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sábado, 21 de abril de 2018

O que as pesquisas não mostram


É preciso ficar atento ao que não está evidente nos levantamentos em andamento por esses dias e o que eles deixam de oferecer em um período ainda pré-eleitoral.  


O mais sensato a observar é que as principais variáveis que desenham um quadro sucessório real ainda seguem fora do jogo. A citar, por exemplo, tempo de exposição na TV, o desenrolar da campanha, a rede de apoios locais e nacionais, as alianças partidárias, a qualidade dos programas apresentados, a empatia dos candidatos. Há muitos fatores que pesam quando o confronto de fato toma corpo. Daí a concluir que os candidatos hoje na dianteira levarão a melhor vai um redondo engano. Pesquisas de opinião nessa etapa miram o retrovisor, o “recall” dos nomes apresentados e eventuais tendências futuras de comportamento do eleitor. Para a elaboração de um cenário seguro são poucos ou ralos os ingredientes disponíveis no momento. Como será a pegada da campanha?

Pró-moralização, de discursos extremos ou conciliatórios? De debates polarizados ou difusos? E a reação dos eleitores a eventuais denúncias, ao grau de empatia dos postulantes, às declarações fora de hora ou politicamente incorretas? Não existe efetivamente massa crítica nesse sentido que consolide as preferências ou resistências. Nada está posto e definitivamente ninguém está garantido ou descartado para a reta final do segundo turno – caso ele aconteça. Colocado assim, é possível discorrer sobre o que essas pesquisas preliminares trazem de sinal. E até mesmo interpretar certas “surpresas” que aparecem com elas. Sobre o sinal, latente e inegável: não é de hoje, e tem avançado a cada nova consulta, a intenção do eleitorado de pender parao novo”, para a figura do “outsider”, quaisquer que sejam suas vertentes ideológicas. Bolsonaro está nessa categoria, Alvaro Dias idem e agora até o ex-ministro do STF, Joaquim Barbosa, pode ser enquadrado no parâmetro de opções fora do quadrado previsível das grandes agremiações partidárias que no último par de décadas dominou a disputa. [devemos ter presente que o fato do pré candidato estar entre os primeiros colocados não implica necessariamente que ele vai cair mais adiante; 
ninguém pode garantir que 2018 não será o ano em que o pré candidato vira candidato na liderança e leva a eleição no primeiro turno; 
absurdo é alguém considerar o Álvaro Dias um candidato viável e capaz de,  se fosse eleito, realizar um bom governo; 
Joaquim Barbosa não tem a menor chance, caso seja candidato - nem ele sabe se será.]
O caso de Barbosa é sintomático de outro desejo que prevalece entre os que irão às urnas. O anseio por Justiça, moralidade e ética na política. O ex-ministro, sem nem sequer ter apresentado seu nome formalmente ou oficializado a chapa presidencial do partido pelo qual pretende concorrer, já partiu com quase 10% nas diversas hipóteses formuladas na consulta da Folha de S. Paulo. Mais que surpreendente, é revelador. Barbosa encarna, não apenas na trajetória humilde e no currículo de conduta sem máculas, um ideal moralizante. [saiba mais sobre Joaquim Barbosa e seu apartamento em Miami e sua firma cujo endereço no Brasil era o apartamento funcional de Joaquim Barbosa.] Ele é o próprio representante da lei na corrida, digamos assim. 

O sonho dourado que de fato tomou mentes e corações dos brasileiros atende pelo nome de Sergio Moro. Mas tal juiz está fora da parada. Declinou e nem tem planos nessa direção. Barbosa, ao contrário, afastou-se estrategicamente de suas funções como magistrado há algum tempo, preparou-se e flertou com a política em diversas de suas declarações. É a opção talhada para o anseio que se apresenta a varejo. Nem por isso terá vida fácil. Seu pouco traquejo com o meio e a postura um tanto quanto destemperada que mostrou em várias ocasiões pode prejudicá-lo na hora de colocar a cara a bater junto ao grande público. Surpreendentemente, persiste uma quantidade em escala industrial de candidatos à presidência. No posto de saída largam quase 20 entre os mais conhecidos – número semelhante ao verificado nas eleições de 1989, que trouxe um amplo leque de 23 postulantes, de Brizola e Ulysses a Collor e Lula, uma festa para todos os gostos e colorações partidárias. 

