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domingo, 29 de dezembro de 2019

À guisa de balanço - Nas entrelinhas

Se o governo é liberal e bem-sucedido na economia, em áreas como educação, cultura e direitos humanos adotou uma orientação de ultradireita que o puxa para baixo”

O primeiro ano do governo praticamente acabou, pois o presidente Jair Bolsonaro já está em férias na base naval de Aratu, na Bahia, e nada demais deve acontecer em termos políticos e administrativos. Qual é o balanço a ser feito sobre sua gestão e a situação do país, que são coisas que se combinam? Diria que é uma situação do tipo “copo pela metade”. Os otimistas dirão que está quase cheio, principalmente em razão da economia e da inexistência de escândalos de corrupção (não é pôr a mão no fogo, mas o único problema de Bolsonaro é o caso Queiroz, que não o atinge diretamente, mesmo que venha a ser envolvido, por ser anterior ao exercício do mandato). 
[permitam um aparte complementar: o chamado 'caso Queiroz', pode até envolver filho do ex-presidente, mas, a BEM DA VERDADE é preciso ter presente que todas as suspeitas se baseiam em indícios que NADA PROVAM.

A situação ora comentada traz à lembrança o caso do ex-ministro da Saúde do governo Collor -  Alceni Guerra - o 'escândalo das bicicletas', o noticiário transformava o ministro no maior ladrão do mundo, de todos os tempos - um Lula da década de 90.

O ministro foi devida e intempestivamente execrado, ocorreram as investigações e até hoje NADA foi provado, não foi condenado, sequer foi denunciado.
Sabiamente, o ilustra articulista concede ao presidente Bolsonaro o benefício da dúvida - que por uma questão de Justiça, deve ser estendido a todos os demais.] 
 Os pessimistas verão o copo quase vazio, por causa da política externa e dos disparates da ala ideológica do governo, principalmente na educação, na cultura, nos direitos humanos e no meio ambiente, que a maioria dos analistas aponta como ameaças à democracia no Brasil. [a pauta do meio ambiente, em que pese o esforço de parte da imprensa em mantê-la prioritária, deu uma recuada quando os que tentavam demonizar o  presidente Bolsoanro por ter chamado a gazeteira sueca de pirralha - termo adequado com o comportamento escolar da 'ativista' - e usavam como supedâneo da injusta agressão o argumento que a pirralha tinha sido eleita personalidade do ano por conceituada publicação e capa da mesma e tomaram conhecimento que Adolf Hitler foi personalidade do ano da mesma revista e Bin Laden capa.]  

É um diagnóstico que precisa ser equalizado de forma objetiva. Sim, houve avanço na economia, com a política liberal do ministro Paulo Guedes, que injetou otimismo no mercado (a Bolsa de Valores de São Paulo é um indicador seguro desse otimismo). Há lenta retomada do crescimento e geração de emprego em escalas modestas, mas continuadas
Os juros continuam em queda e já são os mais baixos da história do Real. Para comércio e consumidores, foi o melhor Natal desde 2014. Convém destacar que nada disso estaria ocorrendo sem a aprovação da reforma da Previdência pelo Congresso. Houve empenho de Guedes para que isso ocorresse, portanto, lhe cabe mérito, mas os grandes artífices da aprovação da reforma foram o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), o relator, deputado Samuel Moreira (PSDB-SP), e o ex-deputado tucano Rogério Marinho (RJ), secretário especial de Previdência e Trabalho, o negociador de Guedes.

Ainda nesse quesito, o governo tem um dever de casa por fazer: o ajuste fiscal na administração federal, pois o deficit orçamentário da União continua e as reformas emergencial, administrativa e patrimonial ficaram pelo caminho. O ambicioso pacote enviado ao Congresso, neste final do ano, tem esse objetivo, mas estava descosturado politicamente, com muitos jabutis e algumas jabuticabas. Se não for refinado, não será aprovado num ano eleitoral como o próximo. O que mais atrapalhou o governo no primeiro ano de mandato de Bolsonaro foram os embates ideológicos. Se o governo é liberal e bem-sucedido na economia, em áreas como educação, cultura e direitos humanos adotou uma orientação de ultradireita que o puxa para baixo. Por seu caráter reacionário, até mesmo setores conservadores que apoiam o governo não escondem o constrangimento que passam diante de certas atitudes fundamentalistas.

