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sábado, 31 de dezembro de 2022

A mentira da mudança do clima - J. R. Guzzo

Revista Oeste

Para não ser “cancelado”, proibido de expor as suas ideias ou simplesmente manter o seu emprego, o cientista do século 21 tem de obedecer cegamente à religião da “ciência progressista” 

 Rua coberta de neve, em Buffalo, Nova Iorque, durante a tempestade Elliot, a pior nevasca da história da comunidade, em 24/12/2022 | Foto: Wikimedia Commons

 Rua coberta de neve, em Buffalo, Nova Iorque, durante a tempestade Elliot, a pior nevasca da história da comunidade, em 24/12/2022 | Foto: Wikimedia Commons 

Ano após ano, área após área, a ciência mundial tem estado sob ataque — o mais destrutivo desde a escuridão que a Igreja Católica, até o século 17, impôs ao pensamento humano. Era proibido, então, fazer a mais modesta indagação científica, ou simplesmente utilizar a razão para investigar questões básicas da vida. O cidadão era queimado na fogueira dos padres e dos bispos por tentar investigar, por exemplo, as causas físicas de uma doença, ou o movimento na Terra em volta do sol; era pecado mortal, como heresia, servir-se do livre pensar e do livre arbítrio para chegar a qualquer conclusão sobre questões do espírito ou fatos materiais. Ao fazer essas coisas, a pessoa estava desafiando o Plano Geral de Deus, que obviamente queria manter em segredo, ou sem explicação, tudo aquilo que o homem não entendia — não cabia ao homem, em nenhuma hipótese, presumir que seria capaz de descobrir aquilo que Deus, em sua sabedoria infinita, tinha decidido que não deveria ser descoberto. [FATO: o que DEUS não quer que seja descoberto, não quer que seja alterado, simplesmente NÃO É DESCOBERTO OU ALTERADO.] Hoje, quatro séculos depois, volta-se ao tempo de Galileu Galilei — obrigado, para escapar da pena de morte imposta pela Igreja, a dizer que a Terra não se movia. 

Para não ser “cancelado”, proibido de expor as suas ideias ou simplesmente manter o seu emprego na universidade, nos centros de pesquisa e nas repartições burocráticas do Estado, o cientista do século 21 tem de obedecer cegamente à religião da “ciência progressista”, socialmente responsável e destinada a construir um mundo “sustentável”.

Esta religião e este mundo são os de Bill Gates e de seus parceiros bilionários que a cada ano fazem discursos em Davos — e ao mesmo tempo de todos aqueles que, de alguma forma ou por algum tipo de descompensação, sonham confusamente com o fim do capitalismo e a sua substituição por algo que não sabem o que é, mas têm certeza de que é “melhor”. 
Têm vidas, comportamentos e patrimônios opostos uns dos outros; um militante ecológico padrão, um professorzinho de universidade que dá entrevistas na mídia como “especialista” ou um paxá do Vale do Silício que faz doações de US$ 100 milhões para salvar a humanidade, têm tão pouco a ver entre si que poderiam viver em planetas diferentes. 
 
