a recessão terminada no quarto trimestre de 2016 ter sido longa e intensa, o Comitê avaliou que a recuperação tem se mostrado até aqui lenta em comparação com o padrão observado nas saídas de recessões anteriores", declarou o Codace em comunicado divulgado nesta segunda-feira.

O comitê avaliou que a recessão de 2014-2016 foi a mais longa entre as nove datadas pelo órgão a partir de 1980, empatada com a de 1989-1992. A perda acumulada pelo PIB também foi a mais intensa da série histórica, mas muito similar com a queda de 8,5% do PIB na recessão de 1981-1983. O cálculo teve como base os dados das Contas Nacionais apuradas pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). 


terça-feira, 13 de junho de 2017

Lula e seu partido dividido

O Grande Líder se esforça para manter a unidade do PT

O PT encerrou seu 6.° Congresso Nacional sem oferecer praticamente nenhuma grande novidade ao distinto público de convertidos à fé inabalável nos superpoderes de Lula da Silva, que, pessoalmente, parece ser a única unanimidade ou quase – dentro do partido. Como de hábito, foi eleito para presidir a legenda o nome imposto pelo Grande Líder: a senadora Gleisi Hoffmann. Mas a corrente Construindo um Novo Brasil (CNB), liderada por Lula e antes amplamente majoritária no Diretório Nacional, só conseguiu ocupar metade das 90 cadeiras em disputa, assim mesmo porque fez uma composição com a corrente O Trabalho. Já em matéria de “conteúdos”, nada mudou no Congresso. 

Repetiram-se as mesmas ideias de sempre – que resultaram na atual crise econômica, política, social e moral do País – embaladas nas também habituais frases feitas da demagogia populista em que Lula é insuperável, como demonstrou no discurso de abertura do encontro: “Essa elite não sabe resolver os problemas do País. Nós provamos que sabemos. Já fizemos e vamos fazer outra vez. A gente vai voltar a governar este país a partir de 2018”.

É óbvio que Lula se valeu do congresso para tentar, com as frases feitas em que é especialista, levantar o moral e recuperar a autoestima da companheirada, relembrando o passado de lutas “em defesa dos pobres” – expressão que repetiu insistentemente em seus discursos – e as “grandes conquistas” dos governos petistas, todas elas grandiosas e inéditas “como nunca antes na história deste país”. A preocupação de Lula em manter a unidade do PT ficou demonstrada, ao longo dos três dias de encontro, pela clara manifestação de alguns sintomas.

O mais evidente deles foi a insistência com que, em seu discurso na abertura do congresso, Lula recomendou mais de uma vez que o debate de teses e propostas se desenvolvesse no sentido de unir e não de dividir a militância, uma vez que “lá fora são inimigos de classe que querem nos destruir e nós precisamos estar preparados para derrotá-los”. Mas as divergências internas se manifestaram, de forma mais contundente do que nunca, com a reviravolta que acabou com a ampla hegemonia interna da Construindo um Novo Brasil. Embora Lula ainda seja o maior líder do partido, seu prestígio pessoal não se transfere na mesma medida para a CNB.

A disputa interna por cargos de direção foi tão acirrada que para acomodar todas as tendências foi necessário aumentar o número de vagas tanto do Diretório, de 82 para 90, como da Executiva Nacional, de 18 para 26. Até mesmo a eleição de Gleisi Hoffmann, em substituição a Rui Falcão, que ficou seis anos na presidência nacional do partido, se deu com uma votação consideravelmente menor do que fazia prever o fato de Lula tê-la escolhido para o cargo e conchavado sua candidatura com os líderes de todas as demais correntes partidárias. Gleisi teve 62% dos votos, contra 38%, mais do que um terço do total, atribuídos a Lindbergh Farias, apoiado pelas correntes de esquerda.

Lula está claramente preocupado em manter sob controle os esquerdistas de um partido com raízes fortemente plantadas no pragmatismo do movimento sindical. Está convencido de que suas pretensões eleitorais terão que estar escoradas no discurso de esquerda, para obter o apoio dos estratos menos favorecidos da população. Não por acaso, discursando no congresso petista, defendeu enfaticamente a política externa de seu governo, definindo-a como “anticapitalista” e defensora da “solidariedade humana”.

