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segunda-feira, 1 de julho de 2019

Militância do IntercePT = 'o escândalo que encolheu' - Bolsonaro na estrada da reeleição

Chabu da Intercept lança Moro nos braços do País

Saiu pela culatra o tiro do site





Sinais indicativos observados em Brasília e nas diferentes regiões do território nacional (incluindo levantamentos de opinião pública feitos nos últimos dias por institutos de pesquisa), apontam para duas situações no desfecho mais que provável das manifestações de rua convocadas para este domingo, 30, com bandeiras contra a corrupção e em defesa da Lava Jato e de sua figura mais referencial e expressiva, o ex – juiz federal, Sérgio Moro, atual ministro da Justiça e da Segurança Pública. Agora, peça central do embate político, ideológico e moral que se trava no Brasil.

A primeira situação praticamente já está desenhada – salvo alguma grande surpresa factual, improvável diante do que se vê e, principalmente, daquilo que foi entregue até aqui: saiu pela culatra o tiro do site The Intercept Brasil, do jornalista norte-americano Glenn Greenwald, com a publicação de supostos diálogos e mensagens virtuais do ex-magistrado com o procurador Deltan Dallagnol, obtidas através de invasões ilícitas de celulares por hackers (ou seja lá quem for). Para usar uma linguagem mais típica e apropriada ao período dos festejos juninos que se encerram no Nordeste, o “estouro” pretendido pelos autores e possíveis beneficiários do escândalo, deu chabu.

A segunda situação do rol de expectativas, dentro da configuração atual do quadro político nacional, está à véspera de poder ser observada nos atos populares marcados para este domingo de final de junho para ficar guardado na memória: Sérgio Moro, o ex-magistrado condutor da maior e mais efetiva ação de combate a corruptos e corruptores da história brasileira, atual ministro da Justiça e figura política e administrativa de maior credibilidade, prestígio popular, além de integrante mais bem avaliado do governo (nas pesquisas realizadas até aqui), lançado, definitivamente, nos braços de um País. A conferir. [salientando que a fantástica, magnifica vitória obtida pelo presidente JAIR BOLSONARO, o traz de volta ao seu lugar - o primeiro -  e Moro assume de forma merecida, o segundo lugar.] 
 
Depois do desempenho marcante, da semana passada, na inquirição da Comissão de Constituição e Justiça do Senado, e de rápida passagem pelos Estados Unidos, onde fez visitas e contatos de conteúdo ainda não de todo conhecidos mas que estão deixando de cabelo em pé não apenas hackers invasores de computadores e de celulares de autoridades públicas – , Moro retornou, na quarta-feira à Esplanada dos Ministérios, em Brasília, de onde deverá acompanhar, atentamente, os sinais que as ruas do Brasil mandarão para ele, neste domingo do fim de ardente junho.

No famoso Decálogo do Estadista, baixado por Ulysses Guimarães, Vocação é o segundo mandamento. Em seu enunciado está escrito: “O estadista nasce, é o encontro de um homem com seu destino. O estadista é um animal político. Fora da política é um frustrado, um ressentido, um infeliz, embora possa ter êxito em outras atividades. Ainda que pagando o preço ingrato de percalços, perigos e sofrimentos, confirma o acerto da definição de Alphonse Karr de que o segredo da felicidade é fazer do seu dever o seu prazer”. A cara de Sérgio Moro! Ou não? Responda quem souber.

Vitor Hugo Soares é jornalista, editor do site blog Bahia em Pauta
E-mail: vitors.h@uol.com.br

2022 está longe e está aqui. E isso é absolutamente normal

Jair Bolsonaro está na estrada reeleitoral


A eleição de 2022 já começou? A pergunta só tem significado se a premissa é que os políticos alguma hora, como se diz, descem do palanque. Aliás isso de “descer do palanque” tem um componente de estelionato. Dizer uma coisa na eleição e executar outra no governo. Apresentar ideias róseas ao povão e depois “fazer o que tem de ser feito”. Costuma acabar mal. Já começaram os debates entre os pré-candidatos democratas à Casa Branca, e o republicano Donald Trump também se lançou à reeleição. A urna só chega no fim de 2020. Ninguém reclamou. Criminalizar “campanha antecipada” é subdesenvolvimento. Idem o veto ao financiamento empresarial, troféu vistoso do proibicionismo burocrático.

Jair Bolsonaro está na estrada reeleitoral desde sua eleição, e isso não chega a ser um problema para ninguém. Aliás é um kit de sobrevivência, para ele. Mantém mobilizada sua base fiel enquanto resiste a dividir poder com o Congresso e arreganha os dentes para os empoderados Judiciário e Ministério Público, concorrentes dele na vida real.  Só uma coisa é razoável prever. O segundo turno em 2022, se houver, será entre um bolsonarista e alguém da esquerda. Daí a movimentação por um “bolsonarismo sem Bolsonaro”, por enquanto com João Doria e Luciano Huck, e a luta feroz de Ciro Gomes contra Lula e o PT. São só os primeiros episódios da série, já programada para quatro anos.

