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quarta-feira, 2 de janeiro de 2019

Não vamos baixar a cabeça, diz Lula em mensagem de Ano Novo

[Lula passa a 'virada de ano', preso, sem refeição especial, sem visitas e sabendo que menos de cem militantes decidiram perder tempo e virar o ano, gritando: Lula livre.
Fica tranquilo Lula, logo você se acostuma; sofrerá novas condenações e passará novos Natais e novas 'viradas de ano' - com uma diferença: não ficará solitário, em breve você transferido para uma penitenciária comum - local onde bandidos comuns cumprem penas e você é um ladrão, bandido comum - e lá não faltará companhia, para dividir tudo - até o 'boi'.]
'Em mensagem divulgada pouco antes da meia noite desta terça (1º), o ex-presidente Lula recomendou aos seus apoiadores que não baixem a cabeça e disse que 2019 será um ano de "resistência e luta", em referência ao novo governo do presidente eleito, Jair Bolsonaro. 

"Não vamos baixar a cabeça nem deixar que tirem nossa alegria de viver e de batalhar por dias melhores. Nós sempre tivemos coragem de lutar e temos coragem de recomeçar", afirmou Lula em texto publicado na página do PT (Partido dos Trabalhadores) na internet.

O ex-presidente citou Chico Buarque na mensagem. "Como diz a canção do grande Chico Buarque: ´Amanhã vai ser outro dia´" e lembrou que passaria o Ano Novo encarcerado. "Como vocês sabem, vou passar o Ano Novo numa cela em que fui preso sem ter cometido crime nenhum, condenado sem provas e sem direito a um julgamento justo. Mas não me sinto só. Não estou só."

Folha Press
 

segunda-feira, 3 de dezembro de 2018

O senhor justiça

O voto do ministro no julgamento que manteve a prisão do ex-presidente Lula calou fundo em toda a sociedade brasileira por sua beleza e pela contundência da sua indignação

Luís Roberto Barroso

Na sessão do STF que, em abril, julgou o pedido de habeas corpus do ex-presidente Lula, o ministro Luís Roberto Barroso expôs com precisão cirúrgica as entranhas do Judiciário brasileiro. Segundo ele, tratava-se de um sistema “para prender menino pobre” que reage a alcançar “essas pessoas que desviam por corrupção milhões de dinheiros”. O habeas corpus a Lula não foi concedido. O ex-presidente dorme na prisão, na sede da Polícia Federal, em Curitiba. Trata-se de um importante marco do combate à impunidade e à seletividade das condenações no país. Um de vários marcos que teve Barroso entre os principais protagonistas. 

 'Corrupção mata! É impossível não sentir vergonha!'; veja vídeo


Por essa razão, Luís Roberto Barroso foi escolhido por ISTOÉ o Brasileiro do Ano na Justiça. “Minha convicção, minha verdadeira profissão de fé, é que a história é um futuro contínuo em direção do bem e do avanço civilizatório”, disse Barroso à ISTOÉ. Assim, ele acredita que a Justiça brasileira vai se distanciando cada vez mais do tempo em que só prendia “menino pobre”. Quanto a isso, acredita, não há retrocesso. “A história é um carro alegre/Cheio de um povo contente/Que atropela indiferente/Todo aquele que a negue”, diz ele, citando versos de Chico Buarque.

“Eu queria ser poeta. Virei advogado”, brinca o jurista de 60 anos. Nascido na cidade de Vassouras, na região serrana do Rio de Janeiro, deixou a cidade ainda criança. Trocou-a pelas praias cariocas, onde cresceu jogando futebol na areia. E vôlei nas quadras. Poderia ter se tornado um dos integrantes da Geração de Prata, vice-campeã das Olimpíadas de Los Angeles. Barroso jogou vôlei no Clube Israelita Brasileiro. Chegou a ser bicampeão juvenil carioca. Seus contemporâneos de quadra foram Bernard e Bernardinho. Barroso jogava como levantador.

Quanto à poesia, Barroso ensaiou fazer canções. Ganhou o Festival da Canção Sul-Fluminense na década de 1960 com uma música chamada “Bons Amigos”. Não necessariamente os colecionou neste ano. Segundo Barroso, a luta contra a corrupção tem dois adversários poderosos: “Os corruptos propriamente ditos, que não querem ser punidos, e aqueles que não querem ser honestos daqui para a frente”. Felizmente, diz ele, revelou-se na sociedade uma “imensa demanda por integridade”. “Esse é um paradigma que muda a história”, completa ele. Uma história que Barroso seguirá em frente, como o carro alegre de Chico Buarque.

IstoÉ

 

 

quarta-feira, 24 de outubro de 2018

Ao lado de Haddad, Mano Brown critica PT e diz que não espera virada

Evento foi organizado para demonstrar apoio da classe artística à candidatura de Fernando Haddad à Presidência da República

Em ato para demonstrar apoio da classe artística à candidatura de Fernando Haddad (PT) à Presidência da República, na noite desta terça (23), no Rio, o rapper Mano Brown criticou o clima de festa e culpou a falha de comunicação do partido com os eleitores das classes populares pela eventual eleição de Jair Bolsonaro (PSL), que considera definida.  “Falar bem do PT para a torcida do PT é fácil. Tem uma multidão que não está aqui que precisa ser conquistada”, disse o cantor e compositor no palco montado nos Arcos da Lapa, ponto turístico do bairro boêmio do Centro da cidade.

“Não tá tendo (sic) motivo para comemorar. Tem, sei lá, quase 30 milhões de votos para alcançar. Não temos nem expectativa nenhuma para alcançar, para diminuir essa margem. Não estou pessimista, estou realista”, disse ele. “Se em algum momento a comunicação do pessoal aqui falhou, vai pagar o preço. Porque a comunicação é a alma. Se não está conseguindo falar a língua do povo vai perder mesmo”, afirmou. “Se nós somos o Partido dos Trabalhadores, tem que entender o que o povo quer. Se não sabe, volta pra base.”
“Não vim aqui para ganhar voto, porque eu acho que já está decidido”, completou.
Presente no evento, o cantor e compositor Caetano Veloso, apoiou o colega: “Eu acho que a fala de Mano Brown é muito importante, porque traz a complexidade do nosso momento”. Além deles, Chico Buarque também estava no comício

Ao discursar, Haddad disse que entendia e respeitava as críticas de Brown. “O que ele disse é sério”, afirmou, defendendo que é preciso “dar razão” às pessoas que estão votando no rival não porque confiam nele, mas porque “estão desesperadas”. “Temos que, nesta semana, abraçar essas pessoas, que sempre estiveram conosco”, afirmou o petista.
Apesar da fala de Brown, Haddad deu um tom otimista para a reta final da campanha eleitoral. No encerramento do evento, o petista disse sentir, “desde ontem (segunda-feira)”, um clima de “virada” no ar, defendeu que se “abrace” o eleitor de baixa renda que sempre votou no PT.

A mais recente pesquisa Ibope, divulgada na noite desta terça, mostrou que diferença entre os dois presidenciáveis caiu quatro pontos porcentuais. [esclarecendo que foram quatro pontos que equivalem a soma da margem de erro dos dois candidatos = que é de 2%;
Mesmo assim, a diferença permanece superior a soma dos indecisos com os que pretendem anular o voto ou votar em branco.
Por óbvio, alguns desses podem mudar de opinião, nas, se distribuindo entre os dois candidatos.
O poste petista é que tem que retirar quase 20.000.000 de votos do Bolsonaro e torcer para que o capitão também não ganha alguns milhões de votos.]

