Blog Prontidão Total NO TWITTER

Blog Prontidão Total NO  TWITTER
SIGA-NOS NO TWITTER

quinta-feira, 24 de novembro de 2016

Fazer tudo de novo


Não foram todos os governadores estaduais, claro, mas muitos deles tentaram empurrar a conta para o governo federal. Pensaram mais ou menos assim: o presidente Temer precisa de apoio para se segurar no cargo; nós, governadores, temos força junto às bancadas de deputados e senadores; logo, por que não trocar apoio por dinheiro?
 
Dinheiro, sobretudo, para colocar em dia os vencimentos do funcionalismo, ativos e inativos. E também para aliviar as dívidas. Em algum momento, pareceu que iam conseguir.  Há coisa de dois meses, o Congresso aprovou um pacote de renegociação de dívidas bastante favorável aos governos estaduais, na linha de um acordo que estava em andamento no governo Dilma. Na ocasião, o ministro Henrique Meirelles tentou enfiar no pacote alguns compromissos dos Estados com o ajuste de longo prazo, como a proibição de aumentos salariais nos próximos anos.
 
Nas conversas, os governadores até toparam. Mas não fizeram nada na hora da votação, não se empenharam com as "suas" bancadas. E os compromissos acabaram sendo descartados por Meirelles e presidente Temer, porque iam perder no voto. Até aí, muitos governadores achavam que: 1. Brasília arranjaria dinheiro para a maior parte do ajuste (o Rio não conseguira quase R$ 3 bilhões?); 2. o governo federal seria, perante os servidores e a população, o "culpado" pelas amargas medidas de ajuste.
 
Enquanto rolava essa história, o governo federal também aceitava alguns reajustes salariais para categorias já bem remuneradas e, sobretudo, o presidente Temer se via na obrigação de defender ministros e auxiliares de algum modo envolvidos nas investigações da Lava Jato e nas ações paralelas, que hoje se espalham por Varas da Justiça Federal. O clima piorou - e isso apareceu nos indicadores de confiança. Como é que o governo conseguiria fazer o ajuste nas contas nacionais se não conseguia aplicá-lo para os Estados e ainda se desgastava defendendo políticos em atitudes, digamos, duvidosas?
 
Pelo menos que no que se refere à relação com os Estados, a situação mudou neste semana. O pacto firmado pelo governo federal e pelos estaduais tem um princípio básico: os Estados terão apoio se e quando se empenharem efetivamente em um ajuste estrutural de suas contas.  O pacto está no plano das intenções, precisa ser formalizado e aprovado em assembleias legislativas e no Congresso, o que não é simples, mas as linhas do ajuste foram especificadas: redução do gasto com pessoal e renegociação de dívida condicionada à apresentação de garantias reais. Ou seja, os governos estaduais terão que entregar ativos, estatais, por exemplo, em troca de dinheiro novo.
 
E assim voltamos ao final dos anos 90, quando o governo FHC liderou uma ampla renegociação de dívidas dos Estados, vinculada a um rigoroso programa de ajuste fiscal. Os então ministros Pedro Malan e Pedro Parente trabalharam pacientemente nesse pacto, hoje apresentado no mundo econômico como um modelo de ajuste fiscal dos entes federados.  Isso colocou os Estados na linha por muitos anos. Eram obrigados  fazer superávit primário porque tinham de pagar prestações mensais ao governo federal. Se não pagassem, não receberiam sua parte nos impostos federais.
 
O afrouxamento começou nos governos de Lula (no segundo mandato) e de Dilma. Neste último, o então ministro Mantega foi pródigo em abrir cofres para os Estados, assim como torrou o dinheiro federal, driblando regras para permitir novos endividamentos. Aconteceu o mesmo em todo o setor público: a despesa cresceu acima da inflação e acima da expansão das receitas. Claro que há Estados razoavelmente ajustados, mas todos precisam voltar a práticas mais rigorosas de controle das contas públicas, depois do "liberou geral" da era Dilma.
 
Tem aqui um lado positivo e outro negativo. O positivo é que dá para fazer. Sabemos disso porque já foi feito uma vez. O lado negativo está aí mesmo:  as finanças públicas estavam ajustadas, depois de anos de esforço, e se jogou tudo fora.  Hoje, como antes, a necessidade conta mais que virtude. Não é que políticos dedicados a ampliar gastos de repente tenham se convertido à austeridade. Simplesmente acabou o dinheiro. E não dá para colocar a culpa em Brasília, no FMI ou nas elites.
 
Temer e Meirelles ganharam pontos nesta semana. Mas isso está apenas começando. Há uma complicada engenharia financeira pela frente, mas é disso que depende a recuperação da economia brasileira.  E, claro, de como o presidente Temer vai lidar com uma situação provável, a de seus auxiliares sendo apanhados na Lava Jato. Por ora, pode-se perdoar o presidente Temer por tolerar Renan e outros. Ele precisa disso para votar a PEC do teto dos gastos antes do recesso parlamentar. Pode-se dizer: Renan tem vida útil de apenas mais um mês na presidência do Senado. Se ajudar na votação...

Mas a tolerância com Temer, de parte da sociedade, também é provisória. 
 
Fonte: Carlos Alberto Sardenberg 
 
 
 
 
 

quarta-feira, 23 de novembro de 2016

JBS - FRIBOI, ainda vai render = Palocci, o homem de 200 milhões de reais

Palocci é investigado por negócio bilionário entre BNDES e JBS

Ex-ministro petista é suspeito de ter atuado junto a banco estatal para favorecer grupo frigorífico num investimento de 3,5 bilhões de reais

O ex-ministro Antonio Palocci, preso há dois meses em Curitiba na Operação Lava-Jato, está na mira de outra complexa investigação em Brasília. O petista é suspeito de ter ajudado o grupo frigorífico JBS a receber um investimento bilionário do BNDES. Instaurado a pedido do Ministério Público Federal, o inquérito sigiloso, obtido por VEJA, é conduzido pela Polícia Federal.

O objetivo da investigação é “apurar prática de atos de improbidade administrativa por parte de dirigentes do BNDES em razão dos investimentos, possivelmente fraudulentos, realizados nas empresas Bertin e JBS, bem como eventual participação de Antonio Palocci Filho com fins de beneficiar a empresa JBS”, segundo documento do MPF.

Com bom trânsito entre grandes empresários do país, Palocci tinha uma extensa lista de clientes, dos mais variados setores – de banqueiros a dono de rede de supermercados e hospitais. Entre as companhias que recorreram aos serviços de consultor do ex-ministro da Casa Civil está a JBS. De 2009 a 2010, a dona da marca de carnes Friboi pagou 2 milhões de reais para a Projeto Consultoria Empresarial e Financeira, de Palocci.