Febeapá
Em alguns casos, a vida se encarregou de neutralizar os efeitos negativos de decisões intempestivas ou equivocadas de Bolsonaro; em outros, não. Na primeira situação, temos a política externa, de alinhamento automático com Donald Trump e alguns líderes de extrema direita no mundo, como Viktor Orbán, premier da Hungria.  [- o alinhamento automático com Trump foi mais consequência da inexperiência do presidente, que confundiu amizade política  e interesses comerciais com lealdade - as decepções causadas pelo próprio Trump ensinaram ao nosso presidente que são coisas diferentes = assunto resolvido; 
- com a China o presidente Bolsonaro aprendeu que em comércio as amizades são relativas e também as inimizades - situação já equacionada;
- com os países árabes, situação parecida com as anteriores: o presidente do Brasil pode até simpatizar com Israel,mas, na hora de confrontar a simpatia pelo Estado hebreu e a importância do relacionamento comercial com os árabes, deve colocar Israel em seu devido lugar = um parceiro menor = e priorizar os interesse comerciais do Brasil com as nações árabes; 
- com a Hungria pode dar mais importância às afinidades ideológicas, já que não há áreas de atrito entre a Hungria e o Brasil;
- com a Alemanha uma pequena rusga, já acomodada;
- o presidente francês tentou usar a questão ambiental para voltar aos tempos da França colonialista e o presidente Bolsonaro o enquadrou devidamente;
- a questão europeia se resolve aos poucos e em partes.]


Bolsonaro trombou com a China, com os países árabes, com a França e com a Alemanha. Mantém-se a narrativa templário-bizantina do chanceler Ernesto Araujo, mas Bolsonaro recuou em relação a árabes e chineses. A mesma coisa deve ocorrer com a Argentina, nosso maior importador de produtos industrializados. Entretanto, o contencioso com a Europa permanece, por causa do meio ambiente.

A propósito, no curto prazo, o que deu mais prejuízo ao Brasil neste primeiro ano de governo foi a desastrosa política para o meio ambiente, externa e internamente. O país sempre teve problemas ambientais, inclusive queimadas e desmatamento, mas se esforçava para enfrentá-los. Ao assumir, Bolsonaro sinalizou um liberou geral para grileiros, desmatadores e garimpeiros. O resultado, todos conhecem. A longo prazo, talvez o maior prejuízo seja nas áreas da educação e da cultura, nas quais vivemos um permanente “febeapá”, como diria o falecido Sérgio Porto, na antológica coluna do Stanislau Ponte Preta. Um novo festival de besteira assola o país, com o agravante de que os prejuízos “imateriais” nessas duas áreas somente poderão ser mensurados com o passar dos anos.

Para finalizar esse breve balanço, a questão dos direitos civis. Em razão dos indicadores de violência, embora os índices de homicídios venham caindo, e da crise ética na política, estamos vivendo um ciclo de endurecimento de penas e de recrudescimento do uso desmedido da força pelo Estado, além da adoção de medidas que afrontam os direitos de defesa e das minorias. [endurecimento das penas? uso desmedido da força?
Tomando como referência Brasília, o número de feminicidios (termo sem sentido e discriminatório, mas muito usado) aumentou muito  e quase todos os criminosos horas ou dias antes de cometer o crime, haviam sido presos e passados por audiências de custódias e liberados;
- um individuo mata a mãe - estrangula, esfaqueia e queima - e alguns anos depois está livre e volta a matar: o próprio filho, uma criança de dois anos;
- o STF decide que a regra seja: criminosos condenados só podem ser presos após trânsito em julgado da sentença condenatória = na prática os condenados, especialmente os endinheirados,  só vão para a cadeia após decisão do STF ou STJ = grande possibilidade da pena prescrever e a impunidade se estabelecer;
- em concordância com a suprema decisão o Congresso Nacional cria o juizado de garantias = na prática cada passo de um processo penal pode motivar recursos e postergar a sentença.
Se isso for aumento de pena, imagine quando realmente ocorrer redução.
Uso desmedido da força? nos tempos atuais os bandidos estão mais bem armados que a polícia, contam com o apoio das organizações dos direitos dos mano.
Essa conjunção de fatores transfere para os bandidos a iniciativa do confronto e obriga os policiais a regirem com os meios necessários.]  
Nesse sentido, muitos temem pelo futuro da democracia. Entretanto, o Supremo Tribunal Federal (STF), com todas as suas contradições, tem atuado de forma contra-majoritária, e exerce seu poder moderador em defesa da Constituição de 1988. O que está mesmo fora de controle é a venda de armas, que explodiu; nesse aspecto, Bolsonaro abriu as portas do inferno para os demônios da força bruta, inclusive na política.  “Se o governo é liberal e bem-sucedido na economia, em áreas como educação, cultura e direitos humanos adotou uma orientação de ultradireita que o puxa para baixo”

[o ilustre autor do Post ao usar o texto acima como abertura e fecho de sua matéria destaca a importância do mesmo, o que nos anima a um comentário:   

- ECONOMIA o seu sucesso  é o objetivo e carro-chefe de  qualquer Governo, que deve ter como meta o bem estar dos governados e uma  economia em progresso propicia aos cidadãos o emprego e uma boa alimentação = dois fatores essenciais, mas que não são limitadores, essencial ao bem estar.