 Além disso, a rejeição ao capitão da reserva subiu enquanto a convicção de votos diminuiu.  “Vamos ganhar a eleição. Não tenho dúvida”, afirmou o ex-prefeito de São Paulo. “Bolsonaro disse em discurso transmitido na Avenida Paulista no domingo que, depois das eleições, eu teria dois destinos: a prisão ou o exílio. Resolvi derrotar Jair Bolsonaro no domingo”, disse. [percebam o desprezo que Haddad demonstra pelos eleitores do PT = declara "resolvi" e com isso considera que os eleitores, tais quase cachorrinhos balançando rabo, vão todos para onde ele mandar.
Respeita os eleitores que tentam te prestigiar: mesmo votando errado, você não pode tratá-los como cachorrinho, são petistas, mas, ainda são seres humanos.]

O petista também criticou o adversário e sua recusa a participar de debates. Numa referência à entrevista com Bolsonaro transmitida nesta terça-feira pela afiliada do SBT no Piauí, em que o rival disse que era preciso acabar com o coitadismo das minorias, Haddad subiu o tom. “Jair, se olha no espelho. Coitado é você, que não passa de um soldadinho de araque que fala grosso porque tem gente armada em volta”, afirmou.

No fim do discurso, Haddad defendeu o direito à manifestação por parte dos movimentos sociais. Dirigindo-se ao candidato pelo PSOL derrotado no primeiro turno e líder do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST), o candidato do PT disse que Guilherme Boulos tem que ter o direito de se manifestar sem ser ameaçado. “No nosso governo, vá para as ruas, Boulos”, exclamou Haddad. [dois tipos de apoios ao Haddad e que ajudam o Bolsonaro:
- manifestação de personalidades tipo aquelas que assinaram manifesto contra Bolsonaro às vésperas do primeiro turno e que geraram mais votos para o capitão; (são na realidade pessoas que já foram alguma coisa e tentam fugir do ostracismo)
- outro apoio importantíssimo é o do Boulos (que cobra aluguel dos imóveis invadidos por invasores que ele comanda) - Haddad estando com 32%, sem o apoio de Boulos, passará a 32,01% apoiado pelo chefe da gang dos invasores.] 

 Estadão Conteúdo

 

quarta-feira, 4 de julho de 2018

Quiproquó - Trombadas e ciúmes: advogados de Lula divergem em relação à estratégia de defesa do petista

Advogados do ex-presidente se desentendem na estratégia de tentar colocá-lo nas ruas a tempo de fazer campanha 

[maravilhoso que a defesa do presidiário Lula continue batendo cabeça;

enquanto os defensores buscam os holofotes o condenado vai puxando cadeia.]

Em agosto do ano passado, um grupo de jurisconsultos liderado pela professora Carol Proner, da PUC-RJ (que nas horas vagas namora Chico Buarque), lançou o livro Comentários a uma sentença anunciada — O processo Lula, no qual uma centena de advogados e juristas criticavam a condenação do juiz Sergio Moro no caso do tríplex do Guarujá.


A advogada Valeska Teixeira repete discurso de Lula de perseguição política e rejeita a possibilidade de concessão de prisão domiciliar ao ex-presidente (Foto: Reprodução)

A ideia da publicação era jogar luz em pontos polêmicos do processo que culminou na prisão do ex-presidente. Quando o livro estava para ficar pronto, os advogados de Lula — Cristiano Zanin e sua mulher, Valeska Teixeira — começaram a chiar. Não haviam sido consultados sobre a iniciativa, não foram chamados para revisar ou opinar sobre o livro nem tampouco palpitaram sobre a importância do documento para a estratégia jurídica. A presença de Lula no lançamento da obra em São Paulo — que já estava confirmada — foi suspensa na última hora. Na tarde da terça-feira 26, um petista relembrou o caso: “Eles trabalharam muito nos bastidores contra o livro. Foi feito por gente que não ia ganhar nada, queriam apenas denunciar a injustiça com elementos jurídicos”, disse. “A confusão foi só ciúmes.”
Entrevista coletiva dos advogados de Lula após a condenação por Moro. O painel com a inscrição Teixeira Martins rendeu críticas por busca de autopromoção inadequada (Foto: DÉBORA ELY/AGÊNCIA RBS)

Naquele mesmo dia, o mais recente entrevero envolvendo advogados de Lula havia vindo à tona. Na semana anterior, o advogado Sepúlveda Pertence, ex-ministro do STF, que também integra a equipe de defesa, havia entregado um memorial a ministros do Supremo, pedindo a prisão domiciliar do ex-presidente. Em uma nota, Cristiano Zanin que é par de Pertence na defesa desmentiu o colega em público. “A defesa não apresentou ao STF ou a qualquer outro Tribunal pedido de prisão domiciliar”, escreveu. Ao ver a nota, como era de imaginar, Pertence ameaçou deixar o caso. Sentiu-se desrespeitado, exposto, ultrajado.

Havia apresentado o memorial depois de receber a sinalização de um ministro da Corte de que o melhor caminho para Lula sair da cadeia seria entrar com um pedido de domiciliar. Como um amigo contou, “ao ter esse sinal, Pertence foi trabalhar. Fez o que se espera de um advogado que tem o cliente preso”. Do outro lado, Zanin dizia a pessoas próximas que não havia sido consultado sobre a ideia. [por óbvio , o tal ministro 'sinalizador' agiu da mesma forma que o ex-procurador Miller no caso JBS e merece ser investigado e devidamente processado.]   

Pertence apresentou pedido ao STF de que fosse concedida a prisão domiciliar a Lula, após sinalização de que poderia ter sucesso na estratégia. Surpreendido, Zanin enfureceu-se

Quando colunas de notas políticas passaram a publicar que Lula dizia não querer o benefício, o caos se instalou. A falta de comunicação, de alinhamento e de estratégia comum da defesa ficou patente. Pertence se fechou em copas e passou a considerar seriamente pular fora do barco. Tem ouvido de interlocutores de Lula que seria uma péssima ideia abandonar um cliente preso, sobretudo um cliente para o qual trabalha pro bono (de graça) e com o qual tem uma amizade de décadas. Ele responde dizendo que, aos 80 anos, com a biografia que tem, não precisa mais passar por certas situações.

domingo, 14 de janeiro de 2018

Do pedalinho ao viaduto

O Brasil está brincando de passar a mão na cabeça de bandido simpático para ver se salva a lenda populista

O Viaduto Dona Marisa Letícia leva ao paraíso. Não o bairro paulistano, mas o Nirvana mesmo. O lugar onde não há culpa, só prazer. Exemplo: o contribuinte brasileiro (você) está pagando US$ 3 bilhões aos americanos pelo assalto de Lula à Petrobras. Enquanto isso, o próprio Lula é convidado para uma animada partida de futebol com Chico Buarque uma espécie de celebração à delinquência, provando de uma vez por todas que o crime compensa, se tiver a embalagem certa. A única injustiça é você pagar e não ser convidado para jogar também.

