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quinta-feira, 2 de novembro de 2023

Livre mercado - O que é o “Manifesto Capitalista”, elogiado por Elon Musk

Ideias

Entre 2000 e 2022, o índice de pobreza extrema passou de 29,1% para 8,4% da população mundial, número que atesta de forma inegável a vitória do capitalismo sobre as alternativas comunistas, que só produziram mortes e miséria (quem duvidar, é só olhar para Cuba, Venezuela e Coreia do Norte). Mesmo assim, cada vez mais jovens se deixam seduzir pelo canto da sereia do socialismo, inclusive em países desenvolvidos.

Por isso o historiador sueco Johan Norberg está lançando o livro 'Manifesto Capitalista — por que o Livre Mercado Global vai Salvar o Mundo’, que já foi elogiado até pelo bilionário Elon Musk: “Este livro é uma explicação excelente de como o capitalismo não é apenas bem-sucedido, mas moralmente correto". O livro ainda não foi lançado no Brasil, mas o editor Gabriel de Arruda Castro adianta os melhores momentos para você:

Arranha-céus no distrito financeiro de Madri, na Espanha
Arranha-céus no distrito financeiro de Madri, na Espanha: liberdade econômica produz riqueza| Foto: Kiko Huesca/EFE


Duas décadas atrás, o historiador Sueco Johan Norberg fez sucesso com um livro que apresentava o capitalismo como superior a todas as alternativas. 'Em Defesa do Capitalismo Global' demonstrou como o avanço do livre mercado e do comércio internacional levou o mundo a um período de progresso sem precedentes.

Agora, Norberg volta à carga com o seu recém-lançado 'Manifesto Capitalista — por que o Livre Mercado Global vai Salvar o Mundo', ainda sem tradução em português.

A obra recebeu elogios do bilionário Elon Musk, fundador da Tesla e dono do X (antigo Twitter). “Este livro é uma explicação excelente de como o capitalismo não é apenas bem-sucedido, mas moralmente correto", ele escreveu em 23 de outubro.

Livre iniciativa
O título do livro é uma referência ao 'Manifesto Comunista', de Karl Marx e Friedrich Engels, publicado em 1848. Nele, os autores pregam uma revolução violenta e dizem que "os proletários nada têm a perder a não ser suas correntes."

O livro de Norberg mostra que, há muito, boa parte dos trabalhadores deixou as correntes sem que fosse preciso fazer uma revolução armada.


Por que o capitalismo venceu
O “manifesto” no título da obra de Norberg é na verdade uma reapresentação dos argumentos clássicos a favor do capitalismo. Justamente por se basear em dados empíricos e não em uma ideologia que pretende reunir adeptos, o texto não aparece na forma panfletária ilustrada por Marx e Engels.

Mas é possível produzir um resumo baseado nos argumentos centrais do livro.

    1. O capitalismo é, de longe, o melhor sistema econômico para combater a miséria.
    2.  A explosão na geração de riquezas nos 200 anos tornou o mundo mais saudável, mais pacífico e mais educado.
    3. O dinheiro traz felicidade – as pessoas são mais felizes nos países capitalistas.
    4. O governo não deve financiar o setor privado.
    5. O mundo seria pior sem os super-ricos.
    6. O socialismo não funciona porque a centralização destrói a eficiência econômica.
    7. A preservação do meio-ambiente depende da inovação gerada pelo capitalismo.

O livro também inclui um capítulo dedicado a responder às objeções da direita antiliberal segundo a qual o capitalismo, embora eficiente economicamente, leva à degradação social e ao abandono da virtude. Esse tipo de argumento se tornou mais frequente na última década. "O mercado vai sempre atingir o resultado econômico mais eficiente, mas algumas vezes o resultado econômico mais eficiente vai contra o bem comum e o interesse nacional", disse o senador republicano Marco Rubio em 2019.