- a EDUCAÇÃO deve ser prioritária, só perdendo para a SAÚDE e no se espera que no próximo os dois tópicos tenham prioridade e melhoras - sendo conveniente enfatizar que a Educação, pela sua importância, seja acompanhada com atenção e proximidade e assim abusos sejam evitados;

- a CULTURA  tem grande importância, mas jamais pode disputar recursos com a Educação e Saúde, que devem sempre ter preferência e a possibilidade de a pretexto de ser 'cultura' certos absurdos prosperaram,um acompanhamento atento e rigoroso das ações culturais se impõe.

- os DIREITOS HUMANOS  precisam ser protegidos mas de forma controlada evitando excessos, que sempre dão margem a abusos e impunidade em nome da preservação dos tais direitos.
Qualquer ação mais enérgica da autoridade policial costuma ser considerada como agressão aos direitos humanos.

Certas organizações que dizem ser de defesa dos direitos humanos, agem mais em prol dos direitos dos manos do que dos direitos dos humanos direitos.
Uma pessoa de BEM, seja um jovem um um idoso, padece horas e horas para ser atendida em um hospital público, sendo comum óbitos ocorrerem nas portas dos hospitais por falta ou atraso no atendimento.
Quando um cidadão procura um hospital está exercendo o DIREITO CONSTITUCIONAL à SAÚDE e a VIDA. Ao não ser atendido, tal DIREITO É VIOLADO e nada ocorre.

Um criminoso preso em flagrante tem direito à defesa e o Estado tem a obrigação de lhe fornecer um advogado - e tal direito sempre é respeitado = ou seja o direito constitucional de defesa  que um criminoso, ainda que preso em flagrante, tem é sempre exercido.
Tendo também o direito a ser ouvido por um juiz em 'audiência de custódia',  sendo, em muitos casos, libertado.
Um criminoso ferido em confronto com a Polícia ou em ação criminosa, tem PRIORIDADE nas filas de atendimento de hospital público - direito que se estende aos presos condenados.
Não é incomum que uma pessoa de BEM seja ferida por um criminoso que se evade, procure atendimento em hospital e fique lá mofando e veja horas depois o seu agressor ser preso pela polícia, ser ferido, chegar ao hospital ter prioridade no atendimento, até mesmo em relação a sua vítima.]


Nas Entrelinhas - Luiz Carlos Azedo - Correio Braziliense





domingo, 22 de setembro de 2019

Os novos “cruzados” - Nas entrelinhas

Há que separar os setores tradicionais que sempre defenderam o caráter laico do Estado daqueles que ambicionam uma espécie de nova teocracia”


No contexto da participação do Brasil na cena internacional, cujo ponto crucial será o discurso do presidente Jair Bolsonaro na Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU), no próximo dia 24 de setembro, um sinal preocupante foi a participação do governo brasileiro na Cúpula da Demografia, em Budapeste, na qual o primeiro-ministro húngaro Viktor Orbán, sugeriu uma espécie de cruzada antiglobalização e em defesa do cristianismo mais conservador. O Brasil foi representado pela ministra dos Direitos Humanos, Damares Alves, que reiterou a disposição de o governo brasileiro liderar um bloco ultra-conservador na ONU. [O Brasil precisa acabar com a valorização sem motivo desse discurso de abertura da assembleia-geral da ONU. 
A ONU é o exemplo mais perfeito de ditadura da minoria.]

Como se sabe, as cruzadas foram movimentos militares que partiram da Europa Ocidental com objetivo de conquistar a Palestina e tomar Jerusalém, que estava sob controle dos turcos muçulmanos. Foram nove cruzadas, um movimento quase permanente, que mobilizou a nobreza, camponeses e desocupados por mais de 200 anos, e se transformou numa alternativa de ascensão política, econômica e social. Ironicamente, ajudaram a acabar com o isolamento das sociedades feudais e fortalecer o comércio entre Oriente e Ocidente, principalmente no mar Mediterrâneo.    Hoje, a expressão tem significado mais político e ideológico do que militar.

Em Portugal, que liderou uma das cruzadas, a morte do jovem rei Dom Sebastião, em 1578, na batalha de Alcácer-Quibir, deu origem ao sebastianismo, um movimento místico-secular que ocorreu durante a segunda metade do séc. XVI. Como não possuía herdeiros, o trono de Portugal ficou sob o manto do poderoso rei Filipe II, da Espanha. Criou-se uma lenda de que o Rei ainda estaria vivo, esperando o momento certo para retomar o trono e afastar o rei estrangeiro. O mito sebastianista nada mais é do que a esperança de chegada de um salvador, mesmo que fosse necessário um verdadeiro milagre, como a ressurreição do rei morto, D. Sebastião, o Desejado.

