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segunda-feira, 4 de novembro de 2019

Alerta: General Heleno e o AI - 5 e Temos inveja de José Nêumanne

ALERTA: Diferente dos demais Gen. Heleno apoia Eduardo e diz que AI-5 precisa ser estudado!

 

ALERTA: Diferente dos demais Gen. Heleno apoia Eduardo e diz que AI-5 precisa ser estudado!

 

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Temos inveja de José Nêumanne, que disse a Marco Aurélio Mello o que achamos do STF

Tribuna da Internet
Nestes últimos dias sinto uma santa inveja do José Nêumanne, homem certo, no lugar certo, na hora certa quando o vaidoso ministro Marco Aurélio Mello, em abril de 2016, se expôs perante a equipe de jornalistas do Roda Viva e teve a má sorte de topar com Nêumanne na roda de entrevistadores (1). O bravo jornalista não deixou barato e lavou a alma nacional.Apontou a morosidade do Supremo, a impunidade que conferia aos crimes praticados por aqueles réus que dispusessem de prerrogativa de foro.

O JORNALISTA BRILHOU – Nêumanne ironizou e teatralizou o que era sabidamente ridículo, apontou a onerosa e inútil farsa do julgamento do mensalão, cujas penas, abrandadas pela exclusão do crime de formação de quadrilha, praticamente não se cumpriram.

Em dado momento, sem encontrar porta retórica para evadir-se daquele aperto, o ministro tentou inverter a situação e de entrevistado virou entrevistador:
“Por que essa fixação no Supremo? Você não acredita na sua Suprema Corte?”. Ao que a resposta de Nêumanne veio fulminante: “Não, não acredito”. O comentário de Marco Aurélio Mello à dura afirmação ecoa através dos anos: “Isso é muito triste”. E é, ministro, acrescento eu. Os senhores não imaginam quanto, aos olhos da sociedade, é triste o papel que tantas vezes desempenham!



DESCONFIANÇA NACIONAL – Se a pergunta que ele fez ao jornalista fosse endereçada hoje à nação, esta, quase unânime, expressaria seus sentimentos de maneira ainda mais áspera. A composição do STF que os anos petistas legaram ao país merece-lhe tanta confiança quanto aqueles a quem põe em liberdade, atendendo, por gosto ou não, querendo ou não, à ecologia do crime e ao preservacionismo da corrupção. É o que fazem.

Nestes dias, só nos resta aguardar os votos finais e gritar nossa repulsa e desalento ante o que ouvimos em votos dados no tom de quem ensina. Por vezes, são lições inaudíveis, intoleráveis. Os votos a favor do cumprimento das penas somente após as festas do Dia de São Nunca são proferidos sob um guarda-chuva retórico que tem apenas duas varetas. Não abre, não protege o discurso nem o voto.

Uma vareta levanta seu pedaço de pano torto para a leitura literal da Constituição, soltar milhares de bandidos sobre cuja culpa não cabe dúvida e restaurar a impunidade, alegando que o contrário disso seria legislar. A outra, do lado oposto, faz o mesmo para legislar e criar tipo penal por analogia ou para inovar no direito processual em matéria de insignificante relevância como são as alegações finais. Assim, a Lava Jato e o combate à criminalidade vão definhando aos olhos de todos.

YouTube e Fontes Diversas 

 

 

terça-feira, 8 de outubro de 2019

Lula não tem direito de recusar regime semiaberto - Gilmar Mendes - Policiais civis são cercados durante operação em favela

Redação VEJA

Em entrevista, ministro declarou que a Lava Jato tem 'melhores publicitários que juristas' e sugeriu tratamento psiquiátrico ao ex-PGR Rodrigo Janot


O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Gilmar Mendes, considera que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva não tem o direito de recusar a progressão de sua pena ao regime semiaberto, como decidiu a defesa do petista na última semana. Em entrevista ao programa Roda Viva, na TV Cultura, na noite desta segunda-feira 7, Gilmar comentou o caso e estranhou que procuradores da Lava Jato tenham feito o pedido para que Lula deixasse o regime fechado. Para ele, a atitude foi “conveniente” para “aliviar a pressão que existe sobre o tema”.