Decorre daí, dessa diversidade de opções, um certo nanismo dos índices de pontuação de cada um até aqui – boa parte marcando menos de 5% ou até traço, a maioria com 1% a 2% de média. Prova irrefutável da indefinição, tanto de quem vota quanto dos nomes que efetivamente estarão na urna e nos santinhos na hora que a corrida começar de fato. Os indicadores ainda estão verdes, o quadro é prematuro e muitos dos contendores ainda seguem desconhecidos. As peças do tabuleiro mudarão muito mais adiante. As convenções da maioria das siglas estão para acontecer. De um fato é possível ter certeza: tucanos e petistas só irão, de novo, polarizar as atenções caso consigam arrebatar para suas hostes as peças historicamente aliadas, mas que até aqui parecem almejar voo solo na próxima disputa. O MDB segue como fiel da balança. Lançou a reeleição do presidente Temer como alternativa, trabalha no plano “B” com o ex-ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, mas pode na hora final dar um cavalo de pau e retornar ao seu papel tradicional de base de sustentação da chapa vencedora. 

Se ficar firme na decisão de lançar nome próprio pode rachar a argamassa que liga o centro. Nessa hipótese o imponderável tomará conta. A disputa presidencial de 2018 é decerto a maior incógnita eleitoral das últimas décadas. E parece confirmar a distância abissal que existe entre o que o público eleitor almeja e o que as variadas siglas oferecem. Se tucanos e petistas tivessem trabalhado novas lideranças provavelmente não se encontrariam no impasse verificado atualmente e estariam em condições mais competitivas. Hoje o PSDB teme o rescaldo do escândalo do mensalão mineiro e o pouco entusiasmo que o nome Alckmin desperta na maioria. O PT, aprisionado na figura de seu líder absoluto, condenado, ficha-suja e preso Lula, pode chegar lá na frente sem ter o que fazer para postular o Planalto. A brecha que se abriu entre os dois polos é estrategicamente ocupada, na largada, por Joaquim Barbosa. 

Em um país conflagrado pelo extremismo, crescem também as chances de um candidato de direita ultraconservadora, como Jair Bolsonaro – mesmo trazendo um discurso radical e ofensivo e não testado pra valer nas ruas. [o que importa ao eleitor é que as propostas de Bolsonaro para o combate ao crime, permitir que pessoas de BEM portem armas - hoje apenas bandidos e policiais podem portar/possuir armas - recuperar valores caros à MORAL e aos BONS COSTUMES, são medidas viáveis e bem-vindas.] O ex-militar está praticamente se cacifando a um lugar no segundo turno. [se houver segundo turno; Bolsonaro pode ganhar já no primeiro.] Por enquanto, perde para quase todos no mano a mano, caso realmente alcance essa etapa. Terá uma forte alternativa de esquerda a contrapô-lo? E quanto ao centro? Marchará com uma opção de consenso, sem a qual dificilmente irá para as cabeças do páreo? As dúvidas prevalecem. As pesquisas ainda não são capazes de decifrá-las. 

IstoÉ -  Carlos José Marques, diretor editorial da Editora Três


sexta-feira, 20 de abril de 2018

Traição à pátria e 4 deputados na Câmara

Pronunciamento da “presidenta” nacional do PT, Gleisi Hoffmann – para a TV Al Jazeera é muito grave, sim, mas não por se dirigir aos árabes como aliados do partido e do preso comum Lula, mas por integrar campanha de petistas contra o Brasil e nossas instituições.  