No Brasil, o sebastianismo popular se manifestou na crença de chegada de um “rei bom” e até hoje está presente em manifestações folclóricas, como a Folia de Reis. Influenciou movimentos populares de Norte a Sul, sendo o mais significativo o de Canudos, no sertão da Bahia, no qual Antonio Conselheiro pregava que D. Sebastião retornaria dos mortos para restaurar a monarquia no Brasil, o que foi motivo para a intervenção do Exército. Foram necessárias quatro campanhas militares para derrotar os jagunços de Canudos. O livro Os Sertões, de Euclides da Cunha, narra em detalhes essa tragédia nacional.

Neopentecostais
O mito sebastianista se manifesta de diferentes formas, mas todas têm como ponto de referência o surgimento de um “salvador da pátria”. Por isso mesmo, serve de caldo de cultura para o nosso velho populismo. Não à toa, o presidente Jair Bolsonaro é chamado de “Mito” por seus seguidores mais apaixonados. A facada que recebeu em plena campanha eleitoral e as quatro cirurgias dela decorrentes reforçam essa ideia no imaginário de seus seguidores. A forte relação de Bolsonaro com as igrejas neopentecostais também alimenta seu carisma, ainda mais por causa do forte engajamento político dessas correntes na política, que ultrapassou a fronteira entre o desejo de reconhecimento e o efetivo exercício do poder.

Há que separar, porém, os setores tradicionais que sempre defenderam o caráter laico do Estado, até por causa dos antigos vínculos entre a Igreja Católica e o Estado, daqueles que ambicionam uma espécie de nova teocracia. Depois do fracasso dos calvinistas franceses, nas invasões do Rio de Janeiro (1555) e Maranhão (1594), o protestantismo chegou ao Brasil no começo do século XIX, com os anglicanos (1816), devido à presença inglesa após a Abertura dos Portos(1808) por Dom João VI. Graças à liberdade religiosa, depois vieram congregacionistas (1855), presbiterianos (1859), metodistas (1867), batistas (1881), episcopais (1889) e luteranos (1900).

Mesmo com a Congregação Cristã do Brasil (1910) e a Assembléia de Deus (1911), somente na década de 1950, o movimento pentecostal brasileiro se fragmentou, com o surgimento das igrejas Evangelho Quadrangular (1954), Igreja do Nazareno (1958) e Cristã de Nova Vida (1960). A cisão desses movimentos deu origem às organizações pentecostais brasileiras: Brasil para Cristo (1955), do missionário Manoel de Mello e Silva; Deus é Amor (1962), de David M Miranda; e Casa da Bênção (1964), de Doriel de Oliveira.

O movimento que dá mais sustentação a Bolsonaro, porém, é formado por igrejas pentecostais que fazem uso intensivo dos meios de comunicação, com ênfase em milagres, curas e prosperidade pessoal: Igreja Universal do Reino de Deus (1977), de Edir Macedo; Igreja da Graça de Deus (1980), de R.R. Soares; a Renascer em Cristo (1986), de Estevam e Sônia Ernandes; Sara Nossa Terra (1992), de Robson Rodovalho; e Poder de Deus (1998), de Valdemiro Santiago.  [em  todas essas igrejas pentecostais, o que mais se observa é a abundância de denominações e que cada igreja é propriedade de alguém - os fiéis podem até não receberem milagres, curas e prosperidade pessoal, mas, os proprietários com certeza recebem e muito, especialmente, prosperidade pessoal em suas finanças.

Os tempos em que havia vínculos sólidos entre a Igreja Católica Apostólica Romana - que não se dividiu, por estar amparada no DECRETO DIVINO: ."E eu te declaro: tu és Pedro, e sobre esta pedra edificarei a minha Igreja; as portas do inferno não prevalecerão contra ela.19. Eu te darei as chaves do Reino dos Céus: tudo o que ligares na terra será ligado nos céus, e tudo o que desligares na terra será desligado nos céus”. Evangelho de São Mateus 16,18-19 - as situações eram mais definidas.]


Hoje, devido à nova legislação eleitoral, se transformaram em poderosas forças políticas, que vão disputar as prefeituras nas próximas eleições municipais, como no Rio de Janeiro, em razão da facilidade de montar chapas de vereadores e levantar recursos financeiros, ao lado do desgaste dos partidos.

Nas Entrelinhas - Luiz Carlos Azedo - CB

segunda-feira, 9 de setembro de 2019

30 anos, amanhã - O Globo

Demétrio Magnoli - O Globo

Orbán nasceu da derrubada de um muro e transformou-se no principal arauto da construção de muros

Há 30 anos, entre a noite de 10 de setembro de 1989 e a manhã seguinte, o êxodo começou. Milhares de alemães do leste com vistos de turismo cruzaram a fronteira entre Hungria e Áustria. Na passagem, cada motorista recebeu pouco mais de US$ 25 doados pela Cruz Vermelha para pagar o combustível até a Alemanha Ocidental. Ali, começou a ruir o Muro de Berlim, que desabaria dois meses depois, no 9 de novembro. A história inteira, relida hoje, é um conto sobre a indignidade e o declínio de valores.