Mas, no geral e no fundo, acabam querendo a mesma coisa: o fim do progresso econômico. O mundo, para eles, tem de parar onde está; quem tem US$ 100 bilhões, é claro, continua com os seus 100 bi, e você continua com os trocadinhos que tem no bolso.  
Não se pode mexer em um átomo da Amazônia, da África, da Groenlândia ou, na verdade, de qualquer ponto do mundo, habitado ou não. 
É proibido crescer. É proibido mudar. É proibido usar o solo para produzir alimento, ou para extrair recursos indispensáveis à vida humana. 
É proibido consumir energia. É proibido nascer mais gente — e os que já nasceram, e vivem na pobreza, não podem querer melhorar de vida. 
O problema insuportável, para a nova ciência dessa gente, é o que ela mesma, talvez sem perceber, chama de “humanos”. São esses desgraçados que atrapalham o bem-estar das árvores, dos bichos e das pedras. Interferem na natureza, que deveriam apenas contemplar. Consomem água, oxigênio e espaço. Precisam comer, precisam usar algum tipo de tecido para se vestir, precisam morar em casas melhores que cavernas. 
Gastam, no maior horror dos horrores, combustívelé um crime, realmente, contra quem viaja de jatinho, desliza pelo mar em iates de 150 pés e anda de bicicleta de dez marchas, nos momentos em que não está em seus SUVs de R$ 1 milhão.  
Um mundo sem “humanos”, em suma, seria o ideal.
A ciência diante da qual se ajoelham hoje bilionários, devotos amadores do meio ambiente e devotos profissionais que ganham a vida em universidades, centros de pesquisa, empresas “sustentáveis” e “agências reguladoras” é, acima de tudo, totalitária. Ela decreta, em seus comitês, burocracias e igrejinhas, que alguma coisa é assim ou assado; a partir daí, obrigatoriamente, essa coisa tem de ser assim ou assado. 
Foi eliminada, simplesmente, a pergunta mais fundamental da ciência, desde que o homem adquiriu a capacidade de utilizar o seu cérebro para pensar: “O que é isso?” Ou, de outra forma: “Por que isso é assim?” 
Não se pode mais dizer: “Não tenho certeza de que tal coisa é assim. Gostaria de observar os fatos objetivamente, mas de outro ponto de vista, e verificar se chego a alguma conclusão diferente da que é aceita neste momento”. Ou seja: estão banidas a dúvida, a curiosidade, a investigação física, a discussão livre, a troca de ideias e os demais princípios fundamentais que fizeram a ciência evoluir da descoberta da roda até o que ela é hoje. Em vez de verdade científica o que se tem agora é fé — e, pior que isso, a obrigação de ter fé. 
 
Ciência não é mais o resultado do estudo sistemático das estruturas do mundo material, através da observação, das experiências e de testes capazes de comprovar com fatos concretos as deduções obtidas. Ciência é aquilo que os cientistas, pesquisadores e agentes do Estado, com o apoio da mídia, dizem que é ciência. No tempo da treva, quando isso ou aquilo parecia incompreensível, a Igreja dizia: “Deus quis assim. Não tente entender. É pecado entender.” Hoje está voltando a ser exatamente a mesma coisa. “Os estudos científicos dizem que é assim”, afirmam os mandarins da ciência. “Não tente entender. É negacionismo entender.”

Estão banidas a dúvida, a curiosidade, a investigação física, a discussão livre, a troca de ideias e os demais princípios fundamentais que fizeram a ciência evoluir da descoberta da roda até o que ela é hoje

Em nenhuma área do conhecimento essa degeneração da ciência é tão agressiva como nas questões ligadas ao meio ambiente — e especialmente, neste momento, a tudo aquilo que se entende como “mudanças do clima”. O fundamento principal do colapso da ciência verdadeira em favor da crença climática é a ideia absurda segundo a qual o homem pode “combater” a “mudança do clima”como se a Era do Gelo, o Dilúvio Universal e a separação dos continentes tivessem dependido do comportamento humano. Isso, sim, era mudança climática para ser levada a sério — não os 40 graus de calor em Copacabana no meio do mês de janeiro. Mas hoje é tudo culpa do clima. O “aquecimento global”, mesmo quando as pessoas estão morrendo de medo de passar frio neste inverno na Europa, por escassez de calefação, é culpado pelo sol, a chuva, a seca, a enchente — e também por terremoto, maremoto, vulcão, maré alta, maré baixa, a barragem de Sobradinho, o urso polar que não encontra comida, o aumento de mortos na escalada do Everest. 

Cobra-se dos políticos: “O que o seu programa prevê para deter a mudança do clima”? É uma coisa que não acaba mais. Criaram, até mesmo, a “ciência” da “climatologia” — e isso simplesmente não existe. O cidadão que se apresenta como “climatologista” é, com toda a probabilidade e salvando-se notáveis exceções, um farsante. Tudo o que ele sabe, ou finge saber, está plenamente compreendido em outras disciplinas científicas; para que, agora, essa “climatologia”? Mas a mídia publica, dia e noite, entrevistas assustadoras com os “climatologistas”. Fazem seminários, presidem webinários e aparecem na entrega do Oscar. Qualquer coisa que digam é aceita com a certeza com que se recebe o cálculo da área do triângulo. O resultado é o avanço da ignorância autoritária, do charlatanismo escrito em inglês e da superstição fantasiada de pesquisa de Harvard.

