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terça-feira, 4 de outubro de 2022

Caso de polícia - Revista Oeste

Rodrigo Constantino

Os “institutos” provaram inúmeras vezes que “erram” sempre para o mesmo lado: favorecendo candidatos de esquerda 

 Desconfie de pesquisas pouco tradicionais e com resultado que diverge de TODAS as outras. Por sinal, hoje tem DATAFOLHA!!! Experiência, correção, segurança e a melhor informação”, escreveu no Twitter a “jornalista” Mônica Bergamo na véspera da eleição deste domingo. 
O Datafolha dava uma margem de 14 pontos para Lula, colocando apenas 36% de intenção de votos para Bolsonaro. Isso sem falar do restante, para senadores, governadores e deputados.

Ilustração: Viktoriia Ablohina/Shutterstock

 Ilustração: Viktoriia Ablohina/Shutterstock 

Guilherme Fiuza, após o resultado, comentou: “Chega de poesia: o ‘erro’ grotesco dos ‘institutos’ se chama MENTIRA — devidamente embalada pela imprensa. E que coincidência: os mentirosos estiveram SEMPRE alinhados com o TSE para impedir que a eleição pudesse ser AUDITÁVEL. Brasil, decide aí se quer continuar brincando disso”.

De fato, precisamos explicar o óbvio: erro, em estatística, é sempre aleatório. Se houver uma inclinação de lado constante para o tal “erro”, não se trata mais de erro, e sim de viés. Os “institutos”, que não são institutos, e sim empresas que buscam o lucro vendendo esse serviço, que tampouco é científico como alegam, provaram inúmeras vezes que “erram” sempre para o mesmo lado: favorecendo candidatos de esquerda.

São como o Saci Pererê: só pulam com uma perna. Estão sempre inflando as expectativas dos candidatos esquerdistas, e sempre subestimando as chances dos candidatos mais à direita
Alguns casos foram bem grosseiros, como para o governo do Estado mais rico do país, que colocou Tarcísio Freitas, o ex-ministro de Bolsonaro, como o primeiro colocado com larga margem, ou então para o Senado por São Paulo, com o Datafolha colocando Márcio França como líder com 45% de intenção de voto, ou ainda a disputa para o Senado pelo Paraná, que dava Álvaro Dias como favorito, enquanto ele acabou ficando em terceiro.

Tais “pesquisas” acabam influenciando muitos eleitores, e aí reside o maior problema. Alguns liberais mais ingênuos repetem que o próprio mercado cuida disso, pois empresas que só erram acabam perdendo a credibilidade. Ocorre que nas “lojinhas de porcentagem”, como brilhantemente chamou Augusto Nunes, o que se vende muitas vezes não é um serviço de previsão acurada, mas sim de resultados falsos para justamente influenciar o pleito. E isso é criminoso!

Siga o dinheiro, diria um típico detetive americano. Banqueiros petistas e emissoras de oposição bancam essas pesquisas, e as mesmas empresas de sempre disputam esse “mercado”. Em seguida, a própria imprensa coloca essas “pesquisas” como pauta de debate, e todos os comentaristas, até aqueles como eu, que nunca levaram a sério tais resultados, são obrigados a “analisar” os dados como se fossem reais e científicos. Isso é enganação pura!

Não por acaso alguns políticos começam a falar em criar uma CPI para investigar esses “institutos” de pesquisa, o que seria muito saudável para nossa democracia. Aproveitando a onda bolsonarista que elegeu inúmeros deputados e senadores alinhados ao governo, essa seria uma pauta bastante relevante no começo da própria legislatura. 
Algo precisa ser feito. Não podemos mais continuar brincando de pesquisas com essa imprensa vendida que tem lado.

O deputado federal Ricardo Barros (PP-PR), que foi reeleito neste domingo, 2, disse que vai apresentar um projeto de lei na Câmara dos Deputados para punir os institutos de pesquisas que divulgarem levantamentos cujos resultados não confiram com o que for computado nas urnas além da margem de erro.

Banqueiros petistas e emissoras de oposição bancam essas pesquisas, e as mesmas empresas de sempre disputam esse “mercado”

“Eu vou apresentar um projeto de lei já amanhã [hoje], tornando crime pesquisas que, publicadas, não confiram com a urna além da margem de erro. Se diz que é uma técnica, é uma fotografia, então, a fotografia tem de ser verdadeira. Não tem cabimento uma pesquisa influenciando o eleitor, porque, infelizmente, no Brasil, tem eleitor que não quer perder o voto”, disse o deputado, em entrevista para o UOLBarros é o líder do governo federal na Câmara dos Deputados.

“Não podemos permitir que haja manipulações de resultados em pesquisas eleitorais. Isso fere a democracia. Nada justifica resultados tão divergentes dos institutos de pesquisas. Alguém está errando ou prestando um desserviço. Urge estabelecer medidas legais que punam os institutos que erram demasiado ou intencionalmente para prejudicar qualquer candidatura”, publicou o presidente da Câmara, Arthur Lira, em suas redes sociais, antes mesmo dos resultados tão discrepantes.

Em seu editorial, a Gazeta do Povo constatou que os “erros em série” mostram que há algo de muito grave nesses “institutos”: “Jogar a culpa dos erros de 2018 nas costas de uma suposta volubilidade do eleitor foi apenas uma maneira de empurrar o problema para a frente, e ele volta a explodir bem diante dos institutos, que precisam admitir que o produto que entregam não está correspondendo ao que se promete”.  
A questão é o que e a quem tais empresas lucrativas prometem. Pois para o consumidor geral, o eleitor no caso, sem dúvida o serviço seria considerado um lixo absoluto. 
Mas e se quem contrata tais “pesquisas” tinha exatamente a distorção da realidade como promessa? 
Aí não estamos mais falando em erros de metodologia ou amostragem, e sim em crime, estelionato eleitoral.

Até a imprensa internacional chamou a atenção para esse fato. O jornal norte-americano esquerdista New York Times e os argentinos La Nacion e Clarín apontaram os erros das pesquisas eleitorais em relação à votação, que levou Lula e Bolsonaro ao segundo turno. O jornal norte-americano chegou a afirmar que “ficou claro que ele estava certo”, referindo-se às críticas que o presidente do Brasil, Jair Bolsonaro, fez aos institutos. Os analistas subestimaram “a força de candidatos conservadores em todo o país”, disse o NYT.

Eu confesso que comentava de má vontade e cheio de ressalvas as “pesquisas” nos programas de que participo, pois eram pauta obrigatória imposta pela direção. A partir de hoje, eu simplesmente me recuso a comentá-las. Não são caso de análise política, e sim de polícia! Que venha uma investigação profunda sobre bancos, veículos de comunicação e “institutos” de pesquisa, pois não resta a menor dúvida de que esse conluio vem prejudicando nossa democracia.

Leia também “O mito de Sísifo”

terça-feira, 27 de setembro de 2022

Até o New York Times percebeu a encrenca em que o STF nos meteu - Gazeta do Povo

Vozes -  Paulo Polzonoff Jr.

Um artigo surpreendentemente honesto no New York Times pergunta se o STF não foi longe demais em sua cruzada “em defesa da democracia”, perseguindo empresários, acabando com a imunidade parlamentar e prendendo pessoas por postagens em redes sociais.  

Há quem diga que tudo não passa de um disfarce para chancelar a narrativa de que contra Jair Bolsonaro vale tudo. Mas talvez a esquerda e os progressistas tenham começado a perceber que… deram asas a cobras.

New York Times detona Alexandre de Moraes (INCRÍVEL!)
 
