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sexta-feira, 11 de janeiro de 2019

Batendo continência

O ‘sacrifício’ da Previdência é para quase todos, não para os militares das três Forças

Quem dá uma olhada na agenda do presidente Jair Bolsonaro nota que, desde a posse na semana passada, ele privilegia um setor da vida nacional: o militar. São almoços, jantares, posses, reuniões, e não só com o contingente do Exército no Planalto, mas com oficiais das três Forças. Pela ordem, Exército, Marinha e, lá no fim, mais distante, a Aeronáutica.
Hoje, Bolsonaro participa às 11h de um dos momentos mais densos nessa agenda das Forças Armadas: a transmissão de cargo no Exército. Sai o general Eduardo Villas Bôas e assume o Comando o também general de quatro estrelas Edson Leal Pujol. Uma posse com forte carga de simbologia e emoção, pois Villas Bôas teve papel importante na consolidação do projeto de vitória de Bolsonaro e sofre de uma doença degenerativa grave.
Além disso, a agenda de Bolsonaro nesta semana incluiu almoço na Marinha e, dois dias depois, trajeto de lancha e participação na posse do novo comandante da Força, almirante Ilques Barbosa Júnior. Incluiu também a transmissão de cargo no Comando da Aeronáutica, para o brigadeiro Antonio Carlos Bermudez, e jantar com oficiais das três Forças. Não é obrigação, é prazer de velhos camaradas. O problema começa quando o governo prepara os ânimos da sociedade para a reforma da Previdência e a equipe econômica opina que, já que as medidas serão duras, o ideal é que Bolsonaro dê “o exemplo” e admita cortar na própria carne. Significa cobrar sacrifícios também dos militares. [na suposição de ser pacífico o entendimento que a carreira militar tem peculiaridades que a diferenciam de outras carreiras - públicas ou privadas - resta óbvia a necessidade de tratamento diferenciado.
Aos que recebem mais benesses medidas mais duras - no sentido de cortar de quem tem o que ser cortado; 
sendo menores os privilégios, o corte tem que ser menor. 
 
Até aí tudo bem. O que surpreende é que todos que a quase unanimidade dos que se manifestam é no sentido da aplicação de medidas mais duras, sem detalhar as vantagens que justifiquem tal dureza.
 
Ser duro, apenas para mostrar uma inexistente igualdade?]
 
O discurso faz sentido, mas entre as palavras e os atos existem dois obstáculos: a força das corporações, particularmente a militar, e a ligação (ou religação) de Bolsonaro com suas origens. Sem contar que os ministros civis Onyx Lorenzoni e Gustavo Bebianno são duas ilhas num Planalto lotado de generais por toda parte.
Manchete de ontem do Estado mostra que o rombo da previdência dos militares é de R$ 40,5 bilhões e foi o que mais cresceu de 2017 para 2018: 12,5%, quando o dos servidores civis aumentou 5,22% e o do INSS, 7,4%. Metade dos militares se aposenta entre 45 e 50 anos, com média de aposentadoria de R$ 13,7 mil. No INSS, R$ 1,8 mil.

Dados contundentes, mas os militares alegam que têm carreiras diferenciadas, mudam várias vezes, suas mulheres não conseguem se firmar num emprego, não podem fazer greve, não têm horas extras nem FGTS. Consideram-se um “seguro” para o País e seguros eficazes custam caro.
Em fila, o ministro da Defesa, general Fernando Azevedo e Silva, o ministro da Secretaria de Governo, general Santos Cruz, e o comandante Ilques Barbosa já se manifestaram, em discursos e entrevistas, contra a inclusão dos militares na reforma que, em resumo, é “de todo mundo”. Insistem num regime diferenciado e não falam sobre idade mínima, uma questão-chave na previdência “dos outros”, os servidores civis e os trabalhadores do INSS.
Além disso, os militares pedem e Bolsonaro já acenou positivamente – a revisão da MP 2.215, de 2001, último ano de FHC, que mexeu, por exemplo, no auxílio-moradia e na promoção automática de patente na passagem para a reserva. São questões que envolvem mais do que direito, justiça ou injustiça. O maior problema econômico são o inchaço da máquina pública, o rombo nas contas e o peso da Previdência nisso. Como diz o pessoal de Paulo Guedes, todos têm de dar sua parte no sacrifício. Corte para todos e privilégios e mais gastos só para militares seria politicamente ruim e um marketing negativo para o governo, os militares e o próprio Bolsonaro.
Mal comparando, é como a promoção do filho do vice Mourão no Banco do Brasil, com o triplo do salário. Não se questiona a competência do rapaz, mas, sim, a oportunidade. Bom para o governo não é.
 
Eliane Cantanhêde - O Estado de S. Paulo
 
 

quinta-feira, 20 de dezembro de 2018

Militares avaliam que eventual soltura de Lula poderia criar instabilidade

BASTIDORES: Petistas procuram generais para falar sobre Lula

No início do mês, petistas consultaram generais sobre reação se Lula fosse solto

O atual comandante do Exército, general Eduardo Villas Bôas, e o ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional, general Sérgio Etchegoyen, tiveram reuniões com petistas no início de dezembro

Duas semanas antes de o ministro Marco Aurélio Mello, do Supremo Tribunal Federal (STF), suspender a possibilidade de prisão após condenação em segunda instância, representantes da esquerda procuraram pelo menos dois generais para saber qual seria a reação nos quartéis caso o ex-presidente petista Luiz Inácio Lula da Silva fosse solto. O atual comandante do Exército, general Eduardo Villas Bôas, e o ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional, general Sérgio Etchegoyen, tiveram reuniões com petistas no início de dezembro.

A resposta de ambos foi que esta é uma questão da Justiça, que “é soberana”, e não caberia às Forças Armadas emitir opinião sobre o assunto. Os interlocutores de Lula ouviram, porém, a avaliação de que seria uma tentativa de criar instabilidade antes da posse do presidente eleito, Jair Bolsonaro. À época, não estava cogitada a decisão monocrática do ministro Marco Aurélio, tomada às vésperas do recesso do Judiciário e derrubada ontem pelo presidente do Supremo, ministro Dias Toffoli. A mobilização em torno do tema prisão após segunda instância incluiu também políticos alinhados ao centro e até ao governo do presidente Michel Temer.  [o presidente Temer em um dos seus gestos de autêntico sem noção - em que pese, apesar do Janot, seu Governo ter conseguido algum sucesso no inicio da recuperação da economia - chegou ao absurdo de declarar ser a impichada Dilma Rousseff uma pessoa honesta.]

O senador Jorge Viana (PT-AC) esteve com Etchegoyen em audiência no início do mês. Também se encontrou com Villas Bôas, conforme apurou o Estado. Outro interlocutor que conversou com outros generais foi o ex-ministro da Defesa na gestão petista Celso Amorim. Procurado, Viana não quis se manifestar. Uma das preocupações era com a saúde de Lula. [vaso ruim, não quebra - é o que garante a sabedoria popular.]