Oficialmente, o médico sanitarista assessorou o grupo frigorífico com análises das “perspectivas do mercado de carnes de frango” nos Estados Unidos. No mesmo período, a JBS recebeu um investimento de 3,5 bilhões de reais do BNDES. Os investigadores suspeitam que Palocci esteja por trás dessa operação financeira que apresenta indícios de fraudes.

O ex-ministro alega que ajudou a JBS na aquisição da produtora de frango americana Pilgrim’s, em setembro de 2009. No entanto, as negociações dessa transação começaram no segundo semestre de 2008 – e foram conduzidas por grandes escritórios de advocacia e bancos de investimento, especializados em fusões e aquisições.

Palocci, então deputado federal pelo PT, foi contratado pelo grupo frigorífico em julho de 2009, pouco antes da transação ser finalizada. No mesmo período em que comprou a Pilgrim’s, a JBS também anunciou a aquisição do grupo Bertin, parceiro de negócios do pecuarista José Carlos Bumlai, amigo do ex-presidente Lula.

O aporte do banco estatal na JBS foi um negócio e tanto. O BNDES comprou 3,5 bilhões de reais em títulos de dívida emitidos pela empresa, chamados de debêntures. Esses papéis foram convertidos em ações da companhia. A transação foi vantajosa para o grupo frigorífico, que não teve que arcar com juros de um empréstimo normal e ainda ganhou o governo como sócio. O Tribunal de Contas da União já identificou indícios de que essa operação causou prejuízo aos cofres públicos. O caso está sendo analisado.

Em 2010, após receber os recursos do BNDES, a JBS doou 10 milhões de reais para a campanha que elegeu Dilma Rousseff à presidência da República. A vitória da petista nas urnas foi coordenada por Palocci, que logo em seguida foi nomeado como ministro da Casa Civil, em janeiro de 2011. Seis meses depois, o petista caiu após o jornal Folha de S.Paulo revelar que ele multiplicara o seu patrimônio prestando consultorias para diversas empresas.

Em setembro deste ano, Palocci foi preso na 35ª fase da Operação Lava-Jato, suspeito de ter uma relação criminosa com a empreiteira Odebrecht, que teria desembolsado mais de 128 milhões de reais em propinas para o ex-ministro e outros integrantes do PT. De acordo com a Polícia Federal, Palocci ajudou a construtora a destravar, por exemplo, um empréstimo do BNDES para desenvolver projetos em Angola. No início deste mês, o ex-ministro sentou pela primeira vez no banco dos réus, acusado pelo Ministério Público Federal de ter praticado os crimes de corrupção e lavagem de dinheiro.

Procurado, o advogado José Roberto Batochio, que defende Palocci, disse que o ex-ministro deu consultoria para a JBS, auxiliando no processo de aquisição da Pilgrim’s. “Foi entregue um relatório do serviço prestado. Não há, portanto, qualquer irregularidade”, afirmou o criminalista. A JBS informou, em nota enviada por sua assessoria de imprensa, que não teve acesso ao inquérito. “A JBS contratou a Projeto para a elaboração de estudos, análises e informações de cenários macroeconômicos e  do mercado mundial e norte-americano de proteína. O contrato realizado com a Projeto, em 2009, e seus  respectivos pagamentos estão devidamente formalizados e documentados”, diz a companhia. [óbvio que tudo está devidamente 'documentado', ainda que os documentos sejam falsos.
Especialmente a comprovação dos pagamentos - não teria sentido firmar um fictício contrato de consultoria, sem documentar os pagamentos.
Afinal, o objetivo é exatamente 'provar' que aqueles milhões que o consultor recebeu - no caso o presidiário Palocci - se referem a serviços efetivamente prestados. 
Este é o passo essencial para a lavagem de dinheiro.
Só o estúpido governador de Minas, o Pimentel,  é que apresentou recibos de consultoria, para lavar grana de propina e 'esqueceu' de arranjar plateia para as inexistentes consultorias.] “Em nenhuma situação ou circunstância, Antonio Palocci ajudou, se envolveu, ou teve qualquer relação entre os negócios da companhia e o BNDES”, afirmou a JBS, ressaltando que o investimento do banco estatal está “em linha com as melhores práticas de governança e transparência, em uma transação típica de mercado”. O BNDES ainda não se manifestou.

 LEIA TAMBÉM: Palocci: o homem de 200 milhões de reais

Relatório com movimentações suspeitas do ministro detalha operações milionárias com pessoas físicas e jurídicas, mas não consta o nome da Odebrecht

Ao prender o ex-ministro Antonio Palocci, a força-tarefa da Operação Lava-Jato poderá jogar luz sobre suas milionárias operações financeiras. O petista foi homem forte nos governos Lula e Dilma. O ex-ministro, registrado sob a alcunha “Italiano” na planilha de propinas da Odebrecht, tornou-se uma verdadeira máquina de ganhar dinheiro.

Palocci foi objeto de comunicações de operações financeiras no valor de 211 milhões de reais entre 2010 e 2015. Esses relatórios foram produzidos pelo Conselho de Controle de Atividades Financeiras (COAF), órgão do Ministério da Fazenda que investiga lavagem de dinheiro. A maior parte do dinheiro foi movimentada através da empresa do ex-ministro, a Projeto Consultoria Empresarial e Financeira. O COAF enumerou operações suspeitas de Palocci em pelo menos 11 comunicações enviadas ao Ministério Público, à Polícia Federal e à CPI do BNDES. A prisão de Palocci nesta segunda-feira poderá arrastar várias empresas para o escândalo.


A força-tarefa da Operação Lava-Jato conclui que há indícios de que Palocci atuou de forma direta “a propiciar vantagens econômicas” à Odebrecht nas mais diversas áreas de contratação com o poder público, beneficiando-se de “vultosos valores ilícitos”. O ministro teria recebido propina nas tratativas para a aprovação do projeto de lei de conversão da Medida Provisória 460/2009, sobre benefícios fiscais, no aumento de linha de crédito para a construtora junto ao BNDES e ainda na intermediação da aquisição de 21 navios-sonda para o pré-sal. A Odebrecht, no entanto, não aparece nos relatórios do COAF como uma das empresas que depositaram dinheiro para Palocci.

O relatório do COAF cita vários outros nomes de empresas e pessoas jurídicas, que agora poderão ser definitivamente levados para o epicentro do escândalo. Entre os remetentes de recursos para a conta bancária da empresa de Palocci estão o empresário Edson de Godoy Bueno, ex-dono da Amil, com 20 milhões de reais, e a montadora CAOA, com 5,3 milhões de reais. A CAOA está envolvida em um esquema de compra de medidas provisórias e já vinha sendo investigada nas operações Acrônimo e Zelotes.