Paulo Polzonoff Jr., colunista - Gazeta do Povo - VOZES

domingo, 19 de junho de 2022

A nova histeria da esquerda - Revista Oeste

Foto: Shutterstock
Foto: Shutterstock

Quando se trata de obter notícias sobre governo e política, existem diferenças ideológicas gritantes nas fontes de informação que os norte-americanos usam. Em uma pesquisa antes da histórica eleição presidencial norte-americana de 2016, quando, inesperadamente, Donald Trump ganhou o tíquete para sentar no Salão Oval na Casa Branca, os entrevistados foram perguntados a qual meio de comunicação eles recorriam com maior frequência para notícias sobre governo e política. As menções mais frequentes eram duas redes a cabo: CNN e Fox News. De lá para cá, as diferenças ideológicas se tornaram mais acirradas, a confiança em uma única fonte aumentou e a polarização política foi anabolizada.

Aqueles com valores políticos conservadores são orientados em torno de um único meio a Fox News — em grau muito maior do que em qualquer outro grupo ideológico. Numa pesquisa de 2014, quase metade daqueles dos conservadores nomeou a Fox como sua principal fonte para questões políticas. 
Os canais de rádio ocuparam o segundo lugar, com Dennis Prager, Sebastian Gorka e Larry Elder. O hoje famoso âncora da Fox News, Sean Hannity, ganhou seu próprio show no canal de televisão depois do sucesso absoluto de seus programas no rádio. À esquerda, as opções são variadas, com CNN, NPR, MSNBC e New York Times no topo da lista.
 
O viés ideológico é uma das grandes preocupações de todos os norte-americanos com relação à mídia. 
A maioria deles, contudo, acredita que o viés esquerdista é predominante e pernicioso. 
De acordo com uma pesquisa Gallup de 2017, feita logo depois da vitória de Trump sobre Hillary, 64% dos norte-americanos acreditavam que a mídia favorecia o Partido Democrata — em comparação com 22% que disseram acreditar que favorecia o Partido Republicano. A consternação com o viés esquerdista na grande mídia é desenfreada, abrindo caminho para comentários de especialistas políticos e acadêmicos sobre o atual estado da imprensa.

Mas, em uma era em que as redes sociais desempenham um papel importante na desconstrução de falácias e roteiros ensaiados por alguns veículos, para onde correr quando o assunto é apenas notícias, sem viés ideológico nem distorções?

Pedágios ideológicos
No Brasil, sabemos que o solo é árido e a terra quase seca quando o assunto passa a ser fontes conservadoras de notícias, que apresentam os fatos como eles são e depois debruçam-se em análises sérias, doa a quem doer.  
Durante muito tempo, os brasileiros foram acostumados a engolir sem muitos questionamentos o que o Jornal Nacional colocava na mesa. Hoje, diante de milhões de agências checadoras nas palmas de nossas mãos, não é difícil entender por que o outrora consagrado programa se tornou obsoleto. 
Seu antigo poder de mudarou manter — opiniões dos telespectadores não existe mais. A influência de grandes grupos na decisão de um voto, como Globo e CNN, atualmente é quase nula. A torcida engoliu as opiniões sérias, e a velha imprensa se tornou apenas mais um partido político de oposição ao atual governo.

Mas o preço chega para esse ativismo tosco em que “fascistas e nazistas” passeiam pelo Brasil e pelos Estados Unidos com as bandeiras de seus países e “a democracia está a um passo da destruição”. Nos Estados Unidos, por exemplo, depois de apenas um mês no ar, um movimento surpreendeu os mundos da mídia e da tecnologia. A Warner Bros. Discovery encerrou todas as operações da CNN+ depois de um investimento astronômico no canal para assinantes. A paralisação dos serviços depois de tão pouco tempo foi um fim ignominioso para uma operação na qual a CNN investiu centenas de milhões de dólares.

Enquanto no Brasil há pouquíssimas fontes para esse jornalismo factual, nos Estados Unidos as coisas são um pouco diferentes

O canal entrou em colapso apenas dois dias depois que a Netflix divulgou um declínio trimestral nas assinaturas pela primeira vez em uma década, um possível sinal de alerta para grandes empresas de mídia que se juntam ao campo cada vez mais lotado de serviços de streaming aliados a vieses políticos ou agendas ideológicas. O fim abrupto da CNN+, bem como a projeção da Netflix de que perderá mais 2 milhões de assinantes nos próximos três meses, levantou questões sobre quantas pessoas estão dispostas a pagar por vários serviços de streaming, bem como quão lucrativas essas empresas podem se tornar nos próximos anos pagando todos os possíveis e imaginários pedágios ideológicos existentes no planeta.

Vale o fato
Quando um juiz conservador é nomeado para a Suprema Corte dos Estados Unidos, os detratores gostam de dizer que ele é “conservador” demais, com posições retrógradas e ultrapassadas. 
Na verdade, juízes conservadores na América são conhecidos por um único ponto: seguir à risca a Constituição e a letra fria das leis.        Para o juiz norte-americano Antonin Scalia, um magistrado deve apenas aplicar a lei, jamais legislar ou atuar sem ser provocado. 
Nomeado pelo quadragésimo presidente norte-americano, Ronald Reagan, Scalia serviu à Suprema Corte dos Estados Unidos de 1986 até pouco antes da sua morte, em 2016. Era considerado um dos pilares jurídicos e intelectuais do originalismo e textualismo na defesa da Constituição dos Estados Unidos. Ou seja, vale o que está escrito. Sem ativismo, sem política. Como deveria ser também com o jornalismo. Vale o fato.

Enquanto no Brasil há pouquíssimas fontes para esse jornalismo factual, e aqui expresso minha honra em poder fazer parte de duas dessas fontes nossa Revista Oeste e o programa Os Pingos nos Is, da Jovem Pan —, nos Estados Unidos as coisas são um pouco diferentes. É claro que não é difícil encontrar facilmente conteúdo conservador on-line, mas pode ser difícil encontrar fontes que forneçam informações confiáveis. Algumas publicações são simplesmente destinadas a chamar sua atenção e dar cliques, enquanto outras são dedicadas a realmente educá-lo sobre tópicos relevantes.

A National Review continua sendo o principal destino do pensamento conservador e é um dos principais sites de informações sobre política externa. A revista foi fundada pelo autor William F. Buckley Jr., em 1955, e, desde a sua fundação, tem desempenhado um papel significativo no desenvolvimento do conservadorismo nos Estados Unidos, ajudando a definir suas fronteiras e promovendo fusões, enquanto se estabelece como voz de liderança na direita norte-americana.

O The Blaze, site do experiente jornalista Glenn Beck, apresenta notícias de última hora, comentários exclusivos e outros conteúdos independentes criados e entregues em formato de revista de notícias, muitas vezes acompanhados de vídeos. Esta publicação se orgulha de ser patriótica e objetiva.

O Red State, originalmente fundado por Erik Erickson, oferece artigos de opinião conservadores exclusivos e únicos em um formato de estilo blog. O conhecido grupo organiza uma reunião todos os anos. Políticos e aspirantes a candidatos presidenciais costumam participar para tentar convencer os conservadores a votar neles.

Uma combinação de notícias e opiniões, o LifeSiteNews.com cobre regularmente tópicos como família, fé e liberdade. Esta publicação não se esquiva de falar sobre as questões da eutanásia, pesquisa com células-tronco, bioética e aborto e é conhecida por destacar ativistas pró-vida em todo o país. As histórias também estão disponíveis em boletins diários.

O The Federalist se concentra em três temas principais: cultura, política e religião. Esta publicação produz um conteúdo único e mais objetivo do que um site de notícias comum e, embora ainda de tendência conservadora, segue a linha “Scalia”. Facts fisrt.

Embora o blog American Thinker não o surpreenda com gráficos, vídeos chamativos ou um lado multimídia apelador, ele o surpreenderá com muito conteúdo de opinião conservadora. O American Thinker publica informações exclusivas que não podem ser encontradas em nenhum outro lugar, geralmente de norte-americanos com antecedentes políticos impressionantes, uma opinião e um teclado. Esta publicação também convida os leitores a participarem de discussões sérias.