Lula teve ainda uma palavra para “tranquilizar” seus correligionários quanto aos “problemas” que está tendo com a Lava Jato. Garantiu que ao depor perante o juiz Sérgio Moro comprovou sua “inocência” e agora espera que os promotores “apresentem provas” das acusações que fazem. E sentenciou: “Está na hora de acabar com essa palhaçada neste país”. É o que os brasileiros esperam.

Fonte: Editorial - O Estado de S. Paulo

 

 

sábado, 10 de junho de 2017

Petralhas a todo vapor

Eleição da ré Gleisi Hoffmann à presidência do PT, apoiada por um colégio eleitoral repleto de processados pela Justiça, mostra que o partido perdeu todos os pudores, parâmetros éticos e diminuiu de estatura moral

A eleição da senadora Gleisi Hoffmann (PR) para a presidência do PT só corrobora o fato de que a direção tomada pelo partido é uma só: a do precipício. O partido escolheu, por eleição indireta, uma presidente denunciada no Supremo Tribunal Federal (STF) por receber dinheiro de propina para financiar suas campanhas eleitorais. Com isso, o partido segue na contramão de algumas (poucas) tendências do partido, como as capitaneadas por petistas históricos como Olívio Dutra e Tarso Genro, ávidos por uma reflexão profunda sobre os malfeitos da legenda nos últimos anos. Gleisi, pelo contrário, parece não enxergar problemas na maneira como o PT foi conduzido nos últimos tempos. À platéia, apinhada de processados, imprimiu novas cores à narrativa. Agora, não descarta que o partido tenha incorrido em atos ilícitos. “O dinheiro desviado só não estava destinado a enriquecer” a companheirada – argumento que, sabe-se, também não guarda relação com os fatos.

A petista teve escola. Gleisi não teria alcançado o posto máximo da legenda sem a prestimosa contribuição do famoso padrinho. Foi eleita com a bênção do ex-presidente Lula, o que mostra que ele continua sendo o grande coronel do partido, embora pentarréu e prestes a ser condenado em primeira instância. A atuação do ex-presidente no pleito interno do PT contraria inclusive seu próprio depoimento ao juiz Sérgio Moro, em Curitiba, no qual disse não possuir influência nas decisões da legenda desde quando assumiu a Presidência da República em 2002 ao ser questionado se ele tinha conhecimento da corrupção na Petrobras perpetrada por seu partido.

“O PT não é organização religiosa e, por isso, não faz profissão de culpa, nem tampouco nos açoitaremos” 
Gleisi Hoffmann, presidente do PT

Outra demonstração de que a velha-guarda ainda continua viva entre as galerias da legenda – e pronta para atacar de novo os cofres do país – foi o “carinho” demonstrado a um dos políticos mais implicados nos últimos escândalos de corrupção: José Dirceu. Durante a abertura do 4ª Congresso Nacional do PT, na sexta-feira 2, em Brasília, o nome dele foi recebido com o tradicional canto de guerra: “Dirceu, guerreiro, do povo brasileiro”.

A platéia qualificada com militantes graduados no mundo do crime contou ainda com a presença do ex-tesoureiro do partido Delúbio Soares. Delúbio foi condenado por lavagem de dinheiro na Operação Lava Jato a uma pena de cinco anos de prisão em regime fechado. Delúbio é acusado de participar de uma operação de empréstimo fraudulento de R$ 12 milhões concedido ao pecuarista José Carlos Bumlai e que teve como destino real o PT. De chapéu branco, ele entabulava conversas descontraídas, sem qualquer sensação de culpa.

Por fim, a opção pela senadora Gleisi em detrimento de petistas dispostos a puxar o PT para outro rumo, o do mea culpa, revelou também uma característica da cúpula que agora será liderada por ela pelos próximos dois anos: a de descartar como sapato velho companheiros que estão mais implicados com a Justiça, como é o caso dos ex-ministros Guido Mantega e Antônio Palocci. Este último preso em Curitiba. Os dois são assuntos proibidos no partido. Eles estão prestes a assinar acordo de colaboração premiada com a força-tarefa da Lava Jato.