Questionado pela jornalista Dora Kramer, de VEJA, sobre o posicionamento da defesa de Lula, Gilmar respondeu: “ele [Lula] não tem esse direito, a rigor. A não ser que houvesse uma imposição ou uma condição ilegítima contra a qual ele poderia se insurgir no Tribunal Regional Federal, no Supremo Tribunal de Justiça ou eventualmente até no Supremo Tribunal Federal… ele não tem esse direito. Acredito que há um pouco do recurso de uma retórica [no caso]”, declarou.

O que me chamou a atenção nesse episódio foi os procuradores oferecerem o regime semiaberto ao Lula. Eles que eram os que usavam o Lula como símbolo. Nunca foram legalista e nunca foram garantistas, mas agora se convenceram. E se convenceram porque é conveniente aliviar a pressão que existe sobre o tema”, completou o ministro.

Gilmar criticou a Lava Jato em outros momentos ao longo da entrevista. “Desde 2014, quando a Lava Jato foi inventada, ela tem melhores publicitários do que juristas. Acho que eles têm mais talento como publicitários do que juristas. Tem algum talento. Eles chantageiam com esse tipo de coisa desde o começo, tentavam constranger o Superior Tribunal Federal”, disse.

Sobre a revelação recente do ex-PGR Rodrigo Janot, que em entrevista a VEJA contou já ter entrado no STF armado com o objetivo de assassinar Gilmar Mendes, o ministro recomendou um “tratamento psiquiátrico”.
“Primeiro senti uma pena enorme das instituições brasileiras. Sou um estudioso e estou nisso há muitos anos. E todos nós vemos na PGR, um nome que todos conhecem, é um ícone, como Zé Paulo Sepúlvuda. Por lá passaram nomes que depois foram inclusive para o STF. Quando a gente imagina que a procuradoria estava entregue em mãos de alguém que pensava em faroeste, isso realmente choca e da pena de ver como nós degradamos as instituições. Em relação a pessoa, eu só posso recomendar um tratamento psiquiátrico”,avaliou Gilmar. 

VEJA


Operação no RJ tem cerco a policiais e tiroteio; 26 são presos

Duas equipes da Polícia Civil tiveram que ser resgatadas de dentro de favela na manhã desta terça


Dezessete pessoas foram presas na Operação Cadeia S.A. deflagrada na manhã desta terça-feira, 8, pela Polícia Civil do Rio de Janeiro. A organização criminosa é investigada por tráfico de drogas, roubo de cargas e de veículos e latrocínio. As ordens eram feitas por ligações telefônicas e mensagens de WhatsApp por nove detentos que cumprem pena no Complexo Penitenciário de Gericinó, na Zona Oeste.

Ao todo, além dos 17 presos na operação, 26 mandados de prisão foram cumpridos — os outros nove são líderes do Comando Vermelho.  “Eles davam a ordem e os comparsas que estavam soltos as realizavam. Os veículos roubados pela quadrilha eram revendidos em sites com documentos falsos e após receber uma placa clonada”, informou o delegado responsável pela operação, Márcio Mendonça. Segundo ele, agentes do Detran são suspeitos de participarem da ação e de ajudarem a fornecer os documentos falsos dos veículos.

A operação cumpre 46 mandados de prisão e dez de busca e apreensão. A ação ocorreu em São Gonçalo, Campos dos Goytacazes, Niterói, Macaé, Nova Friburgo, Rio Bonito e Maricá. De acordo com a polícia, a ação foi resultado de uma investigação de um ano. Com a venda dos automóveis, a quadrilha financiava a compra de armas e drogas. Os criminosos atuavam ainda roubando cargas, que eram revendidas para os comerciantes com taxa de 30% do valor da nota fiscal, caso buscassem na favela, e 50%, se a carga fosse entregue fora da comunidade.

Além disso, o grupo cometia outros crimes: tráfico de drogas, homicídios e venda de telefone roubado para compra de munições. Segundo o balanço da polícia foram apreendidos sete celulares e sete chips avulsos, 80 papelotes de cocaina, 60 de maconha, sete cadernos e até o estatuto do Comando Vermelho dentro das celas.

A expansão da quadrilha, que atuava em nove municípios fluminenses aconteceu depois que os criminosos, já presos, fizeram uma aliança dentro do Complexo Penitenciário do Gericino, onde cumprem pena. “Eles levaram a logística do tráfico de drogas, com barricadas, uso de radinho e de informantes, muito usada na cidade do Rio, para o interior”, disse Fabrício Costa, outro delegado que acompanhou o caso.
Para o delegado Mendonça, apesar da falha de ação da Secretaria de Administração Penitenciária ao deixarem que entrasse celular dentro da cadeia, eles foram fundamentais para a operação. ”O problema não é a secretaria e sim servidores corruptos que permitem que isso aconteça”, disse.

