Blog Prontidão Total NO TWITTER

Blog Prontidão Total NO  TWITTER
SIGA-NOS NO TWITTER
Mostrando postagens com marcador Lulinha. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador Lulinha. Mostrar todas as postagens

quarta-feira, 31 de janeiro de 2018

Lulinha, o fenomenal filho do Lula anda meio esquecido e com certeza ele tem contas a ajustar com a Justiça - assim, ele não pode ficar esquecido

Lulinha: do caminho das antas ao apartamento de R$ 6 milhões. Ou: O filho que sai ao pai não degenera. Ou ainda: O sítio das delícias

Os Lula da Silva têm mesmo um jeito heterodoxo de viver. Chega a ser estranho que o chefão do PT tenha querido, algum dia, como é mesmo?, mudar o mundo… Ora, mudar para quê? A partir de certo momento, vamos admitir, esse mundo só sorriu para ele. E continua a sorrir para a sua família. […]

Os Lula da Silva têm mesmo um jeito heterodoxo de viver. Chega a ser estranho que o chefão do PT tenha querido, algum dia, como é mesmo?, mudar o mundo… Ora, mudar para quê? A partir de certo momento, vamos admitir, esse mundo só sorriu para ele. E continua a sorrir para a sua família. Reportagem de capa da VEJA desta semana expõe a proximidade entre o agora ex-presidente da República e o empreiteiro baiano Léo Pinheiro, ex-presidente da OAS, um dos presos da operação Lava Jato. Proximidade que pode fazer com que o escândalo do petrolão ainda exploda no colo do companheiro-chefe. É que Pinheiro começou a fazer algumas anotações… Leiam a reportagem da revista desta semana. Quero aqui abordar um aspecto em particular.

A VEJA informa que Fábio Luís da Silva — vulgo “Lulinha” — mora num apartamento, numa área nobre em São Paulo, avaliado em R$ 6 milhões. É isso mesmo que vocês leram. O apartamento do filho do Primeiro Companheiro é coisa de ricaço. Mas parem de ficar imaginando maldades. O dito-cujo não está em nome do rapaz! Não! Oficialmente, o dono do imóvel é o empresário Jonas Suassuna, que é apenas… sócio de Lulinha.

Esse rapaz, note-se, é, desde sempre, um portento. Lula já o chamou de o seu “Ronaldinho”, louvando-lhe as habilidades para fazer negócios. Formado em biologia, o rapaz era monitor de Jardim Zoológico até o pai chegar à Presidência. Cansado de ficar informando ao visitante onde se escondiam as antas, ele decidiu ser empresário quando o genitor se tornou o primeiro mandatário. E o fez com uma desenvoltura assombrosa. Só a Telemar (hoje Oi) injetou R$ 15 milhões na empresa do rapaz, a Gamecorp. Nada além de uma aposta comercial?

Assim seria se assim fosse. Empresas de telefonia são concessões públicas, que dependem de decisões de governo. Aliás, é bom lembrar: Lula mudou a lei que proibia a Oi (ex-Telemar) de comprar a Brasil Telecom (que era de Daniel Dantas). A síntese: o pai de Lulinha tomou a iniciativa de alterar uma regra legal e beneficiou a empresa que havia investido no negócio do filho. Isso é apenas uma interpretação minha? Não! Isso é apenas um fato. Adiante.

Os Lula da Silva formam uma dinastia. O filho repete, em certa medida, o caminho do pai — e não é de hoje. Quando Lula era o líder da oposição, também morava, a exemplo de Lulinha, numa casa que estava muito acima de suas posses oficiais. O imóvel lhe era cedido por um advogado milionário chamado Roberto Teixeira, seu compadre. Se vocês entrarem no Google, ficarão espantados com a frequência com que Teixeira aparece ligado a, digamos assim, negócios que passam pelo petismo. Se clicarem aqui, terão acesso a um grupo de textos evidenciando, por exemplo, as suas interferências na venda da Varig.

Agora o sítio Jonas Suassuna, o sócio de Lulinha e dono oficial do apartamento milionário em que mora o filho do Poderoso Chefão petista, é quem aparece como proprietário de um sítio em Atibaia, no interior de São Paulo, em companhia de Fernando Bittar, que é, ora vejam, o outro sócio de Lulinha. Até aí, bem… [esse sítio é aquele que vai render para Lula mais uns dez a quinze anos de cadeia.]

Ocorre que, no PT, e fora dele, incluindo toda a Atibaia, a propriedade é conhecida como o “sítio do… Lula!”. É lá que ele passa os fins de semana desde que deixou a Presidência. A propriedade foi inteiramente reformada, em tempo recorde, pela empreiteira OAS, a pedido de… Lula! Os pagamentos aos operários eram feitos em dinheiro vivo. O arquiteto que cuidou de tudo se chama Igenes Irigaray Neto, indicado para o empreendimento pelo empresário José Carlos Bumlai, amigão de… Lula! O tal aparece com frequência em histórias mal contadas envolvendo o petismo — inclusive o petrolão.

A OAS, que reformou o sítio que até petistas dizem ser do ex-presidente, também foi chamada para concluir um dos edifícios da Bancoop, a cooperativa ligada ao PT, que era presidida por João Vaccari e que faliu, deixando três mil pessoas na mão. O único prédio concluído é justamente um de alto padrão, onde Lula tem um tríplex, com elevador interno. Quando explodiu o caso Rosemary Noronha, aquela amiga íntima do ex-presidente, a OAS foi mais uma vez chamada para dar uma mãozinha para João Batista, o marido oficial da tal senhora.

Assim se construiu a república petista. Os companheiros têm explicações para essas lambanças? É claro que não! Preferem ficar vomitando impropérios nas redes sociais, acusando supostas conspirações. Definitivamente, o PT superou a fase do Fiat Elba, que foi peça-chave na denúncia contra Collor. Fiat Elba? Ora, Lula, o PT e a tropa toda são profissionais nas artes em que Collor ainda é um amador.


 

 

sábado, 27 de janeiro de 2018

Uma lei só para Lula?

Só pode ser piada de mau gosto a suposta disposição de convocação do plenário do STF para revisão da possibilidade de execução de pena após condenação em segunda instância

Certamente só pode ser uma piada de mau gosto a história, ventilada nos últimos dias, a respeito da suposta disposição da presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministra Cármen Lúcia, de convocar o mais rápido possível o plenário da Suprema Corte para uma revisão da possibilidade de execução de pena após condenação em segunda instância. Se isso ocorresse, o STF estaria abandonando sua função de corte constitucional – responsável por aplicar a Constituição e assegurar o equilíbrio de todo o sistema de Justiça – para se transformar em casa de benemerência para o sr. Lula da Silva. [se tratando dessa excelentíssima senhora, tudo é válido para se manter em evidência - percebam que bastou a piada de mau gosto ser ventilada e o nome dela já está no noticiário.]