Esta não foi a primeira vez que o PT buscou militares para tratar do caso Lula. Em 27 de abril, Amorim procurou interlocutores militares para tentar transferir Lula da Polícia Federal, em Curitiba (PR), para um quartel do Exército e ouviu que a medida não tinha amparo legal. Além de ser ilegal, esta era última coisa que os militares queriam consideravam inadmissível Lula preso em unidade militar. [ficar preso em uma unidade militar é algo que não pode, nem deve, ser concedido a um criminoso comum = Lula é um ladrão, um criminoso comum e tem que ir para uma penitenciária comum e dividir o 'boi' com dezenas de outros presos.]

O Estado de S. Paulo

 

quarta-feira, 5 de dezembro de 2018

Bolsonaro é homenageado pelo Exército por ato de bravura realizado em 1978

O presidente eleito recebeu a Medalha do Pacificador com Palma por ter impedido o afogamento de um soldado há 40 anos

O Exército condecorou, na manhã desta quarta-feira (5/12), o presidente eleito Jair Bolsonaro com a Medalha do Pacificador com Palma, uma das mais graduadas honrarias da Força. [até hoje, ao que sabemos, o Exército Brasileiro não adotou nenhuma medida para cassar a Medalha do Pacificador concedida a diversos criminosos petistas, entre eles Zé Dirceu e Genoìno - os dois são criminosos, condenados pela Justiça(o ex-guerrilheiro de festim tem várias condenações e Genoíno cumpriu uma) o que os torna indignos da honraria que receberam nos tempos em que a organização criminosa 'perda total' mandava no Brasil.
A honraria é importante, honra quem a recebe, mas, é conspurcada enquanto permanecer no peito de bandidos.]
A láurea não foi concedida, segundo o Exército, devido à eleição para Presidente da República. Em nota, a instituição afirma que a medalha é o reconhecimento por um ato de Bolsonaro ocorrido em 1978.No texto, é informado que o capitão reformado impediu que um soldado se afogasse durante uma atividade de instrução militar, "tendo se distinguido, nessa ação meritória, por sua abnegação, coragem e bravura, com eminente risco da própria vida".

Esquema de segurança 
Para receber a honraria, Bolsonaro deixou a Granja do Torto, uma das residências oficiais da Presidência da República, onde está hospedado, no fim da manhã para se dirigir ao Quartel General do Exército, acompanhado de forte esquema de segurança da Polícia Federal.


A cerimônia ocorreu com a presença do Comandante do Exército, general Eduardo Villas Bôas. A Medalha do Pacificador com Palma tem como objetivo evocar as homenagens prestadas a Luiz Alves de Lima e Silva, o Duque de Caxias.

Correio Braziliense

 

segunda-feira, 26 de novembro de 2018

Comandante do Exército determina análise sobre Intentona Comunista

Villas Bôas disse que medida tem objetivo de evitar derramamento de 'sangue verde e amarelo' 


Em perfil no Twitter, o comandante do Exército, general Eduardo Villas Bôas, disse, na manhã deste domingo (25/11), que determinou uma análise sobre a Intentona Comunista, ocorrida em 1935. De acordo com o militar, o objetivo é evitar derramamento de “sangue verde e amarelo”. O movimento foi a tentativa de derrubar o ex-presidente Getúlio Vargas do cargo, em novembro de 1935.


A Intentona Comunista é considerada uma rebelião político-militar liderada por Luís Carlos Prestes, que havia criado a Aliança Nacional Libertadora (ANL). Getúlio Vargas classificou o movimento como ilegal, o que provocou reações em quartéis de Natal, Recife e Rio de Janeiro. O governo reagiu com a força militar, o que ocasionou na morte de agentes oficiais. 

“Determinei ao Exército que rememore a Intentona Comunista ocorrida há 83 anos”, escreveu o general. “Antecedentes, fatos e consequências serão apreciados para que não tenhamos, nunca mais, irmãos contra irmãos vertendo sangue verde e amarelo em nome de uma ideologia diversionista”, completou Villas Bôas. 
 
O presidente eleito, Jair Bolsonaro, já se manifestou sobre a Intentona Comunista, em discurso na Câmara em 1995. Na ocasião, ele disse que os comunistas foram derrotados em 1935 e, depois, em 1960, década em que se iniciou o Governo Militar. Bolsonaro ainda sugeriu que o movimento persistia por meio dos metralhadores sem terra. "Incansáveis, os agentes do satanismo marxista-leninista, mesmo privados de um dos seus eixos de poder geopolítico, Moscou,   continuam assanhadíssimos. Prova concreta disso são essas tropas bem municiadas, apetrechadas  e muito mal disfarçadas, no movimento dos sem-terra", disse na época. 
 
 
Folha de S. Paulo




segunda-feira, 12 de novembro de 2018

Entrevista do comandante do Exército, tutela, e o verdadeiro perigo de que fala general. Ou: não existe risco de um golpe, mas de bagunça

A entrevista concedida pelo general Eduardo Villas Bôas, comandante do Exército, à Folha deste domingo gerou barulho no PT. Por quê? Já vamos ver. Noto, de saída, que foi uma boa entrevista, em que ele rechaçou, mais uma vez, a eventual intervenção das Forças Armadas na política, expressando, adicionalmente, preocupação com a eventual politização dos militares em razão da ascensão de Jair Bolsonaro à Presidência.

Sobre a tal intervenção, foi explícito: “Intervenção militar constitucional, até hoje não descobri como é que faz isso. Até houve discussões de juristas sobre isso, que o Exército teria um mandato para intervir, e isso foi verbalizado pelo general Mourão, gerando uma pequena crise [em 2015]. Em função dessa pressão, elaboramos diretrizes que transmiti internamente e que passaram a preencher espaço externamente. A conduta seria baseada em três pilares. Primeiro, a manutenção da estabilidade. Segundo, a legalidade: o Exército jamais agiria fora de preceitos legais, dentro do artigo 142 da Constituição e leis subordinadas.

Bem, meus caros, o que vai acima não tem nada de ambíguo: o general está dizendo que não cabe uma ação unilateral dos militares. E ponto final. Na conversa, o comandante do Exército chegou a apontar o que considera de aspectos “messiânicos” na forma como Bolsonaro se manifesta e deixou claro que o fato de ele ter sido militar não implica que se vá ter um governo militar. Lembrou, o que é correto, que a pauta do presidente eleito, quando deputado, era mais corporativista do que ligada à defesa do país.