Fundado em 2012, o Washington Free Beacon oferece uma ampla variedade de conteúdo novo que inclui jornalismo investigativo exclusivo e sátira mordaz. Embora o veículo ofereça regularmente informações sólidas e risos, ele se aproxima mais do jornalismo opinativo.

O The Daily Wire é um site de notícias fundado em 2015 pelo comentarista político Ben Shapiro. Hoje já é a segunda editora mais popular no Facebook e produz podcasts como The Ben Shapiro Show. Muitas histórias do Daily Wire visitam o jornalismo de organizações de notícias tradicionais do passado, ao mesmo tempo em que adicionam opiniões conservadoras embasadas em princípios do conservadorismo norte-americano. As “agências checadoras” de fatos disseram que algumas histórias compartilhadas pelo veículo não podem ser verificadas e que o Daily Wire muitas vezes deturpa os fatos para promover uma visão partidária. Se as agências de checagem estão incomodadas, é sinal de que estão no caminho certo.

Outro campeão de brigas com as tais “agências de checagem” é o Daily Caller, fundado por Tucker Carlson, campeão absoluto de audiência na Fox News. Aliás, os números de seu programa diário, Tucker Carlson Tonight, já são há algum tempo inatingíveis para qualquer concorrente, seja na TV a cabo, seja na TV aberta no horário. Depois de Tucker levantar US$ 3 milhões em financiamento, o site Daily Caller nasceu, em 2010, como uma “resposta conservadora ao The Huffington Post, apresentando seções em uma ampla gama de assuntos além da política.

Em uma entrevista de 2010 com a Columbia Journalism Review, Tucker Carlson descreveu o público potencial do The Daily Caller como “aqueles que desconfiam das organizações de notícias convencionais”. Carlson disse que a cobertura de eventos políticos importantes o surpreendia sempre por sua estupidez.

Não são apenas os partidos de oposição ao atual governo no Brasil — incluindo o STF que vivem de panfletagem e ativismo
A velha imprensa, hoje completamente descaracterizada e que se ajoelhou às turbas ideológicas, também abusa da cartilha que prega que tudo é racismo, fascismo, homofobia, opressão, misoginia. Páginas de militância cega para a implementação de doutrinas extremas e perigosas, empurradas por meio de cancelamentos e coações psicológicas.

O que então está por trás dessa nova histeria da esquerda sobre o suposto fim iminente da democracia? Na verdade, é bastante simples. A esquerda espera perder o poder nos próximos anos, tanto pela forma como o conquistou e o usou, quanto por causa de suas agendas radicais, que, de fato, nunca tiveram apoio público.

Leia também “América indomável”

Ana Paula Henkel,  colunista - Revista Oeste



domingo, 29 de maio de 2022

Até quando? - Ana Paula Henkel

Revista Oeste

O que aconteceu nesta semana em Uvalde, no Texas, e em outras ocasiões semelhantes na história norte-americana vai além do raso debate “mais armas ou menos armas" 

Cruzes com os nomes das vítimas do tiroteio em Uvalde, no Texas, são colocadas do lado de fora da escola Robb Elementary | Foto: Jae C. Hong/AP/Shutterstock
Cruzes com os nomes das vítimas do tiroteio em Uvalde, no Texas, são colocadas do lado de fora da escola Robb Elementary | Foto: Jae C. Hong/AP/Shutterstock

Qualquer tragédia que arrebata vidas humanas é devastadora. Mas uma tragédia que ceifa vidas de crianças inocentes é algo tão avassalador que deixa marcas profundas em todos nós. É difícil sequer imaginar o que os pais e os familiares das 19 crianças mortas nesta semana por um atirador em uma escola no Texas podem estar passando. Como alguém pode cometer uma atrocidade dessa magnitude? E aqui, antes de seguirmos com a nossa conversa semanal, peço, por gentileza, que fechem os olhos por alguns segundos e façam uma prece para essas famílias.

Como sempre fazem, as almas vazias do mundo aproveitaram a tragédia para empurrar suas agendas políticas. Durante uma coletiva de imprensa das autoridades do Texas, com a presença de policiais, do prefeito da cidade de Uvalde e do governador, Gregory Abbott, todos visivelmente abalados pelo terrível evento, o candidato democrata ao governo do Estado, Beto O’Rourke, um dos que participaram das primárias democratas em 2020, resolveu se levantar e ir até a mesa “cobrar” uma resposta do governo sobre o banimento de armas, pauta de seu partido. De maneira desprezível e oportunista, O’Rourke usou a tragédia para impulsionar sua candidatura ao governo do Estado e continuar sob os holofotes.

Enquanto as autoridades do Texas identificavam as vítimas do massacre, avaliavam suas consequências e tentavam, dentro do humanamente possível, cuidar dos familiares das vítimas do massacre, o ex-presidente Barack Obama divulgou uma mensagem no Twitter invocando a morte de George Floyd, assassinado pelo policial Derek Chauvin, em Minneapolis, durante uma prisão, em 25 de maio de 2020. Em um malabarismo insensível e bizarro, Obama conectou o tiroteio da escola em Uvalde ao segundo aniversário do assassinato de Floyd: “Enquanto lamentamos os filhos de Uvalde hoje, devemos ter tempo para reconhecer que dois anos se passaram desde o assassinato de George Floyd sob o joelho de um policial. Sua morte permanece com todos nós até hoje, especialmente aqueles que o amavam”, tuitou o ex-presidente. Narcisismo e psicopatia em estado puro.

Mais armas X menos armas
Longe das abjetas tentativas de usar a inimaginável dor de pais e mães para as agendas políticas, é preciso abordar de maneira honesta e com maior profundidade alguns pontos importantes que podem estar mudando os perfis da sociedade norte-americana, principalmente dos adolescentes. O que aconteceu nesta semana em Uvalde e em outras ocasiões semelhantes na história norte-americana vai além do raso debate “mais armas ou menos armas”. A própria expressão “tiroteio em massa” (mass shooting), usada em eventos como esse, já carrega em si uma ansiedade difícil de ser controlada. Nos Estados Unidos, existem várias definições diferentes, mas comuns, de “tiroteios em massa”.

O Serviço de Pesquisa do Congresso define tiroteios em massa como incidentes múltiplos, com arma de fogo e homicídio envolvendo quatro ou mais vítimas em um ou mais locais próximos uns dos outros. A definição do Federal Bureau of Investigation (FBI) é essencialmente a mesma. Muitas vezes há uma distinção entre tiroteios em massa privados e públicos, como uma escola, um local de culto ou um estabelecimento comercial. Os tiroteios em massa realizados por terroristas estrangeiros não estão incluídos, não importa quantas pessoas morram ou onde o tiroteio ocorra. Essas formulações são certamente viáveis, mas o limite de quatro ou mais mortes é arbitrário. Há também exclusões importantes. Por exemplo, se 20 pessoas são baleadas, mas apenas duas morrem, o incidente não é um tiroteio em massa. Mas nada disso importa quando essas tragédias acontecem. O fato é que, em menos de duas semanas, Salvador Ramos, 18 anos, matou 19 crianças e dois professores em uma escola primária no Texas, e Payton Gendron, também de 18 anos, assassinou dez pessoas em um supermercado em Buffalo, Nova Iorque.

Ambos, Gendron e Ramos, tinham sérios distúrbios mentais. As pessoas ao seu redor sabiam disso. Família, amigos, escolas. Ambos os assassinos disseram a outras pessoas que planejavam cometer um tiroteio em massa e então o fizeram. O atual sistema de alerta em vigor não está funcionando. O que, de fato, está acontecendo com muitos jovens? 
Uma pessoa que tem a intenção de cometer violência é muito difícil de ser parada em qualquer circunstância. 
Um ato do Congresso norte-americano não vai fazer isso, nem o controle de armas, nem a extinção da Segunda Emenda. 
Há mais armas nos Estados Unidos do que pessoas, cerca de 400 milhões. Sempre houve. 
Seja qual for sua opinião sobre esse fato, os norte-americanos nunca se disporão de suas armas. 
A Constituição proíbe isso e uma nova guerra civil provavelmente seria desencadeada se a proposta fosse adiante.
 
