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quarta-feira, 29 de janeiro de 2020

Mahmoud Abbas sobre plano de paz de Trump: ‘Mil vezes não’ - VEJA - EFE


Presidente palestino afirma ser uma 'bobagem' a proposta, que retira 'direitos legítimos' da população árabe

O presidente da Autoridade Palestina, Mahmoud Abbas, rejeitou nesta terça-feira, 28, o plano de paz proposto pelo presidente americano, Donald Trump, ao primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, divulgado mais cedo na Casa Branca sob o título “Acordo do Século”.
“Depois dessa bobagem que escutamos hoje, nós respondemos mil vezes não ao Acordo do Século”, disse Abbas em uma conferência de imprensa na cidade de Ramala, na Cisjordânia. O presidente afirmou que os palestinos estão focados em acabar com a ocupação israelense e estabelecer um Estado soberano no qual Jerusalém será sua capital, não em reconhece-lo como legítimo.

[correta e esperada a reação da Autoridade Palestina;
o tal 'acordo do século', elaborado por Trump e Netanyahu, sem a participação dos palestinos, só agrada aos que o tramaram;
Trump está feliz já que além de satisfazer seu ego imenso, ainda o ajuda na batalha que já venceu, no processo de impeachment.
Já o premiê de Israel, é duplamente favorecido com o absurdo 'plano de paz'.
Em primeiro plano por: 
- o plano consolida a soberania do Estado hebreu sobre o território invadido dos palestinos, invadido por Israel; 
- reconhece a soberania de Israel sobre as Colinas de Golã; 
-  cassa, de forma definitiva, a aspiração palestina de ter a cidade de Jerusalém, que sedia lugares sagrados para os palestinos, como sua capital, tornando-a de vez território israelense soberano; e,
- desmilitariza totalmente a Faixa de Gaza, que já é um campo de treinamento para as chamadas Forças de Defesa dos israelenses.
Em segundo, desvia o foco das acusações de corrupção contra o primeiro-ministro de Israel, realçando eventuais méritos e minimizando as sérias acusações contra Netanyahu.]
Representantes de todos os grupos palestinos, incluindo o Hamas, se reuniram com Abbas nesta terça-feira. “Nós não nos ajoelharemos e nem nos renderemos”, disse adicionando que os palestinos devem resistir ao plano com o recurso de “meios pacíficos e populares”. Em paralelo, protestos de palestinos surgiram nas proximidades de Israel e na Faixa de Gaza. Segundo a imprensa israelense, duas pessoas foram presas durante as manifestações.

Mais cedo, o líder do Hamas, Ismail Haniyeh, telefonou a Abbas para discutir sobre como confrontar o plano de paz. Na ligação, Abbas defendeu que a união é a “pedra angular” para derrotar o acordo que, segundo ele, elimina “direitos legítimos” dos palestinos. Haniyeh concordou que a unidade será o fator essencial e disse que o movimento está pronto para trabalhar ao lado do Fatah, partido de Abbas. Chamado de “Acordo do Século” por Trump e Netanyahu, o texto mantém a solução de dois Estados para a Palestina e Israel, aceito há anos pela comunidade internacional. Mas prevê que Jerusalém ficará sob domínio israelense, e a capital da nova nação árabe será nos arredores ao leste da cidade santa.

Outros pontos do acordo são o reconhecimento da soberania israelense pelos árabes, que não poderão reivindicar o território ocupado pelos judeus na Cisjordânia. Também está prevista a desmilitarização do Hamas e da Jihad Islâmica, que atuam na Faixa de Gaza. Em troca, o Estado palestino seria reconhecido internacionalmente e receberia um fundo de 50 bilhões de dólares para reestruturar o país, além da promessa de ganho territorial. As negociações não tiveram a participação de nenhum representante palestino. A Autoridade Palestina rompeu os vínculos diplomáticos com Washington após a transferência da embaixada de Tel Aviv para Jerusalém, em 2017.

Trump se diz o presidente americano mais pró-Israel que os Estados Unidos já elegeu. Durante sua gestão, apoiou por diversas vezes o Estado israelense, na contra-mão do consenso internacional quanto ao conflito com os árabes. Além de ter transferido a embaixada, ele reconheceu a soberania de Israel nas Colinas de Golã, território ocupado da Síria, e foi até homenageado com o seu nome para um assentamento no local.