O ponto de partida situa-se pouco antes, no 27 de agosto, quando o governo comunista húngaro cedeu à pressão e cortou a cerca erguida na fronteira com a Áustria. Vivia-se o ocaso de uma era. Da capital da Tchecoslováquia, vinham os ecos de uma grande manifestação em memória do 21º aniversário da invasão soviética que arrasou a Primavera de Praga. Dos países bálticos, as imagens de uma corrente humana de dois milhões de letões, estonianos e lituanos que exigiam liberdade e independência. Mas a ruptura física da cerca húngara de arame farpado, um ato simbólico protagonizado pelos ministros do Exterior da Hungria e da Áustria, assinalou a quebra da Cortina de Ferro.

No 27 de agosto, um estudante húngaro acompanhava as notícias de longe, na Universidade de Oxford. Chamava-se Viktor Orbán, tinha 26 anos e beneficiava-se de uma bolsa concedida pela Fundação Soros. No ano anterior, ele tinha ajudado a fundar o Fidesz, um partido oposicionista ilegal, democrático e liberal. De volta a seu país, fez carreira política meteórica, elegendo-se primeiro-ministro em 1998. Hoje, o líder que nasceu da derrubada de um muro converteu-se no principal arauto da construção de muros. Orbán é a face icônica da Europa xenófoba que invoca o direito do sangue para implantar barreiras de arame farpado diante de refugiados do Oriente Médio e do norte da África.

São dois capítulos distintos. No seu mandato original, até 2002, Orbán conservou-se fiel aos princípios liberal-democráticos, conduzindo as negociações de acesso da Hungria à União Europeia. Já no segundo mandato, iniciado em 2010, vestiu as roupagens de um nacionalista conservador, armando os canhões paralelos da islamofobia e do antissemitismo. Então, a pólvora da “civilização cristã” passou a impulsionar seus obuses dirigidos contra dois alvos: os imigrantes e a globalização.

Os imigrantes são os refugiados sem rosto que vêm de terras devastadas pela violência. A globalização tem, na propaganda estatal emanada de Orbán, o rosto do investidor George Soros, seu antigo patrono, retratado como o “judeu errante”, o “judeu sem pátria”, o manipulador inescrupuloso dos destinos do mundo. A direita nacionalista atual (inclusive a brasileira) oculta suas raízes antissemitas atrás de um alinhamento completo com o governo israelense de Benjamin Netanyahu. Mas o líder húngaro fala tudo, expondo o lado oculto da lua.

“Democracia iliberal” — eis o rótulo de Orbán para o sistema de governo que instalou. “Conhecendo o presidente por bons 25 ou 30 anos, posso dizer-lhe que ele adoraria ter a situação que tem Orbán”, confessou David Cornstein, velho amigo de Donald Trump e embaixador americano em Budapeste. O chefe do governo húngaro manietou a imprensa, subordinou o Judiciário e enfrentou, com sucesso, a política de abertura aos refugiados ensaiada pela alemã Angela Merkel em 2015. Nesse percurso, transformou-se no farol dos partidos da direita nacionalista europeia.

A Praça do Parlamento, em Budapeste, perdeu a estátua de Imre Nagy, o líder da revolução democrática húngara de 1956, erguida em 1996 e removida em 2018 por uma ordem de Orbán destinada a agradar a seu aliado Vladimir Putin. A Universidade Centro-Europeia, melhor instituição de ensino superior da Hungria, financiada pela Fundação Soros, está sendo expulsa do país por injunções do governo. De certo modo, a Hungria restabelece a cerca de arame farpado cortada há 30 anos. Orbán não economiza elogios ao governo de um país distante:  
“A mais apta definição da democracia cristã moderna pode ser vista no Brasil, não na Europa”.
 
Demetrio Magnoli, jornalista - O Globo


sábado, 13 de julho de 2019

Dilema moral

Como se separa a reforma da Previdência das gravíssimas investidas deste governo contra a imprensa, contra o Congresso, contra as instituições de nossa democracia?