Sobre controle de armas, quer você concorde com ele ou não, isso não impedirá o próximo Payton Gendron ou Salvador Ramos de agirem, e toda pessoa racional sabe disso. 
Quem puxa o gatilho, esfaqueia, queima, atropela são pessoas, e a única maneira de parar muitos desses assassinatos é descobrir por que a sociedade norte-americana (assim como a brasileira) está produzindo tantos jovens violentos. 
Há uma razão pela qual eles estão agindo dessa maneira. Qual é esse motivo? 
E não são apenas atiradores em massa na América, esses que aparecem diabolicamente de tempos em tempos na televisão. 
Nos Estados Unidos e também no Brasil, são bandidos armados com armas ilegais, ladrões de carro, de estabelecimentos e residências. 
Por que estão agindo assim? 
Essa deveria ser uma das principais perguntas em todo esse contexto. Obviamente, é um dos pontos que democratas odeiam abordar, porque cavar soluções dentro de problemas complexos acabaria por enterrar as agendas políticas.

Armas, big techs e big pharmas
Poucas horas depois de 19 crianças terem sido assassinadas, o presidente dos Estados Unidos fez um pronunciamento na televisão e o tom não foi de união ou elevação do espírito de uma nação profundamente ferida e em agonia.  
Em vez disso, ele aproveitou a oportunidade para mais uma vez discutir com quem não votou nele, e o fez, como sempre, de maneira vergonhosa. Biden disse: “Como nação, temos de perguntar: ‘Quando, em nome de Deus, vamos enfrentar o lobby das armas? Quando, em nome de Deus, saberemos dentro de nós o que precisa ser feito? Para que, em nome de Deus, você precisa de armas, exceto para matar alguém?’ É simplesmente doente e os fabricantes de armas passaram duas décadas comercializando agressivamente armas, o que os torna maiores e com maior lucro. Pelo amor de Deus, temos de ter a coragem de enfrentar a indústria”.
 
As crianças estão morrendo porque o lobby das armas está lucrando. A desonestidade chega a ser inacreditável. E irracional também. Logo após o terrível tiroteio, o New York Times publicou a mesma ideia sobre o lobby das armas. Só não contaram que a National Rifle Association (NRA) declarou falência no ano passado, enquanto as big techs gastaram mais de US$ 70 milhões fazendo lobby no Congresso. 
As big pharmas gastaram US$ 92 milhões também fazendo lobby em Washington apenas no primeiro trimestre de 2021, enquanto a NRA gastou US$ 2,2 milhões em todo o ano de 2020, ano de eleições presidenciais. Seja qual for o problema, não é o lobby das armas que está matando pessoas inocentes. Este é um assunto muito sério para bobagens como essa, empurrada pela assessoria do Partido Democrata, ou a velha imprensa norte-americana, como preferirem.
 
Segundo uma pesquisa feita pela ABC News, “cerca de 11% dos crimes violentos na cidade de Los Angeles envolveram um sem-teto em 2018, 13% em 2019 e 15% em 2020”
Tenha em mente que os moradores de rua representam cerca de 1% da população total de Los Angeles, mas estão envolvidos em quase um quinto de todos os crimes violentos na cidade. 
Ah, mas não há nada para ver aqui. Circulando, circulando. 
Todos aqui em Los Angeles sabem que isso está acontecendo porque esses números aumentam a cada ano. 
E o que está acontecendo nas ruas também acontece nas escolas.

O que mudou?
O diretor-executivo da Associação Nacional de Oficiais de Recursos Escolares, Mo Canady, disse recentemente em uma entrevista que as escolas estão “vendo mais agressão em termos de brigas e roubos”. Segundo Canady, isso não costumava acontecer, mas está acontecendo agora em grande intensidade. Por quê? Não são armas. Não é sobre o lobby de armas
Mais famílias norte-americanas tinham armas em casa há 50 anos do que agora. De acordo com a Rand Corporation, 45% dos lares norte-americanos tinham uma arma em 1980. Em 2016, isso caiu para 32%. Então o problema não é que estamos mais armados do que estávamos. O problema é que as pessoas mudaram. Os jovens mudaram e estão mais violentos. Por quê?

Essa deveria ser a conversa bipartidária aqui nos Estados Unidos e a que deveria unir políticos de todos os espectros no Brasil. Mas ela vem sendo abafada por lunáticos que buscam atenção e que esperam apenas ganhar a próxima e a próxima e a próxima eleição, sem se preocupar, de fato, com as raízes profundas de problemas que não são simples.

Mais de 107 mil norte-americanos morreram de overdose de drogas em 2021. Esse é o maior número anual de mortes já registrado e um aumento de 15% em relação ao ano anterior

Provavelmente existem muitas causas para essas dificuldades e transtornos em adultos e adolescentes. O uso de antidepressivos nos Estados Unidos — como no Brasil — está aumentando dramaticamente. Entre 1991 e 2018, o consumo total de Selective serotonin reuptake inhibitors (SSRIs), ou inibidores seletivos da recaptação de serotonina, aumentou nos EUA em mais de 3.000%. Esses inibidores deveriam reduzir doenças mentais, mas algo não está indo na direção correta. No Canadá, as prescrições de antidepressivos financiadas pelo Estado para jovens dobraram na última década
Durante os lockdowns da pandemia, as prescrições dos inibidores aumentaram ainda mais. Um grupo de farmácias chamado “Express Scripts” relatou que as prescrições de antidepressivos aumentaram mais de 20% durante a pandemia de covid. De acordo com os números mais recentes, mais de 40 milhões de norte-americanos estão tomando drogas psicoativas. Isso é aproximadamente uma em cada dez pessoas!

Mostrei esses dados a uma amiga médica que está no campo da psiquiatria há quase 30 anos, e ela relatou que está assustada com o movimento dos antidepressivos na América. O objetivo dessas drogas é tornar o indivíduo mentalmente mais saudável, reduzir o suicídio e a violência, mas, ainda assim, as taxas de suicídio e violência estão aumentando. Não sabemos se isso é causalidade, mas precisamos encarar esse assunto com profissionalismo e preocupação. Novos números divulgados nesta semana pelo Centers for Disease Control and Prevention, o hoje famoso CDC, mostram como as overdoses de drogas aumentaram durante a pandemia. Mais de 107 mil norte-americanos morreram de overdose de drogas em 2021. Esse é o maior número anual de mortes já registrado e um aumento de 15% em relação ao ano anterior.

O isolamento humano através das telas digitais
Mas, então, as pessoas estão usando mais drogas, estão mais instáveis, estão se matando com maior frequência e, em outros casos, matando outras pessoas. O problema é tentar encontrar a raiz da mentalidade de quem mata crianças em uma escola primária! A pessoa deve estar tão terrível e profundamente desconectada de outros seres humanos que isso pode parecer normal, como uma regra que se aplicaria a todos nós. O que poderia estar aumentando o sentimento de desconexão que temos um do outro? Pesquisando alguns dados na internet, encontrei que, em 2020, os adultos nos Estados Unidos passavam em média oito horas todos os dias nas mídias e nas plataformas digitais olhando para uma tela. Os lockdowns eternos pioraram, e muito, essa situação. É claro que não estou apontando para uma, duas ou qualquer causa certa para insanos possuídos matarem pessoas, não acredito que haja uma única causa, mas não é difícil ver que esse isolamento humano através das telas digitais pode estar pesando mais do que imaginamos. Em relação a 2019, esse aumento foi de 20%.