VEJA


terça-feira, 3 de setembro de 2019

Glenn Greenwald em entrevista ao programa 'Roda Viva', da TV Cultura na noite de ontem, defende seu companheiro da prática da 'rachadinha' - Correio Braziliense

(...) 

Greenwald admitiu ter cometido dois erros. Um deles foi quando, pelo Twitter, atribuiu um diálogo do Telegram a uma pessoa errada. A outra, segundo ele, foi quando confundiu, no texto de uma notícia, os anos de 2018 e 2019. Para ele, foram erros pequenos que não abalam a credibilidade das reportagens. [curioso que a turma pró presidiário Lula é chegada a cometer erros de datas.
O próprio presidiário petista apresentou recibos - usados na tentativa de comprovar que pagava aluguel de um apartamento - datados de 31 de novembro e 31 de junho.]
Durante o Roda viva, Glenn reclamou do recente vazamento da informação de que seu companheiro, o deputado federal David Miranda (PSOL-RJ), está sendo investigado por suspeita de ter praticado, quando era vereador no Rio de Janeiro, a prática conhecida como “rachadinha”, que consiste em obrigar que os funcionários devolvam parte de seus salários ao político que assessoram. 

Além de criticar o vazamento, ele disse que David Miranda é inocente e que essa é mais uma retaliação contra o trabalho do Glenn Greenwald do  The Intercept Brasil.  [curioso é que o vazamento não foi fruto de crime e nem há dúvidas quanto sua autenticidade - quando o vazamento atinge alguém da turma do 'verdevaldo' ele reclama.
Quanto o vazamento é produto de crime e também adulterado ele divulga.]

Correio Braziliense, leia MATÉRIA COMPLETA 

segunda-feira, 5 de agosto de 2019

Chico Buarque fala de Sergio Moro. Millôr define Chico - Millôr Fernandes: "Não confio em nenhum idealista que lucra com seu ideal"

Veja



Chico Buarque, num ato em solidariedade ao jornalista Glenn Greenwald, editor do site The Intercept Brasil, em 31 de julho de 2019:



Millôr Fernandes, no Roda Viva, em 3 de abril de 1989:


Blog do Augusto Nunes -  Veja


domingo, 29 de julho de 2018

“Todos sem vice. E para que vice?” e outras notas de Carlos Brickmann

Além de não servir para nada, o cargo exige palácios, seguranças e verbas imensas


Alckmin anunciou Josué Alencar como vice. Pagou alto para tê-lo. Foi obrigado a curvar-se diante de Valdemar Costa Neto. Mas valia a pena: vice que paga a própria campanha é joia rara. Mas não o teve: Josué desistiu. Alckmin está entre o paranaense Álvaro Dias, que ainda não o quis, Aldo Rebelo e “uma mulher do Nordeste”. Por que não Kátia Abreu? Ela, que era ruralista e virou ministra de Dilma, por que rejeitaria Alckmin?

Bolsonaro tentou Magno Malta, anunciou o general Augusto Heleno, anunciou o general Mourão, anunciou Janaína Pascoal e continua sem vice. Vai tentar Janaína de novo, mas o que ela defende não é o que ele defende. E daí? Alguém precisa preencher a vaga por que não ela? Pensa ainda em Marcos Pontes aquele que foi ao espaço com passagem comprada pelo Tesouro e, na volta, aposentou-se, para ganhar a vida falando da viagem.
Ciro, Marina, O Poste de Lula, nenhum tem vice (e não há sequer vices disputando o posto). Por que não aproveitar a oportunidade e extinguir esse cargo que, além de não servir para nada, exige palácios, seguranças, verbas imensas? Se o presidente viaja, não precisa de vice: hoje há ótimos meios de comunicação. Se por qualquer motivo estiver incapacitado para o cargo, pode ser substituído, sem custos, pelo presidente da Câmara, ou do Senado, ou do STF. Elimina-se a necessidade do Palácio do Jaburu, com toda a sua criadagem, mais a estrutura de mordomias. Chega de gastar o que é nosso!