VEJA - Com Agência EFE

 

Lá se vão os peões - Nas entrelinhas

A política de terra arrasada na montagem da equipe do  governo Bolsonaro promoveu muita gente inexperiente a posições estratégicas, apenas por serem capazes de agradar o chefe


O governo começa a perder seus peões, a tropa de choque escalada pelo presidente Jair Bolsonaro para fustigar os adversários ou servir como linha de defesa do governo. No jogo de xadrez, os peões são oito de cada lado. Funcionam como soldados nas batalhas, ou seja, se sacrificam para salvar as peças mais valiosas, atrair o inimigo para uma armadilha ou possibilitar um ataque de surpresa. Podem ser importantes para fazer pressão e até protagonizar situações de xeque-mate no rei adversário.
 
O peão não tem direito de recuar, só pode andar para a frente, sendo duas casas se for o primeiro lance, ou na diagonal, se for capturar uma peça adversária. Quando na quinta fileira, pode capturar en passant o peão adversário na coluna adjacente que avançar duas casas em seu primeiro movimento. E ao atingir a oitava linha, transforma-se em qualquer outra peça, excluindo o rei, movimento chamado de coroação ou promoção. Nesse caso, é trocado imediatamente por outra peça: cavalo, bispo, torre ou a poderosa rainha.
 
Depois da demissão de Roberto Alvim da Secretaria de Cultura, um peão que jogava avançado, ontem foram mais dois os dispensados. Pela manhã, o secretário executivo da Casa Civil, Vicente Santini, que gastou R$ 700 mil do orçamento da FAB ao usar um jatinho para ir de Davos, na Suíça, a Nova Delhi, a capital da Índia, substituindo o ministro Onyx Lorenzoni, que está de férias. Quando soube do ocorrido, Bolsonaro demitiu-o sem falar com o titular da pasta, que já anda desprestigiado, mas não pode pedir para sair por esse motivo. Santini chega hoje pela manhã a Brasília, com Martha Seillier, secretária do PPI, e Bertha Gadelha, assessora internacional do PPI, no mesmo jatinho da FAB.
 
O outro demitido foi o presidente do INSS, Renato Vieira, pelo secretário especial de Previdência e Trabalho, Rogério Marinho. Leonardo Rolim é o substituto. Finalmente, caiu a ficha de que era melhor colocar alguém mais experiente para lidar com o problema das enormes filas no INSS, nas quais 2,6 milhões de pessoas aguardam o recebimento de aposentadorias e benefícios .
 
Burro operante
Bolsonaro começa a se dar conta de que existe uma burocracia competente no governo federal e que caberia a ela tocar a máquina do governo, não aos correligionários. A política de terra arrasada na montagem de sua equipe promoveu muita gente inexperiente a posições estratégicas, apenas por serem capazes de agradar o chefe com uma narrativa ideológica que soa como música aos seus ouvidos. O problema é que a gestão pública lida com problemas objetivos, não lida apenas com ideias fora do lugar. Num país com dimensões continentais, quando o administrador erra no conceito, vira o “burro operante”, isto é, quanto maior a audácia, combatividade, criatividade, disciplina, firmeza, atributos que enchem os olhos do presidente da República, maior o desastre.
 
A tese do “burro operante” faz parte do anedotário do executivo Antonio Maciel Neto, que reestruturou empresas como Cecrisa, Grupo Itamarati, Ford, Suzano Papel e Celulose e Caoa Hyundai, destacando-se por sua capacidade de montar e desenvolver equipes de alta performance, habilidade nas negociações e bons resultados no cumprimento de metas. Não faltam, nos segundo e terceiro escalões do governo, os candidatos a “burro operante”, não somente entre os bagrinhos. Peças mais nobres do tabuleiro — bispos, torres, cavalos —, estão tropeçando nas próprias pernas, ou se enroscando com a língua. No jargão militar, tropa de assalto não é treinada para ocupação.
 
Ontem, o presidente do Superior Tribunal de Justiça (STJ), ministro João Otávio de Noronha, liberou a divulgação dos resultados do Sistema de Seleção Unificada (Sisu) e os próximos passos do processo seletivo com base no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) 2019, que estavam suspensos por causa dos erros na correção das provas. Com a decisão de Noronha, o governo poderá divulgar o resultado do Sisu e definir novas datas para o ProUni. A disputa judicial começou depois que o ministro da Educação, Abraham Weintraub, e o presidente do Inep, Alexandre Lopes, admitiram que houve “inconsistência” na correção dos gabaritos das provas aplicadas em 3 e 10 de novembro do ano passado.
 