O que fazer quando um governo parece estar conduzindo bem a economia ou tratando de fazer algumas reformas importantes ou mantendo o crescimento econômico em ritmo saudável enquanto ataca instituições democráticas, ou direitos humanos fundamentais, ou ambos? Tenta-se separar a política econômica do resto, implicitamente indicando que o resto é menos importante do que a economia? Tenta-se manter o silêncio sobre a política econômica enquanto se apontam os perigos de atacar a democracia, os direitos humanos? Tenta-se reconhecer os esforços na área econômica e apontar os demais perigos ao mesmo tempo, correndo-se o risco de colocar economia e defesa de valores fundamentais no mesmo patamar? Não sei ao certo responder a nenhuma dessas perguntas. Ou melhor, sei que separar a economia do resto é não apenas impossível, mas intelectualmente desonesto, já que a economia opera dentro das fronteiras políticas e geográficas do país cujo governo pode estar violando valores fundamentais.

Na Hungria, o governo autoritário de Viktor Orbán tem tido estrondoso sucesso econômico. Desde sua ascensão ao poder, ficaram para trás os problemas fiscais que ameaçavam o país, retomaram-se os investimentos e o crescimento econômico. [Na Hungria, Orbán  não tem um Congresso trabalhando contra o governo, atrapalhando e com o presidente da Câmara dos Deputados querendo ser 'primeiro-ministro', tentando implantar o 'parlamentarismo branco'.] A Hungria foi, por muito tempo, uma das maiores decepções entre os países que transitaram dos regimes centralizados para as economias de mercado ao longo dos anos 90. Desde a chegada de Orbán, o quadro se inverteu e o país passou a ter um dos melhores desempenhos da região. Enquanto colocava a economia para funcionar, Orbán censurava a imprensa, perseguia inimigos políticos e transformava a democracia de seu país em caricatura.

Aqui nos Estados Unidos, a economia continua a crescer com desemprego em baixa a despeito das guerras comerciais de Trump e de suas investidas contra o Fed, o Banco Central americano. É bastante provável que a economia forte seja um de seus grandes trunfos nas eleições do ano que vem. Contudo, sua política migratória está há tempos enjaulando crianças na fronteira com o México, em condições absolutamente desumanas. Há bebês presos sem receber os cuidados de adultos, mas sim de crianças um pouco mais velhas, elas próprias desnutridas e sem qualquer acesso a higiene básica. Segundo relatos de membros do Congresso, de pediatras e de jornalistas que visitaram centros de detenção de Trump, há crianças doentes sem tratamento, crianças com problemas psicológicos devido ao encarceramento e à separação de seus pais, crianças amontoadas em celas em que não há leitos suficientes, em que as luzes ficam acesas a noite toda. Como se separa a economia disso?

“Por falar em crianças, como se separa a reforma da previdência da defesa do trabalho infantil recém-tuitada por Bolsonaro?” [Bolsonaro fez um comentário de forma açodada, permitindo uma interpretação dúbia e a imprensa optou por maximizar a interpretação negativa.]

Em outras circunstâncias, talvez fosse fácil apontar os acertos e os erros da principal reforma desse governo, talvez fosse fácil dizer que ela contém mais acertos do que erros, ainda que cristalize muitos dos privilégios que se pretendia eliminar. Em outras circunstâncias, talvez não fosse difícil afirmar que as economias previstas pela reforma darão ao país o alívio de que tanto necessita nas contas públicas, ainda que os estados e municípios tenham sido excluídos — francamente, parecia ingênua a crença de que esses entes federativos fossem realmente incluídos ante seu peso político. Contudo, diante da perda de valores fundamentais que o governo Jair Bolsonaro representa, diante da caricatura que fazem seus seguidores de temas tão graves quanto o trabalho infantil, é muito complicado discutir friamente a reforma da Previdência e respaldá-la sem ressalvas, sem o pé atrás de que talvez isso acabe dando ao governo a licença para pôr mais retrocessos em marcha.
O dilema moral, com o qual poucos parecem se preocupar, não é brasileiro. Ele é global. Isso não o torna mais palatável, mas sim profundamente desorientador.

Revista Época - Monica de Bolle  - diretora de estudos latino-americanos e mercados emergentes da Johns Hopkins University e pesquisadora sênior do Peterson Institute for International Economics

segunda-feira, 1 de abril de 2019

Ao lado de Netanyahu, Bolsonaro visita Muro das Lamentações

Presidente deixa bilhete escrito 'Deus, olhe pelo Brasil' em fresta da ruína do templo judaico

Escoltado pelo primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, o presidente Jair Bolsonaro visitou nesta segunda-feira, 1, o Muro das Lamentações, sob forte chuva de granizo, e deixou em sua frestas um bilhete escrito “Deus, olhe pelo Brasil”. Esta é a primeira vez que o premiê israelense acompanha um chefe de Estado em visita oficial ao local sagrado para os judeus, na porção oriental de Jerusalém. A soberania dessa área é reivindicada pelos palestinos.