Aí a maior cidade da América Latina inaugura uma obra viária com o nome da recém-falecida esposa do maior assaltante da história nacional. Criminoso este já condenado e, agora, em vias de ser preso. Detalhe: a própria homenageada, antes de falecer, estava sendo investigada como cúmplice do marido em seus crimes de corrupção passiva – sendo os mais visíveis deles o do tríplex em Guarujá e o do sítio em Atibaia, aquele que tinha os pedalinhos personalizados “Lula & Marisa”. Os autores da homenagem devem ter imaginado que quem já batizou pedalinho pode batizar viaduto sem problema nenhum.

É disso que o Brasil está brincando nos dias de hoje: passar a mão na cabeça de bandido simpático para ver se salva a lenda populista. Está dando certo. Existe por exemplo uma horda de indignados com o desabafo comovente do mesmo Chico Buarque, dando conta de que não consegue mais andar nas ruas do Leblon sem ouvir o bordão “vai pra Cuba, viado”. É mesmo uma grosseria. Resta saber onde estariam os grossos se o cantor não tivesse virado marqueteiro de bandido. Possivelmente estivessem remoendo em silêncio a sua grossa insignificância.

É um enigma insondável essa compulsão de alguns grandes artistas por causas vagabundas. Em Hollywood há uma penca de estrelas, também de inegável talento, comprometidas com a ditadura sanguinária da Venezuela – todos fingindo que o chavismo é a redenção dos pobres do Terceiro Mundo. Assim como os falsos heróis brasileiros, são personalidades que não precisariam dessas lendas fajutas, por já serem, eles mesmos, figuras lendárias (graças à sua própria obra). Ou seja: renunciam à grandeza para besuntar a reputação de verniz falso. Poderia ser altamente pedagógico se, entre um e outro “vai pra Cuba, viado”, surgisse um “se olha no espelho, querido”.

Enquanto houver gente para propor e para tolerar um viaduto homenageando a primeira-dama do petrolão, esse espelho vai sempre refletir um líder revolucionário em lugar do oportunista melancólico. E esse oportunismo faz escola. Entre os candidatos a reabilitar o PT do maior assalto da história estão também procuradores, juízes e outros fascinados com os ganhos fáceis proporcionados pelo tal verniz de esquerda – cuja falsidade se constata num simples olhar para Lula ou Maduro: picaretagem não tem lado, muito menos ideologia.

Rodrigo Janot, de triste memória, está sendo convocado pela Polícia Federal para depor sobre a farsa da delação de Joesley na verdade uma conspiração tosca para tentar devolver o poder aos companheiros. Entre os cúmplices da malandragem malsucedida estão ministros do STF como Edson Fachin, hoje também conhecido como Edson Facinho, dada a celeridade sem precedentes com que homologou o truque mambembe – contando com a altiva cobertura da companheira presidenta da Corte. Aí você fica sabendo que as provas de Mônica Moura (alguém se lembra dela?) contra Lula e Dilma ficaram sete meses paradas no Supremo – e constata até que ponto pode chegar o altruísmo para com os protagonistas da lenda.

Personagens soltinhos da silva como Dirceu, Dilma e agora até o lendário mensaleiro Pizzolato (obrigado, companheiro Barroso) estão conspirando à vontade e falando pelos cotovelos, com o caixa cheio para promover suas micaretas revolucionárias. Enquanto isso, os outrora diligentes investigadores da Lava Jato – destaque cheio de purpurina para o mosqueteiro Dartagnol Foratemer – estão fazendo comício no Twitter e cuidando, também eles, de se besuntar da lenda salvacionista à prova de espelho.  Ou o Brasil sobe o viaduto das panelas acelerando para ver se chega ao paraíso ou mostra com todas as letras que futebol de bandido é no presídio. 


Guilherme Fiuza - Época

2018 pode ser transformador como 1968?

Como ocorreu há meio século, o momento atual é de polarização política e de alta voltagem nos debates morais, com enfrentamentos entre liberais e conservadores. Compreender as bandeiras do passado é fundamental para construir a sociedade do futuro

[em 2018 o Ato Institucional nº 5, que iniciou a moralização do Brasil, que deu inicio ao desmonte das pretensões comunistas apoiadas por brasileiros traidores, completa 50 anos.

Talvez, este aniversário seja o inicio da contagem da existência um novo Ato Institucional - a baderna institucional  na qual o Brasil está mergulhado não pode continuar e só um instrumento forte, nos moldes do AI 5, pode restabelecer a Ordem institucional.] 

Se 1968 foi o ano que não terminou, como afirma Zuenir Ventura no título do livro que melhor traduz o espírito daquele período, 2018, ano que mal começou, traz provocação, embates e bandeiras que o qualificam, desde já, na categoria dos anos transformadores.  

No lugar da rebeldia de meio século atrás, o que se vê agora é a disruptura, protagonizada tanto por personagens das novas gerações quanto por veteranos da agitação política, social e cultural. Um bom exemplo das semelhanças entre os dois momentos é encarnada pelo diretor de teatro José Celso Martinez Corrêa. Depois de 50 anos, ele prepara a remontagem da peça “Roda Viva”, de Chico Buarque, que conta a história de Benedito Silva, um ídolo da canção popular manipulado pelos meios de comunicação de massa que muda de nome para Ben Silver. 

O enredo pouco tem a ver com política, explora as armadilhas do estrelato, mas quando foi encenada pela primeira vez, em julho de 1968, sofreu um ataque raivoso de cerca de 100 integrantes do Comando de Caça aos Comunistas (CCC) que invadiram o teatro Ruth Escobar, em São Paulo, agrediram os artistas e destruíram o cenário. “Nós éramos ameaçados a toda hora, inclusive sofríamos ameaças de bomba — a gente esperava uma reação da direita”, relembra o diretor. “Vivemos hoje uma situação parecida. Agora a gente pode se preparar para o MBL (Movimento Brasil Livre) atacar a nossa próxima montagem.” [é inaceitável que exposições pornográficas, pedófilas, ofensivas à MORAL, voltem a ser encenadas livremente no Brasil - o Banco Santander está sendo coagido por procuradores a patrocinar a reabertura da pornográfica exposição QueerMuseu - fechada pelo clamor público contra aquele Banco, inclusive muitos clientes prometendo encerrar contas correntes.

Cenas como a mostrada na primeira foto desta matéria em que assassinas querem a liberação do aborto, não podem se repetir.Observação: em repúdio a foto e ao que é defendido não reproduzimos a foto - apenas fornecemos o link para eventuais interessados conhecerem as pessoas que DEFENDEM O ASSASSINATO DE SERES HUMANOS INOCENTES E INDEFESOS.] 

 POLÊMICA Performance de artista nu no MAM: provocação e revolta = cena explícita de pedofilia

Como em 1968, o período atual é de polarização política e de alta voltagem nos debates morais, com enfrentamentos entre libertários e reacionários. Questões comportamentais e associadas aos direitos individuais, como a igualdade racial e a legalização do aborto, estão na ordem do dia. As divergências ideológicas se acentuam e o radicalismo campeia. Há ameaças de censura da criação artística, atacada por movimentos conservadores. A exposição “Queermuseu”, cancelada em Porto Alegre meses atrás, depois de ter sido alvo de manifestações de revolta que constrangeram o público, e a polêmica do homem nu tocado por uma criança numa performance no Museu de Arte Moderna (MAM), em São Paulo, dão uma prévia do que poderia ocorrer com a nova montagem de “Roda Viva”. 

(...) 