A missão de Bolsonaro é reter pelo menos uns 25-30% do eleitorado, para ser o líder eleitoral da direita. E se mantiver o tônus do antipetismo terá um trunfo contra o PT, ou alguém apoiado pelo partido, que continua bastante majoritário na esquerda. E se a economia não engrenar, mesmo com a reforma da previdência? Troca-se a política econômica.  Então qual é o problema? É que os adversários também sabem disso, e vão buscar toda brecha para lipoaspirar a popularidade e a força política presidenciais. A dificuldade para os concorrentes na direita é que o possível flanco frágil de Bolsonaro no povão, exatamente a política econômica de Paulo Guedes, também é 100% apoiada por eles. Complicado. [oportuno considerar que será de 2021 para 2022, com as bênçãos de DEUS,  que os primeiros efeitos do acordo de livre comércio MERCOSUL - UNIÃO EUROPEIA começarão surgir, com sinais positivos, incluindo geração de empregos e outras benesses para o Brasil e os brasileiros - fruto do ARREMATE dado pelo presidente JAIR BOLSONARO.]
A eleição de 2022 será competitiva, e um sinal é a lenta mas progressiva erosão do prestígio presidencial. Uma boa aposta para o porquê é a falta de resultados na economia. Se no levantamento CNI-Ibope a perda foi suave, na do Paraná Pesquisas é mais acentuada. 30,1% de Ótimo/Bom, 40,8% de Ruim/Péssimo, 51% de desaprovação, 43,7% de aprovação.

As promessas oficiais são que tudo vai melhorar com a reforma da previdência. Mas vozes já advertem: ela não é suficiente. E há o precedente da reforma trabalhista, a que segundo Henrique Meirelles criaria 6 milhões de empregos. Disso, por enquanto, nem sinal. Há boas explicações, mas aqui vale a regra: o que precisa ser explicado nunca é bom. [esses números positivos não consideram os resultados do acordo citado.]  Bolsonaro trabalha com uma variável-chave, já apontada por analistas. Os adversários em seu campo político precisam em algum grau ajudar o governo a executar seu programa. O Congresso, para se afirmar, assume o protagonismo das reformas. Bom para o presidente. Os governadores querem estender a reforma da previdência para os estados. Idem.

E a esquerda? Está jogando parada, e é prudente. Não faz sentido um enfrentamento aberto com o governo ainda forte, e cujo poder assenta-se em boa medida no assim chamado, por alguns, “Partido da Polícia”. E com um detalhe: sem se apresentar como alternativa imediata, a oposição deixa o entrevero correr solto do outro lado do campo.  Do “Seu” Domingos, que fechava a Primeira Página da Folha de S.Paulo na passagem dos anos 80 para os 90 do século passado: “Previsão não entra na minha Primeira Página. Aqui não noticiamos o que vai acontecer, pois se a gente fizer isso amanhã acontece o contrário.” Sempre lembro do Domingos quando aparece uma notícia de que “a crise acabou”.
Era previsível, e foi previsto, ser pouco provável um presidente popular aceitar tutelas. Acreditou no contrário quem quis. Tomar os desejos pela realidade é da natureza humana.
 
Alon Feuerwerker – alon.feuerwerker@fsb.com.br

Artigo 'Chabu da IntercePT...' transcrito do Blog do Noblat - Veja
O '2022 está longe e está aqui...' transcrito do site Análise Política 

quinta-feira, 27 de junho de 2019

Tráfico de drogas na Justiça Militar só perde para deserção - O aiatolá de Virginia destrói a si mesmo - sua influência diminui e seus latidos não mais assustam

Cocaína enfraquece militares na disputa de poder com Olavo de Carvalho

Auxiliares de Jair Bolsonaro acreditam que a ala ideológica do governo será fortalecida depois das falhas dos militares da FAB 

[Bolsonaro nesta está inocente; 

 o que fortalece o tráfico de drogas é o Supremo aceitar discutir a descriminalização das drogas - quando a Corte Suprema aceita discutir a revogação de uma lei que proíbe as drogas, os traficantes e usuários ganham novo alento.

tem mais: qualquer hora corremos o risco de ao chamar um usuário de drogas de noiado, viciado, ser processados criminalmente por discriminação e mais grave, que tal conduta seja tipificada como crime hediondo, inafiançável e imprescritível.]


Auxiliares diretos de Jair Bolsonaro, que conhecem o poder de influência e as pressões da ala ideológica do bolsonarismo — liderada por Olavo de Carvalho — no gabinete presidencial, avaliam que o escândalo da mala de cocaína marcará uma virada importante no organograma de poder do Planalto.

O poder da ala militar sobre Bolsonaro sofrerá o desgaste natural do envolvimento de um dos seus (o segundo-sargento da Aeronáutica Silva Rodrigues) num escândalo de tráfico internacional de drogas. A partir de agora, diz um desses auxiliares palacianos, será “mais Olavo de Carvalho, menos militares”.

Blog Radar - Veja

Apesar do que diz Moro, tráfico de drogas é comum na Justiça Militar 

Ministro afirmou que caso de prisão em Sevilha é uma 'ínfima exceção'. Segundo estudo do Superior Tribunal Militar, delito só perde para crime de deserção

Ao contrário do que diz o ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro, o consumo ou o tráfico de drogas é o segundo crime mais comum analisado pela Justiça Militar da União. Os dados fazem parte do estudo mais recente do Centro de Estudos Judiciários da Justiça Militar.  Em seu perfil oficial no Twitter, Moro afirmou, na quarta-feira 26, que “o militar preso com drogas em Sevilha [na Espanha] é uma ínfima exceção em corporação (FAB) que prima pela honra”. Como antecipou a coluna Radar, o sargento Silva Rodrigues, de 38 anos, foi detido no aeroporto de Sevilha na terça-feira 25. Ele atuava no Grupo de Transportes Especiais da FAB como comissário de bordo e não integrava a equipe presidencial de Jair Bolsonaro na viagem ao Japão.