Quem é quem
Imagine se Marcos Pontes, por exemplo, for o vice da chapa vitoriosa. Há alguns anos, o Governo brasileiro, numa iniciativa da NASA, pagou US$ 10 milhões para que um astronauta brasileiro participasse de um voo espacial americano. Pontes foi o escolhido e teve seus dias no espaço. O que se esperava é que Pontes transmitisse à equipe do programa espacial brasileiro sua experiência cósmica. Preferiu reformar-se. Transmissão de sua experiência à equipe do programa espacial brasileiro? Excluiu-se.

Sua Excelência, a TV
De acordo com a pesquisa IDEIA Big Data, para VEJA, Bolsonaro só perderia hoje para Lula e, como Lula não pode ser candidato, pela Lei da Ficha Limpa, Bolsonaro é o favorito. Mas todos olham com muita atenção para Alckmin: ele terá quase metade do horário eleitoral gratuito, enquanto Bolsonaro mal terá tempo de dizer “Meu nome é Jair”. Bolsonaro e outros candidatos tentam compensar essa desvantagem com o uso da Internet. Ok, as redes sociais têm alguma força mas não se comparam à TV. Há uma ótima ferramenta de WhatsApp que impressionou este colunista: permite enviar centenas de milhares de mensagens com índice zero de falhas. Todas as mensagens chegam a seu destino. É uma compensação mas até agora a TV foi a principal arma. Bem usada, é decisiva. Mal usada, porém, é fatal.

Quem é quem
Antes de votar, conheça bem seu candidato. Zeina Latif, a brilhante economista-chefe da XP Investimentos, analisa dois candidatos que podem chegar ao segundo turno, Haddad e Bolsonaro, cujo pensamento sobre Estado e Economia é pouco conhecido. Zeina faz uma análise serena, sem paixões.

Agora vai
Juros do cartão de crédito caíram: eram de pouco mais de 300% ao ano, estão em pouco menos de 300% ao ano. De boa notícia, é o que temos.

Velha verdade
Do jornalista e escritor Ruy Castro: “Idoso tem direito a andar de graça em ônibus, pagar meia-entrada no teatro e o dobro do preço no plano de saúde”. Citado por Cláudio Humberto neste link.

Yes, it’s Portuguese!
Cansado de pedir tuna fish quando quer sanduíche de atum? Ou chamar notícias falsas de fake news? De, para fazer compras, ter de entender o que significam off, ou sale, e descobrir que delivery é o mesmo que “entrega”?
É um problema antigo: Lamartine Babo já tratava disso na década de 30, na divertida Canção para inglês ver.

Jade, the Cat
Nossa analista sênior, a Gata Jade, está de volta, após merecidas férias, com a língua ainda mais afiada.

Cultura de volta
Depois de muitos anos de índices baixos, a Rede Cultura volta a atrair o público. Mas o carro-chefe de suas atrações é diferente dos habituais shows e Roda Viva: o Programa Papo de Mãe está próximo de 5 pontos no Ibope, muito acima de Roda Viva. O programa é apresentado por suas criadoras, Mariana Kotscho e Roberta Manreza, de segunda a sexta, em dois horários: 11h45 e 17h45. Aos sábados, entra em horário único, às 11h30.

Publicado na Coluna de Carlos Brickmann
 

quarta-feira, 28 de março de 2018

Contradições e perigos

O juiz Sérgio Moro deu ao Roda Viva o dado definitivo sobre a importância de se manter o cumprimento da pena após a condenação em segunda instância. Desde 2016, só na 13ª Vara Federal em Curitiba, houve 114 execuções de pena por esse motivo. 

Desses, 12 são da Lava-Jato. Os outros 102 foram de “peculatos milionários” e também “traficantes, pedófilos, doleiros”. Será que o STF quer soltar todos eles? Quando, depois da Semana Santa, os ministros do STF se reunirem para decidir sobre o habeas corpus para o ex-presidente Lula, precisam ter em mente o que farão com todos os inúmeros condenados que, pelos crimes mais diversos, estão cumprindo pena no país. Porque o impressionante número de 114, em menos de dois anos, se refere apenas à 13ª Vara Federal.

