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quinta-feira, 8 de julho de 2021

Não faltará arroz na mesa - Revista Oeste

Evaristo de Miranda é doutor em Ecologia e chefe-geral da Embrapa Territorial.

Contrariando previsões pessimistas, a produtividade está em 8,8 toneladas por hectare em 2021, contra 8,3 no ano passado. Um recorde histórico 

 

Foto: Suwan Wanawattanawong/Shutterstock

Este ano dificilmente faltará arroz no mercado ou haverá alta de preços como em 2020. O confinamento, com muita gente em casa cozinhando, elevou o consumo (e o desperdício) do arroz. No pior período de praga da covid, esse grão atingiu seus maiores valores históricos. E, apesar de custar mais de 100 reais a saca, poucos produtores aproveitaram essas cifras.

A certeza de arroz na mesa vem dos resultados da recém-concluída colheita no Rio Grande do Sul, o grande produtor do Brasil (70% da safra). Contrariando previsões pessimistas e especulativas, a produtividade veio bem acima do esperado. Foram 8,8 toneladas por hectare, contra 8,3 no ano passado. Um recorde histórico. A safra maior, com umas 500.000 toneladas a mais, garante a tranquilidade no abastecimento do mercado interno. E até parte das exportações. Para se ter uma ideia, só esse extra adicional de meio milhão de toneladas supera toda a produção de arroz da Europa (Itália, Espanha, Portugal, França…).

Familiar no prato dos brasileiros, o arroz (Oriza sativa L.) tem uma longa história. A espécie ancestral é originária da África. Sua domesticação e cultivo tiveram início na China Central (Hunan), com registros de mais de 5.000 anos a.C. Variedades ancestrais de arroz, como o Wannian, ainda são preservadas em cultivos tradicionais na China.

Há milhares de anos, o arroz já era cultivado às margens do Rio Ganges no norte da Índia. Com o tempo, ele chegou à Coreia, Japão, Indonésia e Tailândia. E, na direção oeste, à Pérsia. Atribui-se a Alexandre, o Grande, sua introdução na Grécia e Europa. No século 10, os árabes o levaram ao Egito, pela costa oriental da África até Madagascar e pelo norte até o Marrocos, a Espanha e Portugal (Al Andaluz). A palavra é de origem árabe: al ruzz. No século 16, os portugueses introduziram o arroz desde a costa ocidental da África (Senegal e Guiné-Bissau) até o Golfo da Guiné. Hoje, o prato típico do Senegal é à base de arroz: o tiebudiene. Os lusitanos trouxeram e espalharam o arroz pelo Brasil. Cultivado em sequeiro, o arroz expandiu-se por todo o território nacional e tornou-se a base energética da alimentação cotidiana dos brasileiros, combinado com o feijão, com a bênção dos nutricionistas. E não só aqui.

                     Plantação de arroz -  Foto: Federarroz

O arroz é o principal alimento de mais da metade da população mundial e o terceiro cereal mais produzido (500 milhões de toneladas), atrás do milho (2,8 bilhões de toneladas) e do trigo (760 milhões de toneladas). China e Índia respondem por 50% desse total. Agregando-se Indonésia, Bangladesh, Vietnã e Tailândia, chega-se a 75% da produção mundial. A China produz muito, mas não dá conta de seu mercado consumidor. Ela é também o maior importador mundial, com 5 milhões de toneladas anuais. O Brasil é o nono produtor mundial atrás de China, Índia, Indonésia, Bangladesh, Vietnã, Myanmar, Tailândia e Filipinas. A safra 2021 deve superar 11 milhões de toneladas. Apesar dessa expressão planetária, o arroz participa pouco dos mercados mundiais: menos de 10% da produção. Seu destino é o autoconsumo.

Na cesta básica, o arroz é um dos produtos mais acessíveis

No Brasil, irrigada e mecanizada, a cultura do arroz é intensiva e usa muita tecnologia. Graças ao controle rigoroso de pragas e doenças, à adubação adequada e ao bom manejo da água — até para reduzir as ervas daninhas —, a safra em 2021 surpreendeu. As lavouras arrozeiras responderam bem ao clima estival excepcional para o arroz irrigado. Só para ele.

Este ano, o clima não foi muito bom para a agricultura no Brasil. Faltou chuva durante o verão no Rio Grande do Sul. Os pequenos períodos de seca ou veranicos prejudicaram a soja e o milho, mas beneficiaram o arroz. Menos chuva significa menos nuvens no céu e mais luz. Com mais luminosidade, as plantas fizeram mais fotossíntese em pleno período de reprodução e frutificação. E, por ser irrigado, água não faltou ao arroz gaúcho. Resultado: produtividade recorde.