No Brasil, um dos grandes acontecimentos libertários de 1968 foi a passeata dos 100 mil, em junho, no Rio de Janeiro. Ela começou a ganhar forma três meses antes, como reação à morte do estudante secundarista Edson Luís Lima Souto, de 18 anos. Edson Luís foi morto por policiais que reprimiram um protesto aparentemente inofensivo: a melhoria das condições do restaurante Calabouço, no centro da cidade, que atendia principalmente estudantes pobres.  
OCUPAÇÃO Alunos do ensino médio encaram a polícia em São Paulo (Crédito:Zanone Fraissat) [os estudantes eram usados pela esquerda, por comunistas e baderneiros profissionais como  'bucha de canhão'; Edson Luís, foi o cadáver que a esquerda desejava. ]


Mas eram tempos difíceis, com o recrudescimento do regime militar que, naquele mesmo ano, dissolveria o Congresso Nacional por meio do AI-5, o Ato Institucional que confirmou a ditadura no Brasil. Em outubro, a polícia prendeu cerca de mil pessoas que participavam de um congresso clandestino da União Nacional de Estudantes (UNE), em Ibiúna, no interior de São Paulo. “Aqui a situação era mais complicada, não era a mesma coisa que os meninos fazendo barricadas nas ruas de Paris”, diz a jornalista e escritora Marina Colasanti, que participou da passeata dos 100 mil.

  Os anos de chumbo estavam começando e o presidente Artur da Costa e Silva, que decretara o AI-5, agia para sufocar os protestos com mais repressão policial e censura,

reduzindo os direitos individuais dos brasileiros. “Um legado fundamental do período é a introdução de um paradigma inovador de mudança social, fundado no investimento na mudança das consciências e não mais na tomada do poder”, afirma o historiador Daniel Aarão Reis Filho, professor de história contemporânea da Universidade Federal Fluminense. “Além disso, diversas pautas forjadas nos anos 1960 continuam atuais, como a emancipação das mulheres, questões de identidade e também temas referentes a hierarquias sociais e afetivas e ao meio ambiente.” Para Reis, as pessoas parecem hoje muito interessadas em lutar por questões que lhes digam respeito, imediata e diretamente. Isto é altamente positivo e, de certo modo, trata-se, aí também, de um legado da década de 1960. [as pessoas querem viver em um Brasil que ofereça boas condições aos brasileiros, que não aceite agressões à FAMÍLIA, à MORAL, aos BONS COSTUMES, aos valores CRISTÃOS e tudo sob o lema da Bandeira Nacional: ORDEM E PROGRESSO.]

A década de 1960 reformou o capitalismo, gestou o conceito de desenvolvimento sustentável e criou novas camadas de valor associadas ao meio ambiente e à qualidade de vida. 
(...)

 MATÉRIA COMPLETA em IstoÉ

 


segunda-feira, 16 de janeiro de 2017

Brasília, a Geni do Brasil

Cidade é completamente independente de senadores, deputados, presidentes, ministros e juízes de tribunais superiores, que vivem fechados em seus ‘planetas’

A população de Brasília está indignada. Em grandes centros como o Rio e São Paulo muito se ouve pelas ruas disparos pejorativos como “essa gente de Brasília”, ou “está pensando que isso aqui é Brasília?”. No imaginário (e ignorância) de muita gente, o brasiliense é um janota que desfila de braços dados com corruptos e outros nefastos que frequentam o noticiário político-policial.

Um reflexo desse bullying bizarro: dias atrás um carro com placa de Brasília parou para deixar um passageiro na Rua México, Centro do Rio. Coisa rápida e normal, mas um taxista que vinha atrás meteu a mão na buzina, abriu o vidro e despejou “Tá pensando que isso aqui é sua terra, malandro?!”.  A intolerância trata os brasilienses ou os candangos (quem lá nasceu) como uma nova “Geni” nacional, numa referência a “Geni e o Zepelim”, clássico de Chico Buarque dos anos 70, que no refrão canta “Joga pedra na Geni!/Joga bosta na Geni!/Ela é feita pra apanhar!/Ela é boa de cuspir!/Ela dá pra qualquer um!/Maldita Geni!”.
Confundem a Praça dos Três Poderes — onde estão o Executivo, o Legislativo e o Supremo Tribunal Federal com a população de três milhões de habitantes do Distrito Federal, onde Brasília é apenas uma pequena fatia. 

A cidade é completamente independente dos senadores, deputados, presidentes da República, ministros e juízes de tribunais superiores, que vivem fechados em seus “planetas”, numa espécie de síndrome de Guilherme Arantes, na base do “meu mundo e nada mais”.
“Ninguém vê essa gente em cinemas, teatros, restaurantes, no comércio, nos shoppings, até porque seriam hostilizados”, comenta o jornalista e pesquisador carioca Cezar Mota, que vive em Brasília há mais de 30 anos. “Até amigos me acusam de viver em ‘uma ilha da fantasia’, distante da realidade brasileira. Ora, nada mais identificado com a realidade brasileira do que a Capital Federal, que tem metade de sua população oriunda de todo o país, principalmente nordestinos e nortistas. Ilha da fantasia é a Zona Sul do Rio de Janeiro, que tem olhos apenas para o próprio umbigo, considera-se o centro do país, despreza a Zona Norte e até mesmo São Paulo. Que dirá Norte e Nordeste.”

Apaixonado pela cidade e indignado com esse “linchamento”, Cezar Motta lembra que o Distrito Federal detém o maior índice de homicídios do Brasil por cada grupo de cem habitantes (mais do que o Rio de Janeiro e São Paulo). “O Distrito Federal tem 31 regiões administrativas. Brasília é apenas uma delas”, observa. De acordo com o portal Congresso em Foco, o D.F. tem quase o dobro de homicídios de São Paulo nas suas 31 regiões administrativas. Em média, foram quase duas execuções por dia. Isso representa 20 assassinatos por grupo de cem mil habitantes/ano. Este índice é quase o dobro de São Paulo, que registra 11 homicídios, latrocínios e lesões fatais por grupo de cem mil por ano.[a violência também está presente, e de forma acentuada, na região administrativa Brasília, inclusive no Plano Piloto, Asas Sul e Norte, Lagos Sul e Norte, bairros que nos tempos que Brasília era uma ótima cidade para se morar, foram considerados área nobre.
Agora a bandidagem, a criminalidade, a violência, nivelou tudo por baixo.
E a qualidade de vida de Brasília piorou desde que criaram a tal Câmara  Legislativa do DF - mais conhecida,  pelos absurdos que produz, como 'casa do espanto'.


É o Plano Piloto, não o D.F., o avião idealizado por Lucio Costa e que tem como cabine a Praça dos Três Poderes, como corpo do avião a Esplanada dos Ministérios e o Eixo Monumental. Nas asas (Sul e Norte) vive a classe média alta. Os muito ricos moram em casas nos Lagos Sul e Norte. Nada, porém, comparado aos condomínios exclusivíssimos de Rio e São Paulo. Em 1990, conversei com Oscar Niemeyer sobre Brasília. Ele desabafou: “Misturam Distrito Federal com Brasília; deformaram tudo. O que era um belo projeto para igualar as pessoas, hoje me causa repulsa”.