Charles Krauthammer, proeminente escritor norte-americano, comentarista político, médico psiquiatra por Harvard e colaborador-chefe do terceiro Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (falecido em 2018), disse, após um tiroteio em massa no Washington Navy Yard, em setembro de 2013, que há muitos doentes mentais em nossa sociedade e que precisamos parar de ignorá-los, especialmente quando políticos travestem esse isolamento covarde e vil com vestes de falso amor e cuidado. Krauthammer, vencedor do Prêmio Pulitzer em 1987, disse: “Ele (o atirador) precisava de ajuda. Há 30 anos, os policiais o teriam levado para uma sala de emergência psiquiátrica. Ele provavelmente teria recebido antipsicóticos e provavelmente teria sido hospitalizado por algumas semanas. Era assim que se fazia nos anos 1970, quando eu exercia a psiquiatria, mas hoje isso não acontece. Os policiais foram embora e ele foi deixado sozinho. Ele era um homem que não deveria estar sozinho. Ele deveria ter o Estado cuidando dele e acabou matando pessoas. Olha, você quer respeitar as liberdades civis de todos, mas há um ponto em que, se você não assumir o controle de pessoas que estão claramente fora da realidade, você está prejudicando essas pessoas, expondo-as e, claro, expondo tragicamente muitos inocentes ao seu redor”.

No rescaldo de tragédias como a desta semana no Texas, e outras como Columbine, Parkland, Sandy Hook, os norte-americanos ouvem as características compartilhadas dos atiradores: normalmente são jovens do sexo masculino que obtiveram uma arma normalmente de maneira ilegal, usaram drogas ou estão fazendo uso de antidepressivos pesados, abandonaram a escola e cometeram ou planejaram suicídio como o grand finale para seus assassinatos, além de sérios problemas familiares com lares sem pais.

A mente humana é complicada. Fato. Mas paramos de falar de pessoas para dar lugar ao coletivismo macabro que ignora o indivíduo, seus problemas e as consequências muitas vezes diabólicas de seus atos. O que esses assassinos têm em comum? A resposta aos tiroteios em massa nos Estados Unidos ou à criminalidade no Brasil não pode ser a sempre fácil e rasa retórica de confisco universal de armas. A falsa bondade em ignorar doentes mentais ou viciados em drogas, sejam as ilícitas, sejam as com prescrição médica, pode ter um preço alto demais e sem volta. Foi assim que, nesta semana, a pequena cidade de Uvalde, no Texas, mudou para sempre.

Leia também “O ativismo judicial e a barbárie”

Ana Paula Henkel, colunista - Revista Oeste


Aliados ocidentais começam a discordar entre si quanto às condições para um acordo de paz com a Rússia - O Estado de S.Paulo

The Economist: Como terminará a guerra na Ucrânia?

Foto: SERGEY KOZLOV

A guerra na Ucrânia, segundo o presidente do país, Volodmir Zelenski, será vencida no campo de batalha, mas só poderá chegar ao fim por meio de negociações. Mas quando parar os combates? E de acordo com quais termos? O Ocidente diz que cabe à Ucrânia decidir. No entanto, passados três meses desde o início do conflito, os países ocidentais estão assumindo diferentes posicionamentos diante do seu desenlace.

Eles estão se dividindo em dois grupos, explica Ivan Krastev, do Centre for Liberal Strategies, um centro de estudos com sede em Sofia, na Bulgária. Um deles é o “partido da paz”, que deseja uma interrupção nos combates e o início das negociações o quanto antes. O outro é o partido da justiça”, para quem é preciso exigir da Rússia que pague um alto preço pela agressão cometida.

Ônibus passa em frente a prédio destruído em Borodianka, perto de Kiev; Ocidente ainda não sabe como iniciar negociações para o fim da guerra
Ônibus passa em frente a prédio destruído em Borodianka, perto de Kiev; Ocidente ainda não sabe como iniciar negociações para o fim da guerra  Foto: EFE/EPA/OLEG PETRASYUK
O debate começa com o território: 1)deixar a Rússia manter os que conquistou até o momento; 
2) fazê-la recuar até as fronteiras de 24 de fevereiro; 
3) ou tentar empurrá-la para trás, para dentro de suas fronteiras, para recuperar os territórios perdidos em 2014? 
É um debate que envolve muitos outros aspectos, incluindo o custo, o risco e a recompensa de se prolongar a guerra, e o lugar que a Rússia deve ocupar na ordem europeia. [queiram ou não a Rússia está ganhando a guerra - não no ritmo esperado, mas de forma lenta e consolidando posições - e, em nosso entendimento, jamais aceitará voltar para o antes de 2014 - opção 3.
O dilema está entre as opções 1 e 2 - e será dificil para a Ucrânia conseguir a opção 2, a conveniência da Rússia fortalece optar pela alternativa 1.]

O partido da paz está se mobilizando. A Alemanha pediu um cessar-fogo; a Itália apresentou um plano de quatro pontos para um acordo político; a França fala em um acordo de paz futuro sem “humilhar” a Rússia. Entre as posições deles estão principalmente a Polônia e os países bálticos, defendidos pelo Reino Unido.

E quanto aos Estados Unidos? O mais importante defensor da Ucrânia ainda não definiu um objetivo claro, além de fortalecer os ucranianos para dar ao país mais poder nas negociações. Os EUA já gastaram quase US$ 14 bilhões na guerra até o momento, e o Congresso acaba de destinar outros US$ 40 bilhões.

Os EUA chefiaram um esforço de captação de doações envolvendo mais de 40 outros países. Mas essa ajuda não é ilimitada. Ela produziu uma artilharia, mas não os sistemas de foguetes de longo alcance que a Ucrânia está pedindo.

EUA MUDAM DE OPINIÃO A TODO MOMENTO
Comentários feitos por Lloyd Austin, secretário da defesa dos EUA, só aumentam a ambiguidade. Depois de visitar Kiev, no mês passado, ele aderiu ao partido da justiça, dizendo que o Ocidente deveria ajudar a Ucrânia a “vencer” e “enfraquecer” a Rússia.

Três semanas depois ele parecia ter aderido ao partido da paz, pedindo um “cessar-fogo imediato” após um telefonema ao ministro da Defesa da Rússia, Serguei Shoigu. O Pentágono insiste que sua política não mudou.

Outro golpe sofrido pelo partido da justiça foi um editorial publicado no New York Times defendendo que a derrota da Rússia seria um objetivo irreal e perigoso. Na ocasião, Henry Kissinger, ex-secretário de Estado dos EUA, disse que as negociações deveriam começar em dois meses para evitar “agitações e tensões que não serão fáceis de superar”.

Idealmente, haveria um recuo até as fronteiras de 24 de fevereiro. “Insistir na guerra além disso não seria algo em nome da liberdade da Ucrânia, e sim uma forma de guerrear contra a Rússia”, declarou Kissinger no Fórum Econômico Mundial, em Davos. De acordo com ele, a Rússia tem um papel importante a desempenhar no equilíbrio de poder da Europa e não devemos empurrar o país na direção de uma “aliança permanente” com a China.

Por enquanto, essas fissuras no Ocidente são contidas pelo mantra segundo o qual cabe aos ucranianos decidir o futuro. Mas as alternativas da Ucrânia são, por sua vez, definidas por aquilo que o Ocidente lhe oferecerá. “A Europa e o mundo como um todo deveriam se mostrar unidos. Seremos fortes enquanto vocês se mantiverem unidos”, disse Zelenski, durante uma reunião em Davos. Ele garantiu que “a Ucrânia vai lutar até recuperar todo o seu território”. Mas ele também pareceu deixar para si algum espaço para concessões mútuas. De acordo com Zelenski, as negociações com a Rússia poderão começar quando o país retirar suas forças para as fronteiras de 24 de fevereiro.

Recuo e ataqueRussos concentram ataques no leste da Ucrânia após derrotas em Kiev
AJUSTES DE OPINIÃO CONFUNDEM ALIADOS
EUA, Europa e Ucrânia precisam ajustar continuamente seus posicionamentos em relação ao que os demais considerariam aceitável. “Os ucranianos estão negociando com seus aliados ocidentais tanto quanto estão tratando com os russos, ou ainda mais”, disse Olga Oliker, do International Crisis Group, um centro de estudos estratégicos.

