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domingo, 19 de fevereiro de 2023

NYT vira alvo de militância trans - Rodrigo Constantino

Gazeta do Povo - VOZES

Um blog de um liberal sem medo de polêmica ou da patrulha da esquerda “politicamente correta”.

Há anos o NYT se vende como jornal sério e imparcial, enquanto demonstra claro viés esquerdista em suas reportagens. O jornal contribuiu de certa forma para a cultura do cancelamento, ao retratar comentaristas conservadores como "extrema direita" responsáveis por "discursos de ódio".

Gente moderada como Ben Shapiro foi tratada dessa maneira absurda por vários comentaristas do NYT, alimentando o clima persecutório que levou aos "cancelamentos" de muitos direitistas.  
Mas como a direita sempre alegou, essa perseguição ideológica fanática não ficaria restrita aos conservadores, pois a visão totalitária sempre demanda mais.
 
Quem alimenta corvos acaba com os olhos arrancados. Quem planta vento colhe tempestade. 
 E é justamente o que está acontecendo agora com o próprio NYT. 
O jornal, milagrosamente, publicou uma matéria até razoável sobre cirurgias em transgêneros, mostrando o lado científico da coisa, o medo dos pais, os riscos de mutilar jovens etc. 
A turma woke não curtiu...

Cerca de 200 colaboradores e ex-colaboradores do New York Times assinaram uma carta aberta condenando o jornal por sua cobertura. Na carta endereçada ao editor do Times, os colaboradores dizem que têm "sérias preocupações sobre o viés editorial nas reportagens do jornal sobre pessoas transgênero, não-binárias e de gênero não conforme". O NYT tem viés?! Não creio!

A lista de signatários inclui alguns jornalistas proeminentes do Times, como a colaboradora de opinião Roxane Gay, o repórter cultural J. Wortham e o ex-repórter Dave Itzkoff. Contou com um número muito maior de escritores, como Ed Yong do The Atlantic e Jia Tolentino do The New Yorker, que contribuem apenas ocasionalmente, e outros como os atores Lena Dunham e Cynthia Nixon. Na carta, eles dizem que o Times tratou a cobertura da diversidade de gênero "com uma mistura assustadoramente familiar de pseudociência e linguagem eufemística e carregada", e reportagens recentes omitiram as associações de algumas fontes com grupos anti-trans.

A carta também se concentra em um artigo da revista do New York Times sobre crianças que estão questionando sua identidade de gênero, no qual a autora Emily Bazelon explorou o que chamou de "questões delicadas" que foram transformadas em "dinamite política" pela direita. 
A taxa de arrependimento de adultos no passado que tiveram mudança de gênero foi muito baixa, ela escreveu. Mas na sociedade de hoje, ela perguntou: "Quantos jovens, especialmente aqueles que lutam com sérios problemas de saúde mental, podem estar tentando se livrar de aspectos de si mesmos de que não gostam?"
 
Os críticos do NYT alegaram que sua reportagem poderia servir de combustível para o preconceito da "extrema direita" e para a intolerância. Mas enquanto o NYT trouxe dados científicos, a carta dos críticos traz apenas apelos emocionais e rótulos, tentando interditar o debate.  
Essa não tem sido a tática da esquerda radical faz tempo? 
A intimidação não tem surtido efeito, e o próprio NYT não tem sido instrumento disso no passado recente?

Ao menos o jornal rebateu com alguma coragem, alegando que faz jornalismo isento enquanto os críticos são militantes com uma causa. "Nosso jornalismo se esforça para explorar, interrogar e refletir as experiências, ideias e debates na sociedade – para ajudar os leitores a entendê-los. Nossas reportagens fizeram exatamente isso e estamos orgulhosos disso", disse o porta-voz do NYT.

Cada vez mais "progressistas" e democratas se dão conta do clima insuportável de censura na sociedade por pressão da "woke mob"
É o caso do comediante Bill Maher, que tem comparado essa turma com os comunistas soviéticos, com toda razão. 
O pêndulo extrapolou demais. A liberdade de expressão está ameaçada. A imprensa mal consegue reportar riscos ou problemas pessoais nessas questões identitárias. A asfixia é plena. Mas finalmente começa a haver reação, até mesmo de quem ajudou a alimentar o monstro. Menos mal...