O consumo ou o tráfico de drogas representa 11,03% de todos os casos, ficando atrás apenas do crime de deserção (33,6%), que ocorre quando um militar se ausenta de seu local de trabalho por um período maior que oito dias.   Completam a lista de crimes mais frequentes furto simples (7,48%), estelionato (6,13%) e peculato (5,4%). No total, as cinco infrações representam 63,65 dos crimes tipificados. O estudo dos crimes foi divulgado em 2014 pelo Superior Tribunal Militar (STM). Os dados foram fornecidos pela Auditoria de Correição, e apontam a ocorrência de 1.777 crimes militares em 2012.

O projeto de pesquisa ressalta que alguns processos evidenciam “uma possível situação de mercancia, isto é, de verdadeira comercialização de entorpecentes no âmbito militar, denotando-se com isso uma periculosidade social mais elevada”. O relatório afirma, ainda, que é “fundamental, fazer valer, no âmbito das Forças Armadas, uma política preventiva que busque ao menos conscientizar seus integrantes, e por que não dizer também os seus familiares, enfim, a sociedade em geral”.
“Pois, a presença de drogas ilícitas nas Forças Armadas fatalmente comprometerá a sua espinha dorsal, que é exatamente a hierarquia e a disciplina militares. As drogas ilícitas são absolutamente incompatíveis com a vida militar”, acrescenta o estudo divulgado pelo STM.

Revista Veja  


Major Olímpio disparou contra o militar preso com 39 kg de cocaína em avião da FAB





segunda-feira, 10 de junho de 2019

Polícia Civil prende acusado de exploração sexual de menores em Ceilândia

Homem, de 50 anos, foi flagrado com duas adolescentes no carro. Ação faz parte da Operação Barba Negra, deflagrada nesta segunda-feira (10/6)

Um homem, de 50 anos, foi preso no sábado (8/6) acusado de ser o responsável pela exploração sexual de meninas, entre 11 e 15 anos de idade em Ceilândia. A Operação Barba Negra, deflagrada pela Polícia Civil, por intermédio da Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente (DPCA), visa combater a exploração sexual de crianças e adolescentes que vinha ocorrendo na cidade. 

O acusado foi localizado em um motel, em Ceilândia. Dentro do carro dele, estavam duas meninas, uma de 14 e outra de 15 anos. No celular do homem ainda foram encontradas cenas de sexo explícito com as menores. Junto com a prisão, a DPCA fez busca e apreensão no quarto de um hotel, cinco estrelas ocupado pelo autor, em uma área nobre de Brasília. No local, foram encontrados dinheiro, dólares falsos, computadores, pendrives e relógios de luxo, além de outros bens materiais.

O homem foi preso em flagrante pelos crimes de exploração sexual, produção de material pornográfico envolvendo crianças e adolescente e fornecimento de bebidas alcoólicas a menores de 18 anos. Segundo a Polícia Civil, ele já responde por diversos processos de estelionato e organização criminosa em outros estados do Brasil. As adolescentes que estavam no veículo foram entregues aos responsáveis. A operação teve o apoio da Divisão de Operações Especiais e da Divisão de Controle de Denúncias— DICOE. 


quinta-feira, 20 de dezembro de 2018

Ministério Público denuncia 19 no caso do tiroteio entre policiais



Foram oferecidas duas denúncias à Justiça, uma delas citando sete pessoas, e a outra, 12, por crimes como latrocínio e formação de quadrilha

O Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) ofereceu denúncia contra os envolvidos no tiroteio ocorrido em 19 de outubro no estacionamento de um hospital em Juiz de Fora (MG). Na ocasião, duas pessoas morreram e uma ficou ferida. Foram apresentadas duas denúncias nesta quarta-feira, 19, uma citando sete pessoas, e a outra, 12. Na primeira, foram denunciados quatro supostos empresários e três policiais civis, todos mineiros, pelos crimes de latrocínio, participação em organização criminosa com emprego de arma de fogo, estelionato e lavagem de dinheiro.

No caso dos policiais, eles responderão ainda por fraude processual. Na outra ação, os acusados são de São Paulo, sendo dois delegados e sete investigadores, além de três empresários. Os policiais foram denunciados por lavagem de dinheiro e posse ilegal de arma de fogo de uso em serviço, enquanto que os empresários são citados por lavagem de dinheiro.

Investigação
Segundo o apurado pelo MP, empresários do Itaim Bibi, em São Paulo, teriam sido atraídos para uma armadilha ao buscarem um "negócio econômico extremamente vantajoso" na troca de dólares por reais. O confronto se deu após desconfiarem do dinheiro brasileiro, pois dos R$ 14,6 milhões apresentados, apenas R$ 56 mil eram de notas verdadeiras. 

Versões
Os advogados dos envolvidos de Minas não se manifestaram sobre o ocorrido, enquanto que a defesa dos empresários e dos policiais paulistas nega a existência de dólares. A alegação é de que a intenção de obter um empréstimo acabou levando o grupo a uma "emboscada".

O Estado de S. Paulo 

 

sexta-feira, 4 de maio de 2018

Fim do foro, fim da festa?

Restrição ao foro foi grande passo, mas as dúvidas são muitas e vão durar

Ao restringir o foro privilegiado para senadores e deputados federais apenas por crimes cometidos durante o mandato e relativos a ele, o Supremo quebrou um paradigma, abriu uma ampla avenida para derrubar o foro de demais autoridades e lavou a alma da opinião pública. Mas isso é só o começo.  Depois da sessão, perguntei à presidente Cármen Lúcia quando a mudança vai começar na prática: “Imediatamente”, ela respondeu, sem titubear. E pode ser hoje. As dúvidas, porém, são muitas:

1) O próprio STF terá de avaliar, caso a caso, o que é e o que não é crime relativo ao mandato. Receber propina para votar um projeto, evidentemente, é. O marido bater na mulher, ao contrário, não tem nenhuma relação com a função. E quando o deputado dá um tapa na cara de alguém num evento político, como aconteceu no Pará?