A indefinição também reflete as incertezas da guerra. A Ucrânia está vencendo, já que salvou Kiev e afastou os russos de Kharkiv?          Ou está perdendo, pois a Rússia tomou Mariupol e pode em breve cercar Severodonetsk?

O partido da paz teme que, quanto mais durarem os combates, maior será o custo humano e econômico para a Ucrânia e o restante do mundo. O partido da justiça responde que as sanções aplicadas contra a Rússia estão começando a fazer efeito e, com mais tempo, mais armamento e equipamento melhor, a Ucrânia pode vencer. [será?]

Por trás de tudo isso há duas preocupações contraditórias. Uma delas diz respeito à potência das forças russas, que podem prevalecer em uma guerra de atrito. 
A outra diz respeito à sua fragilidade. Em caso de derrota desastrosa, a Rússia poderia descontar na Otan, ou recorrer a armas químicas ou até nucleares para evitar uma derrota.

No longo prazo, diz Emmanuel Macron, presidente francês, a Europa terá de encontrar uma maneira de conviver com a Rússia. A primeira-ministra da Estônia, Kaja Kallas, respondeu: “É muito mais perigoso ceder a Putin do que provocá-lo”.

Autoridades americanas e europeias vêm ajudando discretamente a Ucrânia a desenvolver suas posições para uma negociação. Um dos principais pontos é a exigência do país de garantias de segurança por parte do Ocidente.[como sempre o ex-comediante quer quer outros países combatam nas guerras que ele provocar. Mesmo já tendo tido tempo e mortes mais que suficientes para mostrar que sua tática não convence.] Na ausência de uma promessa direta de defesa da Ucrânia, outras ideias incluem a possibilidade de imposição automática de novas sanções à Rússia quando essas forem eventualmente suspensas e o rápido rearmamento da Ucrânia caso o país volte a ser atacado.

No momento, a Ucrânia se mostra otimista, e tem motivo para tal. O país impediu uma conquista fácil por parte dos russos, e o novo armamento ocidental está chegando à frente de batalha. Mas, falando a partir do gabinete presidencial protegido com sacos de areia, o principal negociador de Zelenski, Mikhailo Podoliak, se diz cada vez mais preocupado com a “fadiga” em alguns países europeus. “Eles não o dizem diretamente, mas é como uma tentativa de nos forçar a capitular. Qualquer cessar-fogo significa um conflito congelado.” Ele também se queixou da “inércia” em Washington, já que o armamento não estaria chegando na quantidade que a Ucrânia precisa.

O momento do fim da guerra vai depender principalmente da Rússia. O país não tem pressa em aceitar um cessar-fogo, parece determinado a conquistar toda a região do Donbas, no leste, e fala-se em tomar mais territórios no oeste. “O paradoxo da situação está no fato de ambos os lados acreditarem que podem vencer”, disse Volodmir Fesenko, analista político de Kiev. “Só poderemos falar em concessões mútuas quando chegarmos a um impasse reconhecido por Moscou e Kiev. E, mesmo assim, tal situação deve ser provavelmente temporária.”/

 The Economist - O Estado de S. Paulo

TRADUÇÃO DE AUGUSTO CALIL

 


segunda-feira, 7 de março de 2022

Coronavírus pode infectar pênis, testículos e próstata, mostra estudo - O Globo

Cientistas americanos afirmam que descoberta explicaria casos de disfunção sexual em alguns homens com Covid-19 

[uma coisa é certa: chute ou fato, a notícia vai reduzir o ímpeto dos milhares que estão realizando manifestações contra o conflito Rússia x Ucrânia (manifestações realizadas na segurança dos pontos turísticos dos países onde ocorrem - inclusive no Brasil). Agora terão que se preocupar com os danos sexuais atribuídos à covid-19, com a tragédia de Petrópolis e outros desastres que infelizmente continuam ocorrendo e tinham sido esquecidos pelos protestos em moda.

LEITORES, a coisa é séria não é deboche com a doença.A fonte é séria - pelo menos tem obrigação de ser,é uma das checadoras de fake news.]

O coronavírus pode infectar o pênis e os testículos, mostrou uma pesquisa com macacos rhesus. Cientistas acreditam que o mesmo aconteça com seres humanos. O achado, segundo o jornal New York Times, explicaria a disfunção sexual sofrida por alguns homens com Covid-19. O distúrbio seria provocado diretamente pelo Sars-CoV-2, e não pela inflamação ou febre que ocorrem na doença.

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O estudo de pesquisadores americanos demonstrou que o coronavírus infecta a próstata, o pênis, os testículos e os vasos sanguíneos em torno destes. Os macacos foram examinados com um tipo de exame de tomografia de emissão por pósitrons específico para detectar focos de infecção.Os cientistas ficaram surpresos com o tamanho da infecção encontrada no trato genital masculino. "Vimos um completo espalhamento pelo trato genital masculino. Ficamos surpresos com esse resultado",  disse ao New York Times Thomas Hope, principal autor do estudo e professor de biologia celular da Escola de Medicina Feinberg, em Chicago.

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O estudo ainda é preliminar, mas seu achado foi considerado consistente. Ele ainda não foi publicado em revista científica com revisão por pares, está no repositório bioRxiv. Já se sabia que a Covid-19 está associada a casos de disfunção erétil, mas o estudo mostra que a extensão do problema é maior do que a suposta. Se estima que entre 10% a 20% dos homens infectados pelo Sars-CoV-2 apresentem disfunção no trato genital.

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Homens infectados pelo vírus têm de três a seis vezes mais risco de sofrer disfunção erétil. E esta pode ser um indicador da síndrome pós-Covid.

Pacientes reportam problemas como dor nos testículos, diminuição do número e da qualidade dos espermatozoides e redução da fertilidade. Também há casos de hipogonadismo, uma condição em que os testículos produzem quantidade insuficiente de testosterona, causando diminuição perda do desejo sexual e da fertilidade, além de impotência.

Pesquisador adverte homens não vacinados
Hope advertiu que mesmo que apenas uma pequena parcela dos homens infectados pelo coronavírus apresente essas complicações, o número de afetados pode chegar a milhões dadas as dimensões da pandemia. Ele urgiu os homens ainda não vacinados a se imunizarem e a procurarem um médico, caso percebam problemas sexuais ou reprodutivos.
 
 

Saúde - O Globo
 


sábado, 15 de janeiro de 2022

Pesquisadores explicam como exercícios físicos podem ajudar a controlar a ansiedade - O Globo

Estudo realizado na Suécia descobriu que ser fisicamente ativo reduz pela metade o risco de desenvolver o problema  

Um estudo em larga escala com quase 200 mil esquiadores de cross-country, publicado na Frontiers in Psychiatry, descobriu que ser fisicamente ativo reduz pela metade o risco de desenvolver ansiedade clínica ao longo do tempo. Foto: PIOTR REDLINSKI / NYT
Um estudo em larga escala com quase 200 mil esquiadores de cross-country, publicado na Frontiers in Psychiatry, descobriu que ser fisicamente ativo reduz pela metade o risco de desenvolver ansiedade clínica ao longo do tempo. Foto: PIOTR REDLINSKI / NYT

A ciência já oferece muitas evidências encorajadoras de que o exercício pode melhorar nosso humor. Experimentos mostram que quando as pessoas (e animais de laboratório) começam a se exercitar, elas normalmente ficam mais calmas, mais resilientes, mais felizes e menos propensas a se sentir indevidamente tristes, nervosas ou com raiva. Estudos epidemiológicos, que muitas vezes se concentram nas ligações entre um tipo de atividade ou comportamento e vários aspectos da saúde ou longevidade, também descobriram que mais exercícios estão associados a chances substancialmente menores de desenvolver depressão grave. Inversamente, ser sedentário aumenta o risco de depressão.