Em 2016, o STF firmou jurisprudência no sentido de que, após a condenação penal em segunda instância, é possível dar início ao cumprimento da pena. Restabelecia-se, assim, o entendimento de que não é necessário esgotar todos os recursos para que o réu possa ser preso. Na ocasião, a maioria dos ministros entendeu que a prisão após a condenação em segunda instância não fere o princípio da presunção da inocência, já que, nesses casos, a presunção foi esgotada, juntamente com o exame dos fatos que configuram a culpa. Recursos posteriores referem-se exclusivamente a questões de direito.

A decisão do STF de permitir a prisão após condenação em segunda instância foi um passo importante para combater a lentidão da Justiça, que tanto alimenta a sensação de impunidade no País. Com frequência, os vários recursos previstos no Código de Processo Penal eram utilizados simplesmente para protelar o início do cumprimento da pena. O réu que podia contar com bons advogados conseguia alguns anos a mais em liberdade, mesmo que um órgão colegiado já o tivesse condenado. Naturalmente, a nova posição do STF sobre o início do cumprimento da pena enfrentou resistências. Muita gente que estava conseguindo retardar sua ida à cadeia por meio de habilidosos recursos teve de acertar, mais cedo do que esperava, as suas contas com a Justiça. No entanto, mesmo com todos esses protestos, a Suprema Corte manteve-se firme em sua jurisprudência.
De lá para cá, o assunto de uma eventual revisão da prisão após a condenação em segunda instância veio à baila algumas vezes, quase sempre estimulado por gente interessada numa Justiça mais lenta e menos efetiva. De toda forma, a Suprema Corte não voltou ao tema. Só faltaria que agora, sem qualquer motivo razoável para rever o tema, o STF achasse que lhe cabe proteger o sr. Lula da Silva das consequências da lei e se dispusesse a criar uma jurisprudência específica para o cacique petista. É preciso ter claro que qualquer facilidade para o sr. Lula da Silva seria um tremendo desrespeito ao princípio, essencial na República, de que todos são iguais perante a lei.

Seria um absurdo achar que a condenação em segunda instância do sr. Lula da Silva por corrupção passiva e lavagem de dinheiro possa ser motivo para a Suprema Corte reavaliar o seu posicionamento sobre o início da pena. A lei deve valer para todos e, por consequência, não devem ser feitas leis ad hoc, para casos específicos. Esse tipo de manobra é incompatível com o Estado Democrático de Direito.

A história nacional coleciona alguns desses casos esdrúxulos, nos quais o Direito foi mudado especificamente para atender ao interesse de algum poderoso da ocasião. Ficou famosa, por exemplo, a Lei Teresoca (Decreto-Lei 4.737, de 1942), criada sob medida por Getúlio Vargas para que Assis Chateaubriand obtivesse a guarda da filha Teresa. O Brasil dispensa uma lei ou uma jurisprudência Lulinha. Que as Leis Teresocas fiquem no passado e na história, para que a lição do que não fazer esteja sempre presente.

É, portanto, ultrajante ao bom nome do Supremo dar a entender que ele poderia se prestar a esse tipo de serviço, como se a presidente da Suprema Corte estivesse agora a se preocupar com os dias futuros de um cidadão condenado em segunda instância por usar seu cargo público para obter favores pessoais. A função do STF é exatamente assegurar que essas manobras não ocorram e que a Constituição valha para todos, sem exceções.[caso ocorra essa imoral convocação, cabe aos ministros do Supremo repudiarem veementemente tão imoral agressão a sua condição de Corte Constitucional e ao mesmo tempo mostrar a sua atual presidente que o principio a LEI É PARA TODOS, não está em jogo e nem poderia; temos confiança que pelo menos 6 ministros do STF votarão contra a alteração desejada.

Quem sabe a simples convocação para discussão de uma proposta que avilta a Supremo Corte, provoque o repúdio de todos os ministros = 10 = haja vista, que a posição da ministra presidente, com a esdrúxula convocação, já é conhecida, além de seu voto, pela maioria total a favor da manutenção da dignidade do Supremo, será absolutamente sem valia.]  

Editorial - O Estado de S. Paulo 
 

quarta-feira, 24 de janeiro de 2018

O 24 de janeiro de Lula

Só quando o dia terminar é que se saberá o resultado do julgamento de Lula no TRF-4. 3x0? 2x1? Passarão alguns meses para que se chegue ao desfecho de todos os recursos que a lei permite e aí fica embutida outra pergunta: o retrato de Lula estará na urna eletrônica no dia 7 de outubro? 

Nesta quarta (24) fecha-se um ciclo da vida política brasileira, o da ideia de um partido de trabalhadores, que resultou na criação do PT. Fecha-se um ciclo e começa outro, pois nem Lula nem o PT acabarão. Exatamente no dia 24 de janeiro de 1979, no colégio Salesiano da cidade paulista de Lins, um congresso de metalúrgicos aprovou uma tese "chamando todos os trabalhadores brasileiros a se unificarem na construção de seu partido, o Partido dos Trabalhadores". Criou-se uma comissão para cuidar do assunto e nela estava Jacó Bittar, do sindicato dos petroleiros de Paulínia. 

Lula, a estrela desse renascimento do sindicalismo, explicou a essência da iniciativa: "Pouca gente está mais preparada que a classe trabalhadora para assumir uma responsabilidade política deste nível. Não podemos ficar esperando a democracia das elites. Os trabalhadores não devem confundir o Partido dos Trabalhadores com o PTB, MDB ou Arena." (A Arena era o partido do regime agonizante, virou PDS, PFL e, mais tarde, DEM.) 

No poder, o Partido dos Trabalhadores foi o partido de alguns trabalhadores. A primeira proposta do Congresso de Lins era a "total desvinculação dos órgãos sindicais do aparelho estatal, ponto fundamental para o desenvolvimento da vida sindical". O imposto sindical, que sustenta cartórios de patrões e empregados, foi preservado nos 14 anos de poder petista. Extinguiu-o a reforma trabalhista de Michel Temer. 