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Gabriel de Arruda Castro, colunista - Ideias - Gazeta do Povo 

 

Hora de pensar - Correio Braziliense

Alexandre Garcia

"Parece que vamos vivendo uma ficção bem acima da realidade; e a realidade fica embaixo do tapete da alienação que insiste em esperar a salvação vinda de fora de nós. Não existe essa salvação, a não ser aquela que construirmos. Não será Deus nem os marcianos, nem a ONU"

Domingo último foi Dia Nacional do Livro. O genial Castro Alves escreveu: "Ó bendito o que semeia livros a mancheias/ e manda o povo pensar". Há 150 anos o poeta sentia a necessidade de mandar o povo pensar e, em consequência, buscar informação e conhecimento. 
O povo pensar é essencial para que ele exerça o poder que dele se espera se o regime for democrático, em que "todo poder emana do povo, que o exerce por meio de representantes eleitos ou diretamente", como estabelece o primeiro artigo da Constituição.
Povo que pensa, elege bons representantes; povo que pensa fiscaliza seus representantes; povo que pensa não permite que seus representantes ou seus servidores se desviem de seus deveres; povo que pensa não permite que quem não tem representação do voto vá além de seus limites; povo que pensa não se deixa enganar por falsos rótulos, falsas verdades, falsos arautos.
 
Se estamos satisfeitos com a segurança pública, com nossas cidades, com os nossos políticos, com nossa perspectiva de futuro para nós, nossos filhos ou netos, então talvez seja porque nos alienamos e estamos à espera da mão divina para nos trazer um país melhor. 
Anteontem  fez um ano que Lula foi eleito presidente. Suponho que seus eleitores pensaram antes de votar, pensaram mil vezes antes de votar e se informaram, para exercer a pesada responsabilidade do voto. 
Suponho que saibamos do peso de nossas decisões nas urnas e que pensamos muito antes de dar o voto aos nossos representantes nos governos e legislativos. 
Não sei se os deputados, vereadores, senadores também são pessoas que pensam a respeito do que eles representam e no que se espera deles. Não consigo imaginar o que pensam os ministros do Supremo quando lêem a Constituição ou recordam as aulas de Direito que frequentaram.

Parece que vamos vivendo uma ficção bem acima da realidade; e a realidade fica embaixo do tapete da alienação que insiste em esperar a salvação vinda de fora de nós. Não existe essa salvação, a não ser aquela que construirmos. Não será Deus nem os marcianos, nem a ONU. O crime tomou conta do Rio de Janeiro porque os cariocas ficaram esperando uma salvação. Ou houve omissão ou concordância por décadas e o crime foi se consolidando, a ponto de criar territórios próprios. E esses territórios vão estar maiores nos anos que vierem. Para um território gigantesco, a Amazônia, damos as costas, como se estivesse muito além de Gaza. Nessa parte tão rica do Brasil com milhares de ONGs estrangeiras, uma CPI está a nos alertar que com o tempo vamos ser surpreendidos e perder metade do nosso país. Nosso umbigo nos prende num cordão ainda não cortado. Não nos interessamos nem pelo ensino, pelas escolas que formam o futuro, e o atraso se amplia. E, logo, estaremos em busca do futuro perdido.

LEIA TAMBÉM: Pacheco responde Gleisi e diz que presidente do PT é criadora das 'emendas Pix'

As "emendas Pix" são um esquema que destina verbas públicas sem transparência e sem fiscalização para prefeituras. ...
 
 
Por falta de informação e de conhecimento, ou preguiça de pensar, deixamos que outros pensem por nós. E temos um 1984 de Orwell com o "Grande Irmão" esperando para tomar conta de nossas liberdades, apenas para nos usar.  
O teste da pandemia mostrou como não pensamos, e aceitamos até o absurdo de que "esta doença não tem tratamento".  
E fomos morrendo por causa de uma mentira repetida, ensinada pelo nazista Goebbels. 
Mais do que nunca, é preciso pensar que a verdade vos libertará, do Evangelho de João, que o jovem Castro Alves resumiu em mandar o povo pensar. O futebol, o samba, a praia, podem trazer alegrias. E elas podem ser anuladas pela falta de direitos e liberdades. Imagino variantes para Descartes: Penso, logo sou cidadão. Sou cidadão, pois penso.