Segundo o Inep, o erro ocorreu na gráfica onde foi impresso o caderno de questões do candidato, que é identificado com um código de barras do aluno. Depois, imprime-se o cartão de respostas (gabarito), que também tem um código. Outra máquina une esses dois documentos. O erro ocorreu na geração do código de barras. O resultado foi que candidatos que fizeram a prova de uma cor tiveram o gabarito corrigido como se fosse de outra cor. Com a associação de respostas erradas, houve candidato que perdeu até 454 pontos. Uma trapalhada tremenda.
 
Nas Entrelinhas - Luiz Carlos Azedo - Correio Braziliense
 
 

Bolsonaro x Moro - Merval Pereira

O Globo

Gesto de paz

Como num jogo de gato e rato, o presidente Bolsonaro e o ministro Sérgio Moro vivem se indispondo. No momento, um confronto que chegou ao ponto da ruptura dias atrás, transmutou-se em silencioso duelo, onde cada palavra tem sentido mais amplo, sempre mirando a eleição de 2022 para a presidência da República.  Acredito que Moro não entrou para o ministério com a intenção de tornar-se político e concorrer a um cargo público, muito menos à presidência. Mas, para sobreviver dentro do governo, e enfrentando reações adversas no Congresso, teve que aprender.

A popularidade que tem desde os primórdios da operação Lava-Jato se iniciou em consequência de um trabalho de combate à corrupção que veio ao encontro do anseio da sociedade. Para manter sua capacidade de atuação, usou a popularidade como um escudo contra as críticas e ataques políticos, e o apoio da população como propulsor de sua atuação.  O auge da crise que o envolveu foi a divulgação pelo Intercept, e outros jornais e revistas, de conversas privadas entre ele e o coordenador dos procuradores de Curitiba, que pretendia manchar sua imagem de homem probo, como é visto pela população. [conversas cuja autenticidade não foi comprovada  e que em vez do grande impacto esperado, resultou no ridículo que justificou sua classificação como 'o escândalo que encolheu', e o receptador do material roubado foi denunciado à Justiça Federal pelo MPF.]

Embora muitos juristas críticos e oposicionistas, até mesmo gente que tinha uma boa imagem de Moro, detectassem na relação entre as partes transgressões jurídicas que poderiam ter prejudicado os réus, essa percepção esteve longe de ser unânime, pelo contrário.  Muitos outros juristas e políticos não viram nada de ilegal nos diálogos entre Moro e os procuradores. Além do mais, não houve nada nas conversas que revelasse uma manobra para condenar inocentes, ou provas plantadas contra este ou aquele réu. Não houve inocentes condenados, como lembra Moro com insistência. A confiança em Moro continuou inalterada, sendo o ministro com maior índice de popularidade entre todos do governo, inclusive o próprio presidente da República.

Além de a maioria dos cidadãos não ter encontrado nada de ilegal na atuação de Moro, há uma razão cultural mais profunda. Como constatou uma pesquisa do Instituto da Democracia divulgada pelo jornal Valor Econômico, 69,9% dos brasileiros acham que “condenar políticos corruptos é mais importante que preservar o direito de defesa do acusado”.  Pode ser um sentimento desvirtuado, provocado pela ânsia da maioria da população de ver um combate efetivo contra a corrupção e o crime organizado, que apavora o cidadão comum. Ou então a percepção de que, como diz o ministro do STF Luis Roberto Barroso, há leis que são feitas para não funcionar, existem apenas para manter a situação como está, protegendo os poderosos.

Moro transformou-se em símbolo desse combate, assim como o ministro aposentado Joaquim Barbosa por sua atuação na época do mensalão do PT. Não é à toa que até hoje, anos depois que se aposentou prematuramente do Supremo, Barbosa ainda é procurado por partidos políticos para disputar a presidência da República.  Essa popularidade, e os resultados obtidos no combate à criminalidade, uma continuidade da Lava-Jato na visão popular, criaram a possibilidade de Moro ser candidato à presidência da República.