No seu primeiro discurso já como presidente eleita do PT, no sábado 3, Gleisi mandou um recado aos militantes e fez um gesto de que dará continuidade à forma de se fazer política dentro da legenda. Ou seja, a senadora vai passar uma borracha no passado de sujeira e não reconhecerá os erros, como a institucionalização da corrupção nos governos de Lula e Dilma.

PT não é igreja
No discurso de posse carregado de ironia e escárnio, Gleisi disse que a legenda não é organização religiosa e, por isso, não faz profissão de culpa, nem tampouco “nos açoitaremos”. E, mais uma vez, se apoiou em cantilenas antigas para justificar sua omissão. “Não vamos ficar apontando nossos erros para que a burguesia e a direita se aproveitem disso. Nós reconhecemos nossos erros na prática”, disse a senadora.


Mas o motivo dela não querer escarafunchar o passado é outro. Gleisi também é investigada pela Operação Lava Jato. A senadora é ré no processo que tramita no STF. A ação imputa a ela crime de corrupção passiva e lavagem de dinheiro. Ela teria recebido R$ 1 milhão do esquema montado na Petrobras. A senadora foi ainda citada por três delatores da Odebrecht que afirmaram que ela se beneficiou da propina paga ao marido, Paulo Bernardo, quando ele ocupava a cadeira de ministro dos governos de Lula e Dilma. O dinheiro serviu para irrigar a conta de campanha dela para a prefeitura de Curitiba em 2008 e ao Senado, em 2010. Além disso, as despesas com a corrida dela ao governo do Paraná em 2014 também contaram com aportes da empreiteira.

Gleisi responde ainda a outro processo na Suprema Corte. Os ministros devem julgar a ação que investiga o envolvimento dela com irregularidades em contratos do Ministério do Planejamento com empresa de gestão de empréstimos consignados. Na ocasião em que foi deflagrada a Operação Custo Brasil, em junho de 2016, o marido dela, Paulo Bernardo, chegou a ser preso.

Para vencer seus adversários, como o colega de bancada no Senado, Lindbergh Farias (RJ), ela recorreu ao colégio eleitoral petista, em eleição indireta, contrariando a tradição do partido nos últimos anos, em que o presidente era eleito de forma direta pelos 2 milhões de filiados. Gleisi foi eleita por 367 (61%) dos 593 votos. Em segundo lugar, ficou Lindbergh, com 226.
 
A eleição de Gleisi poderia significar um ato de vanguarda, por ser a primeira mulher a exercer a função mais alta do partido. Mas, diante dos crimes que lhe são imputados, esse fato passará despercebido.


PT sem rumo
O PT, que prega eleições diretas, escolheu a nova presidente, a senadora Gleisi Hoffmann (PR), pela via indireta, num colégio eleitoral composto por apenas 593 petistas  Em anos anteriores, o presidente do partido foi eleito por eleições diretas, com o voto dos dois milhões de petistas

Desta vez, Gleisi foi eleita por apenas 367 pessoas, o que dá para encher menos de dez ônibus
O senador Lindbergh Farias (RJ) ficou em segundo, com  226 votos

Por: Ary Filgueira

 

sexta-feira, 2 de junho de 2017

Militância petista chegou a ensaiar vaias ao ex-presidente

Irritado com Lindbergh, Lula afirma: ‘Esse garoto não tem futuro’

Lindbergh Farias ganhou espaço cativo na caixinha de mágoas de Lula desde que se recusou a abandonar a disputa pela presidência do PT.  Esses dias, o ex-presidente, que pediu a ele para desistir do plano e apoiar Gleisi Hoffmann, sentenciou a interlocutores: “Esse menino não tem futuro”.

Mas o pior estava por vir.  Ontem, Lindbergh saiu diminuído do Congresso Nacional do partido, em Brasília. Ele sequer estava convidado para se sentar à mesa das autoridades no evento. Só ocupou uma cadeira depois que sua militância, na platéia, gritou pelo nome dele.

Ao pegar o microfone, Lula não perdoou: declarou voto na mulher que ele transformou em favorita para comandar o partido e nem felicitou o adversário dela. “Quero dizer aqui que minha candidata a presidente do PT é a nossa líder e senadora Gleisi Hoffmann”.