 Alexandre Garcia, colunista - Correio Braziliense


quarta-feira, 1 de novembro de 2023

STF subverte a lei em decisão que coloca Moraes como assistente de acusação em caso que o atinge - O Estado de S. Paulo

J. R. Guzzo

Ministro, para todos os efeitos práticos, vai ser juiz do incidente em Roma no qual se diz vítima de uma agressão; história, que começou muito mal, se torna da vez pior

O bate-boca do ministro Alexandre de Moraes no aeroporto internacional de Roma, transformado durante os últimos três meses e meio em “atentado contra o estado democrático de direito”, tem tudo para se tornar um dos momentos mais exóticos no esforço permanente do STF em criar um Brasil sem lei. 
A história começou muito mal, com acusações sem qualquer prova de que Moraes tinha sofrido uma agressão física – que também poderia ter sido verbal, ou ter envolvido o deslocamento de um par de óculos, ou ter começado com uma “atitude hostil” em relação ao ministro e o seu filho
De lá para cá tornou-se cada vez pior – principalmente porque as imagens gravadas pelo serviço de vigilância do aeroporto não mostravam agressão nenhuma.
Foram anunciadas pela facção pró-Moraes como a prova material e indiscutível do ataque que alega ter sofrido. Viraram o contrário. 
Em vez de serem divulgadas para o público e provarem a versão do ministro, foram colocadas em sigilo pelo STF. 
Mas não deveria ser o contrário? Deveria ser, se a gravação mostrasse algum tipo de agressão física. O problema é que ela não mostra nada.
 
 
Imagens do aeroporto de Roma, enviadas ao Brasil pela polícia italiana, estão sob investigação Foto: Reprodução

 É uma lei da vida que um erro, se não for eliminado, tem dentro de si a semente de outro erro, e daí de mais um, e assim por diante. 
A decisão inicial de condenarem o acusado a qualquer custo, como “exemplo” do castigo que aguarda os desafetos do STF, é um clássico nesse tipo de coisa. 
Em vez de parar as perdas logo no começo, foram investindo mais e mais num cavalo ruim; acabaram, é claro, dobrando o prejuízo. 
O último desastre é a decisão de se colocar o próprio Moraes como assistente de acusação no caso em que alega ser vítima – e do qual, para todos os efeitos práticos, vai ser juiz. Isso simplesmente não existe na lei brasileira. Não se admite o assistente de acusação na fase do inquérito. O inquérito é trabalho da polícia, e não de quem é encarregado de acusar – o Ministério Público. 
No caso, passados 100 dias do incidente em Roma, a Polícia Federal não conseguiu apurar nada; em consequência, ainda não há nem sequer um processo contra os acusados, e nem acusação formal na justiça. Como se pode ser assistente acusação, se a acusação não foi feita?
 
“Não se tem notícia de precedente de admissão de assistência à acusação na fase inquisitorial”, diz a PGR no recurso que apresentou contra a decisão em favor de Moraes. Segundo os procuradores, trata-se de um “privilégio pessoal” que não é aceito para nenhuma outra autoridade – nem o presidente da República. 
A PGR pede também o fim do sigilo das imagens do aeroporto de Roma. “Não se pode admitir a manutenção do sigilo fragmentado da prova”, afirma o recurso. É obvio que não. Como o Ministério Público pode fazer o seu trabalho corretamente, se há “provas secretas”?  
E como o público vai entender o que está acontecendo? 
Mas é essa a situação que o STF criou no Brasil.  
Seus ministros deram a si próprios a autorização para violar a lei e subverter o sistema de justiça, quantas vezes quiserem, em favor do que consideram o “bem comum”. Estão construindo uma anarquia.
J. R. Guzzo, colunista - O Estado de S. Paulo
 