Para prender Palocci, a força-tarefa fez uma análise detalhada de e-mails e anotações registradas nos celulares apreendidos, mostrando evidências de que o ex-ministro contava com o auxílio de seu então assessor Branislav Kontic para atuar em favor da Odebrecht, entre 2006 e 2013, interferindo em decisões do governo. A atuação de Palocci e Branislav ocorreu mediante recebimento de propinas pagas pela Odebrecht dentro do contexto do “caixa geral” de recursos ilícitos que se estabeleceu entre a construtora e o PT. Uma planilha apreendida durante a operação identificou pagamentos de 128 milhões de reais ao PT e seus agentes, incluindo Palocci. Era tanto dinheiro movimentado que em 2013 havia um saldo remanescente de 70 milhões de reais em propina, que eram administrados por Palocci, em favor do PT.

Fonte: Revista VEJA

 

 

Ativista dos Direitos Humanos é mais bandido que o Marcola do PCC

Facção corrompeu ativista após eleição, diz Polícia Civil

Segundo a Polícia Civil, o Primeiro Comando da Capital (PCC) tinha um plano: eleger alguém favorável à facção para compor o Conselho Estadual de Defesa dos Direitos da Pessoa Humana (Condepe), um dos principais órgãos de combate à violência policial no Estado. A estratégia, porém, falhou. Todos os integrantes escolhidos foram de entidades de defesa dos direitos humanos. Isso fez o crime organizado partir para um “plano B”: cooptar alguém de dentro do órgão. Para a polícia, essa pessoa era Luiz Carlos dos Santos. 

Segundo as investigações, Luiz Carlos dos Santos receberia uma mesada de R$ 5 mil do PCC para denunciar casos de abusos contra a população carcerária de São Paulo, assunto que seria de interesse da facção criminosa. Apesar de ter ingressado no Condepe em 2014, o suspeito tinha bom trânsito com autoridades ligadas aos direitos humanos e atuava na área há mais de uma década. O próprio órgão destaca a atuação de Santos, que “possui reconhecida trajetória de contundente defesa dos direitos humanos”. 

O vice-presidente chegou até o Condepe por meio do Conselho Ouvidor de Direitos Humanos e Cidadania (CODH), com sede em Cotia, entidade fundada no início dos anos 2000. Há dois anos, ele foi escolhido como conselheiro suplente do órgão. Santos chegou a ocupar a presidência do CODH, antes de obter o assento no Condepe.  Nas eleições de março deste ano, ele recebeu 50 votos das entidades que formam o colégio eleitoral do Condepe e acabou como o terceiro conselheiro mais bem votado no geral, empatado com Maria Nazareth Cupertino, atual presidente, e Cheila Olalla, outra das conselheira que têm destaque pela atuação ao lado de famílias vítimas de violência policial. 

Ao todo, havia 17 concorrentes indicados para seis vagas de titular e seis de suplente, destinadas às associações. No site do CODH, é possível encontrar dois vídeos com reportagens de televisão em que Luiz Carlos dos Santos aparece. No primeiro, ele aborda o caso de um usuário de drogas supostamente agredido por guardas-civis de Cotia. No segundo, comenta violência policial em chacinas de São Paulo. [são amebas como Luiz Carlos que desmoralizam  a Polícia - quando acontece uma chacina, na maior parte das vezes acerto de contas entre bandidos,, são vermes estilo Luiz e outros que logo acusam a polícia.
Percebam que o réptil fornecida os dados de agentes penitenciários que o PCC decidia matar.
Vejam o caso Amarildo: o elemento desapareceu ou por ter decidido sumir ou foi eliminado pelo tráfico, mas a turma dos 'direitos humanos', logo acusou a polícia.
Nos dias atuais é vantajoso acusar a polícia, projeta o acusador, rende prestígio e está de acordo com o maldito 'politicamente correto'.]
 
Figuras públicas.
Luiz Carlos dos Santos também se valeu da entidade para homenagear figuras públicas, entre elas o desembargador Antônio Carlos Malheiros, ligado aos direitos humanos. Em 2015, a entidade fez homenagens ao então presidente do Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP), José Renato Nalini, atual secretário Estadual da Educação, e a Aloísio de Toledo César, ex-secretário Estadual da Justiça e da Defesa da Cidadania. “Ele me surpreendeu ao abrir espaços de direitos humanos com meu nome, mas nunca participei de atividades desses locais”, afirmou Malheiros. “O Luiz sempre foi um militante muito aguerrido. Recebo a notícia com tristeza e perplexidade.” Já o ex-secretário Aloisio Toledo César afirmou conhecer Luiz Carlos Santos “superficialmente”. O CODH funciona em uma sala cedida pela Secretaria da Justiça. “Eles já ofereciam o espaço muito antes de eu ser secretário, mas a secretaria não tinha uma ligação umbilical com a entidade. Era só o espaço físico. Se eles estavam cometendo delito, a gente não poderia imaginar nunca”, afirmou. A reportagem não conseguiu contato com Nalini. 

Antes mesmo de fazer parte do Condepe, em 2011, Santos se candidatou ao cargo de Ouvidor das Polícias do Estado de São Paulo. A eleição é feita pelo Condepe, que resulta em uma lista tríplice enviada ao governador. Ele teve apenas um voto

Denúncia.
A atuação como defensor dos direitos humanos e o respeito conquistado entre os pares, entretanto, ocorreu paralelamente ao surgimento de acusações criminais contra o conselheiro preso. Santos já havia sido preso em flagrante em 2011, acusado de extorquir um guarda-civil de Cotia, na Grande São Paulo. 

O vice-presidente do Condepe teria pedido dinheiro ao GCM para não denunciá-lo à imprensa por um suposto estupro de uma adolescente. Em ocasiões anteriores, Santos negou a acusação e se disse vítima de uma “armação” de guardas que ele havia denunciado.

 As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.


 

Autores de impeachment cobram Temer sobre caso que envolve Geddel

Autores do pedido de impeachment que culminou com a cassação de Dilma Rousseff da Presidência, a advogada Janaína Paschoal e o ex-ministro da Justiça Miguel Reale cobraram nesta quarta-feira, 23, medidas do presidente Michel Temer em relação ao ministro da Secretaria de Governo, Geddel Vieira Lima, no episódio que levou à demissão de Marcelo Calero do Ministério da Cultura. 

Sem citar o nome do ministro, Janaina comparou a condução do caso por Temer à forma com que, segundo ela, sua antecessora tratava desvios de conduta de seus subordinados. “Os sinais indicam que o presidente pretende trilhar o caminho de sua antecessora, passando a mão na cabeça de quem precisa ser afastado.”   Um dos autores do código de conduta da alta administração e integrante da primeira composição da Comissão de Ética Pública da Presidência na gestão de Fernando Henrique Cardoso, Reale disse que o homem forte do presidente Temer infringiu um ponto básico do documento. “Sem dúvida nenhuma existe um conflito de interesse, que é o ponto básico sobre o qual se baseia o código de conduta da alta administração. É uma infração”, disse em entrevista ao Estado. O jurista evitou, porém, opinar sobre qual seria a punição ideal ao ministro pelo episódio. “Cabe ao presidente tomar alguma medida de repreensão. A Comissão de Ética não impõem sanção ao ministro, mas sugere.” 