Mas um trecho de sua fala gerou barulho - íntegra da entrevista, aqui. Comentando dois tuites por ele publicados no dia 3 de abril, véspera da votação no STF do habeas corpus que pedia a liberdade de Lula, ele disse: “Eu reconheço que houve um episódio em que nós estivemos realmente no limite, que foi aquele tuíte da véspera da votação no Supremo da questão do Lula. Ali, nós conscientemente trabalhamos sabendo que estávamos no limite. Mas sentimos que a coisa poderia fugir ao nosso controle se eu não me expressasse. Porque outras pessoas, militares da reserva e civis identificados conosco, estavam se pronunciando de maneira mais enfática. Me lembro, a gente soltou [o post no Twitter] 20h20, no fim do Jornal Nacional, o William Bonner leu a nossa nota.”

Cumpre aqui lembrar o conteúdo dos dois tuites então publicados pelo general: “Nessa situação que vive o Brasil, resta perguntar às instituições e ao povo quem realmente está pensando no bem do País e das gerações futuras e quem está preocupado apenas com interesses pessoais?”
“Asseguro à Nação que o Exército Brasileiro julga compartilhar o anseio de todos os cidadãos de bem de repúdio à impunidade e de respeito à Constituição, à paz social e à Democracia, bem como se mantém atento às suas missões institucionais.

O que eu tenho a dizer? Considerei então que havia, sim, ali a sombra de uma tutela. Afinal, se o que o general diz na entrevista de domingo vale, inexiste interferência das Forças Armadas no processo político à revelia da Constituição que não seja golpe. Parece-me que o “limite” a que ele se refere é justamente o limite possível da legalidade: qualquer coisa além daquelas palavras, e se trataria de uma ameaça.

Entendo, por óbvio, os protestos do PT. Mas cumpre lembrar que Villas Bôas não participou daquela sessão do Supremo. Votaram contra o habeas corpus Edson Fachin, Alexandre de Moraes, Roberto Barroso, Rosa Weber, Luiz Fux e Cármen Lúcia. Votaram a favor Dias Toffoli, Ricardo Lewandowski, Gilmar Mendes, Marco Aurélio e Celso de Mello. Convenham: não dá para afirmar que seis ministros ficaram com medo do general e que cinco decidiram enfrentá-lo, certo?

Eu realmente não creio que os tuítes de Villas Bôas tenham tido algum peso na votação. Parece-me que sua fala de agora revela outra coisa: ele se manifestou no que chamou “limite” para evitar eventual indisciplina nos quarteis. E isso, sim, é preocupante. Não que eu ache que um golpe, no velho modelo latino-americano, possa ser desfechado ou, se desfechado, possa prosperar.

Se, no entanto, o comandante do Exército se viu compelido a ir “ao limite” para evitar a bagunça, então convém que se fique atento. Não para evitar o golpe que não haverá, mas para impedir a baderna de setores militares.  Os petistas deveriam considerar, em sua reação, que não é exatamente esperto jogar todas as Forças Armadas no colo de Jair Bolsonaro. Até porque isso é falso. Basta ler direito a entrevista do general Villas Bôas.

Blog do Reinaldo Azevedo

LEIA TAMBÉM: Escola com Polícia 1: O veto ao debate sobre gênero acumula derrotas na Justiça; PGR já foi à Justiça em ao menos sete oportunidades

[Comentário: 
O Brasil, ainda, a república da Banânia, é o único país em que uma Lei Municipal, de autoria de um vereador em um municipio que poucos brasileiros já ouviram falar, é capaz de ter repercussão nacional e servir de supedâneo para que o STF decida tornar a decisão sobre a constitucionalidade (estadual) da mesma, assunto de repercussão geral - o que obriga todos juízes a seguirem, sem delongas,  a suprema decisão.]
 

 

domingo, 11 de novembro de 2018

General Villas Bôas confessa que exército esteve no limite de intervenção caso Lula fosse solto


“Ali, nós conscientemente trabalhamos sabendo que estávamos no limite. Mas sentimos que a coisa poderia fugir ao nosso controle se eu não me expressasse”, disse


O general Eduardo Villas Bôas declarou, em entrevista à Folha, publicada neste domingo (11), que, apesar de negar a intenção das Forças Armadas em interferir na vida política nacional, confessa que o único episódio em que estiveram no limite “foi aquele tuíte da véspera da votação no Supremo da questão do Lula”, disse.

“Ali, nós conscientemente trabalhamos sabendo que estávamos no limite. Mas sentimos que a coisa poderia fugir ao nosso controle se eu não me expressasse. Porque outras pessoas, militares da reserva e civis identificados conosco, estavam se pronunciando de maneira mais enfática. Me lembro, a gente soltou [o post no Twitter] 20h20, no fim do Jornal Nacional, o William Bonner leu a nossa nota’, contou.

Sobre o caos, o general disse ainda que, apesar das críticas que recebeu, o saldo foi positivo: “Do pessoal de sempre, mas a relação custo-benefício foi positiva. Alguns me acusaram… de os militares estarem interferindo numa área que não lhes dizia respeito. Mas aí temos a preocupação com a estabilidade, porque o agravamento da situação depois cai no nosso colo. É melhor prevenir do que remediar”, encerrou.



Nessa situação que vive o Brasil, resta perguntar às instituições e ao povo quem realmente está pensando no bem do País e das gerações futuras e quem está preocupado apenas com interesses pessoais?

Relembre o caso
Na véspera do julgamento do Habeas Corpus preventivo do ex-Presidente Luiz Inácio Lula da Silva pelo Supremo Tribunal Federal (STF), em abril deste ano, Villas Bôas, disparou dois tuítes que tiveram grande repercussão.

“Nessa situação que vive o Brasil, resta perguntar às instituições e ao povo quem realmente está pensando no bem do País e das gerações futuras e quem está preocupado apenas com interesses pessoais?”
“Asseguro à Nação que o Exército Brasileiro julga compartilhar o anseio de todos os cidadãos de bem de repúdio à impunidade e de respeito à Constituição, à paz social e à Democracia, bem como se mantém atento às suas missões institucionais.” 

Recebido por: e-mail 

 
Íntegra da entrevista na Folha - clique aqui



Comandante do Exército vê bom nacionalismo na eleição de Bolsonaro e reconhece apelo messiânico e improviso, mas não vê riscos

 'Bolsonaro não é volta dos militares, mas há o risco de politização de quartéis', diz Villas Bôas

Para o comandante do Exército, o presidente eleito é mais político do que militar

Leiam a excelente entrevista concedida pelo general Eduardo Villas Bôas, comandante do Exército, a Igor Gielow na Folha deste domingo. O general afirma que a eleição de Jair Bolsonaro “liberou uma energia, algum nacionalismo que estava latente e que não podia ser expresso” e vê, nesse particular, algo positivo.