A militância reagiu de novo e, ao fundo, esboçou uma vaia ao ex-presidente, rapidamente abafada pelos correligionários. Ao fim, vários petistas acompanharam Lula e Dilma Rousseff à sala VIP do local onde ocorreu o Congresso. Lindbergh tomou o caminho de casa, bem menor do que entrou.

Fonte: VEJA 

 

 

sexta-feira, 12 de maio de 2017

Fachin manda a Moro investigação sobre campanhas de Dilma e Lula

O ministro Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal (STF), autorizou o envio de trechos das delações de João Santana e Mônica Moura que tratam do uso de caixa 2 nas campanhas presidenciais de Luiz Inácio Lula da Silva, em 2006, e de Dilma Rousseff, em 2010 e 2014, ao juiz federal Sérgio Moro. 

Além da Justiça Federal no Paraná – que receberá metade -, os pedidos de investigação feitos pela Procuradoria-Geral da República serão enviados a outros quatro Estados e ao Superior Tribunal de Justiça (STJ). Alguns casos ficarão com no próprio Supremo. Sem contar os estrangeiros, 16 políticos brasileiros são citados em 21 petições – a 22.ª não teve o conteúdo divulgado. A Justiça Federal no Rio Grande do Norte, Sergipe, Mato Grosso do Sul e São Paulo receberão um caso cada uma. 

Outro caso que Fachin enviou a Curitiba envolve a campanha do atual deputado federal Patrus Ananias (PT-MG) à prefeitura de Belo Horizonte em 2012, apesar de ele ter cargo com prerrogativa de foro no Supremo. Como a campanha de Patrus também tem menções ao governador de Minas Gerais, Fernando Pimentel (PT), Fachin autorizou o envio de informações ao STJ. 

Foro privilegiado
Há, além de Patrus, cinco políticos com prerrogativa de foro no Supremo envolvidos em possíveis crimes, de acordo com a PGR. São os senadores Lindbergh Farias (PT-RJ), Gleisi Hoffmann (PT-PR) e Marta Suplicy (PMDB-SP) e os deputados Zeca do PT (SP) e Vander Loubet (PT-MS). [deve ser destacado que Marta Suplicy quando cometeu os crimes pertencia ao PT-SP.] No caso destes dois últimos, a PGR ainda não informou se pedirá um novo inquérito ou se acrescentará os fatos narrados e documentos em investigações que já existem contra os dois deputados. 

Os indícios de pagamento ilícitos relacionados à campanha de 2008 de Gleisi à prefeitura de Curitiba, por já haver investigação semelhante, serão juntados ao inquérito específico que tramita no Supremo. 

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.


sábado, 8 de abril de 2017

Lula, o fanfarrão

As fanfarrices de Lula

O ex-presidente Lula agora faz proselitismo em horário nobre de TV. Diz que a economia piorou depois que o PT saiu do poder e que tudo pode voltar às mil maravilhas – se o Partido (claro!) recuperar o controle do Planalto. Quem ainda pode acreditar nas lorotas desse senhor, réu em cinco processos, metido num emaranhado inominável de esquemas, que não cansa de cometer atentados aos fatos em prol de uma ambição desmedida? Com a cara mais lavada do mundo, mirada solene, tal qual um restaurador da ordem, cabelos meticulosamente para trás, cada fio em seu lugar, vestindo terno de fino corte, Lula aparece na telinha para exercer o conhecido apego a falácias no intuito de convencer incautos. 


Alardeia um mundo de fantasias, de programas de educação e saúde que redundaram em rotundos fracassos, com estouros de verbas e pífios resultados, aqui e ali resvalando na corrupção. Vangloria-se da criação de mais de 22 milhões de empregos na era petista (de onde ele tirou esse número?) quando, na prática, o rastro de destruição deixado pela agremiação gerou um saldo de quase 13 milhões de desempregados. Vende exuberância e prosperidade. Abusa de demagogias populistas. Escora-se na propaganda e marketing pessoal, mesmo para tapear, como a alma do negócio. Ele nem toca no assunto dos erros que levaram à pior e mais longa temporada de recessão de nossa história.