2) Após a decisão do STF, os advogados vão avaliar se é melhor para o réu ficar no STF ou ir para a primeira instância. E vem a maratona de recursos, numa direção ou outra. Quanto tempo isso dará ao réu e quanta energia tomará do ministro e de uma turma do STF?

3) Não haverá mudança de instância após a instrução do processoquando o ministro dá prazo às partes para alegações finais –, pelo princípio da “prorrogação de competência”. Afinal, o juiz que acompanha um caso, ouve acusação e defesa e conhece as provas é o mais apto para proferir a sentença. Então, dois casos semelhantes poderão ter destinos diferentes por questão de timing. Um ficará no STF, outro irá para a primeira instância. Uma confusão.

4) Todos os processos referentes à Lava Jato irão automaticamente para o juiz Sérgio Moro, ou uns vão para o Rio, outros para Brasília, outros ainda para a Bahia e assim por diante? Com 18 mil juízes no País, há ou não o risco de olhares, interpretações e sentenças muito díspares? Para uns réus, a ida para a primeira instância será o inferno e, para outros, o paraíso?

5) Mais: Moro está numa Vara especializada nos crimes da Lava Jato, mas em Belo Horizonte, por exemplo, há dezenas de juízes com milhares de processos referentes a tráfico, estelionato, assassinato etc. Quando um juiz receber um caso do Supremo, por sorteio, vai se deparar com um processo complexo, cheio de minúcias e de excelentes advogados pagos a peso de ouro. Isso vai ou não parar tudo até ele tomar pé da situação?

6) Renan Calheiros, Romero Jucá e Aécio Neves, campeões de inquéritos entre os que têm foro no STF, enfrentam processos por variados motivos. Cada processo vai para um Estado, uma Vara, um juiz? Vão ter advogados em Curitiba, Brasília, São Paulo, Minas, Alagoas, Roraima? Vão virar muitos Renans, Jucás e Aécios?

7) Como indagou o ministro Gilmar Mendes, o que acontece com os processos de parlamentares que trocam de cargo? Detalhando: como deputado, o sujeito era julgado no STF, agora cai na primeira instância, aí vira ministro e volta para o STF? E, se é demitido, volta de novo para o juiz de primeira instância?

8) Aliás, quando virá a “isonomia” cobrada por Dias Toffoli? Ou seja, e a restrição de foro também para ministros, governadores, membros do próprio Supremo…? Nesse caso, um dos 18 mil juízes poderá pedir busca e apreensão no Planalto e no STF?

9) E a principal dúvida é se, e quando, vier o fim da prisão em segunda instância. O sujeito será julgado antes na primeira e depois na segunda instância, mas, condenado, o que acontecerá? Nada. Ele fará um ar indignado, posará de injustiçado, culpará os inimigos e a mídia e irá para casa curtir mil e um recursos durante 20 anos. Até seu caso voltar à origem: o próprio Supremo.

O Brasil precisa mesmo rever o foro, mas não achem que será rápido, fácil, muito menos uma festa.

Eliane Cantanhêde - O Estado de S. Paulo 


sexta-feira, 15 de dezembro de 2017

Luiz Estevão chega algemado e sai calado de audiência na Justiça Federal

Ex-senador, que está preso no Complexo Penitenciário da Papuda, é acusado de falsificação de documentos em obras no aeroporto de Fortaleza

Condenado a 26 anos de prisão por irregularidade nas obras do Tribunal Regional do Trabalho de São Paulo e preso desde março do ano passado, o ex-senador Luiz Estevão deixou ontem o Complexo Penitenciário da Papuda para participar de uma audiência na Justiça Federal. Trata-se de mais um entre as centenas de processos judiciais envolvendo o empresário, desta vez, por uso de notas fiscais falsas nas obras do aeroporto de Fortaleza, no Ceará. Ele é acusado de estelionato majorado e chegou algemado ao prédio do tribunal, na 510 Norte.
 
O Ministério Público Federal (MPF) responsabiliza Estevão pelo uso de documentação falsa, entre março e outubro de 2002, para o recebimento de valores relacionados às obras de urbanização e construção de novas instalações do Grupo de Aviação no Aeroporto Internacional Pinto Martins. A defesa alega que Estevão estava afastado da Presidência do Grupo OK, responsável pela construção, nesse período e que, por isso, não pode ser acusado do crime.
Entre as falsificações estariam as assinaturas de servidores da Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária (Infraero) em processos de pagamentos feitos ao Grupo OK. As obras incluíam hangar de manutenção, prédio do comando, redes gerais, vias de acesso e estacionamento de aeronaves. A Infraero iniciou as investigações após esses funcionários declararem que não reconheciam as assinaturas. Perícias feitas nos documentos comprovaram a  falsificação.
 
 Na audiência de ontem, Geórgia Maria de Andrade Eufrásio, que trabalhava na Gerência de Recursos e Contratos da Infraero à época do contrato, depôs durante 20 minutos. Ela informou que identificou as assinaturas falsas em, pelo menos, seis ordens de pagamento e comunicou a falha à direção do órgão. De acordo com Geórgia, a sindicância aberta pela empresa apontou que houve fraude no pagamento de R$ 9 milhões.Os processos de pagamento foram montados, e esses processos entraram na contabilidade da empresa sem ter antes passado pela minha área, que é a área que deveria ter feito algumas conferências e autorizado o pagamento”, explicou a servidora.
 