Por: Luiz Antonio Mello, jornalista - O Globo
 


terça-feira, 18 de outubro de 2016

Lula é psicopata, criminoso e deve ser preso, detona Lobão

Lobão fez 59 anos na terça-feira 11, véspera do Dia da Criança. “Vai ter muita língua de sogra”, avisou o músico, dias antes, afiado na ironia. Há tempos o cantor solta a língua em declarações implacáveis contra o PT. Após as eleições municipais, não foi diferente. O músico não votou, mas fez campanha para João Doria Jr. (PSDB) em São Paulo nas redes sociais. “Moro em São Paulo há sete anos, mas meu título está no Rio. Sequer pensei em mover meu bumbum para votar lá por falta de opção”, diz. Na metralhadora giratória do autor de “Vida Bandida”, poucos são poupados. Ele só elogia Sérgio Moro. Não escapam Lula, Dilma Rousseff, Gilberto Gil e até Chico Buarque. “É assustador ver o Chico Buarque declarando ‘vamos fazer uma nova junção da esquerda’. Esse cara come capim.”  Lobão contou ter sido convidado por Janaína Paschoal, co-autora do pedido de impeachment, para assistir ao julgamento da ex-presidente, tal como Chico que acompanhou Lula. “Meu gatinho estava morrendo e não ia sair de perto dele por nada”, diz ele, que lançou este ano o disco “O Rigor e a Misericórdia”. “É o disco mais bem gravado da minha vida.”




Como avalia o Brasil pós impeachment e pós-eleições?
As urnas foram muito eloquentes. Houve uma rejeição total ao PT, ao mito Lula, a Dilma. E deu ainda um recado: golpe não cola.  No caso mais específico da eleição do João Doria em primeiro turno, em São Paulo, houve um discurso duro, mas ao mesmo tempo educado, conciliador, amortecendo essa onda de ódio. O discurso da privatização também me chamou a atenção. Era um tabu falar em privatização e virou um trunfo eleitoral. A derrota do PT foi acachapante. Em São Paulo, perdeu em redutos petistas. O PT passou de maior partido do Brasil a um partido nanico. Talvez a esquerda não leve em consideração, mas o Brasil é um país conservador. Há um segmento sectário da esquerda que quer impor uma suposta vanguarda política que é um retrocesso e sempre uma figura de lamentação.

Por que o sr. diz que Lula é um grande enganador?
Toda a narrativa de esquerda é mentirosa. Lula é um psicopata. Psicopata é sedutor, simpático,  causa empatia. Há um livro, “Ponerologia”, de Andrzej Lobaczewski, um psiquiatra polonês. Ele escreveu esse livro no campo de concentração. Ele mostra fabulosamente como acontece a fabricação do poder, do populismo, tanto nazismo quanto socialismo, e ele é feito de duas camadas diferenciadas: o alto da pirâmide é sempre ocupada por psicopatas e a base por histéricos. Os líderes são psicopatas, e a militância é histérica. É um livro básico para entender a coisa da simpatia e da malandragem, do homem do povo, dos líderes carismáticos. Veja Fidel Castro, famosíssimo, fazia  um espagueti violento, charmoso. 

O livro mostra como uma sociedade adoece nesse sentido. E eu acredito que nós estamos nesse momento. E se o Lula é psicopata, a Dilma está mais para oligofrênica. Parece ser uma pessoa com alguma dislexia, não sabe se expressar. Perto dela, o Lula parece um cara inteligente, dentro da sua ignorância crassa. Dilma é opaca, não tem carisma, é furibunda por haver provavelmente entraves cognitivos no cerebelo dela. Talvez, no Rio, o Marcelo Freixo possa chamá-la para ser secretaria de alguma coisa, caso seja eleito. Mas acho que ela não se cria mais em lugar nenhum.

Há tempos o sr. tece críticas duras ao ex-presidente.
Lula tem o que merece, assim como a Dilma. Lula é um criminoso e o PT é uma organização criminosa. Ele deve ser preso por vários motivos. O que está sendo imputado, muito embora seja pena suficiente para ele pegar 30 anos de cadeia, é a ponta de um iceberg. Al Capone foi preso pelo imposto de renda. O que está em jogo é algo muito mais barra pesada do que falar sobre o roubo do ladrão de galinha do sítio de Atibaia.

Pode ser específico?
O caso mais grave do PT não é a corrupção em si. É a conduta ideológica criminosa de querer se perpetuar no poder por meio de uma doutrina altamente questionável que já deu errado e estão regurgitando: querer reeditar a cortina de ferro que a União Soviética perdeu no Leste Europeu. A Lava Jato mostra que Lula foi longe, mas é cedo para cantar vitória, apesar dessa derrocada da esquerda e da dita onda conservadora.Eles ainda detém poder. Essa resiliência do Lula e do PT reside na área cultural. É assustador ver Chico Buarque declarando “vamos fazer uma nova junção da esquerda”. Esse cara come capim.  Isso atenta contra a inteligência dele. A minha revolta advém de um exame de consciência. Eu já apoiei isso.

Como era o tempo em que apoiava o partido?
Fiz campanha para o PT por 11 anos.  Em 1989, no dia da eleição do Collor, cantei Lula-lá ao vivo no Faustão. O Faustão falava na minha orelha: “A  Globo vai sair do ar”. Já pedi desculpas ao Faustão por isso. Eu fiz aquilo com a mesma cara e coragem que hoje digo o contrário. Eu me sinto otário. Nunca cobrei um tostão para fazer campanha para o PT. Na metástase de corrupção que invadia os partidos, eu via uma chance do PT mudar o poder público. Ingenuidade. No início de 2000 eu fui ao Capão Redondo (SP) com um vereador do PT, o Albertão. E, então, na rádio comunitária onde estávamos, chega uma figura suspeitíssima. Depois, vim a saber que era um colombiano das Farc, com uma mala de 50 mil dólares para a campanha desse vereador petista. Eu entrei no núcleo duro do partido. Eu tinha uma relação com Lula.

Como era essa relação?
Com Lula, tive um encontro, no diretório do PT em São Paulo. Encontrei-me com Lula, Genoino, Jose Dirceu, Mercadante, Marisa. Eu já tinha visto Lula duas ou três vezes. Uma coisa emblemática aconteceu. O Ale Yousseff (produtor cultural) chamou o Lula para me cumprimentar.  Quando Lula apertou minha mão, e disse “Oi companheiro”, acabou a luz! Ficamos uns 10 minutos no escuro. Aquela falta de assunto.

 Por que achou emblemático?
Foi quase cenográfico. Parecia que a luz tinha acabado como fruto de nosso choque eletromagnético. Além dessa circunstância jocosa, fui lá para cobrar investimento em educação. Lula respondeu: “Companheiro, isso é a nossa prioridade”.

E ocorreram outros encontros?
Isso foi em 2002. Fiquei com o telefone do Lula. E meu único telefonema para ele foi para alertá-lo para ter cuidado com Gilberto Gil, porque ele era um braço da Warner Brothers e era um cara que estava impossibilitando tanto a numeração de CDs, uma luta histórica na classe, como inviabilizando a lei contra o jabá (pagamento às rádios por música tocada), e que depois, como ministro, acabou sacramentando.  Eu liguei e disse: “Lula, cuidado com o Gil e com a Paula Lavigne, que é assessora do  José Serra”. Lula foi solícito: “Muito obrigado companheiro. Vamos monitorar o caso.” Me pareceu atento ao que eu dizia. Quando Gil virou ministro, fiquei perplexo. Pensei: ele está botando a raposa no galinheiro. Quando Gil assumiu o ministério, e eu cheguei a achar que, com sua ascensão, mal ou bem ele fosse abraçar uma briga histórica da classe. No ano seguinte, ele dá uma entrevista praticamente falando que o jabá era uma prática que não adiantava ir contra, tornando-o quase aconchegante culturalmente.