Toffoli já condenou os supostos agressores de Moraes - VOZES

 Deltan Dallagnol

Justiça, política e fé

 Dias Toffoli Alexandre Moraes

Ministro Dias Toffoli autoriza Alexandre de Moraes, também do STF, a interferir no processo do qual o próprio Moraes é vítima| Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom/ Agência Brasil / Arquivo

“Um mau começo leva a um mau fim”, disse, muito sabiamente, o dramaturgo e poeta grego Eurípides (480-406 a.C). E nada recentemente teve um começo tão ruim quanto a investigação determinada pelo Supremo Tribunal Federal contra a família Mantovani, suspeita de agredir o ministro Alexandre de Moraes e seu filho na Itália
O que começou com um provável desentendimento entre as famílias na área vip do aeroporto de Roma está se tornando, aos poucos, um exemplo perfeito de como os donos do poder se utilizam do aparato estatal para, do topo de seus cargos, subjugar, oprimir e perseguir, de forma absurda, autoritária e ilegal, aqueles que os desagradam.
 
A mais recente e talvez pior ilegalidade desse caso foi a decisão do ministro Dias Toffoli, do STF, que autorizou o ministro Alexandre de Moraes, sua esposa e seus filhos a atuarem como “assistentes da acusação”, muito embora a Procuradoria-Geral da República não tenha sequer apresentado acusação formal contra alguém neste caso. 
Por que essa decisão demonstra que Toffoli já condenou a família Mantovani? 
A lei permite que as vítimas de crimes possam atuar durante a tramitação de uma ação penal para fazer valer seus direitos, podendo, por exemplo, sugerir provas, solicitar perícias, fazer perguntas às testemunhas, participar dos debates orais e recorrer das decisões.

A decisão de Toffoli que colocou Moraes como assistente de acusação tem um problema imenso que vai muito além da questão formal prevista na lei.

A lógica da lei é garantir que a vítima tenha voz no processo penal e possa atuar diretamente para impedir, por exemplo, a absolvição indevida de um criminoso. 
Por isso, só há assistente de acusação depois de se definir quem é vítima e quem é criminoso. Isso é definido no momento da acusação formal, da chamada “denúncia”, e não quando o caso ainda está na fase de investigação.
 
De fato, é no momento da denúncia que o Ministério Público aponta sua conclusão sobre a investigação, acusando alguém da prática de um crime e indicando as provas que o levaram a tal conclusão. 
Assim, é só a partir desse momento da “denúncia” que se sabe quem foi o autor do crime e quem foi a vítima. 
Antes da denúncia, há meras hipóteses a serem investigadas. 
Nesse sentido, o Código de Processo Penal é claro, no artigo 268, ao estabelecer que o assistente de acusação pode atuar nas fases da “ação pública”, que se instaura após o juiz receber a denúncia feita pelo Ministério Público.

O relator do caso no STF já adotou um lado: o de Moraes. Toffoli mandou às favas a investigação das duas hipóteses e já prejulgou qual é a verdadeira.

A razão disso tudo fica clara no caso da família Mantovani: como está na fase de investigação, nem a polícia nem o Ministério Público chegaram a conclusões sobre o que de fato aconteceu. 
Sobre a suposta agressão no aeroporto de Roma, há acusações trocadas de lado a lado. 
Há, por isso, duas versões ou hipóteses investigativas.
 