Do grupo de Lins, Jacó Bittar, o "Turcão", elegeu-se prefeito de Campinas em 1988 e dois anos depois deixou o PT. Foi condenado em duas instâncias por atos de improbidade administrativa. Depois da vitória petista em 2002, Lula colocou Bittar no conselho do fundo de pensão da Petrobras. Dois anos depois, ele ganhou uma "Bolsa Ditadura" de R$ 7.000 mensais por conta de sua demissão da Petrobras. Seus dois filhos, Fernando e Kalil, associaram-se a Fábio Luís Lula da Silva, o Lulinha, em empresas de entretenimento e tecnologia digital mimadas com contratos de operadoras de telefonia. Nelas, Lulinha teve um rendimento de R$ 5,2 milhões entre 2004 e 2014.

Fernando Bittar é um dos donos da propriedade onde está o sítio Santa Bárbara, em Atibaia., a Odebrecht gastou R$ 700 mil em obras, e a OAS pagou a cozinha.Nos armários de uma das quatro suítes da casa havia roupas com as iniciais de Lula. Isso e mais uma agenda com seu nome achada numa sala. Veículos a serviço de Lula estiveram no sítio 270 vezes. Entre 2012 e 2016 sete servidores que trabalham com ele receberam 1.090 diárias por terem ido a Atibaia. Cerca de 50 e-mails de funcionários do sítio e do Instituto Lula relacionam o ex-presidente com a propriedade. Num deles, cuidava-se de identificar o bicho que comera os marrecos do lago. Teria sido uma jaguatirica. 

Lula assegura que a propriedade não é dele. Esse sítio nada tem a ver com o apartamento de Guarujá que, segundo Lula, também não é dele. O processo de Atibaia ainda está com o juiz Sergio Moro.    Há dois anos ladrões entraram no sítio, levando vinhos e charutos. Foram presos dois suspeitos, mas a queixa foi retirada. 

Elio Gaspari, Folha de S. Paulo

segunda-feira, 23 de outubro de 2017

Jogos que exploram escândalos da política ganham adeptos no Brasil

Na vida real, aprende-se desde cedo que dinheiro não cai do céu. Mas, na realidade virtual, o dinheiro pode cair do alto de um prédio enquanto você tenta recolher todas as notas para encher sua mala com milhões de reais. Só tem uma questão: se não pegar a grana toda, você acaba em cana. Para seu alívio, neste caso, o xadrez também é virtual.
O jogo “Recupere o dinheiro de Geddel” tem como inspiração a intrincada situação jurídica do ex-ministro Geddel Vieira Lima, acusado pela Polícia Federal de ser o responsável por manter R$ 51 milhões em espécie em um apartamento em Salvador. Geddel nega envolvimento com esquema criminoso.

O game, lançado no final de setembro para o sistema Android e em breve para IOS, é criação de três jovens baianos: o analista de sistemas Ricardo Schimid, o designer Victor Hugo Castro e o músico Daniel Castro Barbosa. Na aventura eletrônica, depois de ser informado que a polícia descobriu seu “bunker” monetário, o personagem Gededel corre para tentar salvar o dinheiro. Start.

Para evitar a prisão de Gededel, o jogador deve resgatar todo o dinheiro, que cai em montantes variados, começando com moedas que valem R$ 5 mil e chegando até malotes com R$ 3 milhões. Além disso, é preciso desviar de objetos arremessados por vizinhos indignados com a corrupção – até um gato vira projétil.  As referências políticas não acabam aí: a trilha sonora em 8 bits, típica de games antigos, lembra a melodia do jingle de Geddel Vieira Lima, ecoado à exaustão na Bahia em todas nas suas candidaturas à Câmara. O original versava que o ex-ministro era “um nome forte no cenário nacional”. O criminalista Gamil Foppel, advogado de Geddel, atualmente preso, afirmou que enviaria uma nota sobre o game, o que não ocorreu até o fechamento da reportagem.  “Sou ligado em games desde criança. Na faculdade, comecei a criar jogos. Agora, estávamos desenvolvendo outro game quando surgiu esse caso. Paramos tudo pra fazer isso e a recepção foi ótima”, conta Ricardo Schimid, que tem 27 anos e diz que, até pouco tempo atrás, jamais dera muita atenção à política.

Agora ele dá – e acha que a sátira é a melhor forma de tratar do tema. “A política no Brasil virou comédia. É só ver como os programas de humor abordam a política. Nem precisam criar grandes roteiros, as histórias já são piada”, opina.


Política virtual
O game inspirado pelo imóvel-cofre atribuído a Geddel Vieira Lima, que em pouco tempo foi baixado por aproximadamente 5 mil usuários, é apenas um exemplo recente de jogos que ironizam personagens da política nacional, boa parte deles envolvida em denúncias de corrupção. [os jogos sempre atraem os políticos, especialmente os envolvidos com corrupção; foi através de uma empresa de fundo de quintal e que produzia games - gamecorps, de Lulinha, filho do Lula, que a família da Silva recebeu sua primeira propina;  quando a TELEMAR, atual OI, investiu na empresa do filho do presidente US$5.000.000,00 e com isto conseguiu que Lula modificasse um decreto, permitindo que a ex-TELEMAR comprasse a Brasil Telecom. SAIBA MAIS, CLIQUE AQUI] Entre aplicativos para dispositivos móveis e jogos para navegador da web, existem opções de games a mirar políticos das mais diversas legendas e ideologias. Um exemplo de diversidade surgiu da parceria entre os pequenos estúdios Nebulosa e Black Hole. Em 2016, eles lançaram o jogo de navegador “Super Impeachment Rampage”, que passou da marca de 500 mil jogadas.
  
STF também inspira jogos
“Ficamos torcendo pra virar febre, com ovadas em políticos de todos os partidos. A gente poderia sempre lançar uma versão atualizada do game”, caçoa Leal, que se diz “sem lado” e acha possível brincar com todas as vertentes políticas. “Com nossos políticos, o que não falta é inspiração. Ainda não brinquei com o Judiciário, mas bem que estão pedindo”.