O fato objetivo, comprovado pela aplicação honesta dos procedimentos científicos fundamentais, é que não existe no mundo a “emergência climática” — isso mesmo, não existe, muito pura e muito simplesmente. Não se trata de uma opinião de jornalista ignorante. É a conclusão de um estudo liderado pelo Prêmio Nobel norueguês Ivar Giaever, assinado por mais de 1.100 cientistas de todo o mundo, inclusive 14 brasileiros, e divulgado em julho deste ano.  

A “Declaração do Clima Mundial”, como se apresenta o documento, diz que a ideia predominante segundo a qual a atividade humana causa modificações no clima é uma ficção política. O clima da Terra, diz o estudo, vem variando desde que o planeta existe. No presente momento, em particular, a situação real é exatamente oposta ao quadro de calamidade apresentado pela lavagem cerebral da mídia, da elite econômica e da ciência “politicamente correta”: de 1850 para cá, o mundo se aqueceu significativamente menos do que as previsões feitas em cima de modelos baseados na influência humana sobre o ambiente.  

O estudo observa que os “modelos climáticos” usados para demonstrar a ação destrutiva do homem sobre “o clima” não são nem sequer remotamente plausíveis como ferramentas de pesquisa; enquanto não forem substituídos pela aplicação da ciência empírica, baseada na observação da realidade, só podem gerar conclusões falsas. Os 1.100 cientistas declaram, enfim, que não há nenhuma evidência estatística de que o “aquecimento global” está tornando mais graves, ou mais frequentes, os furacões, enchentes, secas e outros fenômenos naturais — e afirmam que o “perigo” do carbono na atmosfera é um fetiche. “Nós nos colocamos francamente contra a política de carbono zero para 2050”, afirmam eles. O estudo, naturalmente, foi boicotado pela imprensa mundial e pela ditadura que controla a produção científica de hoje.

É natural que seja assim. A “climatologia” e os “climatologistas” prosperam através das turbinas de um lobby que envolve, quando se soma tudo, literalmente trilhões de dólares. A “mudança de clima” fornece milhares de empregos, na maioria bem pagos, diretorias, consultorias, presença em conselhos de multinacionais, verbas bilionárias nas universidades e nos centros de pesquisa, circulação para a mídia, viagens, conferências de cúpula em Sharm el-Sheikh, ou coisa que o valha, e todo o tipo de boca-livre. A conversa ali, em boa parte do tempo, é sobre verbas, subsídios e caça às fortunas das fundações pró-virtude, ao dinheiro de governos de países ricos e ao caixa das organizações internacionais. Cada projeto é um negócio. 
Uma expedição ao Polo Norte, por exemplo, com um navio-base, centenas de participantes e frota de apoio, com toneladas em mantimentos e brinquedos tecnológicos de última geração, é um prêmio de mega sena. 
 
Ficam nisso meses inteiros, com salários altos e todas as despesas pagas; o grande objetivo é chegar a conclusões que levem os patrocinadores a pagar a expedição do ano seguinte. Ficam medindo a temperatura do gelo, ou coisas assim, e sempre constatam que a situação é “crítica”, a ameaça é “grave” e o prosseguimento das pesquisas (”temos de entender melhor o que está acontecendo”) é “indispensável”. Pode ser a última chance de “salvar o planeta”. É “urgente”. As fundações, as empresas e os políticos soltam o dinheiro. No fim de todas as contas, o que se pode verificar de mais concreto é que os grandes beneficiários da climatologia, até agora, tem sido os climatologistas.