A crise recente, provocada pelo anúncio de Bolsonaro de que estava sendo estudada a divisão do ministério de Moro, que perderia a parte de Segurança Pública, foi contornada diante da repercussão negativa. Bolsonaro, que pode ser tudo, menos um político ingênuo, sabia que o simples anúncio de esvaziar o ministério fragilizaria Moro. Foi mais uma tentativa frustrada, que teve que ser abortada. Moro dizer que não se candidatará de jeito nenhum, muito menos contra o presidente, não dissolve a desconfiança de Bolsonaro. Nem que gravasse na testa “Bolsonaro 2022”. A paranóia dos Bolsonaro é cultivada com dedicação. Mas pela primeira vez admitir que ir para o Supremo Tribunal Federal seria “uma perspectiva interessante” é uma saída boa para todo mundo. 

[Sugerimos ler em conjunto com: Fritura Fake e/ou os indemissiveis são dispensáveis.]  

Ao ser convidado, esse era o objetivo final de Moro, depois de dois anos de governo em que esperava consolidar os avanços da Operação Lava-Jato. Conseguiu muitos avanços, mas teve que aceitar derrotas. [derrotas quase sempre consequência da ação de políticos que além do interesse de garantir uma impunidade a si próprio e/ou a colegas,  buscam atirar em Moro e acertar o presidente Bolsonaro.] A essa altura, ser indicado para o STF na próxima vaga do ministro Celso de Mello, que entra na expulsória em novembro, o deixaria mais contido no Judiciário, e ficaria mais difícil uma aventura política.  Não é garantia de nada, mas expressar o desejo é um gesto de pacificação de Moro.

Merval Pereira, colunista - O Globo



Os indemissíveis são dispensáveis - Elio Gaspari

Folha de S. Paulo - O Globo

História mostra que ministros indemissíveis são dispensáveis

O que acontecerá se Moro e Bolsonaro se separarem?

Funaro e Golbery foram asfixiados e pediram demissão 

Não há sinal de que Moro e Bolsonaro voltem a se encantar

As relações do presidente Bolsonaro com seu ministro da Justiça, Sergio Moro, estão estragadas, e não há sinal de que eles voltem a se encantar. Estão afastados pelos projetos e sobretudo pelos temperamentos. O que acontecerá se eles se separarem? Marco Maciel, o sábio vice-presidente de Fernando Henrique Cardoso, já respondeu a esse tipo de questão. Pode acontecer isso ou aquilo, mas sobretudo pode não acontecer nada. A ideia de que, como ministro do Supremo ou mesmo como candidato, o xerife da Lava-Jato sofreria as inclemências do sol e do sereno pode parecer estranha, mas, olhando-se para o outro lado, nenhum presidente pagou caro pela dispensa de um ministro indemissível. Pelo contrário, a conta ficou cara para o presidente que não usou a caneta.

Guardadas todas as diferenças, passaram por Brasília três ministros indispensáveis. O último foi Dilson Funaro, o herói do Plano Cruzado de José Sarney. Sua gestão começava a dar sinais de cansaço e ainda era o ministro mais popular do governo, quando um conhecedor do Planalto informou que ele seria docemente asfixiado. Funaro saiu e virou asterisco.  Indispensável mesmo era o general Golbery do Couto e Silva, chefe da Casa Civil do presidente João Figueiredo, que lhe devia a arquitetura da própria nomeação. Em 1981, na crise do atentado do Riocentro, o presidente alinhou-se com a “tigrada”, e Golbery foi-se embora. Pensava-se que seria impossível substituí-lo. Esmeralda, a mulher do general, que lhe atribuía poderes paranormais, cravou: Ele vai chamar o professor Leitão de Abreu. Não deu outra, e o ex-chefe da Casa Civil do governo Médici manteve o barco à tona. Golbery afundou com a candidatura de Paulo Maluf à Presidência.

Funaro e Golbery foram asfixiados e pediram demissão, já o general Sylvio Frota, ministro do Exército do presidente Ernesto Geisel, foi mandado embora. Frota tinha o peso do cargo, invicto em todos os confrontos com a Presidência. O general supunha-se presidente de um conselho de administração (o Alto Comando do Exército), capaz de emparedar o CEO (Geisel). Quem sabe uma parte dessa história é o ministro Augusto Heleno, ajudante de ordens de Frota. Na tensa jornada de 12 de outubro de 1977, a pedido do chefe, o capitão Heleno fez uma ligação para o general Fernando Bethlem, comandante da tropa do Sul, em quem Frota via um aliado. Se os dois conversaram, é quase certo que Bethlem já soubesse que era seu sucessor. No dia seguinte, Frota estava em seu apartamento do Grajaú.

