Com o apoio da ala
militar, que já reconhece a incompatibilidade de Jair Bolsonaro com Luiz
Henrique Mandetta, o martelo foi batido no Palácio do Planalto. O
ministro da Saúde será demitido nesta semana. A exoneração deve ser anunciada entre
esta quarta e a próxima sexta-feira. Em sigilo, o próprio Mandetta e seu
time já esperam pelo fim. Seguem trabalhando formalmente, mas já
sentindo o cheiro de queimado.
Auxiliar pessoal do presidente nessa cruzada contra as medidas adotadas por Mandetta na guerra ao coronavírus, Osmar Terra ganhou adesões importantes nas últimas horas. Ele conquistou o apoio dos filhos de Bolsonaro, como o Zero Um, Flávio, mas ainda enfrenta resistências na ala militar do governo. Terra vem ganhando adesões por causa das críticas ao isolamento social implementado por governadores. O ex-ministro da Cidadania é o principal cotado para o cargo de Mandetta no momento.
Secretário-executivo do Ministério da Saúde, João Gabbardo, é outro que começou a ser lembrado por apoiadores do Planalto depois da entrevista de Mandetta no domingo, como uma saída menos traumática, caso Bolsonaro decida demitir o atual ministro. Seria uma solução “meio termo” na crise. Recentemente, um grupo influente de empresários bolsonaristas levou ao presidente o nome de Claudio Lottenberg para o cargo de ministro da Saúde na vaga que mais dia menos dia será aberta com a saída de Luiz Henrique Mandetta.
Presidente do Conselho do Hospital Albert Einstein e tido como um dos líderes da comunidade judaica em São Paulo, Lottenberg é visto com bons olhos pelo empresariado, mas seus laços com João Doria praticamente inviabilizam a indicação. [seria substituir um inimigo pelo amigo do inimigo - destaque-se que infelizmente as medidas defendidas pelo governador paulista, tornando preferencial o isolamento obsessivo, não impediram que o índice de letalidade daquele estado seja superior ao nacional.] A informação de que a exoneração de Mandetta já está no forno foi confirmada há pouco, ao Radar, por interlocutores diretos do presidente. Bolsonaro, no entanto, é sempre imprevisível. A conferir.
Radar - VEJA