De um lado, o ministro Alexandre de Moraes diz que foi chamado de “bandido” e “comunista” e afirma que o empresário Roberto Mantovani teria dado um tapa em seu filho e derrubado seus óculos. 
Se essa versão se confirmar, a família Mantovani pode ser acusada como criminosa e o ministro e sua família seriam vítimas.
De outro lado, a família Mantovani diz que eles foram xingados e agredidos verbalmente pelo ministro. Um vídeo da briga que mostra Alexandre de Moraes chamando alguém de “bandido” foi divulgado recentemente nas redes sociais.  
Se essa versão se confirmar, é o ministro que pode – em tese, se a Justiça fosse cega – ser acusado como criminoso, enquanto a família Mantovani seria vítima.
 
O caso pode acabar ainda com um choque de versões, o famoso “diz que-diz que”, a palavra de um contra a do outro. 
Nesse caso, ninguém será considerado acusado e ninguém será considerado vítima. 
O caso será arquivado por não haver provas suficientes que permitam chegar à conclusão sobre o que aconteceu.
 
A decisão de Toffoli que colocou Moraes como assistente de acusação tem um problema imenso que vai muito além da questão formal prevista na lei. O problema é que ela demonstra que o relator do caso no STF já adotou um lado: o de Moraes. 
Toffoli mandou às favas a investigação das duas hipóteses e já prejulgou qual é a verdadeira. 
Ao aceitar o ministro como assistente de acusação, Toffoli passa uma mensagem clara de que Moraes e sua família são as vítimas, descartando por completo os depoimentos da família Mantovani, que passaram a ser tratados como criminosos antes da conclusão das apurações. 
É quase como se a família Mantovani já tivesse sido denunciada, julgada e condenada, e o STF estivesse apenas cumprindo os passos de um checklist para, no fim, poder colocar todos na cadeia e jogar a chave fora, num julgamento em tempo recorde e com penas desproporcionais como fez quando julgou inimigos da Corte como Daniel Silveira e os réus do 8 de janeiro.

Vemos o esfacelamento do império das leis, substituído gradativamente pelo império das pessoas, dos donos do poder no Brasil.

Nesta segunda-feira (30), a PGR recorreu da decisão de Toffoli, afirmando, corretamente, que se tratava de um privilégio pessoal incompatível com a democracia admitir Alexandre de Moraes como assistente de acusação, além de ser um desrespeito às funções constitucionais do Ministério Público, único órgão com poder de dar início à ação penal.

O prejulgamento do Estado contra a família Mantovani transpassa todo esse caso. 
Embora haja diferentes versões do episódio, foi a família Mantovani que foi recebida pela Polícia Federal assim que chegou ao Brasil e foi levada para prestar depoimento. 
O mesmo não aconteceu com o ministro Alexandre de Moraes. Em seguida, houve um direcionamento ilegal do caso para ser julgado pelo amigo – ops, é que ele tem fama de “amigo” – colega Toffoli no STF
Os Mantovani são cidadãos comuns, empresários, sem foro privilegiado. Não há foro privilegiado pela condição da suposta “vítima”.  
É um absurdo que o colega de Moraes julgue o caso.

Já tínhamos visto corruptos usurparem o poder, agora vemos a escalada do arbítrio judicial.

Os Mantovani foram, também, alvos de medidas invasivas como buscas e apreensões, o que é absolutamente sem precedentes na história do Brasil para investigar um possível xingamento. 
Em 18 anos como procurador, jamais vi nada parecido para apurar crimes contra a honra. 
A medida tem cara de pesca probatória (fishing expedition) para procurar outra coisa que incriminasse a família. Não houve buscas sobre o ministro Alexandre.
 