Esse é um exemplo de como não se pode ser catastrofista com as flutuações climáticas. Se o clima do ano prejudica uma lavoura, pode favorecer outra. Na agropecuária, a solução para reduzir o risco climático não está no aquecimento verbal de certos ambientalistas e sim no uso de tecnologias, com intensificação e modernização da produção. O retorno ao Neolítico, como pregam alguns, não resolverá nada. Neste segundo semestre, depois de um tempo meio anormal, segue um inverno normal, sem os fenômenos meteorológicos de La Niña nem de El Niño. Em matéria de clima, longe da polarização política, o tempo é de neutralidade climática, como se diz.

A área plantada de arroz manteve-se estável com relação ao ano passado. Ela é relativamente pequena comparada a outros cultivos anuais: pouco mais de 1 milhão de hectares irrigados. E representa 40% do uso da água em irrigação no Brasil. O Rio Grande do Sul concentra 73% do total, seguido por Santa Catarina (12%) e Tocantins (8%). Os dados são do Mapeamento do Arroz Irrigado no Brasil, produzido por Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico e Companhia Nacional de Abastecimento.

A demanda segue aquecida. A estabilidade da área plantada, o mercado internacional em alta e o dólar acima de 5 reais trazem uma melhor paridade com o Mercosul. O preço atual do arroz, cerca de 82 reais para o produtor, é justo e tende a ser um piso. Na cesta básica, o arroz é um dos produtos mais acessíveis. E tem gente se queixando do preço. Ele representa cerca de 0,5% dos gastos com alimentação no orçamento familiar. No consumo cotidiano de um prato de arroz, feijão, uma proteína e salada, o custo do arroz é inferior ao da salada.

A expectativa de exportações para México, Costa Rica e até Venezuela é boa. Talvez acarrete menor oferta e ligeiro aumento de preços. Serão menos exportações em relação ao ano passado (1,7 milhão de toneladas). A previsão para este ano é de 1,2 milhão a 1,3 milhão de toneladas. Se as exportações forem menores, o excedente de produção poderá ser utilizado na alimentação de bovinos, suínos e aves para substituir o milho, tão escasso devido à quebra da safrinha.

E os rizicultores já cuidam da próxima safra com uma projeção de aumento de 20% a 30% no custo de produção. A situação atual recomenda cautela aos produtores: atualizar custos e cuidado com novos investimentos. Antecipar a compra de fertilizantes e defensivos é uma boa precaução. A área plantada certamente será mantida. Áreas menos adequadas, destinadas a soja e pecuária, devem manter-se assim. É essencial plantar em locais de excelente produtividade, praticar a rotação de culturas e manter a cobertura vegetal no outono e inverno com milho e trigo na várzea e com outras forrageiras (aveia, azevém, trevo-persa…). Ao cobrirem o solo, esses plantios em rotação o protegem, reduzem a infestação de plantas invasoras e melhoram as condições de produção no ano seguinte.

Não se consegue mais arroz, nem preços mais baixos, proibindo exportaçõescomo fez o governo argentino com os pecuaristas —, nem sendo arbitrário em impostos e outras medidas coercitivas. A solução é apoiar o rizicultor a produzir sempre, mais e melhor, como defende a Federação das Associações de Arrozeiros do Rio Grande do Sul. Simples assim. Como: um, dois, feijão com arroz.

Leia também “O país adoça o mundo” 

Revista Oeste

Evaristo de Miranda é doutor em Ecologia e chefe-geral da Embrapa Territorial.

 

sábado, 13 de março de 2021

VAI FICAR POR ISTO MESMO? - Ponto Crítico


PERGUNTA

Depois de tantas e absurdas intervenções do STF, todas com o calculado e firme propósito de IMPEDIR que o presidente Jair Bolsonaro coloque em prática o PROGRAMA DE GOVERNO para a qual foi eleito, DEMOCRATICAMENTE, pela maioria dos eleitores que foram às urnas no final de 2018, e, mais recentemente, a decisão MONOCRÁTICA do ministro confessadamente petista, Edson Fachin, que por conta própria simplesmente resolveu ANULAR as condenações de Lula relacionadas à Lava Jato, a pergunta que cabe, notadamente àqueles que não se conformam com tantas INJUSTIÇAS é a seguinte: VAI FICAR POR ISTO MESMO?