Mais grave do que isso é o boicote ao combate à corrupção por parte das bandas sadias de Policia Federal, Ministério Público e Justiça em primeira e segundo instâncias, movido pelo partido que ela preside, pelo presidente Temer, seu governo e seu partido, e outros condenados e suspeitos de várias legendas, que assediam de forma hostil, estúpida e, sobretudo, golpista ministros que compõem o lado bom do STF, particularmente as duas únicas damas do colegiado, Cármen e Rosa. 

Este é o comentário que fiz para o Podcast Estadão Notícias, que está no ar desde quinta-feira 19 de abril de 2018, às 6 horas.



Blog do José Nêumanne

Com 4 deputados na Câmara, painel marcava a presença de 355 parlamentares

Os outros 351 pais da Pátria registraram presença para não perder parte da bolada que recebem no fim do mês

Branca Nunes
Nesta quinta-feira, por volta das 11h30, enquanto o painel da Câmara marcava a presença de 355 deputados, apenas quatro ocupavam cadeiras do plenário. Os 351 restantes registraram presença para não perder parte da bolada que recebem no fim do mês — em “sessões extraordinárias”, como a de hoje, faltas acarretam descontos no salário.

A reportagem que registrou o fato, veiculada na BandNews FM, flagrou outra cena esdrúxula. Pilhado com o carro estacionado em local proibido, o motorista de um dos parlamentares ausentes-presentes nem se preocupou em inventar uma desculpa: “É rapidinho”, disse quando lhe pediram que retirasse o veículo. “O deputado só foi correndo até o plenário bater o ponto, mas já volta”.

Ou os parlamentares assumem de vez que o único dia útil no Congresso é quarta-feira — quando não precedidas de feriados, claro — ou contratam um bedel para tomar conta da turma que se acha muito esperta. A segunda opção costuma dar certo em escolas para crianças.

Blog do Augusto Nunes - Veja
 

 

 

Al Capone, Lula e o preço dos menores pecados

O projeto de poder de Lula foi comprometido pelo fracasso de Dilma Rousseff. Nesse caso, ele cometeu um erro de pessoa, ou, mais propriamente, de poste


Como Al Capone, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva foi condenado pelo menor de seus crimes


Alphonse Gabriel Capone, uma das figuras mais sanguinárias e mais célebres da história criminal, foi para a cadeia por sonegação de impostos. Lula foi sentenciado por um caso de corrupção vinculado a um apartamento triplex no Guarujá. Seu segundo processo envolve um sítio em Atibaia. As histórias de ambos, muito diferentes em vários outros aspectos, têm uma curiosa semelhança: a enorme desproporção entre os males causados e os delitos imputados formalmente a seus autores.

Alguns poderão julgar um despropósito a comparação entre o bandido americano e o político brasileiro. Podem ter razão, se estiverem considerando as leis violadas em cada caso. Não há homicídio na história de Lula, nem uso da violência, nem prática rotineira da maior parte dos chamados crimes comuns. Mas as façanhas do líder petista são imensamente maiores que as do chefe mafioso, quando se levam em conta o alcance e os efeitos econômicos e sociais de suas ações. As barbaridades de Al Capone, suficientes para uma porção de filmes sensacionais, sempre tiveram caráter microeconômico, mesmo quando envolveram corrupção de autoridades.

Lula assumiu a Presidência em 2003 com um projeto de poder e um plano de governo subordinado a suas enormes ambições políticas. Foi capaz de perceber, ao contrário de muitos outros petistas, a importância política de promover ajustes e de controlar a inflação. Era preciso desarmar a desconfiança do setor privado. Não havia, de fato, a herança maldita proclamada por petistas. As dificuldades eram explicáveis principalmente pela reação dos mercados a ameaças do PT. Figuras importantes do partido haviam prometido, entre outras bobagens, uma “renegociação” de fato, um calote da dívida pública.