O general observa que Bolsonaro é um político, não um militar no poder. Na verdade, ele se preocupa com o risco de politização dos quartéis e é explícito: “Alguns militares foram eleitos, outros fazem parte da equipe dele, mas institucionalmente há uma separação. E nós estamos trabalhando com muita ênfase para caracterizar isso, porque queremos evitar que a política entre novamente nos quartéis.”


O comandante do Exército reconhece aspectos “meio messiânicos” no discurso de Bolsonaro e aponta que, em certas áreas, o presidente eleito ainda esta apenas “tateando” — é o caso, por exemplo, da política externa.

E os discursos mais agressivos de Bolsonaro, alguns evidenciando intolerância com instâncias da democracia? Villas Bôas considera que é “marketing” e aposta: “O país está amadurecido, tem um sistema de freios e contrapesos que não permite que essas coisas prosperem a ponto de ameaçar a eficiência do processo democrático.”

Leiam trechos da conversa. * (…) O sr. esteve com o presidente na terça (6). Como foi a conversa?
Era mais uma visita de cortesia. Tivemos uns dez minutos de conversas específicas. Aqui no Exército será alguém da turma dele, e os quatro generais mais antigos são da turma dele. Sugeri que colocasse um civil na Defesa. Com o ministério com tantos militares, teria um equilíbrio interessante. Mas ele insistiu que fosse um oficial-general de quatro estrelas.
  Eu sugeri que o general [da reserva Augusto] Heleno fosse para o GSI [Gabinete de Segurança Institucional], e ele já estava com essa ideia na cabeça.
  Daí falamos um pouco sobre política externa, questionei quem eles tinham em mente para o Itamaraty. Achei curioso, eles estavam em um nível bem superficial, com vários nomes, inclusive de pessoas que eles não conheciam e estavam prospectando. Senti que em alguns setores eles estão com a coisa bem definida, e em outros, ao contrário, estão tateando.


Bolsonaro é o primeiro militar eleito pelo voto direto desde 1945, é o primeiro no poder desde o fim da ditadura. Como o Exército vê um membro de seus quadros hoje na Presidência?
A imagem de Bolsonaro como militar é uma imagem que vem de fora. Ele saiu do Exército em 1988. Ele é muito mais um político.
Ele foi muito hábil quando saiu para se candidatar a vereador, passou a gravitar em torno dos quartéis, explorando questões que diziam ao dia a dia dos militares. Ele nunca se envolveu com questões estruturais da defesa do país. Mas aí criou-se essa imagem de que ele é um militar.
  Estamos tratando com muito cuidado essa interpretação de que a eleição dele representa uma volta dos militares ao poder. Absolutamente não é. Alguns militares foram eleitos, outros fazem parte da equipe dele, mas institucionalmente há uma separação. E nós estamos trabalhando com muita ênfase para caracterizar isso, porque queremos evitar que a política entre novamente nos quartéis.
  (…)
  Desde que o presidente foi eleito, ele tem buscado fazer gestos simbólicos de deferência à Constituição e à democracia. Ao mesmo tempo, ele tem feito ameaças explícitas a órgãos de imprensa, como este jornal e outros, que não falem o que ele considera ser a verdade. Aliás, ele sempre fala em verdade…
Uma coisa meio messiânica, né?


Isso. Mas enfim, é compatível a defesa da democracia e esses chutes na canela de instituições que fazem parte da democracia?
Acho que, se nós olharmos da perspectiva dele, esse é um marketing que ele faz em torno de si, que explora. Eu não creio que ele vá materializar isso a ponto de ameaçar o funcionamento das instituições. O país está amadurecido, tem um sistema de freios e contrapesos que não permite que essas coisas prosperem a ponto de ameaçar a eficiência do processo democrático.
(…) Íntegra aqui

Blog do Reinaldo Azevedo

sexta-feira, 2 de novembro de 2018

A nova era militar

O prestígio dos militares no governo Bolsonaro atingirá patamares inéditos desde a redemocratização, mas, numa demonstração de maturidade institucional, integrantes da caserna prometem manter uma distância regulamentar do poder e seguir estritamente as regras do jogo democrático 

Quarta-feira, 24 de outubro. A quatro dias do segundo turno das eleições presidenciais, o Alto Comando do Exército reunia-se para decidir sobre promoções do alto oficialato. Da cadeira de rodas, com as dificuldades impostas por seu estado de saúde, o comandante do Exército, general Eduardo Villas Bôas, pede a palavra. Àquela altura, ninguém na sala tinha mais muitas dúvidas de que o domingo consagraria a eleição do capitão da reserva Jair Bolsonaro, do PSL, como novo presidente da República. Uma eleição que, 33 anos após o fim da ditadura, traria os militares de volta ao centro do poder. Bem longe de uma comemoração, Villas Bôas adotou um tom sério. “Temos que tomar o máximo de cuidado com a preservação da imagem da nossa instituição”, advertiu o comandante do Exército, emendando com uma recomendação. “Seria prudente que colegas da ativa não participassem diretamente do governo”.
 A FORÇA DA CASERNA Ascensão de Jair Bolsonaro ao poder representa o retorno dos militares à cena política (Crédito: Eduardo Anizelli/Folhapress)

O comandante sabe que a orientação, não uma ordem, dificilmente será cumprida. A manifestação do comandante do Exército, no entanto, é a tradução de como as Forças Armadas enxergam o atual momento político em que um capitão reformado, com amplo apoio de integrantes da caserna, ascende ao poder. É inegável que o prestígio dos militares no governo Bolsonaro atingirá patamares inéditos desde a redemocratização do País. Mas, numa demonstração de arraigada maturidade institucional, eles se revelam conscientes do seu papel. Entendem que a organização do poder político é tarefa dos civis, não dos militares. E que esse preceito do estado democrático de direito não é alterado pela simples presença de militares reformados na política. É, na essência, o que difere a nova era militar dos tempos de trevas da ditadura. Hoje, as Forças Armadas rejeitam qualquer possibilidade de futura intervenção militar, como se a presença de militares reformados na política pudesse representar um primeiro passo para a tomada do poder civil por integrantes da caserna. “Ao contrário do que aconteceu em 1964, esses militares chegarão agora ao poder pelo voto, pela via democrática, e não parece haver espaço para um retrocesso que não os faça ter que respeitar as regras do Estado Democrático de Direito”, observa o professor de História do Brasil da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Carlos Fico. “Hoje, a sociedade e as instituições têm condições de se contrapor aos excessos”, continua o professor. Em suma, as instituições demonstram solidez suficiente para evitar um regresso a um passado que o País quer deixar definitivamente no retrovisor. “Eles (os militares) sabem que terão de governar na democracia. Todas as pesquisas apontam que essa mesma maioria que levou esse grupo ao poder apoia a democracia”, conclui o estudioso.