O sr. declarou que ser de direita é um xingamento e ser de esquerda é um elogio.
No Brasil, a esquerda é a detentora da benevolência. É patológico. Se você estudar Stalin, Mao Tse Tung, Fidel Castro, eles foram assassinos, psicopatas, causaram mortandade, fome, totalitarismo, miséria. A esquerda brasileira se melindra com os militares quando a esquerda é endemicamente militarista. Quem gosta de parada, míssil, farda verde oliva é a esquerda. Hitler era de esquerda em seu partido estatista, trabalhista e autoritário.  Ele tinha o manifesto comunista como livro de cabeceira. Essas figuras estão dentro desse oráculo. Um universo basicamente estatista. Quando se fala do fascismo das privatizações, eles tem que entender que o fascismo é totalmente estatista. É fundamental para a democracia tirar o sex appeal da esquerda. Isso tem que ser feito com alta cultura. Você vê os artistas, todos comunistas, é uma vergonha. Esquerda é cafona, clichê, retardada.

O sr. é chamado de roqueiro de extrema direita. Como se sente?
Me chamar de roqueiro é como chamar surfista de paneleiro. Uso o rock como concepção de música. A adjetivação “de Direita”, no Brasil, é contaminada. Mas, se ser de direita é lutar pela propriedade privada, pelo livre comércio, pela liberdade de expressão, então sou um cara de direita. O conceito de direita deve ser revisto. Quem conduz a recessão social, o ódio, a indulgência tem sido a esquerda.

Do que o sr. gosta?
Gosto de literatura portuguesa. Eça de Queiroz. Mas literatura brasileira…? Tento gostar de Machado de Assis desde que minha mãe me deu a coleção para escrever bem. Leio, mas odeio. A narrativa me irrita. Sensorialmente, quando leio Machado me sinto na antessala da delegacia do Catete. Não é nada aconchegante. Tenho sensação similar quando entro no Facebook. Acho chato Guimarães Rosa. E Graciliano Ramos, são três delegacias do Catete. É um purgatório intelectual. Na música, sou conservador e amo a música brasileira até os anos 50. Gosto do Roberto Carlos da Jovem Guarda, antes dele se tornar um motel ambulante, daqueles com cheiro de desinfetante sexual. Quando estava começando a ouvir Rolling Stones e Beatles, vejo um panaca de 20 anos cantando. Era Chico Buarque, que parecia ter pressão baixa: “Estava à toa na vida…” Pensei: que coisa reacionária. Minha mãe adorava. Ela não sabia distinguir a beleza dos olhos azuis de Chico da beleza dos olhos azuis de Médici. Chico era o noivinho da senhora de classe média. A Tropicália, por mais que fosse cínica e ambígua, era mais subversiva em sua linguagem. O Brasil não saiu da Semana de Arte Moderna de 1922. Ela é onipresente e onipotente até hoje. Lula é a coroação do Macunaíma. Lula é um herói sem nenhum caráter. A máxima que sintetiza a Semana de 22 é que nós nos nutrimos dos nossos piores defeitos.

Nesse contexto, como vê Sergio Moro?
Em virtude dessa condição macunaímica, Sérgio Moro é alçado a herói. Não tenho erudição jurídica para comentar a tecnicidade das questões da Lava Jato, me aparenta que estão bem respaldadas. É engraçado, o PT rouba 100 vezes mais do que o Paulo Maluf e as pessoas ficam com peninha? Moro é um exemplo para a conduta moral do brasileiro mudar 180 graus o rumo dessa malandragem. Ele deve se tornar um paladino dessa mudança. Aqui pega bem ser malandro e pagar propina para vaga de carro. Para a gente ser um país adulto, temos que começar por ai.

Como avalia o governo Temer?
O momento é saia justa para o Temer. Ele é de um partido de raposa que vem da coalizão com o PT e deve estar com mil problemas de rabo sujo. Ele nomeia um ministro e o ministro é réu no STF. Nomear um réu como Marx Beltrão não torna o governo simpático. O resultado das eleições municipais vão dar mais legitimidade a ele como presidente. Mas eu espero que Temer seja mais incisivo nas suas decisões e que tenha menos receio de ter que agradar a todos. Mas Temer quer privatizar, demitiu todo o poder de fogo da mídia do PT, blogs, isso foi sensacional.

Fonte: IstoÉ - Gisele Vitória

 


sábado, 3 de setembro de 2016

Lula rumo ao inexorável caminho da cadeia

Consumado o impeachment de sua pupila Dilma Rousseff, o ex-presidente Lula se torna ainda mais vulnerável e tem o seu destino selado – inquéritos, processos e prisão

Desalento: Numa de suas últimas aparições públicas, junto a aliados como Chico Buarque e Jaques Wagner, Lula não consegue esconder a expressão de desespero com o futuro
 
Se Lula já andava um caco, com o ânimo em frangalhos e o medo da cadeia colado à sua insônia, agora a coisa piorou ainda mais na quarta-feira 31, quando Dilma Rousseff foi definitivamente derrotada no processo do impeachment. Enquanto foi possível, ela tentou dar-lhe guarida, a ponto de nomeá-lo ministro com a intenção de retirar seus inquéritos das mãos do juiz da Lava Jato, Sergio Moro, e dar-lhe a prerrogativa de foro privilegiado. Tudo em vão. O ex-presidente Lula, nesse momento em que ele não pode mais contar com a proteção e a cobertura de sua pupila, é sabedor de que seu caminho inexorável é a cadeia. Amargo, muito amargo presente, que às vezes o passado distante parecia insinuar e o passado recente, recheado de crimes e ilicitudes, só fez confirmar. Voltemos então um pouco no tempo…

Apaixonado por desenho a ponto de nenhum tampo de mesa de bar ter saído incólume do grafite de sua lapiseira, o publicitário Carlito Maia colocou a sua criatividade a serviço do PT sem nunca cobrar um centavo em troca. E deu frases ao partido e a Lula que, olhadas com os olhos do presente, parecem epifanias. “Meio bruxo na adivinhação do futuro”, como costumava brincar, ele certa vez escreveu: “Brasil: Fraude explica”, numa referência ao psicanalista Sigmund Freud. Nada mais atual, convenhamos, para setores petistas. Também anotou que no dia em que Lula chegasse ao poder ele sairia do partido. Muito estranho! Por que o abandonaria? Eternizou-se o mistério: Carlito morreu cinco meses após Lula iniciar o seu primeiro mandato, em 2002, com os brasileiros crendo que a ética em pessoa subira a rampa do Planalto.