Também foi ouvido, na condição de testemunha de defesa, Carlos Estevão Taffner, funcionário do Grupo OK que exercia a função de superintendente imobiliário da empresa no período da assinatura do contrato. Ele afirmou que não sabia que as notas eram falsificadas e que só soube das fraudes com as investigações em curso. Ao ser questionado pelo procurador federal, Taffner afirmou que não sabia quem era o responsável pelo contrato. Estevão não falou durante a sessão, apesar de estar presente. A defesa do ex-senador não quis conversar com a reportagem.
 Filhas e netos
Luiz Estevão chegou à 12ª Vara Federal em um camburão da Subsecretaria do Sistema Penitenciário (Sesipe) com quase meia hora de atraso. As algemas motivaram um bate-boca entre o procurador da República Frederico Paiva e os defensores do ex-senador. Ao entrar na sala de audiência, o advogado Marcelo Bessa solicitou que as algemas fossem retiradas, alegando que eram desnecessárias. O procurador, então, pediu que fosse registrado que o atraso da audiência em quase uma hora se devia ao fato de que Estevão se recusara a comparecer diante do juiz algemado. De acordo com Frederico, o empresário teria afirmado aos agentes penitenciários responsáveis pela escolta que a audiência só começaria quando ele quisesse.

 Vestindo camisa polo branca e calça jeans, Estevão ficou sob a vigilância de quatro policiais armados e acompanhado por dois advogados durante quase uma hora de oitiva. O empresário passou a maior parte da audiência calado e só se dirigiu ao magistrado a fim de pedir autorização para conversar com a mulher, as filhas e os netos que estavam presentes, alegando que não via as crianças há mais de um ano. Conseguiu dois minutos com os familiares. Mais testemunhas desse processo serão ouvidas em janeiro e fevereiro de 2018.

Memória
Condenação e benefícios 
Luiz Estevão foi condenado pelo Tribunal Regional Federal da 3ª Região (TRF3), em 2006, pelo escândalo das obras do TRT de São Paulo. Na última década, porém, apresentou sucessivos recursos ao Superior Tribunal de Justiça (STJ) e ao Supremo Tribunal Federal (STF) e, assim, conseguiu postergar o início do cumprimento da pena. A condenação é de 26 anos de prisão por corrupção ativa, estelionato, peculato, formação de quadrilha e uso de documento falso. Está preso desde 8 de março no Centro de Detenção Provisória (CDP), no Complexo Penitenciário da Papuda, 24 anos após o escândalo.
Desde então, no entanto, a concessão de benesses ao ex-senador Luiz Estevão ocorre com frequência. Em janeiro, agentes e integrantes da Subsecretaria do Sistema Penitenciário do DF (Sesipe) encontraram, na cela do empresário e na cantina onde ele faz as refeições, itens proibidos, como chocolate, cafeteira elétrica, cápsulas de café e massa importada (fotos)— o episódio acarretou a queda da cúpula do CDP. À época, a Sesipe instaurou um inquérito sigiloso para avaliar o caso.
Em agosto de 2016, o MPDFT ajuizou uma ação de improbidade administrativa que revelou o pagamento feito por Luiz Estevão para a reforma do Bloco 5 do CDP, onde ele cumpre pena. As celas são maiores que as demais, com vasos sanitários, chuveiro elétrico, televisão com tela plana, antena parabólica e ventilador de teto.
 
 Correio Braziliense


domingo, 17 de julho de 2016

Nem neta de Garrincha escapa do medo na Baixada - Eleições 2016: execução de políticos alarma a Baixada Fluminense

Parente do craque das pernas tortas quer ser vereadora para fazer museu em homenagem ao avô

Para os novatos no mundo da política, os casos recentes de assassinatos de pré-candidatos na Baixada têm sido motivo de medo. É o caso de Sandra Garrincha, de 43 anos, neta do craque das pernas tortas. Em 2014, ela tentou a eleição de deputada federal, mas desistiu por ter poucos recursos para a campanha. Este ano, vem mais forte, em busca de uma vaga na Câmara dos Vereadores de Magé. Mas admite que a violência é um obstáculo que amedronta: — Agora, quando acontece algum caso de morte, a gente já pensa logo: “Será que foi mais um pré-candidato?”. Fico preocupada, mas não penso em desistir.


 Sandra tenta vaga na Câmara pelo PMB - Ruben Berta / Agência O Globo

Sandra vai concorrer pelo Partido da Mulher Brasileira (PMB). E sua principal bandeira será a construção de um museu em homenagem ao avô, na casa onde ela mora atualmente, e que já pertenceu a Garrincha, no distrito de Pau Grande. Ela conta que recebe diversos turistas do exterior, mas falta infraestrutura no espaço para atender melhor aos visitantes.  — Teve um australiano que gostou tanto daqui, que pediu para passar um mês na minha casa. Há pouco tempo, recebi escoceses também, que vieram conhecer a terra do Garrincha. Se tivéssemos um museu de verdade, tenho certeza que se tornaria grande atração.

Eleições 2016: execução de políticos alarma a Baixada Fluminense - Onda de crimes faz Ministério Público pedir a presença das Forças Armadas

Uma mistura entre assassinatos e política na Baixada Fluminense, Região Metropolitana do Rio, vem preocupando autoridades envolvidas no combate ao crime e na organização das eleições municipais. A Polícia Civil investiga a participação de políticos, traficantes e milicianos no homicídio de dois vereadores e quatro pré-candidatos da área nos últimos oito meses. Investigadores descartam uma razão comum para os crimes, mas apuram se disputas territoriais, rachas em grupos criminosos e motivações políticas estão por trás das mortes.
A Procuradoria Regional Eleitoral pediu a presença das Forças Armadas durante a campanha. O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, decidirá se envia o pedido ao Ministério da Defesa. A Polícia Federal abriu inquérito para apurar a possível conotação eleitoral nos crimes. — É uma oportunidade de aproveitar que as Forças Armadas já estarão no Rio para a Olimpíada. O que não pode acontecer é o direito ao voto ser restringido — diz o procurador regional eleitoral do Rio, Sidney Madruga.