CONTINUE LENDO em BBC Brasil 


 

segunda-feira, 29 de maio de 2017

Lulinha: do caminho das antas ao apartamento de R$ 6 milhões. Ou: O filho que sai ao pai não degenera. Ou ainda: O sítio das delícias

Os Lula da Silva têm mesmo um jeito heterodoxo de viver. Chega a ser estranho que o chefão do PT tenha querido, algum dia, como é mesmo?, mudar o mundo… Ora, mudar para quê? A partir de certo momento, vamos admitir, esse mundo só sorriu para ele. E continua a sorrir para a sua família. […] 

Publicado em VEJA em 27 abr 2015 

Os Lula da Silva têm mesmo um jeito heterodoxo de viver. Chega a ser estranho que o chefão do PT tenha querido, algum dia, como é mesmo?, mudar o mundo… Ora, mudar para quê? A partir de certo momento, vamos admitir, esse mundo só sorriu para ele. E continua a sorrir para a sua família. Reportagem de capa da VEJA desta semana expõe a proximidade entre o agora ex-presidente da República e o empreiteiro baiano Léo Pinheiro, ex-presidente da OAS, um dos presos da operação Lava Jato. Proximidade que pode fazer com que o escândalo do petrolão ainda exploda no colo do companheiro-chefe. É que Pinheiro começou a fazer algumas anotações… Leiam a reportagem da revista desta semana. Quero aqui abordar um aspecto em particular.

A VEJA informa que Fábio Luís da Silva vulgo “Lulinha” mora num apartamento, numa área nobre em São Paulo, avaliado em R$ 6 milhões. É isso mesmo que vocês leram. O apartamento do filho do Primeiro Companheiro é coisa de ricaço. Mas parem de ficar imaginando maldades. O dito-cujo não está em nome do rapaz! Não! Oficialmente, o dono do imóvel é o empresário Jonas Suassuna, que é apenas… sócio de Lulinha.

Esse rapaz, note-se, é, desde sempre, um portento. Lula já o chamou de o seu “Ronaldinho”, louvando-lhe as habilidades para fazer negócios. Formado em biologia, o rapaz era monitor de Jardim Zoológico até o pai chegar à Presidência. Cansado de ficar informando ao visitante onde se escondiam as antas, ele decidiu ser empresário quando o genitor se tornou o primeiro mandatário. E o fez com uma desenvoltura assombrosa. Só a Telemar (hoje Oi) injetou R$ 15 milhões na empresa do rapaz, a Gamecorp. Nada além de uma aposta comercial?

Assim seria se assim fosse. Empresas de telefonia são concessões públicas, que dependem de decisões de governo. Aliás, é bom lembrar: Lula mudou a lei que proibia a Oi (ex-Telemar) de comprar a Brasil Telecom (que era de Daniel Dantas). A síntese: o pai de Lulinha tomou a iniciativa de alterar uma regra legal e beneficiou a empresa que havia investido no negócio do filho. Isso é apenas uma interpretação minha? Não! Isso é apenas um fato. Adiante.

Os Lula da Silva formam uma dinastia. O filho repete, em certa medida, o caminho do pai — e não é de hoje. Quando Lula era o líder da oposição, também morava, a exemplo de Lulinha, numa casa que estava muito acima de suas posses oficiais. O imóvel lhe era cedido por um advogado milionário chamado Roberto Teixeira, seu compadre. Se vocês entrarem no Google, ficarão espantados com a frequência com que Teixeira aparece ligado a, digamos assim, negócios que passam pelo petismo. Se clicarem aqui, terão acesso a um grupo de textos evidenciando, por exemplo, as suas interferências na venda da Varig.

Agora o sítio Jonas Suassuna, o sócio de Lulinha e dono oficial do apartamento milionário em que mora o filho do Poderoso Chefão petista, é quem aparece como proprietário de um sítio em Atibaia, no interior de São Paulo, em companhia de Fernando Bittar, que é, ora vejam, o outro sócio de Lulinha. Até aí, bem…

Ocorre que, no PT, e fora dele, incluindo toda a Atibaia, a propriedade é conhecida como o “sítio do… Lula!”. É lá que ele passa os fins de semana desde que deixou a Presidência. A propriedade foi inteiramente reformada, em tempo recorde, pela empreiteira OAS, a pedido de… Lula! Os pagamentos aos operários eram feitos em dinheiro vivo. O arquiteto que cuidou de tudo se chama Igenes Irigaray Neto, indicado para o empreendimento pelo empresário José Carlos Bumlai, amigão de… Lula! O tal aparece com frequência em histórias mal contadas envolvendo o petismo — inclusive o petrolão.

A OAS, que reformou o sítio que até petistas dizem ser do ex-presidente, também foi chamada para concluir um dos edifícios da Bancoop, a cooperativa ligada ao PT, que era presidida por João Vaccari e que faliu, deixando três mil pessoas na mão. O único prédio concluído é justamente um de alto padrão, onde Lula tem um tríplex, com elevador interno. Quando explodiu o caso Rosemary Noronha, aquela amiga íntima do ex-presidente, a OAS foi mais uma vez chamada para dar uma mãozinha para João Batista, o marido oficial da tal senhora.

Assim se construiu a república petista. Os companheiros têm explicações para essas lambanças? É claro que não! Preferem ficar vomitando impropérios nas redes sociais, acusando supostas conspirações. Definitivamente, o PT superou a fase do Fiat Elba, que foi peça-chave na denúncia contra Collor. Fiat Elba? Ora, Lula, o PT e a tropa toda são profissionais nas artes em que Collor ainda é um amador.

Fonte: Blog do Reinaldo Azevedo - VEJA

 

domingo, 7 de maio de 2017

O destino da Lava Jato e a candidatura ao Planalto. Quem vai a nocaute?

O encontro do ano

A audiência desta quarta-feira 10 colocará pela primeira vez frente a frente o juiz Sergio Moro e o ex-presidente Lula. No ringue da 13ª Vara de Justiça de Curitiba, um dos dois projetos poderá ser nocauteado: o futuro da Lava Jato e a estratégia do petista de politizar um processo jurídico a fim de pavimentar uma nova candidatura ao Planalto

Localizada próxima ao centro de Curitiba, a pracinha triangular e pequenina que circunda a 13ª Vara Federal de Justiça deixou de lado a calmaria de outrora para, desde o início da operação Lava Jato, ser estremecida pela turbulência provocada pelo vai e vem de táxis carregando as mais caras e poderosas bancas de advogados do País. Na próxima quarta-feira 10, esse mesmo local vai virar palco de um turbilhão de sentimentos ideologicamente antagônicos. Será em frente a essa praça, no portentoso edifício espelhado da Justiça, que ocorrerá o encontro mais esperado do ano. 