Aconselhado por Antônio Palocci, futuro ministro da Fazenda, Lula convidou o presidente do BankBoston, Henrique Meirelles, para dirigir o Banco Central (BC). Seria mais um avalista do governo. Durante o primeiro mandato a promessa de bom comportamento foi em parte cumprida. O BC combateu a inflação com aparente liberdade e a política fiscal foi conduzida com algum cuidado, apesar da expansão da folha de pagamentos. Nos oito anos de Lula, a despesa com pessoal e encargos do Executivo cresceu 135,6%, enquanto a inflação ficou em 56,6%. Os crimes do mensalão só se tornariam assunto público a partir de 2005, mas sem atrapalhar a reeleição do presidente. Na política econômica nada foi feito para ampliar e consolidar a pauta de reformas nem se implantou uma estratégia efetiva de desenvolvimento.

Completada a primeira etapa, tudo começou a desandar, com o abandono da responsabilidade fiscal, as enormes transferências do Tesouro para o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), a política dos campeões nacionais, o aumento do protecionismo e a devastação das estatais. Com incompetência e irresponsabilidade incomuns, a presidente Dilma Rousseff completou o desastre, quase quebrando o Tesouro e levando o País à recessão.  O primeiro mandato de Lula, enfim, foi orientado inteiramente para consolidar, sem resistência nos mercados, o projeto de dominação. O aparelho federal foi submetido às ambições de poder do presidente. As condições para pilhagem das estatais foram um desdobramento dessa política. Petistas e aliados tomaram a administração federal como se fossem forças de ocupação. A devastação da Petrobras e de outras estatais foi parcialmente descrita nos informes da Operação Lava Jato e de outras investigações.

A conversão da Petrobras em instrumento da política industrial petista forçou a empresa a comprar insumos e equipamentos nacionais, mesmo quando muito mais caros que os importados. Comprometeu sua rentabilidade, reduziu seu potencial de investimento e, além disso, abriu espaço para troca de favores e corrupção.  A política de investimentos, subordinada às ambições, aos critérios políticos e à fantasia de liderança regional de Lula, jamais concretizada, favoreceu projetos como o da Refinaria Abreu e Lima, em Pernambuco. Deveria ter sido um empreendimento brasileiro e venezuelano. Nenhum centavo da Venezuela foi aplicado nas obras. Além disso, os custos, multiplicados por oito, chegaram à casa de US$ 20 bilhões.

Lula ostensivamente mandou na Petrobras, indicando diretores, influenciando seus planos, orientando seus investimentos e seus objetivos. Não há como disfarçar sua responsabilidade pelos desmandos na gestão da empresa, assim como é impossível desvincular seu nome da política de compadrio do BNDES. Basta examinar a lista de empresas beneficiadas e os nomes mais vistosos nos processos de corrupção.
Nunca se levaram a sério, nessa fase, os princípios constitucionais definidos para a administração pública no artigo 37: “legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência”. A exigência de produtividade no serviço público foi sempre desqualificada como preconceito neoliberal.

Na versão mais complacente, os casos de corrupção ocorridos no Brasil durante a fase petista podem ser mais numerosos que os observados em outros países, mas são da mesma natureza. Esse é o grande engano. A corrupção brasileira, nesse período, foi vinculada essencialmente a um estilo de governo e, mais que isso, a uma forma de ocupação do aparelho estatal. Pode-se trocar a palavra ocupação, nesse caso, por apropriação ou mesmo por privatização da máquina.  Esse projeto de poder foi comprometido pelo fracasso da presidente Dilma Rousseff. Nesse caso, ele cometeu um desastroso erro de pessoa, ou, mais propriamente, de poste. Vitorioso o projeto, Lula nunca precisaria de escrituras ou de recibos para realizar sonhos de consumo ou de riqueza. Tudo viria, como veio por um tempo, como produto do poder.

Rolf Kuntz (publicado no Estadão) - Coluna Augusto Nunes - Veja
 

A especialista em ‘mundo árabe’ merece negociar com o Estado Islâmico

Gleisi Hoffmann não corre o risco de perder a cabeça durante as tratativas com os companheiros terroristas [afinal, só se perde o que se tem.]