Folha de S. Paulo - O Globo - Elio Gaspari, colunista 



Com apoio da esquerda, dos bancos, e da globo, Huck será o novo presidente, a não ser,... “moro” - Sérgio Alves de Oliveira



Estou plenamente consciente que qualquer ser “pensante” vai acabar rindo da “macabra” previsão  que abre esse artigo. Mas infelizmente nem todos os brasileiros se enquadram nessa categoria. Mas são os que decidem as eleições. Mas se considerarmos que no país das piadas muitas delas acabam sendo levadas  a sério, se tornam realidade, definindo  o futuro  político do seu povo, essa hipótese, ou essa “probabilidade”, da esquerda retomar o poder  no Brasil com “outra cara”, não pode ser descartada.

Com palhaços de todo tipo detendo  mandatos eletivos, e “contaminando” a política como um todo, ao lado dos corruptos e ladrões de toda a espécie, na verdade não causaria nenhuma surpresa se um “desses”  acabasse  sendo eleito para ocupar a cadeira presidencial. “Antes” já aconteceu.  Parece que tramitam em paralelo a possível candidatura de Luciano Huck, que  até foi fazer “média” lá em Davos, o “queridinho” da Globo, e a possível alternativa de uma candidatura “puro sangue” de esquerda, cujo preferido se fixa no ex-Presidente  Lula da Silva, mais conhecido pelo apelido  de “encantador de burros”.

Neste sentido, caso inviabilizada uma candidatura de Lula, sem dúvida essa vertente  político-ideológica optaria pelo apoiamento de uma  candidatura com a qual tivesse  afinidade de “princípios” e interesses ,com  boa chance de vencer.  A ex-Presidente Dilma Rousseff, do PT ,foi bem clara quando afirmou que “eles” fariam aliança “até com o diabo” para vencer qualquer candidatura conservadora. E parece que o “diabo” (Huck?)  está se colocando à “disposição”do PT. Por um lado, a Globo  se encontra numa situação realmente  “desesperadora”,principalmente  em vista do Presidente  Bolsonaro ter mandado fechar as torneiras, onde ela “bebia” dinheiro à vontade. Para ela, portanto, 2022 será “tudo ou nada”. E uma  eventual “frente” política da esquerda, com a Globo, os institutos de pesquisa, e os bancos (que nunca ganharam tanto dinheiro como na “era” do PT), praticamente se tornará imbatível nas próximas eleições presidenciais.

Ora, a Argentina – cujas escolhas  políticas têm se repetido no Brasil de bom tempo para cá - já sinalizou sobre uma provável vitória da esquerda nas próximas eleições presidenciais. Apesar dos seus esforços, parece  que o desgaste político do Presidente  Bolsonaro tem superado a probabilidade  da sua reeleição. O “boicote” feito pelo Senado , pela Câmara Federal, e pelo Supremo Tribunal Federal, ao seu governo, pode ser visto a “olho nu”. E Bolsonaro não tem reagido  com a força que seria necessária, embora prevista textualmente na Constituição (Art.142). Tudo leva a crer, portanto, que uma radical mudança de estratégia poderia reverter essa “tendência”  política, pró-PT, “et caterva”.

Na minha modesta visão, Bolsonaro não conseguiria repetir em 2022 a votação que teve em 2018,quando  ele era a “novidade”. Seu desgaste foi muito grande. Mas o Ministro  da Justiça e Segurança Pública, Sérgio Moro, poderia alimentar essa expectativa. Certamente  ele conseguiria mais votos que Bolsonaro. Provavelmente venceria, contra a pouca  chance do atual Presidente.  Mas deve ficar bem claro que estou “trabalhando” exclusivamente dentro do cenário político existente. Se fosse “por mim” eu não optaria  nem Bolsonaro, nem Moro. Mas “muito menos” por Lula ,Huck, e toda essa “camarilha”. Bolsonaro por lhe faltar coragem para enfrentar o “inimigo ” à altura do necessário. E Moro pela sua formação extremamente “legalista” de juiz de Direito,onde normalmente  a constituição e as leis estão acima  mesmo de “deus”.  
     