Quantos são os condenados na mesma situação no resto do país? O habeas corpus para Lula pode ter fundamento e, se for o caso, que eles o expliquem. Mas se suspenderem o cumprimento da pena após o julgamento colegiado do mérito terão aberto o caminho da impunidade. De todo o tipo de criminoso. Do político corrupto, do funcionário público que desviou dinheiro público, do traficante, do doleiro, do pedófilo e do assassino.

O país voltará da Páscoa para a semana em que o STF ficará de frente com as suas contradições, de ter dado um salvo-conduto ao ex-presidente contra suas próprias súmulas e entendimentos. Há situações difíceis de explicar, como a decisão de ontem na 2ª Turma que favoreceu o senador Romero Jucá. Os ministros disseram que a denúncia de que houve doação ilegal do grupo Gerdau a Jucá é fraca e, claro, diante disso a decisão certa foi a que tomaram. Mas sobre o senador pairam tantas dúvidas que seu sonho, como ele bem a expressou, é de parar a Lava-Jato.

Depois da Páscoa haverá também a troca de ministérios. É preciso, em ano eleitoral, blindar o Ministério da Fazenda contra a pressão de políticos. Por isso, neste momento, a maior virtude de um possível ocupante do posto é ser criticado pelos políticos. É o que acontece com o secretário executivo Eduardo Guardia e o secretário de Acompanhamento Econômico, Mansueto de Almeida. No BNDES, também haverá novo presidente.

A Fazenda tem a chave do cofre de um país que está em crônica crise fiscal. No BNDES estão os empréstimos subsidiados. Os dois terão seus atuais ocupantes saindo para possíveis candidaturas presidenciais. A escolha terá que ser a mais técnica possível, e de pessoa que não se submeta a acertos políticos nas decisões do Ministério. Do contrário, a pouca melhora na economia pode retroceder.  Pessoas que ocupam esses cargos deveriam seguir, por bom senso, outra regra de desincompatibilização, mesmo que não escrita. Não é compatível estar nesses postos-chave e negociar uma candidatura. Um trabalho contamina o outro. Quem tem pretensão político-eleitoral simplesmente não pode continuar sendo ministro da Fazenda ou presidente do BNDES. Rabello de Castro anunciou que fará hoje em coletiva o anúncio da sua saída: está usando a estrutura do banco como palanque até na saída. Meirelles ainda continuará no cargo até a semana que vem.

A economia chega ao início do tempo de maior tensão político-eleitoral com vários ganhos, e um deles foi explicado ontem na Ata do Copom. Como a inflação está abaixo do previsto, foi de 0,96% no primeiro trimestre, os juros que caíram para 6,5% devem cair mais na próxima reunião. Além disso, a recuperação econômica está muito devagar, o pouco aumento do emprego ocorre no postos do mercado informal. Diante disso, a Selic será cortada pelo menos mais uma vez.

Mas há um imenso rombo fiscal ainda não coberto. Uma das previsões do ano era a privatização da Eletrobras. Ontem a estatal divulgou mais um resultado negativo. Desde a desastrosa MP 579, de 2012, já são R$ 29 bilhões de prejuízo. Se ela não for privatizada, precisará de aporte do governo. Numa situação fiscal tão frágil, se um candidato com ideias populistas avançar nas intenções de voto, ou se a área econômica passar a tomar decisões de ampliação de gastos para alavancar a candidatura oficial — seja Meirelles, seja o presidente Temer — o quadro econômico pode piorar fortemente. O país está assim, nesse fio da navalha, em todos os lados.

Miriam Leitão - O Globo

 

“Crônica de uma casa dividida” e outras notas de Carlos Brickmann

A campanha deixou de lado as ideias de cada candidato e virou disputa de insultos. Mais grave: cada lado quer impedir que o outro se mova pelo país