A partir das 14h, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva prestará depoimento ao juiz Sergio Fernando Moro. Será um momento crucial para selar o destino tanto da maior operação de combate à corrupção do País quanto da pretensão de Lula de lançar-se ao Planalto para um terceiro mandato. Embora a situação exija recato, o clima é de final de Copa do Mundo, em volume e emoção. São esperadas pelo menos 50 mil pessoas do lado de fora do fórum. O petista será interrogado na condição de réu. É acusado de ganhar um tríplex no Guarujá (SP) da empreiteira OAS e de ter se beneficiado com R$ 3,7 milhões como contrapartida aos contratos obtidos pela empreiteira durante as gestões petistas.

Lula terá que explicar se a aquisição do triplex no Guarujá foi um presente da OAS em troca das benesses que a empresa obteve no governo petista
O depoimento do ex-presidente é a entrada oficial na fase derradeira do processo em que ele é acusado de corrupção passiva e lavagem de dinheiro. Depois dessa etapa, o juiz irá proferir a sentença. A expectativa é de que o resultado final não extrapole o mês de junho. Por isso, mais do que um simples rito processual, o tête-à-tête de Moro e Lula carrega um simbolismo pelos dois projetos em jogo. Embora não queiram deixar transparecer, cada um joga suas fichas no encontro. Para Lula, é importante armar um enfrentamento ideológico. 

Politizar o processo, e se dizer vítima dele, faz parte da estratégia do petista de pavimentar o seu caminho rumo ao Palácio do Planalto, onde encontraria um refúgio jurídico para ficar imune a processos criminais, condenações e prisões, e poderia realinhar as forças políticas conforme sua batuta. A boa liturgia jurídica recomenda parcimônia e impõe que todas as respostas guardem relação estrita com o processo. Mas faz parte da tática de defesa petista extrapolar o roteiro e transformar a audiência num comício, repetindo o script seguido durante o depoimento à 10ª Vara de Justiça de Brasília, quanto intitulou-se “o mais importante presidente da história deste País”, sem ser admoestado pelo juiz. Há quem aposte no equilíbrio entre o desejo de Lula de discursar e a vontade de Moro de inquirir. Claro, debaixo de todos os holofotes, o desempenho pessoal de ambos será observado com lupa. Ninguém pode se dar ao luxo de errar, sob pena de dar argumento à torcida do outro. Como Moro irá se comportar diante de uma resposta atravessada de Lula? E o juiz, saberá manter a serenidade se provocado? [se a provocação for crime, ainda que o 'menor': desacato -  cabe a Moro a obrigação de adotar as medidas legais, sem se preocupar com as consequências.] São dúvidas que povoam as mentes de todos que acompanham a Lava Jato.

As ameaças de Lula
Por mais que se trate de um processo eminentemente jurídico, definitivamente não será uma audiência como outra qualquer. Os petistas já adiantam, em tom de ameaça, que se houver limitações à fala de Lula, haverá reação. [o juiz Sérgio Moro tem autoridade para determinar a retirada dos que tentarem tumultuar os trabalhos.] Aliados do ex-presidente acreditam que o ex-presidente será tratado como “joia da coroa” pelos investigadores na audiência. Por isso, defendem que os advogados devam contra-atacar fortemente caso entendam que o petista esteja sendo, segundo expressão deles, “tratorado”. “O Moro não pode determinar que a pessoa fale o que ele quer. Se ele cercear a fala do ex-presidente, vai ter uma série de nulidades”, ameaça o deputado federal Paulo Teixeira (PT-SP), que acompanhou o colega de partido durante sua condução coercitiva. 


Em meio a esse clima beligerante, na última semana, os advogados de Lula pediram a Moro autorização para filmarem o interrogatório o que abriria brecha até para uma transmissão ao vivo, mas Moro dificilmente irá concordar com o pleito. A argumentação petista é que a imagem focada apenas no réu dá a ele uma imagem “negativa” e seria necessário fazer tomada dos outros participantes, como os procuradores, os advogados e o juiz. É mais uma tentativa de transformar a audiência num espetáculo político e querer que Lula seja um réu excepcional, comandando um picadeiro. Só falta querer chamar o marqueteiro João Santana para dirigir as cenas. O problema é que Santana, agora, bandeou-se para o outro lado.

Reza a teoria do processo penal que o interrogatório é um dos momentos mais relevantes do processo. É por meio dele que o juiz toma contato com o réu. Permite que o magistrado conheça mais de perto aquele a quem o Ministério Público ou o querelante atribui a prática de uma infração penal. Por meio dele, o juiz pode melhor avaliar a pretensão penal deduzida em juízo. Permite ainda que o julgador possa melhor sopesar as declarações do interrogando com o restante do contexto probatório, extraindo, ao final, o seu convencimento mais exato possível do fato atribuído ao réu em sua plenitude. O interrogatório deve ser um momento de profunda atenção ao que o acusado diz, como ele se comporta diante das perguntas formuladas, suas reações e sua versão dada ao fato ilícito de que é acusado. O juiz atento a esse ato processual, e valorizando-o como é recomendável, por certo terá condições de formar o seu convencimento de forma mais sólida e convincente.

Sócrates aconselhava os juízes a ouvir cortesmente, responder sabiamente, considerar sobriamente e decidir imparcialmente. No âmbito da polis grega, entendia-se o juiz como um integrante do Judiciário presente e próximo à sociedade. Pela sentença de Sócrates, percebe-se que não se exigia do juiz uma distância das pessoas. É como atua Moro. Sem deixar de lado a serenidade na hora de decidir, o magistrado nunca se negou a ir até onde o povo está. Do ponto de vista probatório, o juiz da 13ª Vara de Justiça de Curitiba e os procuradores do Ministério Público estão ao lado de um Brasil – a maioria da população – que quer acabar com a impunidade e deseja ver os corruptos atrás das grades. Moro já reúne todas as peças do quebra-cabeças que ligam o imóvel a Lula, o que configura crime passível de prisão. Na última semana, um ex-diretor da OAS, Roberto Moreira, ratificou ao juiz que o tríplex era mesmo de Lula, repetindo o que já dissera em audiência Leo Pinheiro, dono da empreiteira. “A unidade 164 tríplex já estava reservada para Dona Marisa e ao ex-presidente”, afirmou Moreira. 

Mesmo assim, é essencial ao juízo ouvir do próprio petista esclarecimentos sobre a posse do imóvel. Há pontos obscuros sobre os quais é importante a versão do acusado. Por exemplo: Por que a família de Lula só desistiu do negócio em 2015 sem pagar nenhum real durante seis anos, enquanto os demais clientes tiveram que fazer isso em 2009? Por que dona Marisa e seu filho Lulinha acompanharam as reformas do tríplex, se o imóvel não era destinado a eles? Por que o ex-presidente e sua mulher Marisa acompanharam Léo Pinheiro em visita ao apartamento quando ele estava em processo final da reforma, agindo como donos e não como interessados na compra? Além do tríplex, a OAS pagou o transporte e armazenamento da mudança de Lula de Brasília a São Paulo. A negociação se deu quando o petista era presidente. Em troca de quê?