Parece que Moro também não consegue enxergar  claro que tudo aquilo que  ele combate tem a proteção de uma “legalidade” escrita pelos pilantras  que quase destruíram o Brasil desde 1985. E que toda essa “legalidade” não merece outro destino:  ser queimada numa grande fogueira.
[o articulista foi extremamente feliz na classificação que fez, no terceiro parágrafo,  do animador de auditório - só que o diabo sempre perde = ele, os comunistas e a esquerda;
A 'constituição cidadã' se tornou amparo para tudo de errado que se faz no Brasil - sempre é invocada para justificar as mais esdrúxulas decisões. Felizmente, há o sempre atual PREÂMBULO do Ato Institucional nº 1]

Sérgio Alves de Oliveira - Advogado e Sociólogo

Um passo para trás - “Fundão da vergonha”: o fundo eleitoral é um ato de extorsão contra o Brasil - Gazeta do Povo

J.R. Guzzo

O Brasil é um país que requer paciência. Nada vai na rapidez em que deveria ir. Nada vai até onde deveria chegar. Nada vai na hora em que deveria ter ido. Quase tudo, além disso, vai na base do “um passo para trás” a cada passo e meio para a frente. Em suma: o Brasil é demorado. Isso não quer dizer, porém, que nada ande.  Anda, mas anda devagar – e quase sempre é preciso prestar muita atenção para se perceber que alguma coisa está realmente andando, porque os movimentos para adiante em geral são feitos em silêncio. É o caso do recente avanço na eliminação da propaganda partidária “gratuita” no rádio e televisão – na verdade, propaganda obrigatória, que os partidos forçavam a população a engolir, querendo ou não querendo.

Essa vigarice nunca teve nada de gratuita – os cofres públicos eram obrigados a ressarcir as emissoras de rádio e tevê pelo tempo desperdiçado com os políticos. A conta, que ficava entre R$ 450 milhões e R$ 500 milhões por ano, tinha sido liquidada pelo atual governo. Foi contrabandeada de volta para a legalidade num truque armado na “reforma eleitoral” de setembro de 2019.
 

Veja Também: Os gringos não entendem nada de agronegócio e querem dar pitaco

Como alguém talvez ainda se lembre, o presidente Jair Bolsonaro vetou esse dispositivo ao sancionar a lei, mas a Câmara dos Deputados, em mais uma vitória em defesa das instituições e em seu próprio favor, naturalmente paga com o dinheiro dos impostos do distinto leitor, derrubou o veto presidencial. As gangues que no Brasil têm o nome de “partidos já iam levar mais essa – só que não levaram. É o tal passo e meio adiante do qual se falou acima.

O Senado Federal, no início do ano e por apenas dois votos de diferença, manteve o veto do presidente. Mais: manteve, também, a proibição para os políticos usarem os “fundos da vergonha” para pagarem multas e os advogados que contratam para defendê-los dos delitos que cometem. Pouca gente notou – foi mais um avanço que se obteve em silêncio. Tudo bem: o que interessa é o avanço conseguido.

Interessa saber, também, que as ações de delinquência praticadas na Câmara já não podem contar com 100% de apoio do Senado. Na verdade, mesmo em casos de empate entre o passo para a frente e o passo para trás, o público já pode considerar que a coisa fica de bom tamanho. Num país em que a maioria dos políticos não faz outra coisa que não seja trabalhar diariamente para manter tudo em marcha a ré permanente, o ponto morto acaba virando um progresso.

O “fundo eleitoral”, esse ato de extorsão que acabou conhecido como “Fundão da Vergonha”, é um bom exemplo. Esses recursos, como se sabe, foram capturados por um motivo muito simples

tendo ficado mais difícil arrumar dinheiro com a corrupção, via caixa 2, malas de dinheiro vivo e outros golpes, nossos homens públicos trataram de achar uma outra mina. Avançaram, aí, direto em cima do erário, fazendo com que o eleitor pague as despesas que os políticos terão para se manterem seus cargos e continuarem a roubá-lo.  Esse dinheiro, como se diz, dançou. Mas manter o roubo do tamanho que estava, sem ficar pior, não é de se jogar fora. Este é o Brasil real. Cada um dos seus atos termina com pano extremamente lento.

J. R. Guzzo, colunista - Vozes -  Gazeta do Povo

 

Chance zero - Fritura Fake - Alexandre Garcia

Gazeta do Povo

O ministro Sérgio Moro começou a semana no Pânico, da Jovem Pan, tendo que responder sobre o factoide dos últimos dias, de que ele estaria sendo fritado no azeite quente da retirada da Segurança Pública do seu ministério. Na mesma segunda-feira, a Coluna do Estadão publicou o título “O Brasil Quer Saber: Moro Fica no Governo?” – a pergunta vem de pesquisa feita no Google. Mas a pergunta também vem de uma ficção criada na quarta-feira da semana anterior, dia 22 de janeiro. Uma narrativa, para usar o eufemismo para ficção.