Como se já não fosse muito, as imagens do aeroporto chegaram ao Brasil, mas Toffoli negou acesso à defesa para cópia e impôs sigilo sobre o material, quando, como bem afirmou a Procuradoria-Geral da República, não há razão para sigilo. Fica feio, mais uma vez. 
Parece que se quer controlar a versão dos fatos que vai a público. 
A decisão de Toffoli pode ter a ver com o fato de que a polícia italiana desmentiu a versão do ministro Alexandre, ao dizer que não houve agressão ao filho do ministro, apenas um leve encostar nos óculos do rapaz. 
Segundo os advogados dos Mantovani, as autoridades italianas não enxergaram crime no imbróglio.
E em mais uma demonstração de falta de imparcialidade da atuação da Justiça, a polícia judiciária brasileira quebrou os protocolos no seu trabalho. A análise das imagens foi feita por um agente, e não por um perito.  
Um perito acusou a irregularidade e foi instaurada uma investigaçãonão contra quem cometeu a irregularidade, mas contra o perito que a apontou! Segundo a revista Veja, o diretor-geral da Polícia fez chegar a tal perito a mensagem de que ele estaria atrapalhando e ajudando os supostos agressores de Moraes. 
Se isso for verdade, mostra, para além da parcialidade do trabalho da polícia, uma interferência política do governo Lula nas investigações, em favor de Moraes.
 
Tudo é muito grave. O recurso da PGR é um alento, mas vemos o esfacelamento do império das leis, substituído gradativamente pelo império das pessoas, dos donos do poder no Brasil.  
Já tínhamos visto corruptos usurparem o poder, agora vemos a escalada do arbítrio judicial.

Pobre país. Já houve imensas injustiças cometidas na cúpula do Judiciário, sucedendo àquelas do Congresso, mas ainda há tempo de evitar que mais essa investigação, que teve um péssimo início, tenha um final pavoroso reservado para os inimigos do STF: penas injustas e desproporcionais para pessoas sem culpa demonstrada.

Deltan Dallagnol, coluna na Gazeta do Povo - VOZES


Primeira-dama não é função de Estado - Percival Puggina

Sou do tipo que abre a porta do carro para a mulher e cede cadeira a senhoras em sala de espera. Mulher não junta nada do chão perto de mim. Então, não se espere qualquer grosseria minha em relação a alguém do sexo feminino. Fui educado assim e assim eduquei meus filhos.

O que direi sobre a atuação de dona Rosângela Lula da Silva e de seu visível desejo de protagonismo é reflexão sobre um fato político, sem a mais tênue misoginia. Acho mulher o ser mais maravilhoso da criação e sem o qual a vida seria aborrecida como deve ter sido a vida de Adão até ceder uma costela ao Senhor para aquela que foi a mais proveitosa cirurgia da história.  Está no Livro.

Não obstante isso, dona Rosângela se assume como alter ego do mandatário e já é vista assim por muitos que reconhecem nela uma personagem ativa nas questões do governo. Aqui no Rio Grande do Sul, chamou atenção, por exemplo, o fato de ter sido ela e não o vice-presidente quem esteve à testa da visitação feita por setores da administração federal ao rastro de destruição e mortes deixado pela enchente do Rio Taquari.

Há setores da opinião pública que vive, nestas questões de gênero, uma espécie de puberdade. Tudo é sexo e sexualidade é tudo. Estão sempre querendo saber quantos homens e quantas mulheres tem aqui ou ali, nesta e naquela atividade, cobrando quotas que já começam a se estender para cada uma das letrinhas e símbolos da sigla lgbtqia+, como se cada uma delas abarcasse espécimes distintos da humanidade. Um porre!

Muitas vezes, a logicidade de certas situações se esclarece por inversão. Imagine o leitor que a presidência da República seja ocupada por uma mulher casada – uma “presidenta”, para dizer como os petistas se referem a Dilma Rousseff. 
E que seu marido se tornasse um protagonista da política, com ingerência e influência sensíveis nas questões de governo. 
Qual seria a reação da militância feminista? 
Eis aí algo que eu gostaria de saber porque tenho a impressão de que o sujeito logo seria visto como um ogro machista intrometido.

Percival Puggina (78) é arquiteto, empresário, escritor, titular do site Liberais e Conservadores (www.puggina.org, colunista de dezenas de jornais e sites no país. Autor de Crônicas contra o totalitarismo; Cuba, a tragédia da utopia; Pombas e Gaviões; A Tomada do Brasil. Integrante do grupo Pensar+. Membro da Academia Rio-Grandense de Letras.


