Os
capas-pretas do PT correram a pôr panos quentes — ou frios! — na
declaração estúpida da senadora [e ré] Gleisi Hoffmann (PR), presidente do
partido, que chegou a prever “mortes” — sim, mortes! — caso o
ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva venha a ser preso. Ela própria
teve de vir a público para dizer tratar-se apenas de “força de
expressão”, mantra repetido por toda a turma do “deixa disso”.
A ordem
para esfriar a conversa partiu do próprio Lula, que ficou furioso com a
estupidez da “companheira”. Assessores mais próximos estavam perplexos.
Consideram que Gleisi está intimidando a Justiça e que a fala valeu por
uma espécie de desafio aos desembargadores. Pré-declaração, numa escala
de zero a 10, o temor da cúpula do partido de que Lula pudesse ter a
prisão preventiva decretada era igual a zero. Agora, diz um dirigente,
tudo pode acontecer.
A primeira
voz a desautorizar Gleisi foi Paulo Okamotto, que preside o instituto
que leva o nome do chefão petista e que atua como seu porta-voz.
Okamotto chegou a fazer uma pilhéria, como informa a Folha:
Disse ele: “Haverá uma comoção social. Vamos ficar chateados. Eu mesmo,
se o Lula for preso, vou morrer do coração. Mas não haverá uma
revolução, infelizmente”.
Até Paulo
Pimenta (RS), líder da legenda na Câmara, que não chega a ser um inglês
do Século 19 em matéria de modos, deu um chega pra lá na sua
“presidenta”. Mandou ver sobre a fala: “Não tem sentido literal; não tem
relevância”. Seu colega de bancada, Carlos Zarattini (SP), chegou a
sugerir que Gleisi é meio abestada. Segundo o parlamentar, ela passou a
sofrer de “ansiedade cibernética”, numa tentativa de se mostrar
“proativa” na Internet. Ou seja: é meio boba. [mais adequado: boba e meio.]
Como se
vê, os próprios petistas estão tratando a senadora como uma inimputável.
No sábado, ela protagonizou um episódio patético. Leu “Forza Lula” numa
faixa em que estava escrito “Forza Luca”. Explica-se: “Luca” é o nome
de um torcedor italiano que se feriu em novembro, na Itália, num
confronto de torcidas e está em coma. Faixas lhe desejando “força”
passaram a ser exibidas em estádios Europa afora. Escreveu ela no
Twitter:
“SHOW DE TORCIDA!! Um
apaixonado por futebol como @LulapeloBrasil merece mesmo o carinho e a
homenagem de torcedores no mundo todo. Recebi esta imagem, que mostra
uma faixa ‘FORZA LULA’ na torcida do Bayern de Munique, ontem, na
partida contra o Bayer Leverkusen, pela Liga Alemã”.
Por que
diabos um torcedor do Bayern de Munique levaria ao estádio uma faixa
desejando “força” a Lula? Só a mente perturbada de Gleisi seria capaz de
explicar. Ela não explicou e ainda atacou o veículo que divulgou sua
mensagem ridícula.
Lula pode
se irritar o quanto quiser, mas não pode reclamar, né? Paga o preço de
suas escolhas. Ele fez de Dilma Rousseff a sua candidata à Presidência
da República. Deu no que deu. E foi também ele quem ungiu Gleisi
“presidenta” do PT. Se há coisa que a gente aprende, né?, desde os
primeiros passos da vida adulta, é que jaqueira dá jaca. Quem quiser
colher amoras ou maçãs tem de fazê-lo em amoreiras e macieiras… Será que a senhora Gleisi Hoffmann poderia oferecer algo diferente? Acho que não… Ela faz o que sabe e o que está a seu alcance.
Quando ela
própria tentou se justificar, explicando a sua antevisão de que haveria
mortes, mergulhou definitivamente no patético:
“Usei uma força de expressão
para dizer o quanto Lula é amado pelo povo brasileiro. É o maior líder
popular do país e está sendo vítima de injustiças e violência que
atingem quem o admira. Como não se revoltar com uma condenação sem
provas?”
Entendi. Quando Gleisi fica indignada, ela pensa em cadáveres.
Ao menos
uma consequência positiva houve do destrambelhamento de Gleisi. O
comando partidário resolveu reforçar o seu próprio sistema de segurança —
e todas as manifestações contam com pessoas que cuidam dessa área —
para evitar ao máximo confronto com a Polícia ou com manifestantes
contrários a Lula. A última coisa de que o ex-presidente precisa são
milícias truculentas tentando intimidar juízes.
A área de
“Inteligência” do PT chega mesmo a avaliar que o risco de decretação de
uma prisão preventiva de Lula é diretamente proporcional à truculência
das manifestações. E, se querem saber, acho que a avaliação está
correta. Talvez seja o caso de o partido decretar, nesse dia, uma
espécie de “prisão domiciliar” de Gleisi, administrada pela própria
legenda. O que acham? Deixo aqui a minha sugestão, sempre no intuito de
colaborar com os companheiros, é claro… Ela ficaria em sua casa,
assistindo ao videoteipe da partida entre o Bayer Luverkusen e o Bayern
de Munique…
Blog do Reinaldo Azevedo
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