Rodrigo Constantino, colunista - Gazeta do Povo - VOZES


sábado, 11 de fevereiro de 2023

O assassino de emas - Gazeta do Povo

Rodrigo Constantino

Um blog de um liberal sem medo de polêmica ou da patrulha da esquerda “politicamente correta”.

O Brasil acordou mais seguro hoje. O crime das emas foi desvendado. Não por Sherlock Holmes, mas por Josias de Souza, o JOR-NA-LIS-TA, aquele investigador imparcial e totalmente isento de viés político ou partidário
Ele lançou mão de seus talentos investigativos e encontrou o responsável pela morte de duas emas no Palácio do Planalto. O crime que chocou o mundo finalmente teve um desfecho: o culpado é Bolsonaro!

O site UOL, igualmente desprovido de qualquer viés ideológico, deu enorme destaque ao ocorrido. Duas emas da Presidência da República morreram neste mês com quadro de excesso de gordura. Após assumir os palácios presidenciais, o novo governo identificou que os animais foram alimentados com restos de comida humana durante a gestão Jair Bolsonaro.

Documentos do Ibama e da Casa Civil, aos quais o UOL teve acesso com exclusividade, mostram que as emas estavam sem acompanhamento veterinário e, em sua maioria, em instalações inadequadas. Os dois animais estavam na Granja do Torto, uma das residências oficiais da presidência, ocupada até o meio de dezembro pelo ex-ministro Paulo Guedes, onde estão atualmente 17 emas. "Não há dúvida: é crime. Durante a gestão Bolsonaro, o Palácio do Planalto foi convertido em uma espécie de casa da mãe Joana hipertrofiada. Tudo ali operava em desacordo. Quem olha a família Bolsonaro tem a impressão de que a humanidade não só parou de evoluir como está fazendo o caminho de volta", disse Josias de Souza, colunista do UOL. [na interpretação deturpada e facciosa do 'jornalista',o mundo está regredindo, afinal para ele é perfeitamente normal que centenas de pessoas morram das filas do hospitais públicos por falta de atendimento médico - já as emas(claro que as que estavam sob os cuidados de funcionários da Presidência da República, então ocupada pelo presidente Bolsonaro) não podem deixar de receber os DEVIDOS e INDISPENSÁVEIS cuidados = vejam as narrativas absurdas  expelidas por alguns integrantes da mídia militante que são obrigados a cumprir pauta.
A depender de jornalistas da mídia militante e de funcionários do governo do 'maligno', Bolsonaro será a primeira autoridade em todo o planeta Terra a ser processado por 'EMOCIDIO', pela prática de assassinato cruel de duas emas.]

"Foram cortando meio 'na galega', sem muito critério. As emas foram assassinadas. Há muitos crimes, alguns até estão sob investigação. É um emaranhado que precisa de investigação e, havendo comprovação, de punição. O Brasil precisa parar de conviver com a impunidade", desabafou nosso Sherlock Holmes tupiniquim.

"É uma pulsão de morte enorme. É um descaso e uma negligência que agem direta e indiretamente com florestas, com tudo o que vive. O que não é um espelho que exala a mesma masculinidade do Bolsonaro e não pertence à família dele não serve para estar vivo", acrescentou Milly Lacombe, também colunista do UOL.

Lula ataca a independência do Banco Central enquanto enaltece ditaduras comunistas.  
Até os tucanos que fizeram o L já estão ou arrependidos ou com medo. Tudo vem piorando rapidamente no país. 
Mas os brasileiros podem dormir mais tranquilos agora: descobriram quem matou as emas e é questão de tempo até colocarem atrás das grades esse genocida.

O caso todo só não é uma maravilha para a comunidade "progressista" porque, para condenar Bolsonaro, foi preciso admitir que a obesidade mata. Mas isso logo será esquecido pela turma da "ciência" woke, para não ofender ninguém...