Forte esquema de segurança está sendo montado pela PM. O prédio da Justiça Federal será cercado e será permitida a entrada apenas de réus e seus advogados  A militância petista, obviamente, não está preocupada com os argumentos jurídicos. Parlamentares ligados a Lula desembarcarão em Curitiba já na terça-feira 9. Haverá reunião da Executiva Nacional do partido para definir, entre outros temas, a logística em torno da chegada de Lula na cidade. Eles devem ficar num local à parte, a alguns quarteirões do prédio da Justiça Federal. O ex-presidente da Câmara Arlindo Chinaglia (PT-SP) reconhece que os petistas preparam um grande ato organizado pelos movimentos sociais. “Tem que manifestar apoio ao Lula. Temos que estar preparados para tudo.”

A tática da espetacularização, destinada a transformar a audiência num circo, já era preparada há pelo menos um mês por líderes do PT. A hashtag #deixaolulafalar , como se esse direito estivesse sendo cerceado, já circulava entre os grupos de whatsapp do partido. Nos bate-papos, os militantes exigiam transmissão ao vivo do evento. Também combinavam o itinerário da chegada de Lula à Curitiba. No roteiro programado pelos petistas e integrantes da CUT, está previsto o desembarque do ex-presidente no aeroporto de São José dos Pinhais, que é mais longe do que a base aérea localizada do bairro do Bacacheri. A ideia é que ele possa desfilar em carro aberto pelas ruas da cidade por até 40 minutos e ganhar os holofotes da TV em uma carreata apoteótica.

A audiência mais esperada O passo-a-passo do depoimento do ex-presidente Lula ao juiz Sergio Moro na quarta-feira 10:
A introdução
Juiz Sergio Moro: “Então, nesta ação penal de nº 504.651.294. 2016.404.7000, este juízo vai inquirir o senhor Luiz Inácio Lula da Silva, réu por corrupção passiva qualificada…” Essa introdução será feita pelo juiz pontualmente às 14h.


O interrogatório
Lula ouvirá sobre as acusações que pesam contra ele: receber um apartamento triplex como parte de pagamento de propinas pela OAS e aceitar o pagamento, também pela OAS, da mudança e armazenagem de sua mudança de Brasília para São Paulo quando deixou a presidência. Lula vai querer transformar a audiência em palanque eleitoral, mas o juiz Moro não deve permitir, restringindo o debate às questões jurídicas.


Duração
O juiz começa perguntando e depois abre espaço para os procuradores do Ministério Público Federal inquirirem o ex-presidente. Na sequência, dá espaço para os advogados de Lula perguntarem o que lhes interessar. A audiência deve demorar em torno de três horas.


Integrantes da audiência
Na sala com o petista, estarão o juiz Sergio Moro, os advogados de Lula, Cristiano Zanin e Roberto Teixeira, membros do Ministério Público, como Deltan Dallagnol e Roberson Pozzobom. Além disso, haverá advogados de outros dos seis réus no processo.


Gravação
A audiência será gravada em imagens e som e por volta das 19h o material será disponibilizado pelo juiz Moro no site da Justiça Federal do Paraná, como acontece com todas as demais audiências que ele conduz. Lula quer gravar imagens próprias e o PT chegou a anunciar que poderia transmiti-las para telão aos petistas que ficarão do lado de fora, mas o juiz não deve permitir que isso aconteça.



                                         O embate jurídico X palanque eleitoral
 
Os preparativos do público e a logística que envolve a chegada de Lula a Curitiba:
*Congresso petista
Parlamentares do PT chegam na terça-feira 9 em Curitiba. Haverá reunião da Executiva Nacional do partido em defesa de Lula

*Jatinho
Lula deve chegar a Curitiba em jatinho alugado na quarta-feira 10

*“Feriado” no Fórum
O prédio da Justiça Federal será isolado do público e dos jornalistas. Nenhuma Vara vai funcionar, só a 13ª, para receber o ex-presidente para o depoimento, que começa às 14h. Só os réus, advogados e funcionários da Vara terão permissão para entrar no prédio

*Isolamento
A Polícia Federal vai fazer um cordão de isolamento nas ruas próximas ao prédio. Só moradores e pessoas que vão à audiência poderão entrar

*Ato pró-Lula
Parlamentares e movimentos sociais de esquerda devem fazer um ato pró-Lula em local próximo do prédio da Justiça Federal. O PT fala em reunir 50 mil pessoas

*Ato anti-Lula
É esperado que os movimentos anti-Lula, de verde e amarelo, fiquem concentrados nas imediações da praça Pedro Brotto. O desafio dos policiais será evitar o confronto entre os dois grupos


Sem baderna
A Secretaria de Segurança do Pública do Estado teme, com razão, que enfrentamentos entre lulistas e pró-Moro descambem para a violência. Por isso, os três prédios da Justiça Federal na capital paranaense vão fechar as portas no dia  10.


Haverá somente uma única atividade: o depoimento de Lula. Só a 13ª Vara Federal vai funcionar. Todas as demais audiências envolvendo outros juízes acabaram adiadas. Os prazos processuais também ficarão suspensos. Na última semana, a Secretaria de Segurança promoveu uma reunião entre suas polícias, Civil e Militar, a Polícia Federal e agentes da Justiça Federal. O objetivo foi definir a extensão de um cordão de isolamento entre os dois grupos. Segundo o secretário de Segurança, Wagner Mesquita, a PF se encarregará da primeira barreira. A Polícia Militar, da segunda, uma contenção de ao menos 150 metros. Resta saber se obterão êxito. Difícil. Em outras situações dessa natureza, deu muita confusão – e todos sabem a quem ela interessa. A barreira ideológica que separa os torcedores de Moro e Lula, esta sim, permanecerá intransponível.