No conjunto, Lula e Dilma, durante mais de 13 anos, erigiram uma máquina de desperdício, inépcia e ineficiência. Como dar lições de moral com esse currículo? É bom revisitar sistematicamente as chagas abertas nas gestões do PT, para nunca esquecer. De sua lava saíram o Mensalão”, o “Petrolão”, o aparelhamento sindical do Estado com apaniguados e inexperientes compadres a consumir recursos e saúde das empresas estatais. Quebraram quase tudo. Inviabilizaram as contas da União. Saquearam a riqueza dos brasileiros. Ninguém quer o retorno a esses tempos de tragédia. Qualquer pessoa minimamente informada sente a virada de expectativas desde a recente troca de comando em Brasília. Mas Lula não se cansa de pintar com imagens mais sutis, mais benevolentes e menos reais, os feitos petistas. 

Se esquece, ou desconsidera propositalmente, que a inflação só começou a cair após a deposição da pupila Dilma. Que os investimentos estão, aos poucos, retornando. Bem como a produção industrial, o financiamento em conta, os juros civilizados, os gastos públicos disciplinados no limite do orçamento. Não precisa ir longe para recordar a marcha da insensatez na qual nos metemos. Em apenas dez meses de lá para cá, mudaram os indicadores, as decisões e planos monetários, os objetivos de governo que hoje luta por reformas estruturais para consertar os estragos deixados e os vícios de origem. 

Lula ataca as reformas – especialmente a da Previdência – no intuito de sabotar o Brasil. Não pensa no que é melhor para o País. Apenas nele mesmo e em suas costuras eleitorais. Atalho para (quem sabe!) livrá-lo das punições da Justiça. O ex-presidente posa de paladino, de “salvador da pátria”, em um figurino surrado e de baixo crédito. Fala o que lhe dá na telha. Como, aliás, sempre fez, sem medir consequências. E articula as peças do seu tabuleiro em proveito próprio. Repetiu a tática mais uma vez há poucos dias na escolha do candidato a presidir o Partido. O cacique estava mais propenso pela senadora paranaense Gleisi Hoffmann e tentou dissuadir o ex-líder estudantil carioca, Lindbergh Farias, a desistir da pretensão. Sem sucesso. Abriu um racha nas bases. Nada que o lulopetismo não seja capaz de contornar. Tarefa, com certeza, menos inglória do que a de convencer milhões de brasileiros de suas boas intenções numa eventual volta ao governo.

Fonte: Editorial - Carlos José Marques - Diretor Editorial

 

domingo, 18 de dezembro de 2016

´Direitos políticos do senador Lindbergh Farias, PT-RJ - agitador- mor - são suspensos

Justiça do Rio suspende direitos políticos de Lindbergh Farias

Senador foi condenado pelo uso promocional da própria imagem quando era prefeito de Nova Iguaçu e se candidatava à reeleição

A Justiça do Rio de Janeiro suspendeu os direitos políticos do senador Lindbergh Farias (PT-RJ) por quatro anos, em decisão anunciada na noite de sexta-feira. O parlamentar é acusado de ter permitido o uso promocional de sua imagem, entre 2007 e 2008, quando era prefeito de Nova Iguaçu (RJ) e se candidatava à reeleição (conquistada por ele em 2008). Lindbergh promete recorrer da decisão.

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A decisão foi anunciada pela juíza Nathalia Calil Miguel Magluta, titular da 5ª Vara Cível da Comarca de Nova Iguaçu e Mesquita, na Baixada Fluminense, que também multou Lindbergh em 480.000 reais. De acordo com o TJ, Lindergh distribuiu caixas de leite e cadernetas de controle de distribuição com o logotipo de seu governo.

“O réu usou seu cargo e o poder a ele inerente para beneficiar-se em sua campanha à reeleição. O réu causou dano ao gastar verba pública na criação do símbolo, sua inserção em campanhas e sua propagação, associada a seu nome, em situações em que não era necessário. Faltou à conduta do réu impessoalidade, economicidade e moralidade, ressaltou a magistrada na sentença.