Lula, como ex-presidente, tem direito a uma escolta pessoal. [escolta composta por um motorista e dois seguranças e, em situações especiais, um outro veículo com mais  dois agentes; a condição de ex-presidente não lhe concede escolta para promover comícios nem  garantir segurança de caravanas.
No caso específico de Lula ele também tem direito a uma escolta formada por policiais com a missão de impedir que se evada - trata-se de preso condenado a mais de dez anos de prisão e por NOVE JUÍZES - tendo em vista que ainda está circulando por força de salvo contudo concedido pelo Supremo com base no principio Lula.] Como líder de um partido de porte, tem voluntários que o acompanham aonde quer que vá. São voluntários com espírito bélico, que se identificam como “exército do Stedile” (o líder do MST), falam em rejeitar decisões judiciais, ameaçam “reagir de armas na mão” a qualquer medida contra Lula. O próprio Lula diz que é da paz mas sabe brigar, ainda mais depois que Stedile “coloque seu exército na rua”. Stedile não hesitaria, por Lula, em usar suas armas brancas, a foice e o martelo, assim que conseguisse distinguir um do outro. E mesmo assim, com tantos adeptos, tão dispostos, tão voluntariosos, tão guerreiros, Lula foi barrado em Santa Maria, Palmeira das Missões, São Borja, Santana do Livramento, Passo Fundo, Bagé, todas no mesmo Rio Grande do Sul que já elegeu os petistas Tarso Genro e Olívio Dutra. Lula mantém o direito de ir e vir, mas não lá.

Os antipetistas levaram a sério a pregação bélica do PT. Além disso, já queriam, há tempos reagir contra a propaganda lulista que os apresenta como ricos, brancos, “da zelite”, tudo galeguinho “di zoio azul”. Eles venceram. Mas, se vencessem os outros, o perdedor seria o mesmo, o Brasil. A campanha deixou de transmitir as ideias de cada candidato (se as têm) e virou disputa de insultos. Mais grave: cada lado quer impedir que o outro se mova pelo país. Ganhe quem ganhar, é fascismo na veia.

Crianças mimadas
Cada lado acusa o outro de ter iniciado a campanha divisionista (e antipatriótica) de demonizar o adversário. Podemos discutir esse tema anos a fio, mas isso é irrelevante: político que se preza não faz provocações desse tipo, político que se preza não aceita as provocações. É como briga de criança, mas sem crianças e com adultos feios e mal intencionados: a mãe nem quer saber quem começou, quer que a briga se encerre ali mesmo. Um lado quer Lula na cadeia, outro acha que Aécio precisa ser julgado com urgência? Pois recorram à Justiça e parem de encher o saco do eleitorado.

Nosso futuro
Josias de Souza, do UOL, fez uma apavorante lista de candidatos à Presidência da República: Lula, já condenado em segunda instância, ficha-suja, portanto inelegível, mas que ainda tenta quebrar o galho; Geraldo Alckmin e Rodrigo Maia, submetidos ambos a inquéritos; Michel Temer, com duas denúncias e dois inquéritos por corrupção; Henrique Meirelles, sem acusações, mas filiando-se agora ao MDB, partido em que o que não falta é inquérito; Bolsonaro, que tem casa em Brasília e recebe auxílio-moradia assim mesmo.[Bolsonaro apenas segue o exemplo do juiz Bretas, do juiz Moro, da desembargadora Maria Fux e dezenas de outros.]  Fora isso, há os de sempre, como o do aerotrem. Se voto não fosse obrigatório, quem votaria?

Lula lá
Este colunista acha que prisão não é a melhor punição para criminosos de colarinho branco: o ideal seria retomar o que foi roubado, acrescido de multa, com a proibição de trabalhar na área de atividade que desonrou. Como disseram Carlos Lyra e Vinícius de Moraes em Maria Moita, é por pra trabalhar gente que nunca trabalhou. Ficar sem dinheiro e obrigados a trabalhar? Haveria gente rezando para ficar na cadeia, ala dos estupradores. Portanto, o colunista não está entre os que torcem pela prisão de Lula, “para responder às aspirações populares”. Aspirações de quem, cara-pálida? Mas é a favor de que se cumpra a lei: se Lula, condenado a 145 meses de prisão por lavagem de dinheiro e corrupção, em duas instâncias, com habeas corpus já negado por nove juízes, e a pena para isso é prisão, que seja cumprida, e que a lei, no futuro, seja modificada. Mudá-la para agradar a Lula é coisa esquisita. Pode haver alguém que diga “é górpi”.

A imagem do juiz
O Roda Viva, com a entrevista de Sérgio Moro, bateu o recorde de público da Rede Cultura. Foram quatro pontos de audiência; no Twitter foi um dos temas mais comentados do mundo. Moro se mostrou como é: funcionário público qualificado, sem aspirações de salvar o país, mas pronto a fazer sua parte, na forma da lei. Admite que erra, mas lembra que errar faz parte da profissão, e por isso há instâncias superiores que têm poder de corrigi-lo. Quem não viu e quer ver: Assista aqui a entrevista na íntegra. Vale a pena. E, no link, a análise deste colunista.
Moro saiu do programa maior do que quando entrou.