O Jogo dos sete erros
O juiz Sergio Moro deve fazer dezenas de perguntas para Lula, mas pelo menos sete delas deverão ser cruciais para o magistrado formar a base da sentença que deverá aplicar ao ex-presidente

  1. Por que a família e Lula só desistiu do negócio em 2015 sem pagar nenhum real durante seis anos, enquanto os demais clientes tiveram que fazer isso em 2009?
  2. O imóvel foi um presente da OAS para a família Lula? Por quê?
  3. Lula diz que é amigo de Léo Pinheiro. Essa relação justificaria um presente desse porte?
  4. O ex-zelador Afonso Pinheiro diz que dona Marisa pediu um elevador privativo. Alguém pede um elevador privativo para um apartamento que não pretende ocupar?
  5. Por que dona Marisa e seu filho Lulinha acompanharam as reformas do triplex, se o imóvel não era destinado a eles? Por que o ex-presidente e sua mulher Marisa acompanharam Léo Pinheiro em visita ao apartamento quando ele estava em processo final da reforma, agindo como donos e não como interessados na compra?
  6. Por que a OAS manteve o imóvel registrado em seu nome e não o oferecia a nenhum cliente em todo o período em que ele esteve reservado para a família Lula da Silva?
  7. Além do triplex, a OAS pagou o transporte e armazenamento da mudança de Lula de Brasília a São Paulo. É ético um ex-presidente aceitar presentes de um empreiteiro com negócios com o seu governo?
 Fonte: Revista IstoÉ
 

domingo, 18 de dezembro de 2016

Planalto dará presente bilionário às teles - alguém do governo vai ganhar com tanta generosidade

Um escândalo silencioso: governo e Congresso articulam perdão de multas e a transferência de milhares de bens dos contribuintes a empresas de telefonia

[no governo Lula uma tele ganhou bilhões (OI/Telemar) e o filho do Lula - o Lulinha - se tornou milionário.

E no governo Temer quem será o felizardo?]

O Planalto vestirá sua melhor roupa para a festa desta terça-feira. Haverá a cerimônia de sanção do projeto de lei que moderniza as regras do setor de telecomunicações, ainda gerido por normas defasadas dos anos 90. No pacote, o governo está dando de bandeja às teles um patrimônio bilionário coisa de 20 bilhões de reais, pelas estimativas mais modestas —, exatamente num momento de penúria e no qual se pede tanto sacrifício para o ajuste das contas públicas. Paralelamente, promove-se um perdão de outros 20 bilhões de reais em multas dessas mesmas teles, totalizando um presentaço fenomenal de 40 bilhões de reais em bondades. A maior agraciada com o pacote natalino é a enrolada Oi.

O jabuti é assim: originalmente, quando os contratos das teles terminassem, em 2025, todas teriam a obrigação de devolver à União parte do patrimônio físico que vinham usando e administrando desde a privatização. São milhares de imóveis, além de carros, antenas, torres, cabos, instalações, redes. Agora, sob as “regras modernizadoras”, todo esse patrimônio, em vez de ser devolvido aos contribuintes como originalmente previsto, será incorporado pelas teles, com a condição de que elas invistam o valor equivalente em seus negócios. Quem não adoraria um presente assim?

A questão, neste momento, é avaliar o exato valor desse patrimônio. Uma auditoria feita pelo Tribunal de Contas da União informa que o valor total pode passar de 100 bilhões de reais uma fortuna capaz de aliviar em um ano até o déficit da Previdência.
Colaborou Marcelo Sakate

Para ler a reportagem na íntegra, compre a edição desta semana de VEJA no iOS, Android ou nas bancas. E aproveite: todas as edições de VEJA Digital por 1 mês grátis no Go Read.
 

 

terça-feira, 29 de novembro de 2016

O mordomo e a jararaca - a prisão de Lula trará instabilidade ao país enquanto não acontecer.

A reputação do seu partido é péssima, Michel Temer. E para o Brasil você é o mordomo. Adivinhe quem será culpado? 

Além da novidade, ainda um tanto estranha, de mostrar um presidente da República falando português, a entrevista de Michel Temer no Roda viva trouxe um alerta, feito pelo próprio presidente. Temer disse que a prisão de Lula traria instabilidade ao país. É quase isso: a prisão de Lula trará instabilidade ao país enquanto não acontecer.

A patrulha petista espalhou, antes do impeachment, que após a queda da companheira presidenta, mulher honrada, a Lava Jato seria engavetada. Corta para dois meses e meio depois do impeachment: deputados de oposição – ou seja, a mesma patrulha – apoiam a instituição do crime de responsabilidade para juízes e procuradores. Em outras palavras: quem quer engavetar a Lava Jato – antes, durante e depois do impeachment – são os petistas e seus genéricos. E por que isso?

Porque a quadrilha que arrancou as calças do Brasil é petista. E, por mais que a Lava Jato alcance outros políticos, os mais ameaçados por ela são e continuarão sendo os aloprados do Lula, além do próprio. Onde estão todos esses bilhões voadores que a força-tarefa revelou (até agora) como produto do petrolão? Estão com você, caro leitor? Se não estão, estariam nos cofres do Tesouro Nacional? Ou custodiados no Judiciário? Nada disso: estão nos caixas subterrâneos dos progressistas tarja preta. E só pararão de brotar em vaquinhas milagrosas, de irrigar movimentos boçais de ocupação e de bancar advogados milionários quando estiverem todos presos – especialmente o chefe.

Enquanto Lula não for preso, o Brasil será mais instável por dois motivos: pela sobrevivência da lenda e pela utilização dela para 2018. Com a floresta de crimes atribuídos a ele, o ex-presidente só não será preso se um grande e invisível acordo político evitar isso. A declaração de Temer ao Roda viva deixa essa pista no ar. É até compreensível que o atual presidente tente reger o armistício, dialogando inclusive com os anjinhos de rapina. É papel do presidente. Mas, se passar do ponto, vai ser devorado pela jararaca.

Se Sergio Moro puser o filho do Brasil atrás das grades, já sabemos que será uma injustiça, um ato fascista contra um homem inocente, que virará preso político – e inflamará os movimentos de rua da resistência democrática de aluguel. Mas isso passa – por mais forrado que esteja o cofre da revolução. Os canastrões da falsa esquerda e seus inocentes úteis são capazes de tudo – mas também são, acima de tudo, covardes. Com o país melhorando sem os parasitas nos postos-chave do Estado, o povo perderá a paciência para a lenda e vai tocar a vida, deixando os revolucionários a sós com o seu ridículo. Aí eles próprios, que na verdade não têm causa ideológica alguma, botarão a viola no saco e vão parasitar em outra freguesia.