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Saúde mental
Para o novo estudo, que foi publicado na Frontiers in Psychiatry, cientistas do exercício da Universidade de Lund, na Suécia, e outras instituições, decidiram que valeria a pena examinar a saúde mental a longo prazo de milhares de homens e mulheres que participaram do famosa corrida anual de esqui na Suécia conhecida como Vasalopett, em que uma multidão de participantes percorre a distância de 90 km entre Sälen e Mora, na província histórica sueca da Dalecárlia.

Como esse tipo de evento requer saúde, resistência e treinamento abundantes, os pesquisadores usaram dados sobre os corredores do Vasaloppet para estudar como o exercício influencia a saúde do coração, os riscos de câncer e a longevidade.

— Usamos a participação em uma Vasaloppet como um substituto para um estilo de vida fisicamente ativo e saudável — disse Tomas Deierborg, diretor do departamento de medicina experimental da Universidade de Lund e autor sênior do estudo, que completou duas vezes o percurso de 90 km.

Para começar, ele e seus colegas reuniram tempos de chegada e outras informações de 197.685 homens e mulheres suecos que participaram de uma das competições entre 1989 e 2010. Eles então cruzaram essas informações com dados de um registro nacional sueco de pacientes, procurando diagnósticos de transtorno de ansiedade clínica entre os corredores nos próximos 10 a 20 anos. Para comparação, eles também verificaram diagnósticos de ansiedade durante o mesmo período de tempo para 197.684 de seus concidadãos selecionados aleatoriamente que não haviam participado da corrida e eram considerados relativamente inativos.

Os esquiadores, descobriram os pesquisadores, provaram ser consideravelmente mais calmos ao longo das décadas após a competição do que os outros suecos, com mais de 50% menos risco de desenvolver ansiedade clínica. Esse padrão tendia a prevalecer entre esquiadores masculinos e femininos de quase todas as idades— exceto, curiosamente, as corredoras mais rápidas. As melhores finalistas femininas de cada ano tendiam a ser mais propensas a desenvolver transtornos de ansiedade do que outros corredores, embora seu risco geral permanecesse menor do que para mulheres da mesma idade no grupo de controle.

Esses resultados indicam que "a ligação entre o exercício e a redução da ansiedade é forte", disse Lena Brundin, principal pesquisadora de doenças neurodegenerativas do instituto de pesquisa Van Andel, no estado americano do Michigan, que foi outra autora do estudo.

Exercício aeróbico
Segundo Deierborg, não é necessário percorrer, de esqui, longas distâncias nos bosques nevados da Suécia para colher os frutos, disse Deierborg. Estudos anteriores de exercício e humor sugerem que seguir as recomendações da Organização Mundial da Saúde de cerca de 30 minutos de caminhada rápida ou atividades semelhantes na maioria dos dias “tem bons efeitos na sua saúde mental” e esses benefícios parecem se aplicar a uma “população mais ampla”, do que apenas os suecos, disse ele.

Ainda assim, pode valer a pena monitorar sua resposta psicológica a treinos e competições intensos, especialmente se você for uma mulher competitiva.

No entanto, as descobertas têm limitações. Elas não podem provar que o exercício faz com que as pessoas tenham um humor melhor, apenas que pessoas altamente ativas tendem a ser menos ansiosas do que seus pares mais sedentários. O estudo também não explica como o esqui pode reduzir os níveis de ansiedade. Os pesquisadores suspeitam que a atividade física altera os níveis de substâncias químicas cerebrais relacionadas ao humor, como dopamina e serotonina, e reduz a inflamação em todo o corpo e no cérebro, contribuindo fisiologicamente para uma saúde mental mais robusta. Qualquer exercício em qualquer ambiente provavelmente deve ajudar. — Um estilo de vida fisicamente ativo parece ter um forte efeito na redução das chances de desenvolver um transtorno de ansiedade — disse Deierborg.

Em O Globo - Saúde - Bem-estar - MATÉRIA COMPLETA


sábado, 25 de dezembro de 2021

O passaporte dos tiranos - Revista Oeste

Ministro do STF, Luís Roberto Barroso | Foto: Montagem/Revista Oeste
Ministro do STF, Luís Roberto Barroso -  Foto: Montagem/Revista Oeste

Claro que não posso deixar de explicar que a arrecadação de impostos no Brasil não arca apenas com incompetência e arrogância de homens e mulheres incapazes de se atrelarem apenas às suas obrigações institucionais e constitucionais. Paga também viagens extravagantes, lagostas e vinhos especiais para a Corte mais política do Brasil.

Já são mais de dez anos morando nos Estados Unidos e são mais de dez anos tentando explicar o inexplicável. O que dizer para amigos e familiares que pedem para atualizá-los sobre nossas notícias e eventos políticos com perguntas como:Como assim, Ana? Um juiz da Corte Suprema do Brasil prendeu um parlamentar porque ele falou mal da Corte na internet?”. Yep. Ou: “Ana, creio que você tenha traduzido errado. Um juiz da Suprema Corte deu ordem de prisão para duas pessoas que falavam mal dele num bar?”. Yeep. Ah! Agora tem essa também: “Ana, é verdade que um juiz da Suprema Corte do Brasil deteve um cidadão americano em um aeroporto no Brasil e o interrogou por quatro horas sem ele ter cometido nenhum crime nem saber do que se tratava?”.

E, por mais que eu encontre as palavras certas para traduzir o que se passa com nossos iluministros, são tantas situações bizarras que muitas vezes os ianques acham que exagero na fantasia. Essa semana não foi diferente. Ao ser questionada sobre “qual a última da sua Suprema Corte” — sim, o STF virou uma série que é acompanhada por amigos e familiares como uma série distópica de suspense e comédia —, respondi: “Um ministro da Corte que defendeu um terrorista italiano que matou várias pessoas e disse que o criminoso era inocente, que acredita num charlatão que dizia que curava doenças apenas com o toque de suas mãos, mas que, na verdade, estuprou várias mulheres, então… Esse ministro decretou que qualquer pessoa que queira entrar no Brasil deve apresentar um comprovante da vacina contra covid”.

“Normal”, eu ouvi. “Isso não foi decidido pelo Congresso e ele está fazendo a legislação ser cumprida?”. Nope
Também relatei sobre as dezenas de mensagens que recebi através das minhas redes sociais de brasileiros que estavam presos nos Estados Unidos e na Europa sem conseguir embarcar de volta para seu próprio país, porque um ministro resolveu bancar o imperador do país. A desculpa para a medida draconiana? A nova variante Ômicron, que, em vez de centenas de vítimas, apenas jogou na UTI a continuação do projeto de controle social de tiranetes espalhados pelo mundo.

Faltou combinar com o vírus
Segundo os autoritários, a Ômicron está aí, e, com ela, a morte e a destruição a menos que prendamos as pessoas em campos de segregados não vacinados, ou que forcemos uma vacina experimental em crianças e adolescentes que passam pelo vírus sem grandes problemas, ou que cancelemos o Natal, ou que nos escondamos em nossas casas, ou que usemos máscara até para correr no parque. Quaisquer ações e canetadas, por mais estranhas que sejam, são vistas como justificáveis para se proteger dessa nova e assustadora variante.

E, assim, com mais e mais “dados” embasados na ciência de João de Deus, um número perturbadoramente grande de repórteres e comentaristas na imprensa dedica sua cobertura aos caminhos do vírus chinês e permanecem cada vez mais distantes da realidade. Bastam dez minutos na frente da TV ou uma passada rápida nas redes sociais para termos certeza absoluta de que a Ômicron foi a cepa mais mortal do vírus até o momento, destinada a dominar hospitais e deixar um rastro de morte.

Faltou combinar com a realidade. Para milhões de pessoas com o mínimo de discernimento, principalmente aquelas da comunidade médica que não se ajoelharam às big pharmas, a cepa mostra exatamente o oposto: a Ômicron parece ser a variante menos perigosa do vírus até aqui. Depois de cinco semanas de disseminação na África do Sul, onde apareceu pela primeira vez, as notícias são encorajadoras: sintomas leves a inexistentes e taxas de hospitalização nove vezes menores do que os surtos anteriores, embora apenas cerca de um quarto da população esteja vacinada.