A essência vital da “ciência climática”, e de muito do que se pode observar na filosofia ambiental ou ecológica, é a sua feroz hostilidade ao ser humano e sobretudo o ser humano pobre, a quem se nega cada vez mais o direito de viver, pois suas vidas incomodam a “natureza” muito mais que as vidas dos ricos. Já se ouviu, em Manhattan, uma intelectual desesperadamente fiel à correção de sua consciência e às suas obrigações perante o planeta, propor a evacuação dos atuais 20 milhões de habitantes da Amazônia para “salvar a floresta”. Heimmmmm? Como assim, “evacuação”? Para onde?  
Só se faz evacuação de populações inteiras em ditaduras alucinadas; é coisa de Stalin, Pol Pot, Mao Tse-tung e outros assassinos patológicos. Mas aqui nós estamos falando em “Amazônia”; as classes que ganham para cima de US$ 1 milhão por ano, moram em guetos milionários e trabalham na Disney, ficam cegas e começam a dizer coisas deste tipo
 
É a mesma atitude dos NatGeo, Animal Planet e outros canais de entretenimento que funcionam hoje em dia como polícia ecológica. Num documentário recente feito por um deles, o apresentador relatou a tragédia de uma tribo miserável da África: um leão tinha comido uma criança, e ele estava entrevistando o pai. Ao fim da história, o sujeito diz que era necessário achar uma solução para o problema — o problema do leão. Era inadmissível, concluiu, que a tribo continuasse a causar stress nos leões, “ocupar” o “seu território” e interferir no “equilíbrio ambiental” e nas suas fontes de alimentação. Ficamos assim, então. Um leão que for visto andando pelo centro de Londres, digamos, onde poderia comer um editor do The Economist ou algo assim, vai ser morto a tiros de fuzil pela SWAT. Um leão na África não pode ser tocado vai comer uns pretos nessa ou naquela aldeia, mas e daí? Problema deles, que ficam interferindo com a vida pessoal dos leões.

A falsa ciência, naturalmente, não tem se mostrado capaz de paralisar o mundo. A ciência de verdade continua a ser utilizada para fazer aviões da Boeing, usinas que produzem energia elétrica e cirurgias de cérebro.   A água, mesmo nos estudos científicos de Oxford ou de Princeton, continua a ferver aos 100 graus centígrados e o ângulo reto permanece com os 90 graus que sempre teve. O homem, afinal, tem de viver — e os cientistas do clima também. 
Mas a catástrofe que a falsa ciência tem trazido para o conhecimento humano vai cobrar um preço cada vez mais alto — e quem vai pagar são os que mais precisam do progresso.

Leia também J.R. Guzzo - Colunista - Revista Oeste

 

 

quarta-feira, 19 de outubro de 2022

Os negros são de direita - Revista Oeste

Cristyan Costa

Resultado das eleições sepultou a tese segundo a qual apenas a esquerda representa as minorias

Candidatos negros eleitos dos partidos de direita | Foto: Montagem Revista Oeste/Redes Sociais/Reprodução 

Candidatos negros eleitos dos partidos de direita | Foto: Montagem  Revista Oeste/Redes Sociais/Reprodução

Por meio de um longo processo de cooptação cultural, a esquerda monopolizou uma série de bandeiras. 
Preservação do meio ambiente, combate ao analfabetismo e defesa das mulheres, dos pobres, dos gays e dos negros, por exemplo, são vistos por muitos como pautas defendidas exclusivamente pelos autodenominados progressistas. 
Nas escolas e nas universidades, militantes fantasiados de professores ensinam todos os dias que esses são os únicos porta-vozes das “minorias”. Já a “direita” é apresentada como reacionária, egoísta, fascista e preconceituosa, sobretudo com pessoas discriminadas e em vulnerabilidade.

Contradizendo essa narrativa, as eleições deste ano mostraram o Brasil real. Os partidos de direita foram os que mais elegeram candidatos que se autodeclararam pretos ou pardos para a Câmara dos Deputados. Somadas, as legendas conservadoras, de centro e de esquerda registraram a vitória de 135 candidatos desse público (108 pardos e 21 pretos), o equivalente a 25% da Casa. Brancos são 387, totalizando 75% dos representantes. Diferentemente do que diz a esquerda sobre a “falta de interesse” desse público por política, o número de candidatos negros aumentou. Neste ano, foram 4,8 mil, ou cerca de 50% dos pouco mais de 10 mil postulantes. Em 2018, foram 3,5 mil (42% de 8,6 mil).