Geddel foi acusado por Calero de pressionar para que o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), órgão subordinado à pasta da Cultura, autorizasse a construção de um empreendimento em Salvador próximo a patrimônios tombados. O ministro admitiu ter adquirido um apartamento no condomínio. O imóvel é avaliado em mais de R$ 3 milhões. 

‘Providências’
Já Janaina, advogada e professora da Universidade de São Paulo (USP), foi além e afirmou que “para conduzir o Brasil, um verdadeiro líder precisa ter a sensibilidade de notar que o País mudou”. “Sei que o presidente Michel Temer já manifestou que não pretende afastar pessoas com base, apenas, em alegações. Dilma também dizia isso.”, escreveu ela em sua conta no Twitter. 

Em outro post, ela prosseguiu. “Não adianta o governante se apegar ao princípio da presunção da inocência. Esse princípio vale para o processo penal, não para gestão pública.”  A advogada afirmou que, “por mais que um presidente da República goste e confie em determinadas pessoas, ele tem o dever de tomar providências diante de denúncias”. 

Protagonista de discurso inflamado no julgamento do impeachment no Senado, Janaina voltou a lembrar a presidente cassada em sua última postagem. “O primeiro crime de responsabilidade atribuído a Dilma foi não afastar os envolvidos no escândalo do Petrolão, nunca vou cansar de lembrar.”  

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.


O déficit de verdade de Temer

Ele disse que encarar a verdade é difícil, delicado, complicado e desagradável, e o pior é que tem razão 

Michel Temer foi à reunião do Conselhão e disse que o governo de Dilma Rousseff vivia com um “déficit de verdade”, com “tentativas de disfarçar a realidade”.  

Estava num cenáculo onde 96 notáveis enfeitavam um evento inútil. Pela sua composição e pelas normas do seu funcionamento, esse conselho seria mais produtivo se fosse incorporado à escola de samba Mangueira, desfilando logo depois das baianas (70 figurantes). Elevaria a taxa de celebridades do desfile e daria mais notoriedade aos passistas. Estava vazia a cadeira do ministro Geddel Vieira Lima. 

Temer fez um discurso pedestre informando que “a comunicação é fundamental”. No melhor estilo do cerimonial de Brasília, citou nominalmente 26 ilustres autoridades nacionais presentes. Uma delas, o ministro Henrique Meirelles, estava ao seu lado, amenizando um desconforto cervical com exercícios fisioterápicos. Seria mais uma cerimônia típica de Brasília se Temer não tivesse jogado um pote de pimenta na própria laranjada, mencionando o “déficit de verdade” do governo da doutora Dilma Rousseff, em cuja chapa se elegeu duas vezes. Bater em Dilma é amassar carta que já saiu do baralho, mas quando o presidente diz que “encarar a verdade é difícil, é delicado, é complicado, é desagradável”, deveria olhar para seu governo e para a ausência do ministro de sua Secretaria de Governo.

Na verdade de Geddel está a afortunada transação de um apartamento no 23º andar de um empreendimento panorâmico que só tem autorização para subir até o 13º piso. Se ele e Temer acham que já se explicaram, o ministro poderia elaborar a resposta que deu para explicar seu apego aos R$ 20.354 que recebe como parlamentar aposentado, desde o seu 51º aniversário. Somados aos R$ 33.763 que fatura como ministro, estoura o teto constitucional. Ele acha que nada há de ilegal nisso. Contudo, o procurador aposentado Michel Temer e o ministro Eliseu Padilha reduziram seus contracheques para respeitar o teto. Como diz Temer, encarar a verdade é difícil. Ou ele e Padilha jogaram dinheiro pela janela, ou a verdade de Geddel é outra.

Dilma Rousseff sempre teve uma relação agreste com a verdade. Hoje, quem tem esse déficit é ele. Seu ex-ministro do Planejamento e atual líder no Senado foi grampeado por um correligionário articulando uma forma de estancar “a sangria” da Lava-Jato. O ministro do Turismo foi-se embora depois de ter sido apanhado pela Procuradoria-Geral da República. Desde que o doutor entrou no Planalto, só um funcionário do governo foi demitido por má conduta expressa. Foi o garçom Catalão. Acusaram-no de tuitar informações sigilosas para Lula. Afirmação falsa porque o celular de Catalão não tinha aplicativo para tuitar.

É possível que Temer acredite nos milagres da comunicação. Afinal ela é “fundamental”. Essa fé leva governantes a acreditarem que versões inverossímeis, eventos coreografados como o encontro do Conselhão, com a ausência estratégica de Geddel, possam fabricar uma realidade própria. Às vezes isso funciona. Sérgio Cabral foi um governador indiscutivelmente festejado. Foi até reeleito com dois terços dos votos. Deu no que deu.

Fonte: O Globo - Elio Gaspari é jornalista

O governo Temer e suas contradições

Com uma base do passado, o Planalto tem de fazer reformas a fim de garantir o futuro; para isso, necessita de negociadores políticos, mas não pode ser condescendente

A política brasileira tem extensa experiência em passar por mudanças impostas pela realidade, executadas pelos mesmos agentes da ordem anterior. Foi assim com o marechal Eurico Gaspar Dutra, vetor da queda do ditador Getúlio Vargas, na redemocratização de 45, tendo sido ele mesmo um dos que atuaram ao lado do caudilho no golpe do Estado Novo, em 37. Auxiliou na construção do regime e também na implosão dele. Um símbolo nacional.

Outro exemplo de como regimes mudam e parte da elite se mantém no poder ocorreu na mais recente redemocratização, na Nova República, em que a morte de Tancredo Neves deu posse a José Sarney, político de destaque na base da ditadura que acabara. E assim se vai levando, com transições geralmente negociadas para que haja troca de guarda sem violência. Não é mal que assim seja.

Consideradas as especificidades dos momentos da História, está no comando, lastreado em bases constitucionais, o presidente Michel Temer, representando o PMDB que aderiu ao lulopetismo, de forma mais clara a partir do segundo governo Lula. Repete-se o script. Vice de Dilma, Temer herda o governo, no impedimento da presidente, e precisa fazer consertos urgentes na economia e na política.