Se Lula não for preso, ganhará oxigênio para coordenar a ressurreição dos companheiros em 2018 não necessariamente com uma candidatura dele à Presidência. Os genéricos estão por aí mesmo, facilmente identificáveis entre os que posaram de gladiadores contra o golpe, ou que enfiaram suas cabeças no buraco do tatu quando deveriam se manifestar sobre o impeachment. Se a Lava Jato não for até o fim, não tenha dúvida, caro leitor, de que a jararaca terá veneno suficiente para 2018. E a lenda sempre poderá ser ressuscitada numa Marina Silva (aquela da “democracia de alta intensidade”), num Ciro Gomes (o indignado profissional) ou outro candidato a requentar as fantasias de esquerda.

Lulinha se mandou para o Uruguai, que a esta altura é bem mais seguro para ele. Se a Lava Jato fizer o que tem de ser feito, o pai poderá escapulir pela mesma rota – e ficar por lá dando uma de João Goulart. Se o Brasil engoliu até a comparação de Dilma com Getúlio Vargas, engole qualquer coisa. Mas quem quer trabalhar e não brincar de mitologia fajuta ignorará solenemente esse exílio de picaretas – que poderá ter o reforço da própria Dilma, se ela enfim perder os direitos políticos no TSE, pois é claro que o PT sempre roubou única e exclusivamente para o PT.

Portanto, preste atenção, caro Michel Temer, ao estender a mão para a jararaca. A reputação do seu partido é péssima e para o Brasil você é o mordomo. Na dúvida, ao fim da história, adivinhe quem será o culpado?

Fonte: Guilherme Fiuza  - Época


sexta-feira, 21 de outubro de 2016

Laudo da PF aponta ‘incompatibilidade’ patrimonial de filho de Lula - e este não é o Lulinha, mas, ologo a PF chega nele

 [o Luis Cláudio é aquele fantástico filho de Lula - o primeiro corrupto descendente de Lula  foi o Lulinha, que logo será preso, e o próprio pai o chama de 'fenômeno' - que consegue realizar consultoria mediante pesquisa na internet e vender por mais de R$1.000.000,00]


Laudo da Polícia Federal, com informações da Receita, apontam que a variação patrimonial de Luís Cláudio Lula da Silva, filho do ex-presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva, é “formalmente incompatível” entre 2011 e 2013 e no acumulado 2011 e 2014. A evolução patrimonial foi considerada compatível no ano de 2014. “Frente às informações prestadas ao fisco federal, bem como movimentação bancária do investigado, foi constatado que variação patrimonial do sr Luis Cláudio Lula da Silva formalmente incompatível com as sobras financeiras correspondentes nos anos de 2011 2013, no acumulado do período (2011-2014), apresentando-se compatível no ano de 2014”, diz o laudo anexado aos autos do inquérito que investiga a propriedade do sítio Santa Bárbara, no município de Atibaia (SP), atribuída ao ex-presidente. 

A Polícia Federal analisou a compatibilidade dos rendimentos declarados por Luís Cláudio e sua movimentação financeira.  O delegado da PF Márcio Adriano Anselmo, da força-tarefa da Operação Lava Jato, havia solicitado, em agosto, a realização de perícias financeiras na documentação fiscal e bancária de Luís Cláudio, de seu irmão Fábio Luís, e de seus sócios Fernando Bittar e Jonas Suassuna donos oficiais do sítio Santa Bárbara, de Atibaia (SP), que a Lava Jato afirma ser do petista. 

O relatório da Federal destacou que em 2013, a “evolução patrimonial descoberto (falta de recursos) atinge valores superiores R$ 200 mil, quantia essa significativa frente posição patrimonial do investigado”. 

O documento faz menção LILS, empresa de palestras de Lula. “Essa variação descoberto em 2013, decorrente, em grande parte, de gastos com cartão de crédito (superiores R$ 300 mil), conforme registros na movimentação bancária do investigado. Observe-se que dos cerca de R$ 1,43 milhão de rendimentos brutos do investigado no período de 2011 2014, aproximadamente R$ 246 mil foram oriundos da empresa LILS Palestras, R$ 780 mil da LFT Marketing, R$ 100 mil de pessoas físicas, R$ 200 mil da sra Marisa Leticia”, informa o documento da PF, subscrito pelo perito criminal federal Marcio Schiavo. 

A reportagem fez contato com a defesa de Luis Cláudio, mas não houve resposta até o momento de fechamento deste texto.

As informações são do jornal o Estado de São Paulo

 

sexta-feira, 5 de agosto de 2016

Luxuosa cozinha de Lula em sítio foi lavagem de dinheiro, diz MP



Manifestação de 70 páginas do Ministério Público Federal defende a competência do juiz federal Sérgio Moro para julgar o ex-presidente
O Ministério Público Federal afirma em manifestação entregue à Justiça nesta quarta-feira que a cozinha do sítio Santa Bárbara, em Atibaia (SP), reformada pela empreiteira Odebrecht sob a coordenação de José Carlos Bumlai, amigo pessoal do ex-presidente, foi “outra operação de lavagem de dinheiro em favor de Lula”.

“Nesses fatos, estão envolvidos a mesma loja da Kitchens e o mesmo funcionário da OAS que viabilizaram a mobília do apartamento Triplex de Lula em Guarujá/SP. Nesse caso a pessoa interposta escolhida pela OAS para ocultar o verdadeiro destinatário/beneficiário da cozinha foi Fernando Bittar, em nome do qual foi emitida a nota fiscal dos móveis”, diz o documento.

Os procuradores reafirmaram que o ex-presidente Lula é “efetivamente” o dono do imóvel. A propriedade está em nome de Fernando Bittar e de Jonas Suassuna, sócios de Fábio Luís da Silva, o Lulinha, filho do e­­x-presidente. “A compra das duas propriedades rurais que compõem o sítio foi efetuada pelos sócios do filho de Luiz Inácio Lula da Silva, bastante próximos da família do ex-presidente. No entanto, os elementos de prova colacionados até o momento apontam no sentido de que a real propriedade do bem seria efetivamente de Luiz Inácio Lula da Silva.”

O MPF também se manifestou em relação ao apartamento 164-A no edifício Solaris, no Guarujá (SP). Embora o apartamento esteja em nome da OAS, “evidências colhidas até o momento indicam que o imóvel é utilizado por Lula e sua família”, dizem os procuradores. “Registre-se também que a utilização de compra e reforma de imóveis pelas empreiteiras ou empresas intermediárias da lavagem de ativos, em benefício dos destinatários finais da propina, configura forma já conhecida pelos investigadores da Operação Lava-Jato para concretizar o repasse de vantagens indevidas”.

Fonte: AFP