Passando nos cobres
A família Rocha Loures (à qual pertence o cavalheiro da pizzaria e da mala de dinheiro) colocou à venda sua empresa, a Nutrimental, fabricante de barrinhas de cereal e fornecedora de merenda escolar. A corridinha de Sua Excelência com uma mala de dinheiro prejudica até hoje a reputação da empresa. A Nutrimental, segundo a família, vale R$ 1 bilhão, mas ao que se saiba até agora nenhuma negociação chegou perto desse valor.

Publicado na Coluna de Carlos Brickmann


 


quinta-feira, 31 de dezembro de 2015

O impeachment nos céus do país

Faixas do MBL em defesa do impedimento de Dilma vão anunciar um futuro melhor. E, para tanto, vão convocá-los a ir às ruas no dia 13 de março

Os políticos podem entrar em recesso, mas não o Movimento Brasil Livre. Neste dia 31, os que estiverem em praias do Litoral de São Paulo, do Rio e de Florianópolis verão aviões carregando faixas em defesa do impeachment e dando início à convocação para o megaprotesto do dia 13 de março de 2016.

O governo faz um esforço imenso para passar adiante a versão de que essa é uma agenda do passado. Ao contrário: a saída de Dilma vai assumindo uma urgência dramática. É mais atual do que nunca.

Na virada de 2015 para 2016, as faixas do MBL lembram que não faz mais sentido afirmar que está nascendo um novo Brasil nas ruas.

 VÍDEO: Roda Viva -  Impeachment

Este programa contará com cinco debatedores, sem entrevistado no centro. E discutirá os argumentos jurídicos e técnicos do pedido de impedimento da presidente Dilma em análise na Câmara dos Deputados e também o rito estabelecido no Congresso (inclusive a interrupção temporária decidida pelo STF).
 


Bancada:
-Janaina Paschoal - advogada e professora de direito penal da USP
-Carlos Sampaio - deputado federal do PSDB de São Paulo
-José Américo Dias - secretário de relações governamentais da prefeitura de São Paulo e deputado estadual de São Paulo pelo PT
-Heleno Taveira Torres - professor titular de direito financeiro da USP
-Oscar Vilhena - professor de direito constitucional da Fundação Getúlio Vargas de São Paulo

 

sexta-feira, 8 de maio de 2015

O fim do Lula está próximo – quando comentam o crime, escondendo o nome do criminoso, há possibilidades do bandido ficar impune. Mas, quando o nome do bandido é citado junto com as acusações é o momento do grito: “Lula, a casa caiu”



Fernando Gabeira: Sábado na Boca Maldita
Alguns dias em Curitiba, onde visitei a Boca Maldita. É um lugar tradicional, um café com grupos de aposentados, de modo geral, discutindo política. Um ônibus de turistas passa diante da calçada, sinal de que a Boca é conhecida além-fronteiras. Eles falam sem censura e ouvi muitas críticas ao Supremo Tribunal por ter libertado os empreiteiros, impondo uma derrota à Operação Lava Jato, que também ocorre em Curitiba.

Um dia depois de falar com eles, leio que a Polícia Federal (PF) revelou gravações que indicam um grau de amizade entre o ministro Dias Toffoli e empresário da OAS chamado Leo Pinheiro. O resultado do julgamento foi 3 a 2 e o voto de Toffoli, portanto, decisivo.

É bom que a PF divulgue o que sabe. Mas essas coisas são um pouco como casamento, é preciso anunciar antes que o padre declare os noivos marido e mulher. Se os vínculos afetivos de Toffoli com o diretor da OAS tivessem sido revelados antes do julgamento, ele sofreria pressão para se declarar impedido. Outro juiz poderia ter votado pela libertação. Mas aí é um jogo limpo. Perder de 3 a 2 pelo voto de um juiz amigo do preso é um perder com um gol roubado.

As revelações sucedem-se num ritmo tão rápido que deixam pouco tempo para pensar na saída. Uma delas aponta uma triangulação BNDES, Lula e Odebrecht em projetos no exterior. Lula prometia a obra, o BNDES financiava e a Odebrecht realizava.
O tema deve ser discutido no Congresso, onde se prepara uma CPI do BNDES. Mas já repercutiu no exterior.