 “Temos que tomar o máximo de cuidado com a preservação da imagem da nossa instituição”
“Seria prudente que nossos colegas da ativa não participassem diretamente do governo Bolsonaro”

General Villas Bôas, comandante do Exército

O medo da frustração
A saudável manutenção de uma distância regulamentar do poder é alimentada ainda pelo temor do Alto Comando Militar de que se crie uma expectativa muito grande de que os militares serão capazes de resolver os problemas nacionais, como num passe de mágica. Problemas complexos e que não serão resolvidos com soluções fáceis por uma instituição que também sofre os sintomas da crise econômica e hoje encontra-se desaparelhada para exercer da forma ideal mesmo as suas ações específicas na área de defesa do País. A experiência de já ter ganho destaque na área de segurança pública com a intervenção no Rio de Janeiro já não é avaliada pela cúpula militar como positiva. Os militares foram postos à frente da solução de um tremendo abacaxi, sem a autonomia e o efetivo necessário. Obtiveram alguns resultados positivos, como a redução do roubo de cargas.  Mas não em um nível que fosse realmente perceptível para a sociedade. É esse grau de frustração que a cúpula militar teme no momento em que os militares ganharão novamente destaque em um governo, agora pelo voto.

Nada que impeça, evidentemente, a incorporação de militares da ativa ao Ministério de Bolsonaro, especialmente nos cargos de segundo escalão. O primeiro escalão será formado pelos militares da reserva que formam o chamado “Grupo de Brasília”: 
o vice-presidente general Hamilton Mourão, o general Oswaldo Ferreira, provável futuro ministro da Infraestrutura; o general Augusto Heleno, futuro ministro da Defesa, e o general Aléssio Ribeiro Souto, ainda sem cargo definido. O general Aléssio chegou a ser cotado para o Ministério da Educação. “Os militares têm a disciplina que nós precisamos no momento, principalmente na área de infraestrutura”, considera o vice-presidente do PSL, Gustavo Bebbiano.

Quem conhece os perfis dos militares mais próximos de Bolsonaro e que terão papel de destaque no próximo governo aposta na influência do general Heleno. “É, de longe, o mais preparado ali. E, sem dúvida, o mais ponderado”, disse a ISTOÉ um oficial de alta patente do Exército. Nas Forças Armadas, Heleno é visto mesmo como um homem de centro, bem menos radical que o próprio Bolsonaro. É tido como bom comunicador, tendo, inclusive, mais trânsito na imprensa que a maioria dos integrantes do núcleo duro do governo. “Os demais generais do Grupo de Brasília são também muito preparados. O problema é o temperamento”, diz esse oficial. “O general Mourão é alguém em que eu confiaria plenamente no comando de uma tropa no meio de uma batalha. Agora, numa função que exige discrição como a de vice-presidente…”, completa.

Uma coisa é certa: no novo governo, se bate continência. Para o bem e para o mal. O capitão Bolsonaro estará cercado de generais. “Os generais sabem que o comandante agora é o capitão. Mas como se comportará o capitão, acostumado que foi na vida militar a receber ordens dos generais?”, questiona um oficial do Exército. Como se encaixará a lógica militar na realidade de um mundo civil e democrático, essa é a grande incógnita.

IstoÉ

quinta-feira, 18 de outubro de 2018

Os militares e a política

Forças Armadas têm se mantido exemplarmente isentas nas questões eleitorais, em demonstração de arraigada maturidade institucional


Nas eleições deste ano, notou-se uma presença acentuada de militares reformados concorrendo a cargos políticos, na esfera estadual e na federal, no Legislativo e no Executivo. O destaque tem sido o capitão reformado Jair Bolsonaro, candidato pelo PSL, com sua expressiva votação no primeiro turno. Ainda que esteja há muito tempo fora das Forças Armadas - deixou o Exército em 1988, ano em que foi eleito vereador do município do Rio de Janeiro, e desde 1991 ocupa ininterruptamente uma cadeira na Câmara dos Deputados -, Bolsonaro construiu e mantém sua identidade política vinculada à sua passagem no Exército. 

Ao mesmo tempo que há maior participação de ex-militares na vida político-partidária, deve-se reconhecer que as Forças Armadas têm se mantido exemplarmente isentas nas questões eleitorais, numa demonstração de arraigada maturidade institucional. Não se viu, por exemplo, nenhuma ação político-partidária oriunda de quartéis ou algum movimento organizado por militares da ativa.  O alto-comando militar foi, a todo momento, muito enfático na isenção das Forças Armadas em questões políticas. Antes do primeiro turno, o comandante do Exército, general Eduardo Villas Bôas, fez uma firme defesa do papel institucional das Forças Armadas, em entrevista ao Estado. “Nós somos instituição de Estado que serve ao povo. Não se trata de prestar continência para A ou B. Mas, sim, de cumprir as prerrogativas estabelecidas a quem é eleito presidente”, disse Villas Bôas. 

Quando questionado se Jair Bolsonaro era o candidato das Forças Armadas, o comandante do Exército não titubeou: “Não é candidato das Forças. As Forças Armadas são instituições de Estado, de caráter apolítico e apartidário”.  Mais recentemente, em conversa com Eliane Cantanhêde, colunista do Estado, o comandante da Marinha, o almirante de esquadra Eduardo Leal, frisou a distância entre o papel institucional das Forças Armadas e as questões eleitorais. O candidato ‘x’ ou ‘y’ pode ter muitos eleitores nas Forças Armadas, mas as Forças Armadas não têm candidato. Repito: as Forças Armadas, particularmente a Marinha do Brasil, não têm candidato. Não há nenhuma atividade, nenhuma campanha interna, nenhuma ação que possa nos associar a um dos dois candidatos. Estamos, institucionalmente, neutros”, disse Leal. 

São muito oportunas essas manifestações dos comandantes do Exército e da Marinha, pois reforçam uma ideia central de todo Estado Democrático de Direito: a organização do poder político é tarefa dos civis, e não dos militares. E essa premissa não é modificada pela presença de militares reformados na política. Justamente por serem reformados, já não detêm nenhum poder sobre as instituições militares. Eles são iguais aos outros candidatos sem histórico militar - e é por isso que podem concorrer, num Estado Democrático de Direito, a cargos políticos. 

As Forças Armadas são enfáticas ao rejeitarem qualquer hipótese de futura intervenção militar, como se a presença de militares reformados na política pudesse representar um primeiro passo para a tomada do poder civil por militares. “Não há ambiente nem condições para qualquer tipo de golpe, muito menos para um golpe militar. As instituições são fortes, a iniciativa privada é forte, a mídia é forte e as Forças Armadas cumprem suas atribuições dentro da Constituição”, afirmou o comandante da Marinha. 