A juíza Daniela Assumpção, que atua na 2ª Vara Criminal de Duque de Caxias e foi responsável por fiscalizar a propaganda eleitoral em 2014, afirma que a situação é “muito preocupante”.  — Esses casos de assassinatos aumentam muito a insegurança da população. Como fica o cidadão na hora do voto depois que vê uma liderança local ligada a uma milícia ser morta na porta de casa, à luz do dia? — questiona.

Sérgio da Conceição de Almeida Júnior, o Berém do Pilar, foi executado ao chegar em casa, em Caxias, com tiros de fuzil. Filiado ao PSL, seria candidato e vereador em outubro e, segundo a Divisão de Homicídios da Baixada Fluminense (DHBF), era ligado à milícia. Nas redes sociais, aparecia como benfeitor: dava presentes às crianças e promovia eventos. 

Depois da morte, um de seus admiradores fez um questionamento: “Pronto, ondas de assaltos nas ruas do bairro, início de uma era sem lei. Antes tínhamos alguém que zelava pela comunidade e nos ajudava bastante. Espero que as autoridades tomem providências por nossa comunidade, porque agora será bem mais difícil”.

A Polícia Civil apura a conexão entre as mortes de Berém e Leandro da Silva Lopes, o Leandrinho de Xerém, também apontado como integrante de milícia. A investigação trabalha com as hipóteses de que os crimes tenham relação com guerras entre grupos criminosos e disputas de territórios em virtude das prováveis candidaturas — Leandrinho era filiado ao PSDB e pretendia ser vereador. Outra execução em Caxias, a de Denivaldo Silva, também é investigada, já que os três se conheciam e há a suspeita de que pertenciam ao mesmo grupo. Nesse caso, o componente político está descartado: Denivaldo não tinha filiação partidária, e familiares negaram que tivesse intenção de se candidatar. — São casos de execução sumária, com utilização de armas de uso restrito e do mesmo calibre — diz o delegado Giniton Lages, titular da DHBF, frisando que nem todos os crimes na Baixada estão conectados: — Não há um matador em série atuando contra os políticos.

A lista de homicídios inclui dois líderes comunitários que se candidatariam a vereador. Anderson Gomes Vieira, o Anderson Soró, morto em Nova Iguaçu, e Aga Lopes Pinheiro, assassinada em Magé. Nesses casos, a suspeita é que o tráfico, incomodado com a liderança das vítimas, seja responsável pelas mortes. Filho de Soró, o adolescente de 15 anos não entende o que aconteceu naquela manhã em que o pai chegava para trabalhar.
— Meu pai não tinha inimigos — afirma.

A polícia também apura se uma questão de política local levou à morte do vereador de Seropédica Luciano Nascimento Batista (PCdoB), o Luciano DJ. Ligado à milícia, tinha uma relação conturbada com integrantes do Executivo. Em outros casos, a polícia descartou a hipótese de crime político: o ex-vereador e pré-candidato Darlei Gonçalves Braga foi vítima de um crime passional em Paracambi; Nelson Gomes de Souza, o Nelson Lilinho, pré-candidato a vereador pelo PMN, foi assassinado numa briga de trânsito em São João de Meriti; Manoel Primo Lisboa, morto em Nova Iguaçu, não era filiado a partido; já o vereador de Paracambi Marco Aurélio Lopes (PP), policial militar, foi morto por traficantes da área onde morava.

VIÚVA TEME QUE MORTE VIRE SÓ ESTATÍSTICA
Eram 21h30m do dia 13 de janeiro quando a universitária Thais Gerpe ligou para o celular do marido, o vereador Geraldo Cardoso Gerpe (PSB), o Geraldão. “Vem porque eu comprei aquele macarrão que você gosta”, disse. Cinco minutos depois, ela voltou a ligar. Geraldo não atendeu mais. Foi assassinado com dois tiros, quando entrava no carro, no estacionamento da Câmara Municipal de Magé. Não havia seguranças no local ou câmeras internas que pudessem ter registrado as imagens do crime. O portão do estacionamento estava aberto, e as luzes, apagadas. Thais ainda não teve notícias sobre a autoria do crime:
— Infelizmente, acho que virou estatística. 

O vereador havia sido secretário de Ordem Pública na gestão do prefeito Nestor Vidal (PMDB), mas voltou à Câmara e passou a investigar o ex-aliado. O objetivo da comissão era apurar irregularidades na folha de pagamento, ligadas a funcionários fantasmas. Vidal foi cassado em abril, acusado de fraudar um contrato com uma clínica da qual ele tinha sido sócio. A DHBF suspeita que Geraldão, com passagem na polícia por estelionato, tenha recebido propina durante as investigações e apura a participação de políticos locais no crime. Quando foi morto, o vereador se preparava para mais uma campanha. Thais queria que ele seguisse na política, mas o marido tinha em mente que, se fosse eleito, aquele seria seu último mandato: — Ele queria montar um restaurante e uma pousada em Búzios. Adorava aquela cidade.