Rodrigo Constantino, colunista - Gazeta do Povo - VOZES

 

sexta-feira, 14 de outubro de 2022

A nova fronteira do cancelamento: sua conta no banco - Gazeta do Povo

Bruna Komarchesqui
 
 
O cancelamento digital decorrente da expressão de opiniões conservadoras tem alcançado uma nova fronteira: sistemas de pagamento online, como PayPal, sites de crowdfunding e até bancos estão cancelando ou restringindo a atividade de usuários, sob alegação de propagarem “desinformação” e “discurso de ódio”.| Foto: Bigstock

Depois das já conhecidas suspensões de conteúdos e perfis por plataformas de redes sociais, o cancelamento digital decorrente da expressão de opiniões conservadoras tem alcançado uma nova fronteira: sistemas de pagamento online, como PayPal, sites de crowdfunding e até bancos estão cancelando ou restringindo a atividade de usuários, sob alegação de propagarem "desinformação” e “discurso de ódio”. Até mesmo o YouTube, que mudou seu sistema de monetização depois de uma piada politicamente incorreta por parte de um canal em 2017, vem desmonetizando conteúdos com base em viés político.

No mês passado, o PayPal encerrou a conta da Free Speech Union (União da Liberdade de Expressão), organização que defende acadêmicos críticos de gênero e pessoas que perderam seus trabalhos por expressar opiniões. A plataforma também baniu a conta do fundador da organização, o jornalista Toby Young, e seu site de notícias e opinião, o Daily Skeptic, sem explicações claras. Young foi informado que suas contas foram fechadas por violar a “Política de Uso Aceitável” do PayPal, mas não recebeu uma lista de transações proibidas ou ilegais.

“Se o PayPal tivesse encerrado apenas uma dessas contas, é concebível que poderia ser porque violou a Política de Uso Aceitável da empresa. Mas fechou as três contas com poucos minutos de diferença, sugerindo que há uma razão mais sinistra. Suspeito que seja porque, na realidade, o PayPal não valoriza a liberdade de expressão e o diálogo aberto ou as pessoas e organizações que defendem esses princípios”, disse ao jornal britânico The Telegraph. “Retirar serviços financeiros de dissidentes e não-conformistas e daqueles que se atrevem a defendê-los é a nova linha de frente na guerra em curso contra a liberdade de expressão”, completou.

Cancelamento parecido pelo PayPal sofreu o biólogo americano Colin Wright, após defender "calmamente durante anos a posição (aparentemente controversa) de que o sexo biológico é real, existem apenas dois sexos, e as diferenças entre machos e fêmeas às vezes importam".

Ele conta que, em abril, recebeu um e-mail da plataforma em que costumava receber doações de apoiadores, dizendo: “Você não pode mais fazer negócios com o PayPal. Após uma revisão, decidimos limitar permanentemente sua conta, pois houve uma alteração no seu modelo de negócios ou sua empresa foi considerada arriscada". O informe acrescentava que seus fundos estavam sendo retidos por até 180 dias.

Wright também foi cancelado pela loja de varejo online Etsy, onde vendia itens como canecas, pôsteres e adesivos. A alegação do site foi que suas mercadorias promovem, apoiam ou glorificam o ódio ou a violência contra grupos protegidos”. O biólogo e outros cancelados pelo PayPal migrou para o Donorbox, uma plataforma de doação que, segundo ele, passou a ser atacada pela esquerda como um paraíso de financiamento para extremistas anti-LGBTQ”.

No momento do cancelamento, um terço dos 9,5 mil membros da Free Speech Union tinham suas taxas recorrentes processadas pelo PayPal. Cerca de duas semanas depois, Toby Young foi informado de que suas contas na plataforma foram restauradas. “Talvez se o PayPal restaurar as contas de todas as outras pessoas e organizações que desplataformou por razões políticas e prometer não fazer nada disso novamente, eu possa reconsiderar. Enquanto isso, ainda estarei dedicando todas as minhas energias para pressionar o governo a aprovar uma lei que refreie empresas como o PayPal, para que outras pessoas com opiniões políticas não woke não tenham que suportar o que eu passei”, escreveu para a The Spectator.

No último fim de semana, o PayPal publicou atualizações em sua política, proibindo usuários de utilizar o serviço para atividades como “o envio, postagem ou publicação de quaisquer mensagens, conteúdo ou materiais” que promovam desinformação. A novidade entra em vigor em 3 de novembro, com multa de US$ 2,5 mil para cada violação. A empresa justificou para o portal de notícias Bloomberg que o aviso trata apenas de “informações incorretas”. “O PayPal não está multando pessoas por desinformação e essa linguagem nunca teve a intenção de ser inserida em nossa política”, disse um porta-voz, por meio de comunicado.