A neutralidade das Forças Armadas nas questões políticas não representa apenas uma garantia de que o poder civil está, de fato e de direito, nas mãos dos civis. Serve também de exemplo para outros órgãos do Estado, influenciados muitas vezes por voluntarismos fora de suas competências institucionais. Por exemplo, nos últimos anos, membros do Ministério Público, que estavam em plena atividade, alguns deles comandando importantes operações, tiveram denodada atuação pública com fins políticos.
Em tempos de polarizações, radicalismos e paixões exacerbadas, as Forças Armadas exercem, com seu profundo respeito aos cânones republicanos, um papel muito importante para a estabilidade e serenidade do País.

 Editorial - O Estado de S. Paulo


sexta-feira, 14 de setembro de 2018

Meta principal de Haddad: soltar Lula em 2019

Toffoli cá, Haddad lá

[claro que Haddad' tem que cuidar de um 'probleminha': seu discurso econômico. 

O programa foi preparado pelo mesmo pensamento da Unicamp deixado de lado em 2002, quando Lula escreveu a Carta aos Brasileiros. 

Ele precisa unir o partido em torno dele e, ao mesmo tempo, reduzir os temores sobre o seu caminho na economia.]

Campanha ganha novo ingrediente: o movimento para soltar Lula em 2019


Nenhum candidato diz isso claramente, mas a posse do ministro Antonio Dias Toffoli na presidência do Supremo Tribunal Federal reforça um discurso crescente na campanha eleitoral: o de que a eleição do petista Fernando Haddad seria a porta aberta para a volta ao poder de Luiz Inácio Lula da Silva. Os dois movimentos, Toffoli no STF e o crescimento de Haddad nas pesquisas (8% pelo Ibope), convergem na mesma direção: a desconfiança de que Lula será solto de alguma forma em 2019. [o salto inicial é normal e esperado; todos os co,meços são flores, só que o laranja do Lula vai ter que saltar muito para ter alguma chance de ir para o segundo turno.] 
 
A intenção de Toffoli é pôr em pauta no plenário, logo no início do ano, a prisão após condenação em segunda instância. A antecessora Cármen Lúcia encerrou seu mandato cumprindo a promessa de não fazê-lo. Toffoli o fará. Como a última decisão sobre a questão foi por um único voto, não é impossível mudar.  E Haddad presidente seria não apenas Lula dando as cartas, como a possibilidade real de soltar Lula por indulto. Aliás, ele ou Ciro Gomes (PDT), que já admitiu publicamente a hipótese durante a campanha.

Há, porém, outros aspectos a serem considerados nos dois casos. Um deles é que, não raro, as pessoas se superam ao assumir imensos desafios e prezam, antes de seus compromissos políticos ou partidários, o seu próprio nome e a sua imagem para a história.
Toffoli, 50 anos, é o mais novo presidente da história do Supremo. Sua nomeação por Lula como ministro da Corte causou surpresa, perplexidade e crítica, não só pela idade, mas porque ele fora reprovado em duas provas para juiz, não era um nome brilhante no meio jurídico e tinha como credenciais ter sido advogado do PT, assessor da Casa Civil de José Dirceu e advogado-geral da União de Lula.

Toffoli, porém, de bobo não tem nada. Ao assumir a cadeira, informou-se, aproximou-se dos colegas, ganhou passe livre no gabinete de Gilmar Mendes, nomeado por FHC, identificado com o PSDB e considerado, goste-se ou não dele, um dos mais preparados e técnicos ministros do Supremo.  Foi assim também, na busca de reconhecimento e de negociação com os extremos, que Toffoli saiu do seu gabinete no STF, cruzou o Eixo Monumental e foi até o Quartel General do Exército conversar com o comandante, general Eduardo Villas Bôas.

Saiu dali com o nome do respeitado general Fernando de Azevedo e Silva para sua assessoria especial na presidência.  Gesto inteligente, sobretudo num momento em que o comandante do Exército alerta para a legitimidade do próximo presidente da República, o candidato líder nas pesquisas é um capitão reformado e seu vice é um general de quatro-estrelas que acaba de deixar a ativa. Sem maldade, apenas como constatação, Toffoli atraiu o “inimigo” para bem perto dele. E tem um canal direto com as Forças Armadas.

Quanto a Haddad: ele assumiu simultaneamente a candidatura pelo PT e uma vaga no “segundo pelotão”, aquele que disputa chegar ao segundo turno contra Jair Bolsonaro (PSL). E, assim, passa a ser alvo natural de todos os demais concorrentes, Ciro Gomes, Geraldo Alckmin, Marina Silva.  A diferença é que Ciro disputa o espaço de esquerda diretamente com Haddad e não pode bater em Lula, para não afugentar votos principalmente do Nordeste, onde já lidera com 18%. Marina bate na polaridade PT x PSDB e Alckmin não tem restrições, está livre para bater. No seu discurso, Bolsonaro é “passaporte para a volta do PT” e Haddad, para a volta de Lula.

Logo, os três procuram uma brecha ao centro para furar o embate Bolsonaro-Haddad, que caracteriza a chegada da direita radical ou a volta do PT, Lula e Dilma. Em suma, Ciro, Alckmin e Marina são os candidatos do mesmo partido, o “voto útil”. [pessoal, só que Haddad, o LARANJA do Lula é o quarto dos segundos - e até chegar a condições para enfrentar Bolsonaro (caso haja um segundo turno)  terá que passar por cima do trio Ciro, Alckmin e Marina.
E para os que não aceitam Bolsonaro, nem aceitam que a roubalheira do PT continue, só resta o Alckmin - o mais firme, mais confiável e mais competente do quarteto.] 

Eliane Cantanhêde - O Estado de S. Paulo

 

 

sexta-feira, 24 de agosto de 2018

‘Aparentemente’ só militares estão engajados na intervenção, diz comandante do Exército

Em Brasília, militares mortos nesta semana foram homenageados durante cerimônia no Dia do Soldado

Durante cerimônia de comemoração ao Dia do Soldado nesta sexta-feira, o comandante geral do Exército, general Eduardo Villas Bôas, afirmou que no Brasil tem sido frequente o uso das Forças Armadas em diversos estados e que, no Rio de Janeiro, após seis meses de intervenção na segurança, "o componente militar é, aparentemente, o único a a engajar-se na missão". Com uma doença neuromotora degenerativa, Villas Bôas utilizava um aparelho para ajudá-lo a respirar.
"Tornou-se frequente o emprego das Forças Armadas em missões variadas, como as de Garantia da Lei e de Ordem (GLO). Atuamos particularmente, no Rio de Janeiro, onde a população alarmada deposita esperanças em uma intervenção que muitos, erroneamente, pensam ser militar. Passados seis meses, apesar do trabalho intenso de seus responsáveis, da aprovação do povo e de estatísticas que demonstram a diminuição dos níveis de criminalidade, o componente militar é, aparentemente, o único a engajar-se na missão", disse a mensagem escrita pelo comandante e lida na abertura da cerimônia.