Mais uma vez, um grupo que compartilhava o poder na ordem anterior assume para reformar aquilo que ajudou a construir. No caso de Temer, há ainda o ônus de levar para o Planalto um grupo de que fazem parte personagens atuantes num período de enorme lambança ética, não apenas devido a mensalões e petrolões, mas ao fisiologismo, uma prática na qual o PMDB sempre foi especialista.

Os dissabores para o Planalto surgidos em torno de Romero Jucá, Eduardo Cunha e, agora, Geddel Vieira Lima estão dentro deste contexto. Algo como mais do mesmo. Entende-se por que haja maquinações, no governo e em sua base no Congresso, contra a Lava-Jato.  O experiente Michel Temer não tem alternativas a não ser gerenciar da melhor maneira possível essas contradições. É um governo de mudanças para o futuro com uma base do passado. Ao menos um ponto básico está definido: o conjunto de reformas para reequilibrar as finanças públicas, restaurar sua credibilidade e a confiança em que o Tesouro sairá da rota da insolvência. Para isso, será necessário aprovar a PEC do teto e a reforma da Previdência, para começar. 

É certo, portanto, que Temer precisa de especialistas em articular alianças no Congresso essenciais para garantir a estabilização do país. Geddel, um deles. Mas, se o governo for condescendente com a corrupção e outros costumes deploráveis cultivados em Brasília pelo próprio PMDB, com o PT e aliados de outrora, cometerá suicídio político e comprometerá todo este projeto de emergência nacional. [insistimos: ou Temer demite Geddel ou seu governo ficará desmoralizado - um governo fraco, indeciso e desmoralizado, não pode permanecer.
Está nas mãos de Temer liquidar no nascedouro a semente da desordem - que, se prosperar, tornará inevitável uma Intervenção Militar Constitucional para restabelecer a ORDEM PÚBLICA  - e se tornar Governo de VERDADE.]

Fonte: Editorial - O Globo

terça-feira, 22 de novembro de 2016

Gestão do caso Geddel foi desastrosa, e Planalto ampliou o problema

Comportamento do ministro será examinado pelo Comitê de Ética Pública da Presidência; Temer tem de exigir que seu ministro se desculpe

Das respostas possíveis ao óbvio e admitido comportamento impróprio de Geddel Vieira Lima, ministro da Secretaria de Governo, o Planalto escolheu a pior, que foi tentar varrer a questão para baixo do tapete sob o pretexto de que se trata de algo menor
[cabia a Geddel ou mesmo ao Temer seguir o exemplo de Itamar Franco e Henrique Hargreaves em caso parecido: surgiram suspeitas sobre o chefe da Casa Civil de Itamar, o próprio ministro se afastou, o assunto foi investigado e comprovada sua inocência Henrique Hargreaves voltou.
Temer deveria ter adotado igual postura - talvez não o tenha feito por saber que seu Geddel é culpado.
Muda o Governo mas a Casa Civil continua com os seus malfeitos.]  

Moreira Franco (Programa de Parcerias de Investimento) chegou a dizer que, dadas as urgências no Congresso, não seria conveniente a substituição do ministro. A gestão Dilma não diria nada melhor. Ou pior. Mais: ficou claro, ao longo do dia, que o presidente Michel Temer sabia das pressões de Geddel sobre o então ministro da Cultura, Marcelo Calero, desde quarta-feira. Tentou contornar. Não foi possível. Como está, também não pode ficar. Vamos ver.

A Comissão de Ética da Presidência da República decidiu por unanimidade que a atuação de Geddel tem de ser investigada. O placar estava cinco a zero quando a votação foi suspensa por um pedido de vista do conselheiro José Saraiva, que é próximo da turma de Geddel na Bahia. A mãozinha dada por Saraiva saiu pior do que o soneto. A comissão só voltaria a se reunir em dezembro. A questão se arrastaria até lá. Como a maioria já estava formada, que se decidisse a coisa logo. O próprio Geddel pediu pressa. E Saraiva foi solícito mais uma vez: pôs fim ao pedido de vista logo depois de solicitá-lo e votou a favor da investigação, sendo seguido pelo sétimo elemento. E pronto! Haverá a apuração. Por sete a zero.

Para lembrar: Geddel comprou um apartamento num projeto imobiliário que foi vetado pelo Iphan, o órgão federal que cuida do patrimônio histórico e que é subordinado à Cultura. Mantém relação de amizade com o empreiteiro. Tentou usar a sua influência para liberar a construção. Aliás, ele teve de admitir tal comportamento.

O que o governo deveria ter feito logo no sábado, quando veio à luz a entrevista em que Calero relata a pressão, depois de pedir demissão? Deveria ter admitido o comportamento inadequado de Geddel, dado um jeito de demonstrar publicamente a sua contrariedade e cobrado um pedido público de desculpas. Em vez disso, preferiu tornar pública a versão de que se tratava de algo pequeno.

Pois é… O argumento da coisa pequena é um tiro no pé. PERGUNTA ÓBVIA: QUEM FAZ ISSO NUM CASO PEQUENO É CAPAZ DE FAZER, NUM CASO GRANDE, O QUÊ? Ou será que Geddel é do tipo que só se ocupa de miudezas até R$ 3 milhões? Acho que não.

Irritação de Temer Temer ficou irritado com Calero. Compreende-se. Acha que o ex-ministro fez tempestade num copo d’água, especialmente porque a opinião do Iphan foi a que triunfou, e o projeto não sairá na forma original, como queria Geddel. Mas isso não justifica o comportamento displicente do Planalto, até porque todos conhecem e também o presidente o estilo e o temperamento do ministro da Secretaria de Governo. Ele é, digamos, um político espaçoso, para dizer pouco.

Sim, o governo já deixou claro que Geddel continua. Mas precisa arrumar um bom argumento. Ou, como virou moda dizer hoje em dia, uma narrativa. Qual mesmo? A de que o assunto é irrelevante não vale. Aliás, esta segunda foi um dia em que um outro apartamento estava na berlinda, um certo tríplex no Guarujá… Já tratado do assunto em outro post. Pau que bate em Chico bate em Francisco. Dar de ombros para o comportamento de Geddel significa endossar-lhe os métodos.

O Comitê de Ética Pública não tem nenhuma função executiva ou judicial. É apenas um órgão de consulta da Presidência. Suas recomendações podem ir do arquivamento do caso à sugestão de que o servidor seja demitido, passando por uma censura pública. Arquivado, com certeza, o caso não será — ou estaríamos diante de uma vergonha. Quando menos, haverá a censura pública. Até porque Geddel transgrediu vários itens do Código de Ética Profissional do Servidor Público Civil do Poder Executivo Federal, que está aqui.