[atenção: inimigos do presidente Bolsonaro = inimigos do Brasil = turma do 'quanto pior, melhor', DESISTAM.
Vocês não vão conseguir semear inimizade entre o presidente Bolsonaro e o seu Ministro da Justiça e Segurança Pública - com as bençãos de DEUS vão estar junto nas eleições de 2022 = a 'dobradinha' que vocês mais temem: Bolsonaro presidente e Moro vice = e em 2026, Moro será cabeça de chapa.]

Ocorre que naquele dia eu testemunhei os fatos, porque fora ao Palácio do Planalto para acompanhar Regina Duarte, uma colega de televisão e amiga de muitos anos. Quando cheguei, o presidente e o ministro Moro estavam reunidos no gabinete de Bolsonaro. Depois, saíram para a ante-sala,  numa conversa descontraída.  O presidente já sabia, àquela hora da manhã, que viria um grupo de secretários de Segurança pedir, entre outras reivindicações, que a Segurança fosse desmembrada da Justiça. Provavelmente Moro fora levar a informação ao Presidente. E já estavam combinados que Moro não participaria daquela reunião mais tarde, deixando os secretários se dirigirem diretamente ao presidente.

Sabia-se também que havia certa ciumeira em relação aos poderes de Moro. Mais tarde, quando os secretários formalizaram o pedido, o presidente, por cortesia, prometeu estudar a reinvindicação. Isso foi recebido como um sinal para anunciar a dedução de que Moro estava sendo fritado, que iria ser enfraquecido. O barulho da suposta fritura subiu a tal volume que o presidente precisou ser claro na sexta-feira (24). Ele disse que a chance de desmembrar o Ministério é zero. A potencialização da narrativa pôs em prática o ensinamento de Goebbels: "uma mentira repetida mil vezes, pareceu virar verdade."
Só um ingênuo não perceberia que foi mais uma oportunidade de tentar mudar o time que está ganhando. Bater em Moro para atingir o governo num de seus mais prestigiados integrantes. Afinal, a Segurança exibe um recorde mundial de redução de 22% nos homicídios. Chegaram a sacar um argumento de pasmar: que a redução foi ordenada por facções criminosas. Vale dizer, quem está combatendo o crime são as quadrilhas. Mostrou, também, esse episódio, a ciumeira interna na disputa do poder. “Assunto encerrado” – repetiu o Presidente na Índia.

Mas é bom não esquecer o público que se percebe enganado. A chance zero já era zero na quarta-feira (22). Pode-se inventar um fato, mas a invenção não faz o fato, apenas fere credibilidade.

 
Alexandre Garcia, colunista - Vozes - Coluna Gazeta do Povo


terça-feira, 28 de janeiro de 2020

Autoritarismos e a ameaça de Moro a Bolsonaro - O Globo

A ideia de recriar o Ministério da Segurança Públicaexiste, e há muito. Quando vazou, em 2019, o presidente reagiu como de costume: atacando a imprensa. A imprensa, porém, estava certa. A notícia procedia. Não pode ser considerada novidade agora. A novidade é ter sido transmitida — agora — pelo próprio Jair Bolsonaro. Esse é o fato relevante, do qual deriva a questão: por que pôs o assunto em pauta?
Ao ponto: a improvável recriação do ministério não importa; importante é a divulgação da ideia, ato que compõe um método de exercício de poder para mostrar quem tem o poder.

A ideia é um “estudo”. Né? A pressão pela volta do ministério, porém, é real e tem fundamento na disputa pelo controle da Polícia Federal. O cargo é cobiçado por Anderson Torres, secretário de Segurança do DF e articulador do encontro de secretários da área com o presidente — reunião para a qual Bolsonaro não convidou Sergio Moro, na qual sabia que se reivindicaria o restabelecimento da pasta e cuja transmissão ao vivo autorizou.  Torres é muito próximo do ex-deputado Alberto Fraga, que é amigo íntimo do presidente e abertamente candidato a chefe do ministério reclamado, alguém que se sentiu à vontade em dar entrevistas desqualificando a competência de Moro para cuidar de segurança pública. Que tal?