Lula sentiu o golpe com a divulgação do inquérito no Ministério Público. Respondeu afirmando que os jornalistas das duas revistas semanais não tinham,  juntos, 10% de sua honestidade. Medir a honestidade com porcentagens não é uma imagem feliz num momento em que elas invadem o noticiário do escândalo como indicativos da corrupção: 3% para o PT, 1% para o PP.

Como previ num artigo, ia sobrar até para o marqueteiro. E eis que João Santana terá de explicar o repatriamento de US$ 16 milhões ganhos na campanha eleitoral de Angola. Campanha cara.

A Operação Lava Jato acionou uma série de outras inquietações, uma delas com o próprio BNDES. Qual o papel que o banco teve no governo, que empresas fortaleceu com seus empréstimos e que vínculos elas têm com o partido dominante? Essa demanda de transparência às vezes é vista como hostilidade pelo PT, como se fosse parte de uma campanha para liquidá-lo.

Outro dia, vi no Roda Viva Demétrio Magnoli lembrar que o PT faz parte da História do Brasil e, portanto, não acabaria. Mas este pertencer à História do Brasil não dá garantias de eternidade. O Partido Comunista da Itália era um pedaço da História do país, era até certo orgulho internacional por sua visão singular do comunismo. Acabou.
O que vai definir o futuro do PT não é apenas inserção na História, mas resposta sincera a algumas questões presentes. Se a administração petista na Petrobrás deu um prejuízo maior do que o terremoto no Nepal, não é possível ignorar esse feito histórico.

O que o escândalo da Petrobrás iluminou não foi apenas a corrupção, mas a incompetência que dava à empresa um prejuízo de R$ 726 mil por hora, segundo cálculo do repórter José Casado. Durante seis anos e seis meses, uma perda de R$ 17,4 milhões por dia.

Tive a oportunidade de visitar Bolonha sob a administração comunista. Era uma atração internacional. Os comunistas fizeram-se confiáveis para governar. A experiência terminou em 1999, mas deixou sementes, como o estímulo à pequena e à média empresas.

As duas acusações que pesam sobre o PT, corrupção e incompetência, são difíceis de superar. Reconhecê-las é uma tarefa que parece distante, a julgar pela maneira como o partido se move na crise.

Inspirado pela Boca Maldita, penso que seria necessário um vínculo melhor entre o movimento de rua e o Congresso. E seria preciso também que alguns deputados independentes se unissem, buscassem o contato e tentassem levar algumas ideias ao lado do impeachment. Uma delas poderia ser usada no contexto do ajuste fiscal: a máquina do governo o que é, o que gasta e onde se pode racionalizá-la? Os cargos de confiança são 40 mil? Por que não reduzi-los por lei?

Vivemos duas agendas: uma é a da transparência, iniciada pela Operação Lava Jato, mas que acaba jogando luz também em outras caixas-pretas, como BNDES, estatais, fundos de pensão, enfim, todo o universo econômico sob a influência do PT.  O desejo da sociedade é que a apuração seja concluída e os culpados,  punidos. Mas isso leva tempo.

Estamos também no meio de uma crise econômica, perdendo poder aquisitivo e empregos. A política de austeridade do governo certamente é um desses pontos em que as crises se entrelaçam. Ela terá o esforço da sociedade, mas qual o peso do governo?

Outro dia o Ministério da Saúde publicou edital convocando Helder Barbalho porque não conseguia encontrá-lo. Ele é ministro da Pesca e trabalha num prédio vizinho. O Ministério da Saúde não sabia da existência de Barbalho. Poderia ter sido salvo pelo Google. Pelo menos lançou um pedido de socorro: salvem a gigantesca máquina da sua irracionalidade!  Em 2013 as pessoas saíram às ruas porque estavam insatisfeitas com os serviços do governo. Em 2015 as manifestações focam em Dilma Rousseff e no PT. Os serviços públicos não melhoram, o PT e Dilma continuam agarrados ao poder.

O que fazer nesse período? É necessário um pequeno roteiro aberto a alterações, produzidas pelo avanço da transparência e pela possibilidade do impeachment.
Pelo que vi em Curitiba, com cem feridos na praça, a política de austeridade será um momento delicado: muitas variáveis em jogo. Mas é o nosso cenário imediato. É nele que serão plantadas as sementes do futuro.

Fonte: Fernando Gabeira – Estadão