 

Contas encerradas sem explicação
Em maio de 2019, um grupo de clientes conservadores denunciou o fechamento de suas contas bancárias pelo JPMorgan Chase, maior instituição financeira dos Estados Unidos. Segundo o jornal New York Post, os ativistas conservadores Enrique Tarrio, Joe Biggs, Laura Loomer e Martina Markota tiveram suas contas encerradas “sem explicações satisfatórias”, com poucas semanas de diferença entre eles.

Apoiador de Donald Trump, Tarrio é chefe da organização Proud Boys (Meninos Orgulhosos), que se definem como “antiguerreiros da justiça social”. Em 2021, ele foi preso sob a acusação de queimar uma faixa do Black Lives Matter. Dois anos antes, teve a conta no JPMorgan encerrada sem justificativa. Um gerente do banco chegou a classificar o fechamento como “incompreensível”.

(...)

A iniciativa provocou a reação do estado do Texas, que criou uma lei proibindo agências estaduais de fazerem negócios com qualquer corporação que “discrimine” empresas ou pessoas ligadas à fabricação de armas e munições. Limitada de fechar importantes contratos com o poder público, o JPMorgan se viu obrigado a voltar atrás, declarando por escrito ao Texas que “essas relações comerciais [com entidades ou associações de armas de fogo] são importantes e valiosas”.

Financiamento coletivo
Em 2018, o Patreon, um site norte-americano de financiamento coletivo que oferece ferramentas para que criadores de conteúdo gerenciem assinaturas, censurou o youtuber britânico Carl Benjamin (do canal Sargon of Akkad). O público reagiu com um boicote à plataforma, pelo que considerou um cancelamento de viés político. De acordo com o site, um vídeo de Benjamin violou as definições de discurso de ódio (o que “inclui ataques sérios, ou mesmo generalizações negativas, de pessoas com base em sua raça [e] orientação sexual”) da plataforma.

A ativista canadense Lauren Southern também foi banida do Patreon, após gravar vídeos criticando a ideologia de gênero e o Black Lives Metter. Ela conta que foi informada por e-mail de que sua conta estava sendo desativada porque suas ações “provavelmente causariam perda de vidas”. Na época, Southern tinha 650 assinantes na plataforma.

Bruna Komarchesqui, colunista - Gazeta do Povo - VOZES


quinta-feira, 24 de março de 2022

Disney mostra perigo do ativismo radical interno - VOZES

Rodrigo Constantino

Qual a grande missão da Disney? Não é muito difícil resumi-la como algo assim: produzir entretenimento para milhões de pessoas ao redor do mundo, com foco especial nas crianças. É o que fazem os filmes clássicos da Disney, seus parques temáticos, seu cruzeiro: geram magia e encanto para todos, em particular as crianças.

Agora imagine uma empresa dessas resolver agir como um típico militante radical de esquerda, com pautas como ideologia de gênero. Seria absurdo, quase suicídio comercial, certo? Pois é exatamente o que tem feito a Disney, cada vez mais. O episódio da lei aprovada na Flórida contra doutrinação infantil mostra bem isso.

A turma "woke" de Hollywood, encabeçada pelo ator que fez Luke Skywalker, passou a rotular a lei como "não diga gay", sendo que em nenhum momento o projeto diz isso. Nem é uma lei controversa. Diz basicamente que não cabe aos professores de crianças (6, 7 anos) se intrometer na educação sexual, pois isso é tarefa dos pais.  
É uma lei que garante mais controle parental sobre certos conteúdos morais, apenas isso.

Mas a mídia, cada vez mais "woke", embarcou nessa narrativa distorcida, e passou também a chamar a lei de "não diga gay", como se fosse censura reacionária. Até a Casa Branca endossou a farsa.[Biden, atual ocupante da Casa Branca, e sua vice representam a expressão oficial do apoio a coisas como: aborto, ideologia de gênero, desvalorização da polícia e outras bizarrices.]  E eis que os radicais se sentiram mais autorizados a partir para o ataque. Foi o que fez uma pequena parcela dos funcionários da Disney.

Milhões de refugiados, milhares de mortes, economias em colapso: um mês de Guerra na Ucrânia

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Uma carta assinada por uns 200 funcionários, numa empresa com dezenas e dezenas de milhares de empregados, cobrou uma postura mais firme do CEO, exigindo reação contra a lei. Pressionado por essa pequena turba, Bob Chapek expôs toda a sua covardia, e se curvou diante das exigências do ativismo LGBTQSTYWX&#$%@KZ (ou algo assim). Ele pediu desculpas pela "omissão", e fez juras de amor à causa da patota.