Fonte: O Globo

domingo, 17 de abril de 2016

Os pecados que levaram Dilma ao inferno político

Veja os 'sete pecados na capital' que levaram Dilma ao inferno político 

Dilma Rousseff (PT) chegou às portas de um inferno político que o Brasil acreditava terem sido cerradas com o impeachment de Fernando Collor de Mello em 1992.  A presidente, que segundo as contas do mundo político poderá ter a abertura do pedido de impedimento aceita neste domingo (17) pela Câmara, costuma colecionar culpados pela debacle de seu governo.

Ora ela culpa a imprensa, ora a oposição. Mais recentemente, seu alvo é o vice-presidente, Michel Temer (PMDB-SP), a quem acusa abertamente de ser golpista, já que vem articulando a formação de um eventual governo caso Dilma seja impedida. Se adversários se aproveitaram de suas falhas, isso é da dinâmica da política, mas Dilma e o PT de Lula construíram aos poucos os erros que levaram à ruína política sobre a qual se debatem agora.

A tradição católica estabeleceu, quando o papa Gregório 1º organizou em 590 uma lista do monge grego Evágrio do Ponto (345-399), sete pecados capitais que levam a humanidade à danação. Santo Tomás de Aquino e o escritor Dante Alighieri popularizaram o conceito.

A Folha elencou sete aspectos que levaram o governo petista à lona, correlacionados com os pecados mortais dos quais mais se aproximam (veja abaixo a lista).

Acima de todos eles está a soberba, que permeia os demais. O temperamento difícil e a falta de urbanidade política de Dilma cobraram um preço alto ao fim.  Enquanto ela era a "faxineira" da corrupção e a "gerentona" no seu primeiro mandato, imagem que bem ou mal durou até a eleição de 2014, ela colecionou desafetos. Sua inapetência para a política congressual é notória. O troco veio agora.

O fator estrutural mais importante, contudo, é a ruína econômica. Dificilmente estaria sendo discutido o impeachment se o país estivesse bem das pernas. Não está muito por causa do pecado da preguiça do governo em não aceitar a realidade.  Em vez de ouvir alertas, o Planalto acelerou uma política iniciada por Lula em 2010 de populismo econômico.

Erros se sucederam. A "Nova Matriz Econômica" com suas desonerações, juros artificiais e irresponsabilidade fiscal, as pedaladas que geraram o fato frio do impeachment, a política de preços do setor elétrico e a gestão ruinosa da Petrobras – mais que a corrupção, foram ordens erradas que ajudaram a quase quebrar a petroleira e sua enorme cadeia econômica.
O ano de 2015 foi perdido com a tentativa malfadada de ajuste fiscal capitaneada por Joaquim Levy. Acabou com o pagamento do "papagaio" das pedaladas, quase uma admissão de culpa. O aumento do desemprego coroou a queda final junto aos poderosos da economia.

Outros pecados são identificáveis: a gula da corrupção identificada pela Operação Lava Jato, a avareza ao se apegar a conceitos antigos em vez de tentar entender o recado das ruas nos protestos de 2013, a luxuriante propaganda eleitoral de 2014. Por fim, o ex-aliado PMDB está em dois erros mortais. Primeiro, estabelecer uma relação de ira com Eduardo Cunha, o colérico e enrolado presidente da Câmara.

Segundo, a inveja final de ver Michel Temer emergir da condição de "vice decorativo" para a de potencial herdeiro do reino petista.

SOBERBA

A Presidente
A falta de tato político e o temperamento irascível de Dilma fazem parte do folclore de Brasília. Mas o que era quase anedótico virou centro de quase todas as reclamações de aliados, agora tornado inimigos. Além disso, práticas de governo acabaram contaminadas pelo mau humor da chefe, com subordinados agindo de forma burocrática por medo de broncas. A soberba nas relações com aqueles que deviam apoiá-la levou Dilma a um isolamento fatal, tendo de ser socorrida no último momento e sem eficácia certa por Lula

PREGUIÇA
Economia
A falta de vontade de ler a realidade levou o governo a cometer erros fatais na condução da economia. Populismo, gestão falha na Petrobras e outros fatores levaram o país à maior recessão de sua história e a um cenário no qual inflação alta para os padrões pós-real e queda da atividade conviveram. Tudo encabeçado pelo desemprego em alta, enterrando o último ponto de venda do governo junto à população, em especial os estratos menos favorecidos. Com tudo isso, o apoio entre os poderosos do PIB esfarelou-se

LUXÚRIA
Estelionato
A volúpia com a qual o Planalto se lançou à mentira pura e simples na campanha eleitoral de 2014 cobrou o preço. Como no caso da corrupção, não se trata de algo inédito na forma, mas sim na intensidade e sofisticação. Ao demonizar adversários ao extremo, a campanha de Dilma ajudou a lançar as bases para o radicalismo que se vê em manifestações contra o governo. O exemplo mais simples é o da economia: enquanto acusava tucanos de planejar um arrocho, o Planalto teve de adotá-lo – ainda que só nominalmente

AVAREZA
Cegueira em 2013

Os protestos de junho de 2013 nunca foram lidos corretamente pelo poder estabelecido. A avareza, não só mas principalmente pela União, de se apegar às respostas tradicionais, como o lançamento de pacotes e a sugestão de reforma política nunca plenamente abraçada pelo governo, falhou em compreender o recado das ruas. Se o movimento refluiu depois que elementos radicais como os adeptos do black bloc provocaram distúrbios, a ojeriza da antipolítica estabeleceu-se como parte central das manifestações após 2014

INVEJA
                                                                                                                                           Temer e PMDB                                                                                                                         Enquanto tinha poder quase imperial, até junho de 2013, Dilma tratou o PMDB a pão e água. Seu vice acumulou rancores, explicitados na famosa carta de rompimento do fim de 2015, quando assumiu a alcunha de "decorativo". Líderes do partido foram maltratados, e depois da reeleição novos aliados foram adulados, como o PSD. Isso formou um caldo de vingança contra a presidente, de difícil deglutição neste momento. O resultado está aí, com Michel Temer articulando abertamente a sucessão da presidente