Parada cardíaca: o que fazer além de ligar para o SAMU?

Utilidade Pública

Chamar um serviço de emergência é o primeiro passo, mas qualquer pessoa devidamente treinada pode salvar uma vida realizando manobras de ressuscitação

 Ressuscitação cardiopulmonar: manobra salva vidas (Foto: Michael E. / Unsplash/Divulgação)

Em um país onde ocorrem 400 mil óbitos por doenças do coração ao ano, não é difícil imaginar que estamos sujeitos a nos deparar com uma pessoa sofrendo uma parada cardíaca em um ambiente onde o socorro médico não será imediato.

E mais da metade dessas mortes se deve a um coração que deixou de bater. Vários estudos mundiais, incluindo no Brasil, constatam incidência de 70 casos de parada cardiorrespiratória para cada 100 mil habitantes. Mas o que fazer diante de uma situação assim?

Se você respondeu “ligar para a emergência”, saiba que faz parte dos 57,8% dos entrevistados de uma pesquisa promovida pela Socesp (Sociedade de Cardiologia do Estado de São Paulo) junto a 2 236 pessoas nas cidades de Araçatuba, Araraquara, Bauru, Osasco, Ribeirão Preto, São Carlos, São José do Rio Preto, Sorocaba, Vale do Paraíba e na capital.

Este grupo respondeu que entraria em contato com o SAMU (...) para pedir socorro. Enquanto isso, 25,3% dos consultados também afirmaram que fariam o mesmo procedimento, porém estavam equivocados quanto ao telefone correto do serviço. 
Outros 17% admitiram que não saberiam como agir.

Contatar o SAMU, [fone 192] sem dúvida, é o primeiro passo, mas não dá para assistir a uma parada cardíaca de braços cruzados. Ao contrário, esse é o momento de colocar, literalmente, mãos à obra.

A parada cardíaca súbita ocorre quando os impulsos elétricos do coração se tornam rápidos ou descoordenados, fazendo com que pare de bater repentinamente. As manobras de ressuscitação cardiopulmonar (RCP) ou massagem cardíaca, como é popularmente conhecida, devem acontecer enquanto o socorro formal não chega.

Isso porque, sem atendimento nos primeiros dez minutos, a vítima perde 10% da chance de sobreviver a cada minuto passado. Quando estiver disponível – e seria ideal que estivesse em locais, como parques, academias, estádios de futebol, supermercados –, o desfibrilador, aparelho que emite corrente elétrica com o objetivo de restabelecer o ritmo cardíaco, também deve ser usado por quem conhece o protocolo.

Da mesma maneira, a RCP pode ser praticada por qualquer pessoa, desde que tenha recebido treinamento adequado. A American Heart Association (AHA) é uma organização americana que dissemina cuidados cardíacos para reduzir ocorrências de lesões e mortes por cardiopatias e acidente vascular cerebral (AVC). A instituição oferece cursos de ressuscitação cardiopulmonar para diversos públicos, incluindo crianças, adolescentes e idosos.

A Socesp mantém um Centro de Treinamento, credenciado pela AHA, com cursos presenciais e on-line para atendimento a emergências cardiovasculares. Os instrutores são treinados de acordo com as diretrizes da associação americana e as aulas contam com equipamentos especiais, como manequins simuladores e desfibriladores externos automáticos.

Uma barreira nos treinamentos de RCP é o custo dos manequins para treinar a população. Pensando nisso, a Socesp criou um feito com material reciclável, de garrafa pet, para ampliar de forma lúdica e sustentável o número de pessoas treinadas a partir dos 12 anos. E com isso tem promovido cursos, inclusive em escolas públicas e privadas.