[comentário 1: Chefes de Estado, incluindo Trump, sempre que visitaram o Muro das Lamentações, deram caráter particular, pessoal à visita, para evitar conotação política e para tanto não são acompanhados pelo premier de Israel;

Bolsonaro, para ser diferente, leva 'Bibi" junto, comprometendo mais ainda o Brasil, demonstrando uma aproximação exagerada com Israel - maior do que a real - colocando em risco interesses comerciais do Brasil com os países árabes.

Mais grave é que os opositores do premier de Israel já ironizavam essa aproximação com Bolsonaro, repudiado pela sociedade mais cosmopolita e progressista de Tel Aviv por suas declarações consideradas homofóbicas e a favor da ditadura.                                 

A magnífica metrópole israelense do Mediterrâneo sempre teve orgulho de sua comunidade LGBTI, sendo inclusive considerada uma das capitais gays do mundo.

Yair Lapid, um dos líderes da coalizão liderada pelo ex-comandante das Forças Armadas Benny Gantz, já indicou em entrevista ao “New York Times” que, se a oposição chegar ao poder, eles pretendem se distanciar de “líderes populistas de direita” como “Jair Bolsonaro e Viktor Orbán”.]



Esse compromisso foi interpretado como uma tentativa de favorecer a reeleição de Benjamin Netanyahu. Governante há 10 anos de Israel, o premiê concorrerá a mais um mandato no cargo no próximo dia 9, quando serão realizadas as eleições parlamentares no país. O programa dos dois líderes incluiu uma visita à sinagoga Sharey Tshuva, dentro de túneis do complexo do Muro das Lamentações. Os túneis são os resquícios das construções feitas ao redor do templo judaico antes de sua destruição, no século I. Anos depois da destruição, o local foi limpo e seco para a construção desta que é a sinagoga mais próxima do antigo templo judaico. O Muro das Lamentações é o segundo local mais sagrado para o judaísmo. A parede, formada por pedras de calcário, foi o que restou do chamado Segundo Templo de Jerusalém, construído no lugar do Templo de Salomão. Um rabino deu as explicações ao presidente brasileiro sobre o significado da ruína.

A decisão do governo brasileiro em aceitar o convite de Netanyahu para a visita marca uma mudança na política externa em favor de Israel, em detrimento das relações com a Autoridade Palestina. O general Augusto Heleno, ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional, chegou a mencionar no domingo que uma visita presidencial aos territórios palestinos não chegou a ser cogitada.
O Muro das Lamentações fica no setor leste de Jerusalém, parte do território ocupado por Israel desde a Guerra dos Seis Dias, em 1967. Para muitos, visitar o local ao lado do líder israelense significa reconhecer a soberania do país sobre a região, em detrimento dos palestinos.  Netanyahu acompanhou o secretário de Estado americano, Mike Pompeo, em uma visita ao local no mês passado. O presidente Donald Trump, contudo, conheceu o local sem a presença do premiê israelense em sua passagem pelo país.
Antes de visitar o Muro, Bolsonaro foi à Basílica do Santo Sepulcro, também na Cidade Velha.

Segundo a tradição cristã, Jesus teria sido sepultado no local.

Revista Veja  
 

terça-feira, 1 de janeiro de 2019

Jair Bolsonaro toma posse como presidente do Brasil

No primeiro discurso no cargo, presidente fala em construir sociedade sem discriminação ou divisão, promete partilha de poder e reafirma temas de campanha

Jair Messias Bolsonaro tomou posse nesta terça-feira 1º como novo presidente do Brasil, em cerimônia solene no Congresso Nacional. Hamilton Mourão foi empossado como vice-presidente. A ascensão de Bolsonaro ao cargo ocorre sob um forte sistema de segurança – mais de 10.000 agentes, entre Forças Armadas, polícias e setor de inteligência, atuarão no evento.

(...) 

Discurso no parlatório e beijo no marido: primeira-dama quebra o protocolo A primeira-dama Michelle Bolsonaro chamou a atenção na cerimônia de posse presidencial ao quebrar o protocolo e discursar no parlatório do Palácio do Planalto – normalmente, só discursa o presidente que está assumindo o cargo.
Mais: Michelle ainda falou antes do marido (que ficou atrás dela) e por meio de libras, linguagem de sinais usada por surdos-mudos. Ao seu lado, uma tradutora vocalizava o que a primeira-dama sinalizava.
A primeira-dama Michelle Bolsonaro discursa em língua de sinais após Jair Bolsonaro receber a faixa presidencial, no Palácio do Planalto em Brasília – 01/01/2018 (Evaristo Sá/AFP)
(...)


 Em texto e vídeo: os dois primeiros discursos do presidente Jair Bolsonaro
Cumprindo os ritos da sua posse como o 38º presidente da República, Jair Bolsonaro fez dois discursos nesta terça-feira 1º. O primeiro, no Congresso Nacional, dirigido aos deputados federais e senadores, logo depois de assumir formalmente o cargo. O segundo, no parlatório do Palácio do Planalto, após receber a faixa presidencial, se dirigindo ao público que o acompanhava na Praça dos Três Poderes. 

