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quinta-feira, 22 de fevereiro de 2018

A verdade pervertida: criminosos são bons, honestos são maus

Os embustes mais frequentes para desarmar os mecanismos de punição ao crime vão desde “fracasso da guerra às drogas” até “campeões de presos”

Desde que Bertolt Brecht escreveu “O que é roubar um banco comprado a fundar um banco?”, a situação piorou muito. O “capitalismo”, entre aspas, não apenas continua a ser culpado pelos piores crimes, como banqueiros, uma categoria que por definição costuma aprender rápido, passaram a financiar variações desta falácia ideológica. Grandes financiadores de organizações não-governamentais bancam a mesma interpretação, no Brasil, nos Estados Unidos e em outros países.


 Vão, malandras: mulheres presas com munição escondida no corpo e o benefício da libertação coletiva (PRF/Divulgação)

O desejo sincero de resolver uma das questões mais complicadas de todas as sociedades – como punir o crime e recuperar criminosos sem produzir injustiças e distorções – foi pervertido a ponto de transformar perpetradores em vítimas e vítimas em perpetradores.
Um exemplo recente, de assustadora banalidade: andar de celular na rua e, pior ainda, empunhá-lo para fazer uma foto, é um ato de provocação insuportável ou pelo menos suficiente para explicar por que o cidadão incauto, quando não ostentador, é furtado ou roubado. 

Isso foi dito, como muitos se lembram, por uma autoridade de segurança durante o carnaval do caos que ensejou a intervenção no Rio de Janeiro.  A inacreditável quantidade de argumentos asnáticos desencadeada por esta intervenção pode ser resumida no mais frequente deles: os “fantasmas” do regime militar.  O regime ditatorial acabou há 33 anos. Mais de 60% dos 205 milhões de brasileiros nasceram depois do final do processo, 1985.  (Breve intervalo para falar de outro aspecto do “fantasma”: blocos para pular o carnaval foram transformados em manifestações de reocupação das ruas, inédita  desde a ditadura na imaginação dos loucos por uma causa mais nobre do que saracotear sem freios. Carnaval com causa é, claro, uma chatice.)

(...)
 
Do total de mulheres presas, 63% estão relacionadas ao tráfico de drogas. O número dobrou em dez anos, o que pode ser atribuído a várias causas: o tráfico aumentou seguindo as facilidades de consumo, traficantes aperfeiçoaram as vantagens de usar mulheres como emissárias, o crescimento de homens envolvidos no crime “puxou” o de suas companheiras que fazem tudo por amor e até, evidentemente, a deterioração das condições sócio-econômicas.
Não esperem ver nenhuma discussão a respeito. Esse aumento, invariavelmente, é atribuído à “guerra às drogas”, uma expressão criada pelo governo Reagan nos anos 80 que foi ressuscitada nas campanhas em favor da  liberação de entorpecentes.

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Apesar de crimes pavorosos como as matanças em escolas, mais de 70% dos americanos acreditam que a segunda emenda da constituição é uma garantia inviolável ao direito de ter armas – quais, de que calibre e em que condições, evidentemente, sempre está sujeito a discussões e mudanças.
Nikolas Cruz deve assumir a culpa pelos 17 assassinatos na matança na escola da Flórida. Com isso, ele não corre o risco de pegar a sentença de morte. A Flórida é um dos 31 estados americanos onde ela continua a existir.  Aparentemente, há poucos americanos discutindo se o perturbado assassino de 19 anos vai aumentar a população carcerária até o fim de sua vida.
A discussão sobre armas é politizada e até violenta nos Estados Unidos. Num dos extremos, dizem que Donald Trump e o NRA têm “sangue nas mãos” e a expressão lobby das armas é constantemente esgrimida .



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