Não acho que seja uma questão pequena, de somenos. Mas, ainda que fosse, a inabilidade do Planalto fez com que ela ficasse grande. Ou o governo exige um pedido formal de desculpas de Geddel ou o que se tem é a admissão de um método. Compreendo que o presidente Temer esteja irritado com o fato de Calero ter dado a entrevista à Folha. Mas quem pode contaminar o seu governo não é o comportamento do ex-ministro da Cultura, e sim o de Geddel. Calero, diga-se, apenas negou um assédio que, mais do que evidente, foi admitido pelo ainda ministro.

Fonte: Blog do Reinaldo Azevedo

 

 

Operação prende advogados suspeitos de colaboração com o PCC

Em Cotia, na Grande São Paulo, foi preso o vice-presidente do Conselho Estadual de Direitos Humanos, Luiz Carlos dos Santos

Uma operação do Ministério Público Estadual e da Polícia Civil cumpre, na manhã desta terça-feira, 22, 41 mandados de prisão, busca e apreensão contra advogados e outros investigados suspeitos de ligação com a facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC) em várias cidades paulistas.

As investigações foram iniciadas pelo Grupo de Atuação Especial de Repressão do Crime Organizado (Gaeco) em Presidente Prudente, onde já foram efetuadas prisões. Na região de Campinas, ao menos três advogados foram detidos.

De acordo com as primeiras informações, eles são suspeitos de colaborar com a facção na elaboração de uma lista com os nomes de agentes penitenciários que seriam colocados como alvos do PCC. Também usariam contas bancárias pessoais para lavar dinheiro obtido com o tráfico de drogas.

Em Cotia, na Grande São Paulo, foi preso o vice-presidente do Conselho Estadual de Direitos Humanos, Luiz Carlos dos Santos. Promotores e policiais fizeram buscas na sede do conselho, na capital. Houve prisões na região de Presidente Prudente, onde estão os presídios de segurança máxima que abrigam integrantes da cúpula do PCC.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo

Saber mais, clique aqui


 


 

Queiram ou não, gostem ou não, escrevam ofendendo ou elogiando, DONALD TRUMP é o presidente dos EUA e fará o melhor para seu País

Nacionalistas fazem saudação nazista para celebrar presidente eleito: ‘Heil Trump’

Evento do movimento Direita Alternativa reuniu cerca de 200 pessoas em Washington, com discurso marcado por ataque a minorias

Integrantes do movimento racista e antissemita Direita Alternativa fizeram saudações nazistas durante um evento em Washington, no último sábado, no qual celebraram a vitória do republicano Donald Trump nas eleições presidenciais dos Estados Unidos. Em um vídeo publicado no YouTube pela revista "The Atlantic", é possível ver Richard Spencer, presidente do Instituto Nacional de Política e líder da Direita Alternativa, iniciando seu discurso com a saudação "Heil Trump! Heil our people! Heil our victory".

'Hail Trump!': Richard Spencer Speech Excerpts

Cerca de 200 nacionalistas participaram da conferência anual do Instituto Nacional de Política e ouviram o discurso de Spencer, marcado por mensagens racistas e ataques a minorias. De acordo com a "The Atlantic", ele pediu uma "limpeza étnica pacífica". — Os Estados Unidos foram até esta última geração um país branco, projetado para nós mesmos e para a nossa posteridade. É nossa criação, é nossa herança e pertence a nós.

Segundo a revista, Spencer discursou depois do jantar, quando a maioria dos jornalistas já tinha ido embora. O público reagiu com fortes aplausos e saudações nazistas.


Ele afirmou que o presidente eleito tem posições muito amigáveis com as minorias e com os judeus por deixar a porta aberta para uma futura anistia aos imigrantes “bons”.  Além disso, o líder nacionalista referiu-se à imprensa como "Lügenpresse", um termo alemão usado por nazistas para chamar os seus críticos.  O vídeo foi extraído de um documentário da "Atlantic" sobre Spencer, que será estreado em dezembro.

Fonte: O Globo

“Quando Lula vai ser preso?” Que tal ouvir o que se deu em Curitiba?

Testemunhas de acusação em processo contra ex-presidente foram unânimes em apontar a existência de um azeitado esquema criminoso; 

Delcídio reiterou a onisciência de Lula, mas todas disseram ignorar se ele é mesmo o dono do tríplex do Guarujá

Como é sabido, uma das perguntas que as pessoas mais se fazem, antipetistas ou petistas, é esta: “Quando Lula será preso?”. Um grupo torce para que seja logo; outro, para que seja nunca. Ser o chefão do PT preso preventivamente ou não depende só da ação do Ministério Público Federal e dos juízes Sergio Moro, da 13ª Vara Federal de Curitiba, e Wallisney Oliveira, da 10ª Vara Federal de Brasília, onde o ex-presidente é réu duas vezes. Se e quando o MP entender que há motivos, creio que apresentará a solicitação a uma das duas varas, e um dos dois juízes vai alegrar um grupo e frustrar o outro. E por que o MPF não pediu até agora?  Em vez de exercícios divinatórios, que tal a gente tentar ler e ouvir o que anda na Justiça?

Vem muito debate-boca por aí… Aliás, ele já começou a ressoar nesta segunda, no primeiro dia de depoimento das testemunhas de acusação na ação de que Lula é réu em Curitiba: é aquela que apura se ele foi beneficiado por vantagens indevidas no tal tríplex de Guarujá. Segundo denúncia do Ministério Público Federal, aceita por Moro, o petista teria recebido R$ 3,7 milhões da empreiteira OAS na forma da aquisição do apartamento, na sua reforma e decoração e no armazenamento de parte de seu acervo pessoal. O ex-presidente é acusado de corrupção passiva e lavagem de dinheiro.

Os advogados de defesa e Moro chegaram a trocar palavras ríspidas. Falaram como testemunhas da acusação, nesta segunda, o ex-senador Delcídio do Amaral; Eduardo Leite e Dalton Avancini, ex-diretores da Camargo Corrêa, e Augusto Mendonça, do grupo Setal. 
Todos eles são delatores. Ruim para o PT: todos foram unânimes em apontar a existência de um azeitado e gigantesco esquema de propina, que tinha partidos e políticos como beneficiários — e, obviamente, no centro do teatro de operações, estava o PT, de que Lula sempre foi o chefe máximo. Delcídio foi o mais eloquente em afirmar que o ex-presidente sempre soube de tudo.

Bom para Lula: todos também foram unânimes em afirmar que desconheciam se o tal tríplex foi adquirido por ele ou foi reformado com dinheiro de propina. Para lembrar: o apartamento de Guarujá está em nome da OAS. O MPF diz que o conjunto de circunstâncias aponta que o imóvel pertence a Lula e que o fato de a empreiteira aparecer como dona é uma evidência justamente da lavagem de ativos. Os ouvidos também disseram jamais ter tratado pessoalmente de propina com Lula.