Teve um funcionário que, com uma bandeira de arco-íris, chegou a "exigir" que a Disney não desse mais doações para candidatos conservadores. É o rabo abanando o cachorro, um empregado ditando as regras de como os acionistas devem se comportar. Total inversão!

Eis como funciona
: uma minúscula minoria se une e ameaça com barulho, ganhando o holofote da mídia igualmente dominada por esses radicais. Normalmente a imensa maioria mais sensata e conservadora se cala, e os acovardados gestores cedem. Dessa forma, uma empresa gigante com milhares de funcionários se transforma numa máquina militante radical por conta de uns cem ativistas raivosos.

A Pixar, empresa da Disney, já até anunciou que o novo filme do Buzz Lightyear, personagem do Toy Story, terá beijo lésbico. Um filme voltado para crianças. Ninguém se importa com o estilo de vida dos funcionários, e na América, felizmente, há ampla liberdade. Mas usar os filmes da Disney para "lacrar", para tentar transformar o mundo à sua imagem, para fazer doutrinação ideológica, isso é inaceitável para muitos.

E certamente haverá consequências. Muitos pais, ao tomarem ciência do grau crescente de militância da Disney, vão simplesmente deixar de ver seus filmes. É uma afronta à clientela majoritária da empresa. Um tiro no pé. E o resultado de quando a maioria se torna refém de uma minoria barulhenta e autoritária. Por isso é tão fundamental reagir.

Alguns funcionários da Disney fizeram justamente isso, e publicaram uma carta revelando o ambiente cada vez mais hostil na empresa para quem defende valores menos "progressistas". Sem uma reação da maioria silenciosa, as corporações serão todas dominadas pela minoria radical, transformando-se em instrumentos ideológicos a serviço de causas extremistas, como a ideologia de gênero.

LEIA TAMBÉM: Disney publica comunicado em prol do movimento LGBT

Empresa recebeu pressões da esquerda

Rodrigo Constantino, colunista - VOZES - Gazeta do Povo

 

 

segunda-feira, 17 de janeiro de 2022

Fundamentalista na liberdade de expressão - Rodrigo Constantino

Revista Oeste

Não só em universidades, mas também nos jornais, devemos ser livres para fazer as perguntas difíceis, contemplar as hipóteses impopulares, dizer o que algumas pessoas consideram “indizível”

O historiador Genial Ferguson foi o entrevistado do Roda Viva nesta semana. Acompanho seu trabalho faz tempo, e admiro bastante sua capacidade de análise e argumentação. Em determinado momento, quando perguntado sobre o ambiente dos debates na era moderna, Ferguson se disse um “fundamentalista da liberdade de expressão”. Ele explicou que é vital para uma sociedade ter não só liberdade de expressão, mas livre pensamento, livre questionamento, debate aberto.

Para Ferguson, não só em universidades, mas também nos jornais, devemos ser livres para fazer as perguntas difíceis, contemplar as hipóteses impopulares, dizer o que algumas pessoas consideram “indizível”. Há alguma restrição para essa liberdade? Ferguson responde: “Há elementos muito claros para o que pode e não pode ser dito; o que não pode ser dito num espaço público é uma ameaça específica a um indivíduo; mas certamente posso criticar uma ideia sem minha fala ser restringida; discurso não é violência, violência é violência, e quando as pessoas da esquerda — e eles também fazem à direita — tentam censurar certas ideias, pois alegam que são perigosas, meu argumento é que não são as ideias que são perigosas, são os censores, as pessoas que tentam calar o debate que são perigosas”.

Ferguson continua seu raciocínio: “Acho que uma característica bem perturbadora dos últimos dez anos tem sido uma crescente cultura intolerante e iliberal, especialmente em universidades americanas, mas acontece em todo lugar; isso se espalhou por corporações, se espalhou pela mídia, e temos frases vagas, como ‘discurso de ódio’, usadas para justificar a censura. Discurso de ódio é apenas a versão do século 21 para blasfêmia, heresia. As pessoas que se intitulam woke nos Estados Unidos hoje estão engajadas numa espécie de estranha missão religiosa e se comportam como membros de um culto tentando prescrever certas formas de discurso para cancelar ou desconvidar palestrantes de quem discordam. Tudo isso eu considero nojento e uma desgraça. Nada pode ser mais danoso para uma sociedade livre do que calar o livre pensamento e a livre expressão, principalmente em universidades, que são lugares onde essas coisas deveriam ser apreciadas e preservadas”.