Gleisi Hoffmann e Dilma Rousseff na entrega de máquinas e de assinatura de ordens de serviço da BR-158/PR, trecho Campo Mourão-Palmital, e da BR-487/PR, trecho Nova Brasília-Tuneiras do Oeste (PR/VEJA/VEJA/VEJA/VEJA)
 
O Brasil que pensa sabe há muito tempo que as tropas do guerrilheiro José Dirceu só conseguem matar de rir. Mais recentemente, soube que os soldados do general da banda de João Pedro Stédile são incapazes de manejar até foices e martelos. Nesta semana, descobriu que o exército do comandante Guilherme Boulos não tem bala nem gente para ocupar por mais de três horas um triplex no Guarujá.

Deve ter sido por isso que Gleisi Hoffmann gravou o vídeo pedindo a ajuda do “mundo árabe” na batalha pela libertação de Lula. A fala da presidente do PT exige pelo menos quatro esclarecimentos urgentes:

1) O que Gleisi chama de “mundo árabe” abrange, além das ditaduras que oprimem praticamente todos os países da região, também as organizações terroristas?

2) Que tipo de interferência Gleisi espera dos companheiros árabes? Qualquer intromissão em assuntos internos do Brasil, o que inclui decisões da Justiça brasileira, seria uma intolerável violação da soberania nacional. Gleisi não sabe disso?

3) A senadora mais conhecida pelos codinomes Amante e Coxa no Departamento de Propinas da Odebrecht afirma que estão ocorrendo todos os dias, em todo país, manifestações pela libertação de Lula. Está convidada a divulgar a lista de cidades em que ocorreram, nesta semana, manifestações do gênero.

4) O Estado Islâmico faz parte do mundo árabe. Quem vai negociar o acordo com os degoladores compulsivos? Sugiro dois nomes: Gleisi e Dilma Rousseff.
Ao contrários da multidão de infiéis degolados pelos assassinos patológicos, a dupla não corre o risco de perder a cabeça. Isso porque só se perde o que se tem.


Blog do Augusto Nunes - VEJA

 

Ao decidir por habeas corpus de ofício a Maluf, Fachin tenta esconder pegadas de decisão que beira a perversão. Mas não só

[Fachin tenta com habeas corpus de oficio compensar o ato de sadismo, até hediondo, por ele praticado ao determinar que Maluf cumprisse regime fechado no Presídio da Papuda.

Naquela ocasião, o sadismo ministerial foi também ilegal, já que a lei só torna obrigatório iniciar o cumprimento em regime fechado de pena igual ou superior a 8 anos.

Código Penal, art. 33, $ 2º, letra 'b', determina:

b) o condenado não reincidente, cuja pena seja superior a 4 (quatro) anos e não exceda a 8 (oito), poderá, desde o princípio, cumpri-la em regime semi-aberto;]

Todas as contas feitas, noves fora, o Supremo fez nesta quinta, tomando a sessão pelo resultado, a coisa certa no que diz respeito ao principal no caso de Paulo Maluf. No fim da vida, em situação bastante precária, poderá exercer a pena em casa. A pedido do próprio relator da ação, Edson Fachin, o tribunal lhe concedeu um habeas corpus de ofício.

O desfecho, no fim das contas, tenta esconder um vexame para o próprio relator, agora que ele se descobriu mais severo do que Torquemada à caça de cristãos novos na Espanha de Isabel de Castela e Fernando de Aragão, no século XV. Sim, é preciso que se diga com todas as letras. O ministro Edson Fachin esqueceu de fazer o que fez Dias Toffoli, depois de lhe conceder um habeas corpus dito “humanitário”: pediu um laudo médico sobre o estado de saúde do preso. Fachin descuidou-se desse detalhe. A sede de jogar para a opinião pública é tal; a sanha punitiva é de tal ordem; a vontade de excitar a fúria dos algozes nas redes sociais é tão impositiva que o homem se esqueceu desse detalhe…

Para lembrar: quando Maluf foi condenado pela Primeira Turma, a defesa havia entrado com embargos infringentes, pedindo um novo julgamento porque havia ao menos um voto divergente, o do ministro Marco Aurélio, que se posicionado pela prescrição do crime. Fachin recusou o pedido sob o pretexto de que tal recurso só é cabível quando o voto divergente é pela absolvição.