Os advogados do ex-presidente aproveitaram o fato de que as testemunhas disseram nada saber do apartamento e emitiram uma nota em que se lê:  “Como era esperado, os quatro delatores arrolados pelo Ministério Público Federal para depor em audiência realizada nesta data (21/11) na 13ª Vara Federal Criminal de Curitiba não apresentaram qualquer elemento que confirme a tese acusatória relativa à propriedade de um apartamento tríplex, no Guarujá, pelo ex-Presidente Luiz Inácio Lula da Silva e sua esposa, Marisa Letícia. Tampouco afirmaram a participação do ex-Presidente em qualquer ilícito na Petrobrás. O ex-senador Delcídio do Amaral, um dos delatores ouvidos, disse nada saber sobre essa acusação do tríplex, limitando-se a repetir suas já conhecidas afirmações vagas e sem provas. Há muito Delcídio vem falando que Lula desta vez “não escapa”. Essa obsessão por incriminar o ex-Presidente, mesmo sabendo de sua inocência, foi hoje mais uma vez comprovada. Delcídio foi incapaz de apontar um fato ou conversa concreta em relação a Lula.”
[Ruim para Lula: o depoimento de testemunhas - que no velho e bom direito é também chamada de a prostituta das provas - é apenas um dos elementos que pode inocentar ou condenar um réu.
No caso de Lula existe vários outros meios válidos como prova e que certamente provarão que Lula neste processo é culpado de:  corrupção passiva e lavagem de dinheiro.]

Nesta quarta e na sexta, estão previstos os depoimentos de três outros delatores — os ex-diretores da Petrobras Paulo Roberto Costa e Nestor Cerveró e o ex-deputado Pedro Corrêa — e do pecuarista e amigo de Lula José Carlos Bumlai.

Irritação
Moro acabou se irritando com o que considerou excesso de questões de ordem propostas pela defesa, que tentou impedir a linha de argumentação do MPF segundo a qual Lula só poderia ser beneficiário dos escândalos da Petrobras uma vez que a ele cabia, em última instância, decidir quem seria e quem não seria nomeado para a estatal. Moro chegou a pedir ao MPF que corrigisse algumas questões, mas acabou acusando os defensores do ex-presidente de “tumultuar a audiência”. Segundo o juiz, tal linha de argumentação servia para dar o contexto do caso. O advogado Juarez Cirino reagiu: “Mas qual é o contexto? Só existe na cabeça de vossa excelência. O contexto, para nós, é a denúncia”.

Entenda o embate jurídico
Notem: assim como os que depuseram nesta segunda, também as outras testemunhas arroladas pelo MPF dirão que nada sabem sobre Lula ser ou não dono do tríplex — até porque, reitere-se, o apartamento não está em seu nome. Podem apostar nisso. Qual é a lógica da acusação? Arrolar testemunhas que indiquem que o petista sempre esteve no controle de tudo. Se isso é verdade e se sobram evidências da proximidade de Lula e sua família com o apartamento, então se provaria, pelo conjunto da obra, que o imóvel, a reforma e a transferência do acervo fizeram parte das vantagens indevidas recebidas pelo ex-presidente.

Quem vai tomar a decisão? Sergio Moro. Importante: os testemunhos são apenas um dos elementos do processo. Há outros dados que ele pode considerar probatórios. Se achar que o conjunto prova a acusação do MPF, vai condenar Lula.Aí ele vai preso, né?” Depende da sentença. E caberá recurso. Segundo decisão recente do Supremo, o cumprimento da pena de prisão já pode se dar a partir da condenação na segunda instância, não na primeira. “Mas será que existe a chance de Moro absolver Lula, Reinaldo?” Bem, chance sempre existe. Afinal, ele é um juiz. Não um juiz de condenação. Isso não existe. Mas nem o mais otimista dos petistas acredita nisso.

Fonte: VEJA - Blog do Reinaldo Azevedo  

Cuidado com a turma dos DIREITOS HUMANOS - há exceções, mas no geral a regra é: QUEM DEFENDE BANDIDO, BANDIDO É

Vice-presidente do Conselho de Direitos Humanos de SP é preso por suposta ligação com facção criminosa

Suspeitos teriam ajudado a criar ‘lista de morte’ de agentes penitenciários

Luiz Carlos dos Santos, vice-presidente do Conselho Estadual de Direitos Humanos (Condepe) - Reprodução/TV Globo
Um cara como este é pior que Marcola, Fernandinho Beira-Mar e outros bandidos - eles são bandidos e assumem. Já este...!

O vice-presidente do Conselho Estadual de Direitos Humanos (Condepe), Luiz Carlos dos Santos, e um grupo de advogados foram presos na manhã desta terça-feira, acusados de ligação com uma facção criminosa que atua dentro e fora dos presídios paulistas. A polícia e o Ministério Público de São Paulo realizam uma operação para prender 42 pessoas. 
 Luiz Carlos dos Santos e os outros advogados são suspeitos de movimentar dinheiro do crime organizado em suas contas bancárias. Eles ainda são acusados de ajudar a criar uma espécie de cadastro com os nomes e endereços de agentes penitenciários e de seus parentes, para serem mortos quando a facção julgar necessário  -  uma espécie de “lista de morte” de agentes públicos.

O vice-presidente do Condepe foi preso logo no início da manhã em sua casa, em Cotia, na Grande São Paulo. Policiais fizeram ainda busca e apreensão no escritório do conselho, no centro da cidade.  A investigação começou em Presidente Prudente, interior do estado, onde estão dois presídios de segurança máxima. Na região de Campinas, pelo menos três advogados foram detidos.  A Secretaria de Segurança Pública de São Paulo ainda não se manifestou sobre a operação.

Luiz Carlos dos Santos atuou pelo órgão auxiliando famílias de cinco jovens da zona leste de São Paulo que foram mortos em uma chacina no mês passado na cidade. Ele foi responsável, por exemplo, por ouvir famílias que foram alvo de ameaças após o crime, cuja investigação já identificou envolvimento de ao menos uma guarda civil metropolitano. Devido aos depoimentos que ouviu, Santos defendia a inclusão de pelo menos duas famílias em programas de proteção. [esse 'defensor' dos direitos humanos agiu igual age a turma dos 'direitos humanos' - que tem como principal característica lembrar dos DIREITOS HUMANOS para BANDIDOS e esquecer dos DIREITOS HUMANOS para HUMANOS DIREITOS - ou seja: acusando a polícia.
Por sorte, agora se descobre que a raposa estava cuidando do galinheiro.]

Fonte: O Globo

Faltou trabalho para quase 23 milhões de pessoas no 3º trimestre

Força de trabalho de 21% dos brasileiros em idade produtiva é subutilizada, diz IBGE

Faltou trabalho para 21,2% das pessoas em idade produtiva no Brasil, o correspondente a 22,9 milhões de pessoas no terceiro trimestre. Essa é a chamada taxa composta da subutilização da força de trabalho, que agrega a taxa de desemprego, a taxa de desemprego por insuficiência de horas trabalhadas e a da força de trabalho potencial.