No alvo! A história mostra que a liberdade nunca teve muitos amigos sinceros, os tais “fundamentalistas”, pois a maioria a defende até esbarrar em seus interesses. Poucos são os que defendem a liberdade com base em princípios. Defender a liberdade de expressão com a restrição de que ninguém se sinta ofendido com ela, por exemplo, é pregar a censura. Defender a “liberdade” de concordar com a maioria do momento ou o poder estabelecido não é pregar liberdade, e sim o direito de repetir o consenso, de seguir o coro.

Toda tirania, afinal, veio em nome do bem coletivo. Nenhum tirano se apresentou como malvado

Nunca isso ficou tão claro como nessa pandemia. Um clubinho arrogante, que tenta monopolizar a fala em nome da ciência, resolveu barrar até especialistas renomados, médicos sérios ou jornalistas curiosos que simplesmente não repetiam a “versão oficial” sobre a crise sanitária, sendo que essa oscilou bastante, pois a própria OMS se mostrou um tanto errática. O debate foi interditado, os arrogantes rotularam de “negacionistas” aqueles com dúvidas, os verdadeiros crentes dogmáticos que colocaram o Dr. Fauci no papel de profeta passaram a descascar os mais céticos, e as redes sociais suspenderam várias contas suas.

A coisa está tão feia que vemos esse clima asfixiante ao debate nas próprias universidades, sem falar da mídia, um antro de ideologia e arrogância. Um apresentador da CNN Brasil, que se diz liberal, chegou a defender a censura na cara dura, sem nenhum pudor
“A frouxidão do controle interno de conteúdo antivax nas redes sociais no país é, infelizmente, um convite ao controle externo. A autorregulação está falhando miseravelmente. MP e legisladores terão de atuar para preservar vidas.” Stalin, Lenin, Mao, Fidel, Mussolini e tantos outros tiranos não teriam nada a alterar nessa linha de raciocínio.

Toda tirania, afinal, veio em nome do bem coletivo. Nenhum tirano se apresentou como malvado. Era sempre pela raça, pela nação, pelo povo, e, com base nisso, tudo estava permitido. Para proteger o coletivo, quem liga para algumas perdas de liberdade básica individual? Ainda mais quando “sabemos” que esses indivíduos são párias sociais, hereges, negacionistas, sujeitos perigosos que se recusam a aderir ao consenso. Se não é possível persuadi-los, então só resta mesmo calar todos na marra, em prol da saúde geral. Prisão para quem questionar as vacinas vendidas como panaceias! E isso de um suposto liberal…

Além do “jornalista liberal”, uma coordenadora da UFRJ foi na mesma linha, alegando que chegara a hora de as universidades qualificadas criarem estruturas de combate ao negacionismo em seus quadros. Para ela, “não devem ser permitidas palestras tentando travestir de polêmica posições bem estabelecidas na comunidade científica”. Trata-se da Inquisição iluminista! Detalhe: a senhora autoritária publicou outra postagem na virada do ano afirmando que 2022 será uma grande preparação para um 2023 melhor, já que Bolsonaro será derrotado e Lula será eleito para “recolocar o Brasil nos trilhos, revertendo toda a destruição dos últimos anos”. Quem nega a destruição causada pelo PT não é negacionista?

O Ocidente flerta com o crescente abandono dos pilares que fizeram dele a civilização mais avançada de todas. 
 O devido processo legal tem sido substituído pela pressão dos movimentos de minorias
a ciência verdadeira foi trocada pelo dogma da ideologia; 
a noção do certo e do errado vem sendo esgarçada pelo relativismo seletivo (não há mais verdade objetiva, mas é preciso combater as fake news); e o mais sagrado princípio, da liberdade de expressão, para poder questionar isso tudo, vem sendo atacado justamente por quem deveria ser seu guardião, por jornalistas e professores universitários. Não dá para dourar a pílula: o quadro é assustador.
 