O POVO QUE SE DANE
Pois, a considerar o ensurdecedor silêncio e enorme apatia das FORÇAS ARMADAS, INSTITUIÇÃO esta que, segundo diz, de forma nítida e inquestionável transparência, o artigo 142 da Constituição Federal, tem o real poder de INTERVIR no STF, a RESPOSTA que existe neste grave momento da história do nosso empobrecido Brasil, infelizmente, é a seguinte: VAI FICAR, SIM, POR ISTO MESMO! Em outras palavras, ou sem meias palavras, isto significa: - O POVO BRASILEIRO QUE SE DANE!

O ESSENCIAL E O SUPÉRFLUO
Como se não bastassem as nojentas INTERVENÇÕES em outros Poderes da República, somadas às corriqueiras decisões e julgamentos que são tomados a todo momento, de forma MONOCRÁTICA ou COLETIVA, pelos ministros da Suprema Corte, os sofridos brasileiros ainda são obrigados a cumprir inconcebíveis DECISÕES impostas também por inúmeros governadores e prefeitos - DITADORES -, como é o caso, por exemplo, do GAÚCHO-TIRANO Eduardo Leite, que do alto de sua fantástica estupidez passou a definir, para surpresa e estupefação do povo gaúcho, o que é ESSENCIAL e o que é SUPÉRFLUO, tanto para quem produz quanto para quem consome.

VOLTADAS PARA A MINORIA - PRIMEIRA CLASSE
 Pois, envolvidos por este fétido ambiente onde a LIBERDADE é tal qual manga de colete, os brasileiros de bem, atônitos e incrédulos, já não sabem a quem recorrer. Todos, infelizmente, já perceberam que nem as INSTITUIÇÕES que são comandadas por representantes eleitos pelo povo funcionam para o bem de todos, e muito menos aquelas cujas autoridades não foram eleitas pelo povo, Melhor: todas funcionam apenas para o bem e a felicidade de uma minoria privilegiada, de PRIMEIRA CLASSE que NÃO FAZ QUALQUER PRODUTO E/OU SERVIÇO, mas curte a boa vida às custas da maioria que integra a miserável SEGUNDA CLASSE.

PENSAMENTO IDEOLÓGICO
Esta é a nua e crua realidade que paira sobre o nosso imenso e triste Brasil. A Constituição Federal, que serviria como norte para definir os DIREITOS E DEVERES de todos os cidadãos, foi absurdamente substituída pelo FÍGADO DOS MINISTROS DO STF, que simplesmente resolveram FAZER AS LEIS. Se por algum momento as decisões foram tomadas com base na interpretação da LEI MAIOR, de uns tempos para cá, para surpresa de muitos brasileiros, todas passaram a ser tomadas de acordo com o pensamento IDEOLÓGICO-SOCIALISTA - dos integrantes da Corte Suprema, cuja maioria foi escolhida pelos governos petistas.

CARTA DE POUCA RELEVÂNCIA
Como, a curto e médio prazo, só as Forças Armadas, como manda o artigo 142 da CF, poderiam mudar o quadro atual, ou seja, através de uma necessária INTERVENÇÃO NO STF, com nítido propósito de COLOCAR A ORDEM NO SEU DEVIDO LUGAR, infelizmente não é isto que deve acontecer. Observem que o ÂNIMO E VONTADE QUE SOBRA no ambiente da população de bem (maioria) é IGUAL à TOTAL FALTA DE ÂNIMO E VONTADE DAS INSTITUIÇÕES, principalmente das Forças Armadas. Esta providência, - CONSTITUCIONAL- , para que fique bem claro, está definida na nossa Carta Magna, que mais parece uma CARTA DE POUCA RELEVÂNCIA. 

Gilberto Simões Pires - PONTO CRÍTICO

 

terça-feira, 4 de junho de 2019

Próxima tragédia: A Judicialização das Reformas

O Presidente Jair Bolsonaro fatura os bons frutos de sua amizade pessoal com David Alcolumbre. O rolo compressor do presidente do Senado foi fundamental para a aprovação da medida Antifraude no INSS – que caducaria ontem. Foram 52 votos a favor e 12 contra o modelo considerado a primeira etapa da reforma da previdência e que pode gerar uma economia de R$ 9,8 milhões aos cofres públicos, em 12 meses. Os alvos são benefícios com “indícios de irregularidades”.
O probleminha” é que o pente-fino no INSS pode atrasar – ou nem acontecer – porque depende de dois fatores: 1) falta de dinheiro e 2) risco de judicialização. No primeiro caso, o Congresso precisa aprovar uma medida que autorize gastos extras para pagar bônus a peritos que farão a varredura na seguridade social, fora do horário normal de trabalho. Na segunda hipótese, a tendência é que a “devassa” seja questionada no Supremo Tribunal Federal.