Não é o que está escrito no Artigo 333 do Regimento Interno do Supremo. Lá se diz apenas voto divergente. Não especifica o tipo. Mas, hoje em dia, há uma turminha no Supremo que legisla sem medo de ser feliz.  Ao conceder o habeas corpus de ofício, Fachin tenta apagar as pegadas de uma decisão que beira a perversão — e isso nada tem a ver com a moralidade de Paulo Maluf. Creio que a totalidade das pessoas que vomitarem impropérios agora contra essa minha opinião nunca foi processada por Maluf. Eu já. Tive de enfrentá-lo nos tribunais. Ganhei. Ocorre que não confundo justiça com vingança.

Blog do Reinaldo Azevedo 


 

 

DILMA FAZ UM HISTÓRICO PRONUNCIAMENTO À NAÇÃO

 Tem uns que tem saudade

Ex-presidente ressurge das cinzas para encenar uma nova versão do clássico "oi, internautas"





Dilma foi atacar Bolsonaro e olha a pérola que ela soltou

 

 

Bombas desarmadas



Duas bombas foram desarmadas ontem no STF

Agora, Cármem Lúcia vai ter que usar toda sua delicada autoridade para tratar de um assunto delicado: a prisão em segunda instância


Duas bombas foram desarmadas ontem no plenário do Supremo Tribunal Federal (STF), uma pela argúcia do ministro Luis Edson Fachin, auxiliado pela presidente Cármem Lúcia, outra pela maioria mais uma vez apertada de 6 a 5.  A questão dos embargos infringentes, que permitem reabrir um julgamento quando o réu não for condenado por unanimidade, era talvez a mais grave, pois a sua admissão nos julgamentos das Turmas, não prevista no Regimento interno do Supremo, vai atrasar os processos, levando os recursos para decisão do plenário.

No entanto, era uma decisão inevitável já que, no julgamento do mensalão em 2013, a existência dos embargos infringentes acabou sendo admitida, embora muitos juristas e cinco dos onze ministros consideraram que ele não mais existia, pois as normas que regem os procedimentos do STF e do STJ não se referiam a eles. Mas ele subsistiu no regimento interno do Supremo, provavelmente por um descuido do Tribunal, que não atualizou seu regimento interno após a Constituição. Sua simples permanência num regimento ultrapassado fez com que seis dos ministros à época os aceitassem, proporcionando a alguns dos réus, entre eles José Dirceu, se livrarem de condenações por lavagem de dinheiro e formação de quadrilha.

Cometido o erro lá atrás, nada mais natural que também as Turmas, que só recentemente passaram a tratar de casos penais, os admitissem, para dar aos condenados uma possibilidade de usar os embargos infringentes da mesma maneira que os julgados no plenário.  O que demonstra certa manobra jurídica por parte do ministro Dias Toffoli é que ele considerou que Paulo Maluf tinha direito aos embargos infringentes quando o ministro Fachin havia decretado o trânsito em julgado, encerrando o processo.

Alegando motivos humanitários, ele provocou que esse assunto fosse levado ao plenário, e conseguiu a maioria para sua aplicação. O que ele queria, na verdade, era reabrir o processo de Maluf, tendo proposto mesmo que se o plenário considerasse que as Turmas devem ter os embargos infringentes, que o deputado paulista fosse colocado em liberdade. Sua proposta de que apenas um voto divergente bastasse para dar direito aos embargos infringentes, seguida por outros quatro ministros, faria com que grande parte dos casos julgados nas Turmas acabasse no plenário do Supremo, postergando uma decisão final e talvez mesmo possibilitando a revisão de penas.