O general Eduardo Villas Bôas, comandante do Exército - Jorge William / Agência O Globo
 
O general homenageou o cabo Fabiano de Oliveira Santos, os soldados Marcus Vinícius Viana Ribeiro e João Viktor da Silva, mortos nesta semana em operações da intervenção federal no Rio de Janeiro e reclamou que suas mortes tiveram "repercussão restrita" que não "atingiram a indignação condizente com os heróis". Na abertura, foi feito um minuto de silêncio pela morte dos três militares. [lamentável general; se os mortos fossem políticos, o Brasil estaria traumatizado, as ONGs nojentas do Brasil e do exterior estariam expelindo impropérios, ameaças, críticas e sugestões cretinas.
Para tal corja os militares tem como função apenas morrer ainda que cumprindo o DEVER.
Mas, apesar de ignorados estão, merecidamente, entre os HERÓIS DA PÁTRIA, honra que os pranteados em nome do maldito politicamente correto jamais receberão.]
"Vivemos tempos atípicos. Valorizamos a perda das vidas de uns em detrimento das de outros. Suas mortes (dos três militares) tiveram repercussão restrita, que nem de longe atingiram a indignação ou a consternação condizente com os heróis que honraram seus compromissos de defender a pátria e proteger a sociedade", afirmou o general na mensagem.


Villas Bôas criticou a atuação de governos locais, que, segundo ele, não se empenham para modificar baixos índices de desenvolvimento humano, mantendo o ambiente propício para a violência. O comandante disse que soldados das Forças Armadas têm "sacrificado suas vidas para que o futuro seja diferente" e que era hora de dizer basta à "fragmentação social".
"Exigem-se soluções de curto prazo, contudo, nenhum outro setor dos governos locais empenhou-se, com base em medidas socioeconômicas, para modificar os baixos índices de desenvolvimento humano, o que mantém o ambiente propício à proliferação da violência. Soldados das três Forças Armadas têm sacrificado suas vidas para que o futuro do Brasil seja diferente. É chegada a hora de dizer basta ao diversionismo, à radicalização retrógrada e à fragmentação social", disse o comandante do Exército.

TEMER DIZ QUE TAREFA SERÁ CUMPRIDA
Presente na cerimônia, o presidente Michel Temer também usou seu discurso para homenagear os militares mortos no Rio e disse que o governo cumpriria a tarefa de "recompor a ordem pública" no estado.
— Nessa ocasião voltamos nosso pensamento muito especialmente ao cabo Fabiano de Oliveira Santos, ao soldado João Viktor da Silva e ao soldado Marcus Vinícius Viana Ribeiro, mortos há apenas poucos dias. Seu sacrifício não será em vão. Cumpriremos a tarefa imperiosa de recompor a ordem pública no Rio de Janeiro — disse a mensagem do presidente lida no evento.


Ao final da cerimônia, o ministro da Defesa, general da reserva Joaquim Silva e Luna, disse que a mensagem do comandante do Exército tinha a finalidade de unir o país e que após as eleições, seria preciso "pacificar os ânimos":
— Brasil vive momento de disputa eleitoral. É natural que cada um apresente a sua forma do que é que vai fazer. Em algum momento, em dois meses, essa tarefa de enfrentamento estará terminada. A nação tem de se unir para construir um Brasil. E a mensagem tem essa finalidade, e a minha também é essa, terminadas as eleições, precisamos pacificar os ânimos construir um outro Brasil — afirmou o ministro da Defesa.
Também participaram da cerimônia os ministros Rossielli Soares (Educação), Sérgio Etchegoyen (Gabinete de Segurança Institucional) e Caio Vieira de Mello (Trabalho) e o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Edson Fachin.

O Globo



quinta-feira, 21 de junho de 2018

Exército faz política e expõe flacidez institucional

De todos os sintomas do enfraquecimento de Michel Temer o mais inusitado é a agenda do comandante do Exército. O general Eduardo Villas Bôas recebe presidenciáveis em seu gabinete com notável desenvoltura. Pluripartidária, a lista de interlocutores do general já soma nove candidatos. Sua movimentação contrasta com a paralisia de Temer, um presidente débil que teve de abdicar da pretensão de influir na própria sucessão. [tudo bem; o governo Michel Temer está fraco, praticamente acabado e algum alivio nas críticas ao atual presidente é mais pelo interesse de preservar o Brasil - ruim com Michel, péssimo sem ele - do que aliviar para o presidente.

Mas, alguém diga com absoluta sinceridade: qual presidente da República teria peito para demitir o Comandante do Exército, ou sequer censurá-lo, por receber políticos?

De épocas recentes o único presidente da República que teve coragem de demitir o ministro do Exército foi o general Ernesto Geisel.
Sendo público e notório que ser comandante do Exército e ser ministro do Exército - em que pese a existência do ministro da Defesa - é seis por meia dúzia.]

Pela Constituição, o presidente da República é o comandante em chefe das Forças Armadas. Em tese, o general Villas Bôas lhe deve, mais do que obediência, uma certa reverência constitucional. Mas a desqualificação de Temer e do seu governo promoveram, por assim dizer, uma espécie de subversão liturgia militar. O comandante do Exército sente-se à vontade para recepcionar até os maiores desafetos do presidente.

A pretexto de discutir temas relacionados à defesa nacional e à segurança pública, o general já recebeu de Marina Silva a Geraldo Alckmin. Causou desconforto no Planalto ao recepcionar Jair Bolsonaro e Ciro Gomes, que chamam Temer de “ladrão” e “escroque”. Incluir na agenda Fernando Haddad, o Plano B do PT. Num instante em que proliferam os pedidos de volta dos militares, o ciclo de conversas do comandante do Exército revela uma flacidez institucional que deseduca o pedaço mais alienado da sociedade brasileira. [se há pedidos é confirmação que existe necessidade;  agora receber figuras como Marina Silva, Ciro Gomes e Haddad é desperdício de tempo.]

Blog do Josias de Souza

 

sábado, 12 de maio de 2018

Os dois mitos de Geisel

Míriam Leitão: Documento derruba mito de que Geisel foi bom ditador

Professor Matias Spektor destrói ilusão sobre general

Perigosos são os tempos em que um país começa a esquecer seu passado, porque pode ser o primeiro passo para repetir erros fatais. O documento encontrado pelo professor Matias Spektor chega na hora exata para reavivar memórias e ensinar aos que não viram. [Um detalhe que tem sido esquecido é que a CIA por ser uma agência de informação é também de desinformação e o conteúdo de um documento dela originário não é necessariamente uma verdade.] Não existe a figura do bom ditador. Na democracia, se tem bons e maus governos, mas na ditadura só existe mesmo o pior, sem atenuantes. [Por favor, veja o vídeo abaixo e continue a leitura.]