Diante da expressão favorita dos tiranetes o passaporte sanitário —, muitos começam a questionar por que a imunidade natural de quem passou pela doença não é colocada na equação. 
Barroso apenas disse que os “especialistas” consultados por ele (talvez outros Joãos de Deus) afirmaram que a imunidade natural no momento não vem ao caso. Claro que não. O jogo da manutenção do poder e do controle social voltou ao tabuleiro com a nova cepa, que trouxe novamente o impulso desesperado de vacinar até quem não precisa.
 
Não custa deixar claro: a questão não é ser contra ou a favor da vacina experimental, a questão é defender a autonomia médica e a decisão individual de querer ou não tomar a picada. 
Claro que é muito mais fácil para os Barrosos pelo mundo apontar o dedo para os “negacionistas-terraplanistas-nazistas-taxistas” da ultra-extrema-megadireita pela resistência à vacina experimental do que fazer um momento de introspecção ou de oferecer um debate honesto.

Na onda de baboseiras como “tudo isso é culpa dos não vacinados ou das fake news” está, obviamente, Joe Biden. O presidente norte-americano com o “maior número de votos na história” e também com históricos índices de rejeição em apenas dez meses na Casa Branca — joga para a torcida a mesma retórica: “Os não vacinados são responsáveis ​​por suas próprias escolhas, mas essas escolhas foram alimentadas por desinformações perigosas na TV a cabo e nas redes sociais.

E aqui entra a malandragem de tipos como Barroso, Biden e companhia. O que eles querem dizer por “desinformação” se refere a qualquer coisa com que eles — ou seus amigos políticos — não concordem. O que eles querem dizer por “rede social”? Tudo aquilo que se refere a postagens de reações contrárias às vacinas, ao tratamento precoce, à imunidade natural e ao que escapa do olhar atento de seus paus-mandados nas “agências de checagem” da extrema esquerda, incrustadas nas redações militantes da velha e mofada imprensa.

Hipocrisia é isso aí
Obviamente que, se quisermos falar de hipocrisia dentro dessa pandemia, além do espetacular vídeo do ministro Barroso cantando um samba de rostinho colado com um jornalista da TV Globo, sem máscara e sem pudor, não podemos deixar de citar Anthony Fauci.[Confira: Sem máscara, Barroso canta e dança em festa ao lado de jornalista da GloboNews e/ou  Jornalista da Globo cai no samba com ministro do STF.] Aquele que se encontra no leme da pandemia nos Estados Unidos, mesmo depois de escândalos envolvendo seu nome. Primeiro, Fauci disse que não havia “nenhuma razão” para andar por aí com uma máscara. Depois, afirmou que o conselho, na verdade, era para racionar equipamentos de proteção pessoal para enfermeiros e médicos. Em outra ocasião, admitiu que havia aumentado arbitrariamente os limites necessários de imunidade de rebanho para sairmos da pandemia não por causa de evidências científicas, mas porque sabia que poderia escapar impune: “Quando as pesquisas mostraram que apenas metade de todos os americanos tomaria a vacina, eu disse que a imunidade coletiva ideal para derrotarmos o vírus seria de 70% a 75%”, disse ao New York Times. “Então, quando as pesquisas mais recentes disseram que 60% ou mais aceitariam, eu pensei, ‘posso aumentar um pouco isso’, então fui para 80%, 85%”
 
 

Barroso canta e dança em festa de casamento

Fauci, Biden Barroso… Não é difícil diagnosticar os mais cínicos dessa era já histórica

Fauci também negou veementemente que os dólares do contribuinte dos EUA estavam financiando pesquisas em Wuhan, na China, para admitir apenas em maio deste ano que “não havia como garantir” como esse dinheiro estava sendo usado. Um dos homens mais insolentes dessa pandemia também chegou a dizer que o uso de máscaras para vacinados é puro teatro político.

Fauci, Biden Barroso… Não é difícil diagnosticar os mais cínicos dessa era já histórica que ainda empurram cidadãos para continuarem cobrindo seus rostos, vacinados, não vacinados, com imunidade natural… não interessa. Cubra a boca e não solte nenhuma palavra. 
Isso não apenas cultiva a desconfiança nos especialistas da saúde, mas também tira a vontade das pessoas de receber a vacina que vem sendo empurrada de forma tirânica. 
Afinal, qual o propósito de se vacinar se mesmo pessoas e jovens saudáveis ​​não podem tirar a máscara e conviver normalmente umas com as outras?
 
Na contramão
E, embora muitos países, inclusive algumas das notáveis superpotências do mundo, tenham ido ao extremo para ordenar que os seus cidadãos tomem injeções experimentais, o Japão decidiu ir na contramão da loucura e adotou uma abordagem totalmente independente. Em vez de forçar a população por meio de passaportes de vacinas, como muitos países ocidentais, o governo permitiu que tal decisão continuasse sendo uma escolha individual. Em sua orientação sobre as vacinas para a covid, o Ministério da Saúde, Trabalho e Bem-Estar do Japão deixa claro que, embora o governo incentive os cidadãos a tomar as vacinas, a opção de fazê-lo não é obrigatória: “A vacinação só será dada com o consentimento da pessoa a ser vacinada após as informações prestadas”, lê-se no guia distribuído para a população. “Por favor, vacine-se por sua própria decisão, entendendo a eficácia na prevenção de doenças infecciosas e o risco de efeitos colaterais. Nenhuma vacinação será dada sem consentimento.”

O ministério, além disso, pede que indivíduos e empresas não “obriguem ninguém em seu local de trabalho ou aqueles ao seu redor a serem vacinados”, ao mesmo tempo que encoraja aqueles que receberam a vacina a não “discriminar aqueles que não foram vacinados”. Também está incluído na orientação um link para uma página de aconselhamento de direitos humanos que fornece instruções sobre como lidar com casos de discriminação no local de trabalho.

O que permanece ainda mais surpreendente sobre a abordagem do Japão para os esforços de vacinação contra a covid, no entanto, tem sido sua transparência em relação aos potenciais efeitos colaterais das vacinas. No início deste mês, o Ministério da Saúde do país ordenou que “a inflamação do músculo cardíaco e do revestimento externo do coração em homens mais jovens” (miocardite e pericardite) fosse listada “como possíveis efeitos colaterais graves das vacinas Moderna e Pfizer”. Os hospitais também são obrigados a “relatar em detalhes incidentes envolvendo pessoas que desenvolveram os sintomas dentro de 28 dias após serem vacinadas”.

Essa abertura e esse respeito pela ética médica são uma lufada de ar fresco quando comparados com os esforços autoritários empreendidos pelo presidente dos EUA, Joe Biden, cuja administração orquestrou um dos maiores ataques às liberdades individuais na era moderna. Ações que têm sido copiadas por personagens toscos no Brasil.

As diferenças gritantes nas respectivas abordagens entre países como Brasil, Estados Unidos e Japão para os esforços de vacinação não são apenas angustiantes, mas vergonhosas. Por décadas, os Estados Unidos permaneceram um farol de liberdade para milhões de pessoas privadas de direitos que vivem em buracos totalitários do inferno em todo o mundo. Os decretos draconianos de Barroso e Biden mancham a imagem de liberdade no Ocidente, pois as ações só demonstraram até agora a arrogância de uma classe política que declarou guerra aos direitos naturais dos cidadãos. Essas ações não são representativas dos ideais da América ou do Iluminismo, período que Barroso faz questão de mencionar em seus discursos vazios e falaciosos. Para esses homens sem escrúpulos, suas posições parecem sedutoras agora. Os livros, no entanto, mostrarão que essas ações são de regimes que colocaram poder e controle absolutos sobre a liberdade individual ao longo da história.

Leia também “Para a hipocrisia não há vacina”

Ana Paula Henkel, colunista - Revista Oeste