Em 2018, deputados federais negros eleitos eram 123 (102 pardos e 21 pretos) e corresponderam a 24,5% na formação da Casa. Os dados sobre a cor dos candidatos começaram a ser coletados em 2014. Naquele ano, a composição da Câmara dos Deputados pós-votação ficou em 20% de negros e 80% de brancos. A regra que prevê maior distribuição do fundo partidário às siglas que conseguissem mais votos para negros e pardos ajudou a influenciar no aumento da representatividade no Congresso.[ninguém pode obrigar o eleitor a votar em candidato que ele não queira;  
mas, os partidos políticos, especialmente os nanicos, podem na busca por mais dinheiro do fundo partidário, dificultar que candidatos não pardos e não pretos se candidatem. 
É um 'sistema de cotas' que restringe a liberdade do leitor de escolher seu candidato - a escolha só pode ser efetuada entre os registrados em um partido político.]


A representatividade em números

O maior número de parlamentares negros eleitos neste ano é do Partido Liberal (PL), do presidente Jair Bolsonaro, diariamente chamado de racista pelos adversários
A sigla do chefe do Executivo conseguiu garantir 25 assentos para parlamentares desse segmento na Casa. O deputado Hélio Negão (RJ) é um deles. “Eleitores conservadores elegem mais negros porque a direita não enxerga a cor da pele”, constatou o congressista. “A direita vota em quem pode melhor representá-la, e isso, naturalmente, leva à escolha de negros, brancos e de indivíduos miscigenados, todos eleitos sem ter a cor da pele como cabo eleitoral.”
Hélio Lopes, deputado federal reeleito | Foto: Carolina Antunes/PR

Segundo Hélio, a sociedade aumentou a sua representatividade real no Congresso porque, finalmente, encontrou figuras que falaram aquilo que resume a vontade da maioria, diferentemente do discurso propagado pela esquerda. “Há mais parlamentares que pensam, lutam, votam e atuam como esperam aqueles que lhes conferiram os seus mandatos”, afirmou Hélio.Seremos como anticorpos aos partidos de esquerda”, prometeu. Eles pretendem nos levar, progressivamente, à barbárie, atacando a vida, a propriedade, a família, a religião, a liberdade e querem saquear o bolso de todos os brasileiros.”

A deputada Silvia Cristina (PL-RO) é outra parlamentar negra eleita por um partido de direita. Segundo ela, os eleitores não aprovam a tese de que só a esquerda cuida das minorias. “Os brasileiros entenderam que o combate ao racismo, por exemplo, é também uma bandeira da direita”, observou. “Os eleitores conservadores e liberais podem representar as minorias.” Na mesma linha de Hélio, Silvia afirma que os eleitores queriam um posicionamento mais claro das pautas, e isso foi bem identificado pela direita, que conseguiu traduzir melhor o sentimento da maioria, até para receber membros de outras siglas que perderam identidade.

Ex-PDT, Silvia deixou a legenda por não encontrar espaço para a divergência de ideias. “Fui bem recebida no PL e sinto-me bem para expor minhas ideias”, disse. “Quando estive no PDT e fiz votações contrárias, ficou ruim, porque eu queria que eles entendessem a minha regionalidade”, lembrou Silvia. “Levaram isso como uma afronta aos interesses da cúpula, mas eu estava defendendo o meu eleitorado. Cheguei a responder um processo disciplinar. Já no PL, fui bem acolhida e tratada de maneira respeitosa.”

“A nova bancada de negros na Câmara mostrou que não somos pets na coleira da esquerda”

Também o Republicanos registrou uma vitória expressiva de candidatos pretos ou pardos para a Câmara. Foram 20 nesta disputa, sendo um deles a deputada Rosângela Gomes (RJ). Na sequência, outras legendas que se põem à direita do espectro político e elegeram negros foram o União Brasil (17) e o Partido Progressistas (15).

Maior representante da esquerda na próxima legislatura, o PT terá menos de um quarto de parlamentares pretos ou pardos entre seus novos integrantes na Câmara (23%). A sigla de Lula, que reivindica para si o protagonismo da defesa das minorias, elegeu 16 deputados federais negros, ocupando o quarto lugar quando o assunto é eleger esse público. O desempenho é mais vergonhoso nas demais siglas de esquerda. Seis candidatos pretos ou pardos foram eleitos para a Câmara pelo PDT, quatro pelo PCdoB, dois pelo PV, dois pelo PSB e um pela Rede Sustentabilidade.