Carlos Eugenio da Paz conta com detalhes como assassinava pessoas no regime militar


Havia duas ilusões sobre o general Ernesto Geisel. A de que ele foi bom na economia pelos planos de desenvolvimento e fortalecimento da empresa nacional. E a de que ele enfrentou a linha dura e teria sido surpreendido por mortes que aconteceram até dentro dos quarteis do Exército durante o seu governo, como a de Vladimir Herzog, e que reagiu a elas demitindo generais.
[certamente a aqui chamada ditadura considerava perigosos os subversivos que assassinavam inocentes, explodiam bombas (Aeroporto de Guararapes é um irrefutável exemplo da covardia e credulidade dos chamados subversivos.), sequestravam assaltavam e outros crimes mais.]
Sobre o segundo mito, o professor Spektor jogou a última pá de cá. O jornalista Elio Gaspari, em sua colossal obra, já avisara de diálogos estranhos, por isso de certa forma sabíamos o que agora fica inegável. Ernesto Geisel fez parte da linha de comando que matou Herzog e tantos outros durante o seu governo. [as ações de combate ao terrorismo comandadas pelo general Médici  foram necessárias e felizmente antecedidas por decisão do marechal Costa e Silva com a promulgação do AI-5.
Seria ilógico e improdutivo iniciar o processo de abertura sem a necessária limpeza. Até mesmo um prédio quando vai ser aberto ao público precisa ser adequadamente limpo.
Não se pode olvidar que era uma guerra em que um lado lutava no 'estrito cumprimento do DEVER LEGAL', mostrando o rosto e usando farda, enquanto o outro lutava a margem das leis, agindo covardemente e privilegiando produzir vítimas inocentes e indefesas e tudo para entregar o Brasil - e a liberdade dos brasileiros - ao comunismo.]
O Palácio do Planalto abrigou conversas nas quais se decretou a morte de brasileiros. Não havia a turma dos porões e a turma moderada. Havia os porões e todos sabiam e concordavam. A briga com os generais Ednardo D’Ávila e Sylvio Frota foi disputa de poder simplesmente, sem o mérito de proteger vidas ou projetos. O general Figueiredo, que com seus maus modos conduziu a parte final daquele período longo e triste da vida nacional, era diferente de Geisel apenas no estilo, mas os dois foram cúmplices em assassinatos.

[o mais curioso é que só agora quando os militares devido ao estado de CAOS que o Brasil está atravessando - causado pelos dois últimos presidentes, ambos de esquerda - tem se manifestado, ainda que de forma discreta,  pelo restabelecimento da ordem e o fato que o deputado federal JAIR MESSIAS BOLSONARO, capitão do Exército Brasileiro, lidera as pesquisas para presidente da República.
A conjunção desses dois fatores traz assunto ultrapassado - devidamente anistiado,  inclusive os que explodiam bombas (entre eles Diógenes do PT), outro assassino confesso, Carlos Eugênio da Paz - veja vídeo -  além de anistiados foram indenizados e pensionados - e sem nenhuma finalidade prática (exceto tentar - tentativa fadada ao fracasso - impedir a vitória de Bolsonaro) tendo em conta que os crimes (óbvio que os havidos e provados) estão anistiados (o coronel Carlos Alberto Brilhante Ustra {HERÓI NACIONAL}e  o preferido pelos acusadores de supostos torturadores - qualquer boato de tortura e o Coronel Ustra era acusado (mesmo assim nunca foi condenado)  faleceu em 2015, portanto seus atos estão fora do alcance da Justiça terrena, sujeitos apenas à JUSTIÇA DIVINA, situação em que se encontra todos os presidentes do Brasil durante o Governo Militar) portanto, legalmente esquecidos e insuscetíveis de qualquer medida.
Restam dois um objetivo,  já citados: calar os militares desestimulando-os a como cidadãos brasileiros a se manifestarem sobre a bagunça generalizada que domina nossa Pátria e tentar atrapalhar a candidatura vitoriosa de JAIR  BOLSONARO.

Nos tempos de hoje há falas enviesadas de generais, inclusive do comandante do Exército. Os militares, perto da aposentadoria, falam para seus redutos para serem bem recebidos nos clubes da reserva que passarão a frequentar. Do general Eduardo Villas Bôas, que merece meus respeitos pela maneira corajosa como enfrenta uma doença terrível, se esperava neste momento palavras claras de rejeição ao passado das Forças Armadas. No entanto, ele tem falas dúbias que nunca esclarecem o que realmente quer dizer. Essa ambiguidade do comandante do Exército só fortalece os que vendem uma visão positiva dos governos militares. Há um pacto entre os militares da reserva e os comandantes da ativa na defesa da narrativa dos supostos méritos da ditadura. Se existe o pacto é porque dentro das Forças Armadas jamais foi feita autocrítica. Não houve atualização do pensamento dos quarteis, existe uma cadeia de transmissão da versão de que eles salvaram o Brasil, tiveram que endurecer, mas estavam certos. A jovem oficialidade não é diferente dos generais aposentados. A mesma ideologia é repetida, ano após ano, desde os colégios militares.

Existem hoje em dia os que se encantam com o candidato que defende torturadores e que exibe dedos engatilhados vendendo a ideia de que tiros vão matar os problemas do país.  [todos os problemas não serão mortos mas muitos serão eliminados durante o Governo Bolsonaro - e podemos falar durante os governos.] A democracia comporta visões diferentes, e por isso nada há de errado em ser de direita. É possível ser conservador e democrático. O problema é que está sendo estimulada a direita que defende a ditadura e seus crimes.

A esquerda brasileira sempre teve a vertente que gosta do projeto econômico dos militares. Nesta visão equivocada, os militares teriam sido nacionalistas e desenvolvimentistas. A esquerda acaba de repetir, no poder, alguns desses erros, como as doações de recursos públicos para empresários, supondo que eles liderariam o desenvolvimento nacional. Foi assim nos governos Médici e Geisel, foi assim nos governos Lula e Dilma. O projeto econômico dos militares deixou um país com dívida externa impagável, inflação acelerada e indexada, empresas que receberam muito dinheiro e quebraram mas enriqueceram seus donos, grandes projetos agressivos ao meio ambiente, e a renda ainda mais concentrada. Do mito econômico a esquerda deveria se livrar rendendo-se aos muitos fatos e dados. O mito de que o general Geisel foi um ditador melhor do que os outros acaba de ruir. Tarda demais o momento de abandonar ilusões autoritárias. Não existem matizes e nuances em um governo ditatorial. Ele nunca é meio bom. Ele é o que é: o pior que pode acontecer a um país.

Coluna da Miriam Leitão - Com Marcelo Loureiro