Ledo engano. Lula esfarrapou os princípios éticos, morais e republicanos. Acreditava-se em um Lula alimentado por democrática ideologia, mas o poder revelou-nos um corrupto embalado no demagógico populismo. Não sem motivo, portanto, martela-lhe a alma uma contagem regressiva à condição de réu em diversos inquéritos que deverão virar processos (alguns já se tornaram), uma contagem regressiva que move as suas pernas rumo à tornozeleira eletrônica e à prisão – e, nessa caminhada, já houve até condução coercitiva por ordem do juiz Moro. Todas as acusações podem ser resumidas em três crimes: corrupção, falsidade ideológica e lavagem de dinheiro. Lula costuma dizer que sente “coceira de voltar a ser presidente” cada vez que surge novo ilícito penal envolvendo o seu nome, mas isso é pura bravata: é visível que seu semblante tornou-se cada vez mais apreensivo e envelhecido, muito envelhecido. E não são rugas de anciã sabedoria de 70 anos, são de medo mesmo. É o destino selado da trajetória de alguém que migrou do chão firme da ideologia ao pântano da corrupção. Lula não será a Fênix em 2018, Lula é a cinza definitiva da história recente de nossa república. Agora é só bater a brisa da aguardada primavera para dispersá-la de vez.

“Lula não será a Fênix em 2018, Lula é a cinza definitiva
da história recente do País. Agora
é só bater a brisa
da aguardada primavera para dispersá-la de vez”

Lula costumava dizer que, se o governo de Dilma desse certo, ele daria certo no futuro; quem o viu na segunda-feira 29 no Senado, acompanhando o depoimento da companheira, percebe que ambos deram com os burros n’água. O futuro lhe é morto. Em Lula não há nem sombra do homem que presidiu o País, até porque esse homem, quando esteve no Planalto, já era um arremedo do Lula que ocupou outra presidência, a do sindicato dos metalúrgicos de São Bernardo do Campo, na região do ABC paulista. O Luiz Inácio da Silva daqueles idos de 1980 construíra-se como o mais autêntico líder sindical, enfrentando a máquina pelega herdada do populismo de Getúlio Vargas. 

Era o tempo da ditadura militar, e Lula comandava greves tão somente de reposição salarial, era um reformista que sequer gostava de políticos. O arbítrio da ditadura afastou-o do sindicato e o prendeu em abril de 1980. Lula passou 31 dias no extinto DEOPS, foi-lhe permitido ter tevê para assistir aos jogos do Corinthians e foi-lhe autorizado ir ao velório de sua mãe. Mas a prisão transformou o Lula sindicalista no Lula político. Nesse mesmo ano o PT é fundado, apoiado na Igreja progressista e no sindicalismo, mas tentando também se equilibrar numa inadequada proposta “revolucionária” ao abrigar ex-militantes da luta armada que não haviam desembarcado de sua utopia. Pode-se perguntar: a política corrompeu Lula? Ou no Lula das greves já habitava o Lula do Planalto e da corrupção? Na verdade, tanto faz. Lula é agora apenas mais um no féretro em que repousa o PT.

Fonte: Isto É

 

 

quarta-feira, 31 de agosto de 2016

“Loucademia do Impeachment” e outras sete notas de Carlos Brickmann - Dilma decreta: a mentira não expressa a verdade dos fatos -

Uma universidade francesa e uma americana convidaram Dilma para estudar. É a primeira vez que um presidente é chamado para ser aluno, e não professor


Dilma, nos debates: “Discordo que a Constituição proíba, pois quando ela proíbe ela permite que se faça ela”.

José Eduardo Cardozo, ex-ministro da Justiça, advogado de defesa de Dilma, disse em sua peroração que ela foi presa porque lutava contra a democracia. Pura confusão: ela lutou contra a ditadura, mas não por ou contra a democracia. Queria mesmo uma ditadura comunista, estilo cubano.  Dilma, respondendo ao senador Ricardo Ferraço: “Considero que essa sua acusação é improcedente. Acho que ela é aquela mentira que não tem base na realidade, ou seja, ela não expressa a verdade dos fatos”.

O excelente repórter Ricardo Cabrini entrevista o traficante Fernandinho Beira-Mar, no SBT. Pergunta: “Que é que dá mais dinheiro, tráfico de armas, cocaína ou maconha?” Fernandinho Beira-Mar: “A política”.

José Eduardo Cardozo chorou, dizendo “é injustiça, é injustiça”. Mas é maldade dizer “não condene a clienta de Cardozo senão ele chora”.

A Folha de S.Paulo diz que uma universidade francesa e uma americana convidaram Dilma para estudar. Segundo o portal O Antagonista, é a primeira vez que um presidente é chamado para ser aluno, e não professor.
Mas talvez não haja nenhuma indelicadeza das faculdades, apenas um erro na passagem de uma língua para outra. O convite a Dilma não deve ser para estudar, mas para ser estudada.

O Manda-Chuva
José Eduardo Cardozo diz que a História se encarregará de inocentar Dilma. Pois é: que fazer se ele, o advogado de defesa, não conseguiu?

Chico no julgamento
Chico Buarque de Holanda, convidado por Dilma, compareceu ao julgamento, e para isso abriu mão de seu obrigatório (quando está no Brasil) futebol das segundas-feiras. Não deu certo: houve filas de gente para tirar selfies com ele, o que ofuscou a presença de Lula.

O problema é que, se os senadores se aproximassem de Lula, talvez pudessem ser convencidos a votar por Dilma. Já Chico, petista roxo, não consegue mudar o voto de um senador sequer, nem tirando selfies em ritmo industrial.

Amanhã…
E, já que falamos em Chico Buarque, como será o amanhã com Temer e sem Dilma? Sem Dilma, melhor: independente das motivações jurídicas para impichá-la, ela criou uma imagem de confusão gerencial, autoritarismo, voluntarismo, de não levar em conta a realidade econômica, de achar que o Governo deve gastar o que ela decide, que o dinheiro aparece. Sem Dilma, empresários e investidores talvez se sintam em melhores condições de arriscar seu capital.
Já Temer depende de Temer.

…há de ser…
Até agora, Temer prometeu reformas, limitação nos gastos públicos, mão forte para sua boa equipe econômica. Mas na hora da verdade, liberou amplos aumentos para setores já bem aquinhoados, falou de reformas mas não as fez, falou muito sobre redução dos gastos públicos mas não contrariou ninguém que estivesse reclamando bons aumentos de salários. A desculpa é que não poderia perder apoios na votação do impeachment.

…outro dia
Com mão firme, Michel Miguel Temer Lulya pode repetir o mandato de Itamar Franco, vice que assumiu com o impeachment de Collor e deixou como legado o Plano Real, que estabilizou a moeda. Com mão de PMDB, pode repetir o período de José Linhares, presidente do Supremo que assumiu após a queda da ditadura de Getúlio Vargas, e se dedicou a nomear parentes.

Popularmente, espalhou-se o slogan “Os Linhares são milhares.” Atribuía-se a ele a frase segundo a qual sua experiência política  duraria pouco tempo, mas com a família teria de conviver a vida inteira. Linhares ficou na História, mas, em termos de biografia, pelo motivo errado. A escolha sobre seu papel na História cabe apenas a Temer.

Lava tudo
O procurador-geral Rodrigo Janot já disse que não tolera o vazamento de delações premiadas. Então terá um problema e tanto: sua vice procuradora Ela Wieko foi fotografada com faixas pró-Dilma e gritando Fora, Temer numa manifestação em Portugal. Até aí o problema é menor. Mas, ao dizer aos repórteres que não se sentia bem com Temer na Presidência, acrescentou: “Ele está sendo delatado. Eu sei.”
Cadê o sigilo? E é ela que cuida da Operação Acrônimo, que envolve o governador de Minas, Fernando Pimentel, um dos mais próximos amigos de Dilma.