Maquiagem de Michelle Bolsonaro atrasa cerimônia de posse

No blog Radar – A pausa do presidente Jair Bolsonaro no gabinete de Eunício Oliveira, antes de seguir para o Palácio do Planalto, foi mais demorada do que o previsto. Primeiro porque ele só poderia seguir para o palácio quando todas as autoridades internacionais tivessem chegado. Mas não foi só isso. 

Sérgio Praça: Não há cabimento na presença de Marcelo Bretas na posse de Bolsonaro
De Sérgio Praça, colunista de VEJA – A presença de Marcelo Bretas, juiz federal do Rio de Janeiro responsável pela prisão de Sérgio Cabral e outros políticos do MDB, na posse do presidente Jair Bolsonaro é um comportamento absolutamente incompatível com a separação dos poderes.

Não há cabimento na presença de um representante do judiciário que não seja integrante do Supremo Tribunal Federal em uma posse de presidente da República. Não tem espaço isso em um regime normal. Essa é uma atitude que demonstra uma congruência ideológica, uma concordância ideológica incompatível com o trabalho de um juiz. 

Presidente e vice recebem cumprimentos de chefes de estado
O presidente Jair Bolsonaro e o vice-presidente Hamilton Mourão recebem agora os cumprimentos de chefe de estado e de governo. O primeiro foi o presidente do Paraguai, Mario Abdo Benítez. Ao todo, são dez os presentes para a posse.
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[destaque para Marcelo Rebelo de Sousa, presidente de Portugal e

 Viktor Orbán, da Hungria.]


 Bolsonaro faz discurso à nação
Jair Bolsonaro fez seu segundo discurso como presidente da República, o primeiro à nação, no parlatório do Palácio do Planalto. Bolsonaro falou em “libertar o Brasil do socialismo”, “estabelecer a ordem”, defender a família, diminuir o “gigantismo” do estado, fazer reformas e fortalecer a meritocracia.  Ao final, ele mostrou uma bandeira brasileira – dada a ele pelo futuro ministro-chefe da Casa Civil, Onyx Lorenzoni – e repetiu o brado de que ela “nunca será vermelha”, lema anticomunista que faz referência à cor tradicionalmente utilizada pelos partidos políticos de esquerda. “A partir de hoje, vamos colocar em prática o projeto que a maioria do povo brasileiro democraticamente escolheu”.
Primeira-dama apresenta mensagem de agradecimento em libras
A primeira-dama Michelle Bolsonaro apresentou em libras uma mensagem sua de agradecimento, que foi lida por uma intérprete. No texto, Michelle fala sobre os “momentos difíceis” que o presidente Jair Bolsonaro passou, após um atentado a faca no começo de setembro, com menção especial ao enteado, Carlos Bolsonaro.
Ela também se dirigiu para a comunidade surda e para as pessoas com deficiência, afirmando que “os esquecidos serão valorizados”. Michelle também repetiu ideias expressadas nos discursos do marido: “A voz das urnas foi clara. O cidadão brasileiro quer segurança, paz e prosperidade”.

O capitão chegou
Ao ritmo de “o campeão voltou”, público na Praça dos Três Poderes grita que o “capitão chegou” para comemorar a posse de Bolsonaro. O presidente, a primeira-dama Michelle Bolsonaro e um dos filhos do presidente, o vereador Carlos Bolsonaro, voltam para o rolls-royce em direção ao Palácio do Planalto. 

Em discurso, Bolsonaro promete ‘partilhar poder’ com estados e municípios

Em seu discurso após tomar posse no Congresso Nacional, o presidente da República Jair Bolsonaro (PSL) prometeu partilhar o poder de “forma progressiva” com estados e municípios em seu mandato. Ele também pediu o apoio dos parlamentares na “missão de reerguer a pátria”.
“Vamos unir o povo, valorizar a família e respeitar as religiões e nossas tradições judaico-cristãs”, disse Bolsonaro, que repetiu os temas que formaram a base de sua plataforma de campanha: o direito à legítima defesa e o combate à ideologia de gênero na educação. 

Vaias na Praça
Por Denise Chrispim Marin
O público reunido na Praça dos Três Poderes para a posse do presidente Jair Bolsonaro reagiu com vaias às imagens de Eunício Oliveira (MDB-CE), presidente do Senado, e Dias Toffoli, presidente do Supremo Tribunal Federal. Cerca de 7.000 pessoas acompanhavam por um telão o início da cerimônia de posse no Congresso Nacional. O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM), foi igualmente vaiado. 

Toda menção ao nome de Bolsonaro e ao de seu vice-presidente, Hamilton Mourão, gerou aplausos e gritos entusiásticos.

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