PS: na mesma entrevista, a apresentadora militante tentou lacrar e arrancar do entrevistado uma denúncia ao governo Bolsonaro
Ela quis saber se muitas mortes poderiam ter sido evitadas caso o governo fosse outro no Brasil. 
Ferguson, com sutileza, explicou que a direita populista pode pecar em muitos aspectos, mas que dificilmente o resultado seria muito diferente com outro no comando, pois basta ver o que aconteceu no mundo todo, e ainda mencionou os Estados Unidos, com Trump e depois Biden. 
As causas das mortes transcendem a medida A ou B, isso sem falar que, no caso brasileiro, o presidente teve pouca margem de manobra, por conta do arbítrio do STF. Foi uma bela “lapada” de quem faz análise séria em cima de quem só faz militância partidária.

Leia também “O medo do Dr. Fauci”

Rodrigo Constantino, colunista - Revista Oeste



quinta-feira, 5 de novembro de 2020

Trump não perdeu - William Waack

O Estado de S. Paulo

A política americana, tal como personificada por Trump, continua intacta

Donald Trump não foi repudiado nestas eleições. Não se trata da pessoa Donald Trump, mas do que ele expressa em suas ações políticas, nesse intrincado jogo no qual o indivíduo é ao mesmo tempo sujeito (em pequena medida, dirão os historiadores clássicos) da História e apenas seu mero resultado. E o que Trump expressa? O fato de que foram destruídos em larga medida os hábitos de moderação – debate aberto e tolerante, a oposição leal – em cima dos quais prosperou o liberalismo americano e seu espírito de comunidade e Nação. Essa destruição ocorreu vigorosamente nos dois “grandes lados” do espectro político.

As elites de negócios conseguiram transformar o governo e suas agências de regulação em instrumentos que favorecem interesses paroquiais ou setoriais, em detrimento de outros. Em parte como resposta a crises financeiras, aprofundaram desigualdades e desequilíbrios que tem se perpetuado em função de movimentos demográficos e, principalmente, pelo “big divide” que é o acesso à educação (um dos grandes definidores de “elite”).

De outro, cresce a força de um tipo de idealismo utópico (que tem expressão mais recente no “woke”) que substituiu direitos individuais por “direitos de grupos”, e pretende substituir igualdade de oportunidades por igualdade de resultados. O termo nasceu como jargão de rua em comunidades negras significando “fique alerto, se liga” frente à brutalidade policial e racismo, mas ampliou-se e atualmente é empregado para designar uma enorme abrangência de ideologias e políticas com foco em justiça social.

Essa breve descrição de polos antagônicos na “guerra cultural” é necessariamente crua e simplificada, mas ajuda a entender essa percebida “irracionalidade” no debate político americano (mas não só). É o fato de que o oponente é visto como inimigo a ser destruído, como adversário irreconciliável, e isto num ambiente no qual grande afluência e consumo ligados à enorme progresso tecnológico causam paradoxalmente insegurança e desconfiança nas instituições (como acreditar em princípios e valores comuns, por exemplo) que deveriam servir de freio para o escorregão rumo à insensatez coletiva.

Nesse contexto é que Trump virou a personificação e figura de identificação para milhões que se sentem perdidos e sozinhos, com a solidão ironicamente reforçada pelo apego a redes sociais. O que não diminui de maneira alguma suas “qualidades”, como a de fazer do espetáculo um capital político. Como toda figura política de amplitude nacional, Trump tem significados diferentes para grupos diferentes em função de motivações diversas – mas nenhum o escolheu por apego a “virtudes civis”, como os clássicos gostavam de elogiar as qualidades da democracia americana.

Ficou escancarado como na presente corrida eleitoral os concorrentes descreveram resultados em favor do adversário como “abismo” e “precipício” sem volta. Não é mera retórica eleitoral. É como segmentos importantes da sociedade americana se encaram, e se estranham. São universos vivendo ao lado e ao mesmo tempo em enorme distância um do outro. Esse “nacionalismo branco” representado por Trump aflorou como uma característica que não desaparece com um resultado eleitoral.

Nesse sentido, Trump não foi repudiado pois não é possível repudiar uma sociedade histórica. Ela simplesmente existe. As eleições não deram sinal claro de que os americanos estejam reconstruindo a confiança nas suas instituições, que rejeitem política baseada na mentira e na distorção e que reencontrem o tal “espírito coletivo” capaz de sobreviver a divergências e se alimente da diversidade. Em outras palavras, o retorno às tais “virtudes civis” não depende só de derrotar uma figura política.

William Waack, jornalista - O Estado de S. Paulo