Legendas de centro tiveram uma contribuição relativamente melhor que os satélites do PT. As urnas mostraram que negros e pardos conseguiram oito vagas pelo MDB, seis pelo PSD e cinco pelo Podemos. Na sequência, dois foram eleitos pelo Avante, dois pelo Pros e um pelo Solidariedade. Cidadania, Novo, Patriota, PSC, PSDB e PTB não elegeram nenhum deputado pardo ou preto. Proporcionalmente, entre as maiores bancadas, o Republicanos é o partido com maior presença de pessoas declaradas negras em sua lista de eleitos (49%), seguido de PP (32%), União (29%) e PL (25%).

Perda de força e de identidade
Desde a Lava Jato, o impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff e a eleição de Jair Bolsonaro, a esquerda brasileira vem perdendo força no cenário político. A desidratação é nítida no Parlamento. Sem pautas nem representatividade, os partidos “progressistas” juntaram-se em federações para sobreviver no Congresso. 
A maioria dos nomes que a esquerda elegeu neste ano é da velha guarda. Os políticos tradicionais esperam ainda a volta de Lula para continuar com os aparelhos ligados na UTI.

O cientista político Márcio Coimbra, professor da Universidade Presbiteriana Mackenzie, afirma que a esquerda diminuiu por perder controle sobre núcleos da sociedade que dominou no passado, em virtude de alguns fatores sociais, a partir dos protestos em 2013. “Aos poucos, com maior abertura do processo político e com a entrada da direita no poder, houve a penetração do espectro político nesses grupos”, disse. Segundo o especialista, essa perda de poder ficou mais acentuada com a Operação Lava Jato e o fortalecimento do sentimento antipetista. “Mulheres, gays e negros começaram a procurar outras ideologias políticas”, observou Coimbra. “A direita aprendeu a dialogar.”

“Os partidos de direita souberam organizar-se”, afirmou Manuel Furriela, cientista político e professor da FMU. “A direita fez uma análise muito bem-feita da sociedade, identificando os aspectos religiosos e econômicos de seu público.” O especialista disse que a onda de direita não é uma jabuticaba brasileira. “França e Itália, por exemplo, são países que escolheram representantes com plataformas econômicas pró-mercado. Esse espectro político soube fazer uma análise mais aprofundada da sociedade e mostrou que veio para ficar.”

Negro, o pastor e produtor musical Wesley Ros, crítico do racismo estrutural e um dos poucos a divergir do pensamento do establishment de esquerda, diz esperar que a onda conservadora no Congresso seja uma tendência. “A esquerda usa as minorias na intenção de dividir e conquistar”, observou Ros. “Uma vez que nos unimos, desmontamos a arquitetura que existe dentro da ‘senzala ideológica’. A nova bancada de negros na Câmara mostrou que não somos pets na coleira da esquerda.”

Leia também “O Congresso é a cara do Brasil”

Cristyan Costa, colunista - Revista Oeste

 

domingo, 16 de outubro de 2022

Lobos em pele de cordeiros - Ana Paula Henkel

Revista Oeste

Não bastou o novo “crime de opinião”. Agora temos o “crime de conclusão”! Você vai ver fatos reais, ler notícias verdadeiras — mas não pode tirar suas próprias conclusões 

 Ditador da Nicarágua, Daniel Ortega e Luiz Inácio Lula da SIlva | Foto: Wikimedia Commons 
Ditador da Nicarágua, Daniel Ortega e Luiz Inácio Lula da SIlva | Foto: Wikimedia Commons  
 

Explicar o Brasil. Essa tem sido uma tarefa impossível de ser realizada no meu cotidiano nos Estados Unidos. Se já era difícil durante a Lava Jato, ela ficou ainda mais complicada durante a manobra companheira do Supremo Tribunal Federal para soltar um corrupto condenado em três instancias. Agora, durante a era Alexandre de Moraes/TSE, essa tarefa é praticamente inexequível.