Já no segundo trimestre a chamada taxa de subutilização da força de trabalho foi de 20,9%, segundo o IBGE. No terceiro trimestre de 2015, havia sido de 18%.  O indicador soma o contingente de pessoas desocupadas (12 milhões), o de pessoas subocupadas por insuficiência de horas trabalhadas (4,8 milhões de pessoas ou 16,5% do total) e a força de trabalho potencial (6,1 milhões de pessoas ou 16,8% do total).

Pessoas subocupadas por insuficiência de horas trabalhadas são as que trabalham menos de 40 horas por semana, mas gostariam e estavam disponíveis para trabalhar mais. A força de trabalho potencial é formada pelo grupo de pessoas que não estavam trabalhando nem procurando emprego, mas que estavam disponíveis para trabalhar ou que estavam procurando mas não estavam disponíveis quando o IBGE realizou a pesquisa.

A maior parte do contingente de 22,9 milhões de pessoas que faz parte dessa taxa composta de subutilização da força de trabalho está nas regiões Sudeste (8,683 milhões) e Nordeste (8,750 milhões). No Norte, são 2,041 milhões de pessoas e no Sul, 2,122 milhões. Já o Centro-Oeste reúne 1,326 milhão de pessoas.

Se na média nacional a taxa de subutilização da força de trabalho é de 21,2%, a taxa do Nordeste é a maior entre as regiões, com 31,4%. Já o Sul é a menor, com 13,2%. No Sudeste, a taxa é de 18,2%.  — A região Nordeste é a que tem maior subutilização da força do trabalho. Mas mesmo a região Sul, com o advento da crise, atinge níveis piores do que tinha no passado — afirmou o gerente da Coordenação de Trabalho e Rendimento do IBGE, Cimar Azeredo.

A taxa de desemprego subiu em todas as regiões do país na passagem do segundo para o terceiro trimestre, com exceção apenas do Sul, em que passou de 8% para 7,9%. No Norte, passou de 11,2% para 11,4%; no Nordeste, pulou de 13,2% para 14,1%; no Sudeste, avançou de 11,7% para 12,3%; e no Centro-Oeste foi de 9,7% para 10%.

DESEMPREGO RECORDE NO RIO: 12,1%
Sete estados tiveram alta significativa na taxa de desemprego na passagem do segundo para o terceiro trimestre do ano (Roraima, Ceará, Pará, Pernambuco, Sergipe, Espírito Santo e Rio de Janeiro). Já na comparação entre o terceiro trimestre de 2015 e o terceiro trimestre de 2016, foram 22 estados com expansão significativa da taxa. 

No terceiro trimestre de 2016, 19 estados bateram recordes na taxa de desemprego. Em apenas oito estados o pior resultado do desemprego não se deu no terceiro trimestre.
No Rio de Janeiro, a taxa de desemprego bateu novo recorde e alcançou 12,1% no terceiro trimestre, o maior nível desde 2012, o início da série histórica. No segundo trimestre, tinha sido de 11,4%. O desemprego também atingiu recorde no terceiro trimestre em São Paulo, de 12,8%, ante 12,2% no segundo trimestre.

Segredos de Nelma

Foi a pessoa mais influente no governo do Rio nos últimos anos. No Palácio Guanabara nunca houve uma mulher clandestina e poderosa como ela

Atendia no 21-9972-33315. Raríssimos sabiam quem era. Atravessou a última década no circuito Leblon-Laranjeiras, Zona Sul do Rio. Criou uma rotina de clandestinidade no Palácio Guanabara e uma rota de fuga para o Galeão, que usava para escapadas privadas a Paris, na companhia de amigos-patrocinadores.  Nelma, Nelma de Sá Saraca — era a identidade por trás daquele número telefônico. Foi a pessoa mais influente no Rio nos últimos anos, com poder real sobre as decisões do governo estadual. Usou e abusou da capacidade de influir na política e nos negócios, desde janeiro de 2007, quando o governador Sérgio Cabral assinou seus primeiros decretos. 

No fim de tarde de uma quarta-feira excepcionalmente seca da primavera de 2007, por exemplo, recebeu no Guanabara os executivos Rogério Nora e Alberto Quintaes, da construtora Andrade Gutierrez. Era quarta-feira, 4 de outubro. Estava em jogo um bilionário pacote de obras. Acertaram “compromissos” — expressão usada na reunião para definir dinheiro, propina, gratificação pelo favorecimento à empresa nas contratações. 

O executivo Nora designou o adjunto Quintaes para “operacionalizar” os pagamentos. Nelma, com o poder da intimidade com o governador, indicou Wilson Carlos Carvalho, secretário de governo, como representante de Cabral. Mais tarde, ele introduziu o subsecretário de Obras, Hudson Braga, que exigiu adicional de 1% a mais, sua “taxa de oxigênio”. Os negócios fluíram. O secretário Carvalho transferiu a cobrança a Carlos Emanuel Miranda, dono de sólidos laços com o governador: era seu mais antigo sócio, contador dele e da família, e casado com uma prima de Cabral. Em sete anos de governo, amealhou pequena fortuna, R$ 13 milhões, na coleta de propina em apenas duas empreiteiras, Andrade e Carioca. 

No começo deste ano, quando aprofundaram a análise da súbita e suspeita riqueza do ex-governador, procuradores acionaram o Sistema de Investigação de Registros Telefônicos e Telemáticos, instalado na procuradoria-geral, em Brasília. Conhecido como Sittel, esse mecanismo permite aos investigadores receber, processar e cruzar registros telefônicos e telemáticos extraídos, via WebService, diretamente dos computadores das empresas de telecomunicações de todo o país. 

Logo perceberam o mistério do telefone 21-9972-33315. Em amostragem, identificaram 507 chamadas dos secretários, do coletor de propinas e de executivos das duas empreiteiras para aquele número. Notaram, também, intenso fluxo de mensagens eletrônicas criptografadas por programas (Telegram, Wickr, Confide e Wire) que permitem a destruição programada do conteúdo. 

O enigma começou a ser desvendado numa consulta à concessionária. O telefone estava cadastrado em nome de Nelma de Sá Saraca. Porém, os diálogos gravados liquidaram as dúvidas: a linha era usada exclusivamente pelo governador. Foi a forma que ele escolheu para ocultar a identidade nas comunicações sobre pagamentos dos “compromissos”. Nelma, na vida real, era Cabral na clandestinidade. Nunca houve no Palácio Guanabara uma mulher clandestina e poderosa como Nelma. Estão morando juntos em Bangu 8.

Fonte: José Casado - O Globo