A advogada especialista em Direito Previdenciário e coordenadora do Movimento Acorda Sociedade (MAS) em São Paulo, Dirce Namie Kosugi, adverte que a MP 871, aprovada ontem, “é, de fato, o início da reforma da previdência, só que, camuflada de ação antifraude, representa um pacote de inconstitucionalidades, ilegalidades, confisco e sentença de morte para os mais necessitados”. Dirce Kosugi reclama que “o texto estabelece a inversão de presunção de inocência, colocando todos os segurados na condição de culpados até que provem o contrário. 80% dos benefícios revistos foram negados. Podemos concluir 1. Que á algo errado nessas negativas ou 2. Temos uma população de fraudadores”.

A especialista chama atenção que a medida antifraude no INSS também altera a pensão por morte e restringe o pagamento de auxílio-reclusão para as famílias de presos que cumprem pena em regime fechado. Dirce Kosugi alerta: “Vale lembrar que,  para que a família do preso tenha direito ao auxílio-reclusão, houve a contribuição previdenciária. Portanto, o nome disso é confisco”. Dirce aponta outros pontos problemáticos da medida: “É uma aberração jurídica! O devido processo legal, a ampla defesa foram enterrados com todos os demais direitos fundamentais. Essa MP é o início da PEC 06 e sela o seu desfecho pois exclui em massa legítimos beneficiários da previdência pública”.
Se tal raciocínio jurídico estiver correto, a previsão é que esse ponto nevrálgico da reforma da previdência tenha sua constitucionalidade questionada no Supremo Tribunal Federal. Além deste risco concreto, o principal da reforma pode nem ser aprovado até agosto – conforme deseja o Governo. O atraso pode ser causado porque a Câmara e o Senado chegaram a um consenso de que precisam de mais tempo para analisar MPs. O assunto será debatido no Congresso Nacional, depois de um acordo fechado entre Davi Alcolumbre e Rodrigo Maia.
São Pedro e São João podem atrasar a reforma. Não será fácil contar com o quorum parlamentar, principalmente das bancadas do Norte e Nordeste, que priorizam as festas juninas de “extremo interesse político no ano que antecede eleições municipais”. A chiadeira já é forte porque Rodrigo Maia avisou que cancelaria viagens de colegas no final deste mês, para garantir um quorum de pelo menos 500 deputados.
A temporada de encrencas está apenas começando... Mas, em vez de debater previdência, o Brasil vai dar uma paradinha para “discutir” Copa do Mundo de Futebol Feminino, Copa América de Futebol Masculino, além, claro, da polêmica policial envolvendo sacanagens sexuais do craque Neymar Júnior...
Com direito à vinheta na voz do Edmo Zerife: “Brazil-zil-zil-zil-zil”.

Edição do Alerta Total – www.alertatotal.net
Por Jorge Serrão - serrao@alertatotal.net



sexta-feira, 25 de maio de 2018

Governo decide usar Exército para liberar rodovias

Greve de caminhoneiros

  - [Exército Brasileiro não escolhe missão nem entra para perder - não nos pergunte se somos capazes, dê-nos a missão.]

Comandante da Força já mobiliza tropas em todo o país 

O governo federal decidiu nesta sexta-feira que vai usar as Forças Armadas para desobstruir as rodovias bloqueadas por caminhoneiros. O anúncio será feito pelo presidente Michel Temer. Além das Forças, a Polícia Rodoviária Federal (PRF), e a Polícia Militar, vão atuar “onde for possível”. A informação foi confirmada ao GLOBO por fontes no governo. — A situação de abastecimento é grave. Acordo de ontem ainda não produziu sinais de que o movimento cedeu. A desobstrução agora é inadiável e tem que ser feita rapidamente — disse um interlocutor do governo.

O Comandante do Exército, o general Eduardo Villas Bôas determinou a imediata mobilização de todo o efetivo da força para ser empregada tão logo o presidente Michel Temer realize o pronunciamento anunciando formalmente a operação de desobstrução das ruas ocupadas pelo movimento de caminhoneiros.