De alto a baixo
O MP do Paraná abriu processo contra a Federação Paranaense e a empresa BB Corretora, que puseram à venda o dobro da lotação do estádio Willie Davis. Dono da BB: deputado Ricardo Barros, ministro da Saúde.

 Publicado na coluna de Carlos Brickmann

 

domingo, 20 de março de 2016

Caetano ¿Por qué no te callas? Deixa de falar asneiras, já basta as vomitads pelo Chico Buarque

Caetano ataca manifestações pró-impeachment e fala asneiras pelos 7 buracos da sua cabeça do miolo mole

Para autor de trilha sonora de novela escrita por autor que odeia “história de bicha”, os protestos contra o governo têm viés reacionário. Por que Caetano não canta ou cala a boca?

Caetano Veloso é um cretino e irresponsável. Acha que pode usar a sua condição de artista para difamar pessoas e movimentos. Se fosse um historiador, seria também um mentiroso. Ele gravou o programa “Altas Horas”, da Globo, que vai ao no dia 26. Segundo informam o Estadão e o G1, comparou a maior manifestação da história do país, ocorrida no domingo, dia 13, em favor do impeachment de Dilma, com a “Marcha da Família com Deus pela Liberdade”, uma série de manifestações havidas no país em favor da queda de João Goulart entre 19 de março e 8 de junho de 1964.

Disse o cantor: “A manifestação de domingo, para mim, não foi suficientemente diferente da passeata da Família com Deus [pela Liberdade], que apoiou o golpe de 64”.

Se é assim, ou Caetano não entendeu as marchas de 1964 ou não entende as de 2016. Talvez as duas coisas. Não tem jeito: ao bom compositor cabe a pecha que lhe pespegou José Guilherme Merquior: “subintelectual do miolo mole”. Ele próprio acabou adotando a designação, tentando lhe emprestar algo de charmoso. Não há charme nenhum. Um subintelectual do miolo mole costuma dizer asnices. Como Caetano.

As marchas de 1964 pediam golpe de estado; a manifestação do dia 13 e as três que a antecederam, em 2015, repudiam todas as formas de golpe: tanto o militar como o dado com o auxílio das urnas. As marchas de 1964 viam no Brasil a ameaça da comunização; os atos de agora se opõem à cleptocracia e às agressões ao estado de direito.

As marchas de 1964, como o nome indica, tinham um forte caráter religioso, de cunho reacionário; os atos de agora são absolutamente laicos e, ao contrário do que se deu há 52 anos, contam com uma nada discreta antipatia de amplos setores da Igreja Católica.  As marchas de 1964 queriam depor Goulart porque ele era quem era e pediam a intervenção militar; as manifestações de agora cobram a saída de Dilma porque ela cometeu crime de responsabilidade. E entendem que a tarefa cabe ao Congresso — no caso de impeachment — ou ao TSE.

O único paralelo que Caetano ou qualquer outro podem fazer, desde que não lhes sobre má-fé, é com os atos de 1992 em favor do impeachment de Collor. Sim, há uma diferença: naquele caso, as esquerdas queriam a queda do presidente de turno; em 2016, elas são beneficiárias da regime de roubalheira e se mobilizam contra o impeachment.

Caetano Veloso tem o direito de ser contrário ao impeachment. Mas não lhe reconheço o direito de mentir sobre o caráter das manifestações de rua. O programa foi gravado, diga-se, na quarta-feira em que Dilma deu posse a Lula no Ministério da Casa Civil — no que pode ser chamado, sem favor, de “golpe de estado” — e em que vieram a público as gravações que evidenciam uma tramoia para melar a Lava Jato.

Ainda falando sobre a manifestação de domingo, afirmou: “Não reconheci nela a Passeata dos Cem Mil, da qual participamos”.  Nem tinha mesmo de reconhecer. Eventos históricos não se repetem, nem como farsa. Eu também não reconheci, felizmente! E é constrangedor ter de desmontar associação de ideias tão primária.  A Passeata dos Cem Mil, em 1968, se fez contra a ditadura militar. No Brasil, hoje, há um regime democrático. A Passeata dos Cem Mil tinha na linha de frente artistas estrelados, no que não deixou de ser uma prova de coragem, louve-se. Os protestos pela queda de Dilma têm na vanguarda gente comum, que não é notícia, embora, obviamente, estejam abertos a todos, inclusive aos artistas. A Passeata dos Cem Mil tinha uma inspiração de esquerda, que estava banida do debate público. Os protestos pró-impeachment de 2016, de fato, esquerdistas não são porque estão justamente combatendo as safadezas que os companheiros fizeram no poder.

Caetano tentou teorizar:  “A gente participou de um movimento para uma possível volta da democracia. Grande parte da esquerda também não gostava do que a gente fazia”.

Não fica claro de que “a gente” exatamente ele está falando, mas suponho que se refira ao Tropicalismo, movimento artístico que ajudou a criar e que, de fato, contava com a hostilidade de parte considerável da esquerda ortodoxa, excessivamente nacionalista e antiamericana nas questões culturais. Os tropicalistas eram vistos como uma espécie de subproduto do imperialismo.

Não é a primeira vez que Caetano abusa do fato de ter sido hostilizado pela esquerda no passado para lhe puxar o saco no presente e atacar seus adversários, como se a sua condição de antigo alvo dos esquerdistas lhe conferisse especial competência para absolvê-los no presente e para condenar seus opositores. Isso é de uma desonestidade intelectual sem-par.

E ele foi adiante na impostura. Acrescentou: “Os acontecimentos estão se atropelando. Precisamos ter calma para olhar os acontecimentos. Não temos uma ditadura, mas o Brasil é um país desumanamente desigual, e toda movimentação no sentido dessa tentativa de diminuir a desigualdade enfrenta a oposição da elite”.

O pensamento é um lixo, incluindo esse emprego vigarista da palavra “elite”, o que denota uma ignorância que imaginei já superada no seu caso. Caetano sugere, obviamente, que o que há no Brasil é uma reação à “tentativa de diminuir a desigualdade”. Repete a pior parte do discurso petista. O PT venceu quatro eleições presidenciais consecutivas. Quando houve críticas aos programas ditos sociais que foram implementados, o que se atacou foi a ineficiência, não o benefício em si.

Quem fala demais dá “bom dia” a cavalo. Enquanto ele dizia suas asneiras no programa “Altas Horas”, as edificantes conversas de Lula e Dilma vinham a público, e ficava claro, então, quem estava e está tentando golpear as instituições. Neste sábado, veio um arremate: a entrevista de Delcídio do Amaral à VEJA evidencia quem são e onde estão os bandidos.

“Velho Chico” Ah, sim: o cantante foi ao programa da Globo para falar da novela “Velho Chico”, de que ele faz a trilha sonora. O autor da novela, Benedito Ruy Barbosa, é aquele que odeia “história de bicha”. E ele se orgulha: “Tenho dez netos, quatro bisnetos e tenho um puta orgulho porque são tudo macho pra cacete”.

Esse pensamento, com absoluta certeza, seria abrigado pelas marchas de 1964, mas não cabe nas manifestações de 2016. Caetano faz a trilha sonora. Não seja desonesto, sujeito!

PS: Caetano gosta de responder às críticas que lhe faço. Mande brasa! Se quiser, topo debate público, sem claque. Com a autoridade com que falou, talvez ele saiba de coisa que não saibamos. Está feito o convite.

 Fonte: Blog do Reinaldo Azevedo