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terça-feira, 27 de fevereiro de 2018

Intervenção no Rio: Qual o limite do povo antes da desobediência civil?



Crianças obrigadas a abrir suas mochilas escolares para serem revistadas por militares. [é sabido que alguns traficantes costumam obrigar as crianças a carregarem drogas em suas mochilas o que torna necessário a revista em mochilas e outros pertences, ainda que conduzidas por crianças.] Moradores sendo fotografados e ''fichados'' para poderem sair da comunidade em que vivem. As cenas do Rio de Janeiro sob intervenção federal  na área de segurança pública, tendo as Forças Armadas à frente, são apenas o mais novo capítulo de uma longa história de desrespeito aos direitos dos mais pobres.

O Rio foi acostumado a conviver com a injustiça, a ponto dela se tornar parte da paisagem, como o Pão de Açúcar e o Morro do Corcovado. A cidade que foi a maior porta de entrada de africanos traficados para serem escravos no país (cerca de 2 milhões de vítimas) segue se comportando como se a classe trabalhadora ainda vivesse em cativeiro.  Talvez por isso continue escolhendo capatazes entre os próprios trabalhadores. Policiais e militares pertencem à mesma classe social e, não raro, moram nos mesmos bairros pobres que aqueles que devem conter. [é sabido que muitos policiais são obrigados a lavar a farda dentro de casa e colocar para secar também dentro da casa, haja vista que grande parte dos policiais - mal remunerados e sempre recebendo o salário com atraso, são obrigados a morar em favelas.] E só não são as vítimas preferenciais da violência porque há um genocídio de jovens e pobres por parte dos traficantes, dos milicianos e das próprias forças de segurança. Sobre isso, vale ler a reportagem que fala do medo de jovens soldados ao atuarem em suas próprias comunidades. 

A aplicação generalizada de ações desmedidamente duras faz com que toda uma comunidade seja vista como criminosa e tratada como tal. Enquanto isso, atuando como cães de guarda da violência estatal, comentaristas de internet que enxergam periferias e morros como uma selva sem lei rosnam contra qualquer um que aponte injustiças ocorridas durante a intervenção federal. Dizem, do alto de sua argumentação de botequim, que ''quem não deve não teme''. Ou, pior, invertem a lógica e sentenciam que ''se teme, é porque deve algo''. [até este momento não houve nenhuma injustiça decorrente da intervenção federal e por uma razão muito simples: a INTERVENÇÃO FEDERAL foi decretada mas ainda não foi iniciada.

Quanto ao 'fichamento' realizado em algumas favelas é uma medida necessária, evita que bandidos circulem entre as pessoas de bem e só é temida por criminosos; o cidadão trabalhador, de bem, que não está envolvido com o crime não tem a menor razão para temer averiguação por parte das autoridades de segurança.
Quem teme ser averiguado pelo Polícia está pondo em prática o velho adágio: a CULPA CONDENA.]  

 A crise econômica agravou a crise de segurança. E o poder público, sem pudor algum, corresponsabiliza professores, enfermeiros e policiais pela situação econômica pela qual passa o Estado, afirmando que suas aposentadorias são inviáveis.
Não explica, contudo, que qualquer país com anos seguidos de déficit é que é inviável.  E se cala diante das desonerações a grandes empresas, da incapacidade de sucessivos gestores de reduzir a dependência da economia dos royalties do petróleo e, é claro, da corrupção. 

Reportagem, deste domingo (25), de Idiana Tomazelli, no jornal O Estado de S. Paulo, mostra que empresas que haviam aderido ao último Refis (programa de refinanciamento de dívidas tributárias) já deram um novo calote de R$ 3,1 bilhões. Ou seja, aderiram ao refinanciamento, conseguiram uma certidão negativa de débitos e deixaram de pagar novamente as dívidas que haviam conseguido parcelar – tudo à espera de um próximo Refis. Afinal são grandes empresas, têm poder para tanto – vale lembrar que Michel Temer vetou o mesmo benefício para micro e pequenos empresários.
Outros bilhões continuam não sendo recolhidos como impostos por conta das isenções de dividendos a que os mais ricos têm direito ou da distorção da tabela do Imposto de Renda, que não permite alíquotas mais altas para quem ganha muito. Isso sem falar dos impactos negativos junto às populações mais vulneráveis da PEC do Teto dos Gastos, da Lei da Terceirização Ampla e da Reforma Trabalhista.
 



Intervenção no Rio: Qual o limite do povo antes da desobediência civil?... - Veja mais em https://blogdosakamoto.blogosfera.uol.com.br/2018/02/25/intervencao-no-rio-qual-o-limite-do-povo-antes-da-desobediencia-civil/?cmpid=copiaecola
Intervenção no Rio: Qual o limite do povo antes da desobediência civil?... - Veja mais em https://blogdosakamoto.blogosfera.uol.com.br/2018/02/25/intervencao-no-rio-qual-o-limite-do-povo-antes-da-desobediencia-civil/?cmpid=copiaecola

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