O Comando do Exército ainda não foi comunicado formalmente pela Presidência, mas os homens dos diferentes batalhões espalhados pelo país já foram mobilizados.– O comandante determinou que as áreas fiquem em condições de ser empregadas – disse ao GLOBO um militar ligado ao comando.
Na noite desta quinta-feira, por volta de 22h, o comandante Villas Bôas realizou uma videoconferência com todos os sete comandantes militares de área do Exércitocomandos militares da Amazônia, Norte, Nordeste, Oeste, Leste, Sudeste e Sul – para tratar do assunto.


 

quarta-feira, 11 de janeiro de 2017

Supremacista, Dylann Roof inaugura pena capital federal por crimes de ódio

O autor de um massacre em 2015 que deixou nove mortos em uma igreja negra da Carolina do Sul foi condenado à pena de morte pelo crime. 
O jovem Dylann Roof, autoproclamado supremacista branco, é o primeiro condenado no sistema federal a sofrer pena capital por crimes de ódio. Ele enfrentava 33 acusações e se representou no tribunal, não demonstrando arrependimento e nem pedindo abrandamento de sentença.
Dylann Roof queima a bandeira dos EUA em uma das fotos do site - Reuters
 
Roof abriu fogo na histórica igreja metodista episcopal africana Madre Emanuel, em Charleston, na Carolina do Sul, na noite de 17 de junho de 2015. Nove pessoas morreram, incluindo o pastor da igreja, na ação que foi considerada um crime de ódio contra negros. O suspeito foi preso no dia seguinte, na Carolina do Norte.
Durante a fase final do julgamento, Roof teve aval para representar a si mesmo como advogado. No encerramento do julgamento, nesta terça-feira, disse que não se arrepende de nada que fez, após ser considerado culpado em dezembro pelas 33 acusações que pesavam sobre ele, entre elas crime de ódio.

— Ninguém me obrigou — afirmou ele.
Em sua defesa, Roof disse que o ódio sentido contra ele pelas famílias das vítimas, pessoas em geral, e pelo procurador é similar ao sentimento que ele teve para com os fiéis. E acrescentou, em um discurso pouco coerente, que sua atitude foi um impulso natural. — Acredito que possamos dizer que ninguém em sã consciência quer ir a uma igreja matar pessoas. O que digo é que ninguém que odeie alguém tem uma boa razão para fazer isso — afirmou. — Tenho o direito de pedir a vocês prisão perpétua, porém não sei de que forma isso serviria. Só um de vocês precisa estar em desacordo com o resto do júri.

Pessoas visitam a igreja metodista de Charleston, na Carolina do Sul, onde nove pessoas foram assassinadas em um massacre - John Moore / AFP / 15/07/2015

TENTATIVA DE JUSTIFICAR RACISMO
O réu disse, em confissão gravada após sua detenção, que o ataque foi uma represália pelos supostos crimes cometidos pelos negros contra os brancos. "Alguém tinha que fazê-lo porque, sabe, os negros estão matando os brancos toda hora na rua e estão violentando as mulheres brancas", disse Roof, calmo e sem demonstrar emoções, ao oficial do FBI que o interrogou.
Três pessoas sobreviveram ao massacre na igreja que era símbolo da luta dos negros contra a escravidão. "Ele os executou porque acreditava que não eram mais que animais", disse o assistente da promotoria, Nathan Williams, em suas alegações finais, esta quinta-feira, em um tribunal federal de Charleston. "Suas ações na igreja são o reflexo da imensidão do seu ódio".
Dylann Storm Roof foi após matar nove pessoas em uma igreja da comunidade negra de Charleston, na Carolina do Sul - REUTERS
O agente do FBI Joseph Hamski testemunhou que Roof tinha visitado meia dúzia de vezes a igreja nos meses que antecederam o ataque, antes de fazer o download de um livro da organização racista Ku Klux Klan. Roof documentou estas viagens com fotos, nas quais posou em locais históricos vinculados à época da escravidão. O jovem publicou muitas imagens em sua página na internet, que continha um manifesto racista contra negros e minorias. "A segregação não era ruim", escreveu. "Era uma medida defensiva. Não só nos protegia de interagir com eles e sermos feridos, mas também nos protegia de cair ao seu nível".
 [a legislação penal dos EUA permite inúmeros recursos e pedidos de clemência dos condenados à pena de morte.
Com tal prática é comum condenados permanecerem por dezenas de anos no 'corredor da morte'.]

Fonte: O Globo