IRA
Eduardo Cunha
Dilma apostou tudo contra o peemedebista, com quem já vivia brigando. Lançou um candidato contra Cunha e perdeu a eleição na Câmara, estabelecendo as premissas para o período em que a Casa ditou o ritmo da aprovação de leis no Brasil pela primeira vez em décadas. Após ter sido alvejado pela Lava Jato, Cunha tornou-se ainda mais perigoso para o Planalto, já que comandou com obstinação movimentos para atrapalhar o governo e, agora, para guiar o processo de impeachment da presidente com a oposição a tiracolo

GULA
Corrupção

Se a corrupção é um fenômeno usual da história política brasileira, a magnitude relevada pela Operação Lava Jato a partir de 2014 supera qualquer registro até aqui. A gula foi insaciável. Isso manchou de vez a imagem já conspurcada do PT e do governo –ainda que aliados e até oposicionistas estejam na mira da ação, é o PT que tinha a chave do cofre durante os malfeitos desvendados. Para complicar a vida de Dilma, além de sua campanha estar sob investigação, a Lava Jato chegou também à figura de seu mentor, Lula

Fonte: Folha de São Paulo

quarta-feira, 2 de março de 2016

Renuncia, Dilma!



Marcio Pochmann, fantasioso intelectual petista, escreve no nº 32 (janeiro a março de 2016) da revista Interesse Nacional artigo intitulado "Virada Neoliberal?". Lá pelas tantas, afirma: "Assim como o resultado das eleições presidenciais de 2014 não foi suficiente para viabilizar o programa econômico vencedor nas urnas, a federação brasileira segue sem um geográfico centro dinâmico e articulador político e econômico nacional". Não copiei errado, não. A reflexão sobre a federação brasileira entra aqui como o garçom na Santa Ceia.  

Já a "reflexão" sobre eleições revela bem a esquizofrenia do lulopetismo desnorteado. Todos sabem, inclusive eles, que o resultado das eleições de 2014 foi um megaestelionato eleitoral. Tanto que, no dia seguinte, o governo já estava paralisado, incapaz de viabilizar o programa do estelionato por uma simples razão: tinham quebrado o Brasil!

Desde então, o lulopetismo desagrega-se em quase todas as frentes, numa abrangência correspondente à gravidade dos crimes cometidos. Na economia simplesmente não sabem o que fazer. Suas fabulações não resistem aos fatos. O "novo" ministro da Fazenda, Nelson Barbosa, é uma irrelevância. Nada consegue fazer para criar qualquer alternativa à ruína causada pela desastrada gestão de Dilma, a Exterminadora de Futuro. Mas a fantasia persiste nas elocubrações de seus intelectuais, como Pochmann e outros. Suas viseiras, suas confortáveis posições na academia impedem-nos de firmar um compromisso elementar com a realidade do desemprego, da paralisia, do retrocesso, da desorganização das contas públicas e suas nefastas consequências para a vida da população.

Sob qualquer ângulo que se analise, vivemos dia a dia a iminência de descobrir se realmente existe ou não um alçapão no fundo do poço. Em 2015, ano em que amargamos uma retração de 4% na economia, cerca de 100 mil lojas fecharam no país, 1 milhão de alunos tiveram que trocar as escolas privadas pelas públicas e pelo menos 100 mil pessoas deixaram seus planos de saúde porque não tinham mais condições de pagar pelos serviços. O país perdeu 1,5 milhão postos de trabalho, o que produziu o número recorde de 9 milhões de desempregados.

A paralisia é generalizada, e o impasse a que chegamos atinge fortemente, também, os gestores públicos do Brasil. Estão vivendo um cotidiano próximo ao pânico diante da escassez de recursos e, sobretudo, das incertezas quanto a cumprir suas obrigações inadiáveis nos próximos meses. Sabem que já não podem alimentar nem mesmo a ilusão de contar com qualquer socorro do governo federal. Este, depois de fantasiar sobre as contas públicas deste ano, que serão fortemente deficitárias, brinca com o fogo de um endividamento que pode ser insustentável. A tal ponto que já começa a despertar desconfiança quanto à capacidade do governo de, mesmo com reiteradas pedaladas, manter o precário equilíbrio da economia.

A melancólica comemoração do aniversário do PT, com a ausência deliberada e reveladora de Dilma, foi mais um ato a confirmar a desagregação política, o isolamento e o descrédito do petismo. Destaque para a fala derrotada de Lula e a ameaça de seu quimérico retorno em 2018. Um insulto aos brasileiros empobrecidos e desiludidos por suas transgressões sem limites.

Sabemos que Dilma está só. Mal se movimenta. Passa o tempo tramando urdiduras palacianas para prolongar seu desmoralizado mandato e com ele a agonia a que submete os brasileiros. Estamos retrocedendo em todas as frentes. Desafios urgentes se agravam pela inação, descrédito e incompetência do governo. O Congresso Nacional, aqui e ali, tenta construir caminhos alternativos. Não faltam ideias sobre o que é preciso fazer para recuperar a economia e sanear a vida pública. Mas será tudo em vão, enquanto Dilma permanecer.

No próximo dia 13, vamos novamente às ruas. Que as manifestações sejam grandiosas por todo o Brasil! Quem sabe Dilma se anime a fazer o único gesto pelo qual os brasileiros vão aplaudi-la: a renúncia pelo bem do Brasil!

Fonte: José Aníbal