Acho curioso quando os iluministros do STF/TSE citam os “Pais Fundadores da América” com a pompa de quem tem o mínimo respeito por tudo aquilo que eles defendiam. A história da América mostra que os Pais Fundadores da nação mais próspera do mundo discordavam em vários pontos na estruturação do novo país nos tempos pós-revolucionários. Thomas Jefferson, por exemplo, almejava maior independência e autonomia dos Estados. Alexander Hamilton acreditava que o governo federal deveria ser o centro do poder e das grandes decisões. As discordâncias entre eles eram comuns e, talvez por isso, na respeitosa e rica troca de ideias por um bem maior, a nação mais livre do mundo tenha se formado em pilares sólidos e inegociáveis.

E, mesmo com algumas profundas discordâncias filosóficas, aqueles homens tinham um ponto de convergência sagrado na formatação do que seria vital na nova nação. A absoluta e irrestrita liberdade de se expressar. 
A Primeira Emenda à Constituição dos EUA protege a liberdade de expressão, religião e imprensa. Também protege o direito a protestos pacíficos e a peticionar ao governo. 
A emenda foi adotada em 1791, junto com outras nove emendas que compõem a Declaração de Direitos (Bill of Rights) — um documento escrito que protege exatamente as liberdades civis. 
A emenda, com quase 231 anos, é uma das mais protegidas até hoje, diz: “O Congresso não fará nenhuma lei a respeito de um estabelecimento de religião ou proibindo o livre exercício do mesmo; ou abreviar a liberdade de expressão ou de imprensa; ou o direito do povo de se reunir pacificamente e de pedir ao governo uma reparação de queixas”.

Benjamin Franklin, um dos Pais Fundadores, escrevia constantemente em seus artigos que a liberdade de expressão é o principal pilar de um governo livre e, que quando esse apoio é retirado, a constituição de uma sociedade livre é dissolvida e a tirania é erguida em suas ruínas. E ainda acrescentou: “Se todas as impressoras estivessem determinadas a não imprimir nada até terem certeza de que não ofenderiam ninguém, haveria muito pouco para impressão”.

Crime de conclusão
Pois bem, nessa minha árdua tarefa de explicar o inexplicável para o norte-americano, no capítulo desta semana tive de acrescentar as absurdas censuras do TSE a veículos de imprensa no Brasil. Nas canetadas vermelhas do tribunal-jaboticaba, trechos da história de nossa política que são mostrados em documentários da Brasil Paralelo terão de ser excluídos. Segundo a corte, eles são verdadeiros, masPASMEM! — podem levar o telespectador a conclusões falsas! Não bastou o novo “crime de opinião”, criado recentemente por esses monstros jurídicos. Agora temos o “crime de conclusão”! Você vai ver fatos reais, ler notícias verdadeirasmas não pode tirar suas próprias conclusões, apenas aquelas que os deuses do olimpo eleitoral permitirem!

Ah! Não podemos também falar do conteúdo da delação de Marcos Valério à Polícia Federal em que ele descreve as ligações pra lá de próximas entre o PT e o PCC. E aproveitando a bondade da tirania eleitoral na feira de censura, essa semana o PT acionou novamente o puxadinho-companheiro do STF com um pedido de retirada de conteúdo do site do jornal Gazeta do Povo que explica assim como a Brasil Paralelo, com fatos históricos — a relação do ex-presidiário Lula com o ditador nicaraguense Daniel Ortega.  

O partido também quer a censura prévia para que o jornal seja impedido de fazer novas reportagens que demonstrem a ligação de Lula com ditadores. No início do mês de outubro, o ministro da corte eleitoral Paulo de Tarso Sanseverino (ou assessor de imprensa do PT, como queiram) já havia determinado a remoção do tuíte de uma notícia publicada pela Gazeta do Povo cujo título era: “Ditadura apoiada por Lula tira sinal da CNN do ar”.

Nas ações do partido mais corrupto da história do Brasil, os asseclas legais de Lula alegam que: “As publicações dessa natureza são compartilhadas e espalhadas em velocidade exponencial, de modo a aumentar significativamente o alcance das desinformações aos eleitores e às eleitoras, ampliando, desta forma, o impacto negativo das publicações objeto desta representação”. O partido também deseja “que o Twitter, o Instagram e provedores de internet adotem todas as providências cabíveis quanto ao ponto — de modo a excluir essas e outras publicações que também versem sobre a fantasiosa relação de Lula com o ditador Ortega”.