Acabou vencendo a maioria que vem se impondo, de 6 a 5, com uma troca de ministros: Alexandre de Moraes votou a favor de um voto divergente, e o ministro Celso de Mello deu a maioria para os dois votos, o que minimiza os estragos que possam ser causados pela criação de mais um embargo nos julgamentos das Turmas.  O outro incêndio apagado ontem pela perspicácia do ministro Edson Fachin foi a possibilidade de um ministro desautorizar outro em decisão monocrática, como aconteceu com Toffoli dando um habeas corpus quando o relator Fachin já havia encerrado o processo. Toffoli voltou a garantir que não pretendeu desautorizar seu colega, mas agiu em situação excepcional em caráter humanitário. Embora sua explicação, e todo o seu comportamento no episódio, evidenciem que não tinha mesmo a intenção de descumprir uma súmula do próprio STF que proíbe que um ministro desautorize decisão de outro, Toffoli abriu espaço para a discussão da questão.

O ministro Gilmar Mendes defendeu enfaticamente que essa prática fosse aceita, alegando que “o Estado de Direito não comporta soberanos”. Mas Fachin encerrou a discussão dando de oficio um habeas corpus a Maluf, permitindo que fique em prisão domiciliar. A presidente do Supremo, ministra Cármem Lúcia, rapidamente encerrou a sessão, não dando margem a que outros ministros forçassem uma mudança de orientação que poderia criar os maiores problemas para o Supremo, com um ministro cassando a decisão de outro.

A presidente Cármem Lúcia vai ter que usar toda sua delicada autoridade para tratar, na próxima semana, de um assunto delicado: a tentativa do ministro Marco Aurélio de levar a julgamento nova ação que propõe  acabar com a prisão em segunda instância. Essa ação é objetivamente feita para soltar Lula, sendo o PCdoB mero laranja do PT. O jurista que a encabeça, Celso Bandeira de Mello, está empenhado há muito em uma campanha contra a Operação Lava Jato, defendendo que Lula está sendo perseguido pela Justiça brasileira. A predominância do colegiado sobre posições pessoais, defendida pela ministra Rosa Weber, está ganhando espaço no Supremo, tanto que o ministro Dias Toffoli ontem negou liminar para que José Dirceu ficasse em liberdade até o fim do processo na segunda instância, alegando justamente a jurisprudência em vigor, mesmo contra sua opinião.     
Merval Pereira - O Globo 
 

País cria 56 mil vagas em março, melhor resultado para o mês desde 2013

Saldo de emprego formal foi positivo em 56.151 vagas em março, mostra Caged

O Brasil abriu 56.151 vagas de emprego formal em março, de acordo com dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) divulgados nesta sexta-feira, 20, pelo Ministério do Trabalho. Foi o terceiro mês de aumento consecutivo no número de vagas com carteira assinada.  

Para meses de março, este é o melhor resultado desde 2013, quando foram geradas 112.450 vagas. O saldo positivo decorre de 1,340 milhão admissões e 1,284 milhão demissões. O resultado ficou dentro do intervalo das estimativas de analistas do mercado financeiro consultados pelo Projeções Broadcast, que esperavam de fechamento de 34.961 vagas a abertura de 73.500 vagas, com mediana positiva em 41.495 vagas.
Apesar de positivo, o desempenho do mês passado foi inferior às contratações líquidas registradas em fevereiro (65.058 vagas) e janeiro (82.855 vagas), já considerando o ajuste nos resultados desses meses. Em março de 2017, houve um fechamento de 57.594 postos de trabalho.  No acumulado do primeiro trimestre do ano, houve abertura de 204.064 postos de trabalho com carteira assinada. Em 12 meses até março, há um saldo positivo de 223.367 vagas.

Setores
O resultado mensal foi puxado pelo setor de serviços, que gerou 57.384 postos formais em março, e pela indústria de transformação, que abriu 10.450 novas vagas com carteira assinada. Em seguida, tiveram desempenhos positivos a construção civil (7.728 vagas), a administração pública (3.660), a extração mineral (360) e os serviços industriais de utilidade pública (274).
Por outro lado, tiveram saldo negativo a agropecuária (17.872 postos) e o comércio (5.878). Segundo o ministério, o resultado foi positivo em 16 das 27 unidades da Federação.

IstoÉ