O jogo é feio. E o modus operandi bolsonarista, instrumentalizando a ambição de oportunistas, é conhecido: disparar uma ideia, distribuir recados, jogar iscas, testar reações —e depois retroceder. Esticar a corda ventilando uma possibilidade, alcançar o pretendido — e depois afrouxá-la. Num só lance, mede-se a reação da sociedade, especialmente da base do bolsonarismo robustecida pelos fiéis do lavajatismo; colhe-se o alimento decorrente do atrito com a imprensa, o presidente mobilizando seus bate-paus para desqualificar o jornalismo que lhe reproduzira as palavras; e se difunde, no caso, a mensagem de autoridade destinada ao ministro: “Quem manda sou eu”. [Moro já provou várias vezes que é disciplinado, tem noção exata do que é hierarquia e está entre aqueles civis - que prestaram o Serviço Militar - que mesmo tendo deixado as fileiras dos tempos de EV, está entre os que se diz: "saiu do Exército, mas, o Exercito não sai dele."]

O alto grau de traição a Moro contido em Bolsonaro simplesmente cogitar — publicamente — a recriação do ministério só pode surpreender quem não estuda o comportamento do presidente. Moro — com projeto de poder próprio — não teria saído do Judiciário se para comandar um Ministério da Justiça esvaziado, sem a PF. Saiu porque Bolsonaro lhe prometera a Segurança Pública. Considerar tirar-lhe isso é pernada per se. É também, entretanto, produto de cálculo político; que antecipa os cenários eleitorais que passam pela cabeça do presidente — e ele só pensa em reeleição.

Bolsonaro viu a entrevista de seu ministro ao “Roda Viva”. Moro se comportou como político e defendeu (assim plantaram em sua cabeça) pouco o chefe; postura autônoma a que se soma o modo independente — inegável afronta à hierarquia — como reagiu à sanção de Bolsonaro ao juiz de garantias. Moro se expôs nas duas ocasiões, movendo-se para se desvincular, e colheu ótima repercussão para si. O presidente reagiu: “Você depende de mim”.  Interessante, no entanto, é refletir sobre o que pensará Moro a propósito dessa dependência: “Eu ainda dependo de você”. O ministro sabe que seu horizonte se expandiu para além de uma cadeira no Supremo. Ademais, já tem — entre outros — um “In Fux we trust” naquele tribunal.

Tendemos a nos ater somente ao que perderia Moro deixando o governo. Mas quem pode imaginar as consequências para o governo de perdê-lo?  Bolsonaro foi eleito; aquele que soube captar eleitoralmente o espírito do tempo lavajatista e se posicionar como a exceção numa classe política criminalizada. O espírito do tempo, contudo, é Moro. Bolsonaro é expressão retórica do combate à corrupção. Moro, valor absoluto, é o combate à corrupção; o indivíduo, aquele que prendeu Lula, que encarna o sentimento de vingança do brasileiro contra um sistema que considera bandido e opressor.

Moro, o justiceiro, é a face do combate à corrupção como a salvação do país; e a corrupção, segundo exprime o povo, é o maior problema do Brasil. Moro tudo pode. Bolsonaro é aquele que pode trair — alô, Flávio! — o conjunto de desejos que o elegeu.  Há uma dinâmica espiritual autoritária — a mesma de 2018 — condicionando esse tabuleiro. Essa dinâmica ora trabalha por Moro. Por Bolsonaro, registre-se, trabalha Paulo Guedes. O símbolo Moro, ícone jacobinista, é uma ameaça ao presidente. A rigor, e as pesquisas de popularidade assim indicam, a cada vez que Bolsonaro faz gesto percebido como hostil a seu compromisso com o combate à corrupção, tal gesto é também percebido como uma traição a Moro, que cresce. Se essa corda arrebentar um dia, para enfrentar Moro, Bolsonaro precisará entregar muito emprego. Briga pesada. A única certeza: não seria contenda de democratas. [o articulista foi muito feliz ao citar as qualidades do ministro Moro - citou praticamente todas;
são tais qualidades que tornam Moro, em 2022, candidato a vice presidente, e Bolsonaro, cabeça de chapa, invencíveis.
2026, com as bençãos de DEUS, poderá ser o ano de Moro ser o cabeça da chapa.]
 
 
Carlos Andreazza, jornalista - O Globo