Como temos alertado, precisamos estar cientes de que todos nós, independente de sermos do grupo de risco para doenças cardiovasculares ou não, somos um elo dessa corrente pela vida. A informação e o treinamento fazem a diferença nessa história.

Letra de Médico - Revista VEJA

*Agnaldo Piscopo é cardiologista e diretor do Centro de Treinamento da Socesp – Sociedade de Cardiologia do Estado de São Paulo


“Soros odeia a humanidade”, diz Elon Musk

Rodrigo Constantino

Um blog de um liberal sem medo de polêmica ou da patrulha da esquerda “politicamente correta”.

Quase três horas de conversa informal. Assim foi o episódio #2054 do Joe Rogan Experience, que recebeu o bilionário Elon Musk. Dá para focar em muita coisa que foi dita pelo dono da Tesla, mas um aspecto chamou mais a minha atenção: a análise psicológica que ele fez do também bilionário George Soros.

Com sua mentalidade de engenheiro e empreendedor, Musk colocou em termos um tanto matemáticos: Soros percebeu, como arbitrador que é, que havia muito valor a ser obtido por investimento em eleições, não só presidenciais, mas principalmente estaduais e municipais. Ele virou o maior financiador dos democratas e, acima de tudo, bancou várias campanhas de promotores distritais.

Na visão de Musk, Soros se deu conta de que não precisava mudar as leis, o que dá bem mais trabalho, pois bastava mudar como as leis são interpretadas e aplicadas. [Soros é, ou foi em passado recente, assessor de um tribunal aqui no Brasil?] Foi assim que Soros criou um exército de promotores pelo país, alguns deles perseguindo Donald Trump hoje com processos patéticos.

E por que Soros faz isso tudo? 
Segundo Musk, porque ele odeia a humanidade. 
Não há outra explicação possível. 
Afinal, por que alguém faria esse esforço para garantir que criminosos fiquem impunes? 
Rogan questionou se não era um ódio profundo à América, mas Musk lembrou que Soros financia esse tipo de radicais esquerdistas no mundo todo - no Brasil inclusive. Ele quer ver o circo pegar fogo.

Joe Rogan perguntou, então, por que ninguém puxava o freio, permitindo que ele faça isso sem resistência. Elon Musk soltou na lata: "Eu estou puxando o freio". E, de fato, Musk tem sido um herói da liberdade, principalmente de expressão. Como ele mesmo colocou na entrevista, a Primeira Emenda não existe para discursos com os quais concordamos. Liberdade de expressão pressupõe aceitar falas que detestamos.

Todas as outras plataformas cederam às pressões do governo democrata e adotam um controle enviesado, uma censura contra um espectro político. Somente o Twitter, agora X, segue realmente o princípio de liberdade de expressão, para ter representada na praça pública da era moderna a humanidade como um todo, não a parcela que certa elite "ungida" prefere.

Para Musk, a grande divisão que existe hoje é entre quem deseja extinguir a humanidade e os verdadeiros humanistas. Não podemos menosprezar a misantropia e o niilismo como fatores psicológicos importantes para a defesa de ideologias nefastas que claramente atentam contra os pilares da humanidade.

Na guerra dos terroristas do Hamas contra os judeus isso fica muito claro: é a pura barbárie contra a civilização
E fica claro também como o projeto de Soros avançou no Ocidente, transformando por meio das universidades e da mídia os jovens "progressistas" em massa de manobra de assassinos selvagens. 
Que Soros seja ele mesmo judeu apenas acrescenta um tom mais macabro a isso tudo.

Musk não é pessimista, porém. Para ele, o grande despertar para a ideologia "woke" aconteceu, pois muitos viram que não se trata de um modismo boboca de jovens, mas sim de uma ideologia totalitária abjeta que faz gente "inteligente" se posicionar ao lado de monstros. Esse despertar é positivo para a civilização, diz Musk. Amém!

Rodrigo Constantino, colunista - Gazeta do Povo - VOZES