Resposta – Em nota, Lindbergh informou que irá recorrer da sentença e afirmou que o STF (Supremo Tribunal Federal) já o absolveu. “Essa mesma matéria já foi julgada em 2011, pelo STF, que decidiu pelo seu arquivamento, com 10 votos a favor, por entender não haver indícios para incriminar-me. Estamos recorrendo dessa decisão para que a justiça seja feita e a verdade reestabelecida”, escreveu o senador.

 Leia também: O dia em que Sergio Moro desmascarou Lindbergh Farias


sexta-feira, 2 de dezembro de 2016

Sergio Moro não consegue dizer, DE NOVO!, o que há de errado no projeto contra abuso de autoridade

Em debate com Gilmar Mendes, juiz se limita a dizer que “agora não é hora” de votar o texto. Mas não diz por quê 

Gilmar Mendes, ministro do STF e presidente do Tribunal Superior Eleitoral, e o juiz Sergio Moro deram uma contribuição à democracia ao aceitar participar, nessa quinta, de um debate no Senado sobre o projeto que muda a lei que pune abuso de autoridade. Como se sabe, Mendes é favorável quando presidente do STF e do Conselho Nacional de Justiça, ele próprio estimulou a formação da comissão que a redigiu. Era o ano da graça de 2009. Moro já se disse contrário ao texto. E repetiu essa posição nesta manhã. Mais uma vez, ele não conseguiu dizer por quê.

Antes que continue, uma observação: a se dar crédito a certa cobertura, parece que não houve debate; tem-se a impressão de que Moro falou sozinho. E não foi o que aconteceu. Revejam a integra do encontro. Mendes, como diz a meninada, “lacrou”. E vou fizer qual é o ponto essencial.

Infelizmente, descobrimos que a restrição principal do juiz ao projeto é o “momento” em que este está sendo debatido, o que, francamente, é espantoso. Pergunto: existe momento para combater abuso de autoridade? Já disse aqui e repito: é o mesmo que sustentar que existe a hora certa para cometer o abuso de autoridade.  Instado a dizer, afinal de contas, o que não achava bom no texto, o juiz não soube. Afirmou ser preciso impedir que se acuse o chamado crime de hermenêutica, que consistiria em punir um juiz ou procurador porque cometeu um erro de interpretação.

Então é por isso que Moro não quer a aprovação do projeto? Ora, é fácil de resolver. Por mim, especifica-se claramente que ninguém será punido por crime de hermenêutica. Ocorre que o ponto não é esse. Tanto o juiz como os procuradores dizem “que agora não é hora”… Isso é preocupante. Faz supor que a Lava Jato precisa de alguns abusos para existir. Pergunto: precisa?

O debate foi cordial, como deve ser entre pessoas civilizadas apesar da presença de Lindbergh Farias. Num outro momento do encontro, o juiz criticou o que chamou de “emendas da meia-noite” nas propostas que combatem corrupção. De fato, não são boas. Mas aí foi a vez de Gilmar Mendes indagar se os mais de 2 milhões que assinaram a emenda de iniciativa popular, redigida pelo MPF, [a redação ser do MPF esvazia o argumento iniciativa popular - não se pode olvidar que o MPF tem vocação legislativa, o que se percebe nos TACs, que impõem à outra parte, normas que expressam como o MP gostaria que fossem as leis sobre as matérias objetos dos democráticos Termos de Ajustamento de Conduta ] sabiam que lá estavam contidas coisas como aceitação de provas ilegais e limite ao habeas corpus.

O juiz Sergio Moro e a força-tarefa como um todo são dignos de todos os aplausos na sua luta contra a corrupção quando se comportam dentro dos limites legais e na respectiva esfera que lhes é própria. Mas eu sempre vou me opor a esses momentos em que, na prática, pedem: “Acreditem em nós!”. Não se trata de matéria de crença.

O juiz teve uma chance de ouro de dizer o que é ruim no projeto. Não disse. Como não o fez Rodrigo Janot em entrevista à Folha. Como não o fizeram os procuradores. Aí fica difícil. Afirmam que o projeto prejudica a Lava Jato, mas são incapazes de explicar por quê.

Fonte: Blog do Reinaldo Azevedo