“…fantasiosa relação de Lula com o ditador Ortega”.

Nada para ver aqui. Circulando. Os laços entre o ditador nicaraguense e o líder do PT e do Foro de São de Paulo são apenas imaginação da sua e da minha cabeça. Aliás, o Foro de São Paulo foi, durante muito tempo, apenas uma invenção, uma teoria conspiratória, daquele velho doido que morava na Virginia, aquele tal de Olavo de Carvalho.  
Não leia o que está escrito no documento do movimento que o TSE pode não gostar. Eu vou deixar aqui um resumo do que está lá, mas leia por sua própria conta e risco.
Reunião de membros do Foro de São Paulo. O grupo apoia a eleições 
de candidatos de esquerda em qualquer lugar da América Latina - 
 Foto: Reprodução

Os objetivos iniciais do Foro de São Paulo estão expressos na “Declaração de São Paulo”, documento que foi aprovado no final do primeiro encontro, na cidade de São Paulo, em 1990: “(…) o objetivo do foro é aprofundar o debate e procurar avançar com propostas de unidade de ação consensuais na luta anti-imperialista e popular, promover intercâmbios especializados em torno dos problemas econômicos, políticos, sociais e culturais que a esquerda continental enfrenta após a queda do muro de Berlim”. O documento afirma que o encontro foi inédito por sua amplitude política e pela participação das mais diversas correntes ideológicas da esquerda. A declaração também diz encontrar “a verdadeira face do Império” nas renovadas agressões a Cuba e também à Revolução Sandinista na Nicarágua, no aberto intervencionismo e apoio ao militarismo em El Salvador, na invasão e ocupação militar norte-americana do Panamá, nos projetos e passos dados no sentido de militarizar zonas andinas da América do Sul sob o pretexto de lutar contra o “narcoterrorismo”. E, assim, eles reafirmam sua solidariedade em relação à Revolução Cubana e à Revolução Sandinista, como seu apoio em relação às tentativas de desmilitarização e de solução política da guerra civil de El Salvador, além de se solidarizarem com o povo panamenho e com os povos andinos que “enfrentam a pressão militarista do imperialismo”.

Ok, é um documento do Foro de São Paulo que liga a esquerda em toda a América Latina. Ah, mas dizer que há uma relação de Lula com o ditador Daniel Ortega? Ah! Não… isso é coisa da cabeça de quem só quer sujar a reputação do ilibado ex-presidiário que também foi acusado, por mais de uma vez, por Mara Gabrilli, vice na chapa de Simone Tebet que hoje apoia Lula de estar envolvido diretamente no assassinato de Celso Daniel. [Ana, a do vôlei,  concluímos a leitura;  só que surgiu uma dificuldade: a quem devemos perguntar que conclusão devemos tirar da leitura?]

(Imaginou agora minha dificuldade em explicar a política do Brasil?)

Lula e Ortega
A desejada censura neste caso — com a ajuda do TSE e Alexandre de Moraes — se faz necessária porque os fatos que ligam Lula a Ortega são muito claros. 
Mais claro ainda é o regime totalitário do companheiro do PT que agora persegue e prende padres, freiras, persegue cristãos e fecha igrejas no país. A ditadura da Nicarágua está criminalizando a democracia, e a violência à qual os nicaraguenses estão sendo submetidos também está alimentando a migração ilegal desenfreada para os EUA, ajudando a causar a maior crise migratória da história norte-americana. 
Por que Lula não quer ser visto com o companheiro Ortega? 
Seria porque na Nicarágua de Ortega as empresas são extorquidas por policiais mafiosos, líderes católicos são perseguidos por apoiarem a democracia, moradores de todas as nacionalidades são detidos e condenados por décadas e organizações da sociedade civil foram fechadas? 
Ou porque essa dinastia familiar — assim como outra dinastia familiar companheira de Lula, os Castros — criminalizou a democracia, garantindo que a liberdade de expressão, a de participação política, movimento e crenças sejam legalmente eliminadas? Daniel Ortega e sua família transformaram a Nicarágua em um Estado pária.

O regime do amigo e parceiro de Lula eliminou todas as formas de pluralismo político e social. Cerca de 2 mil organizações sem fins lucrativos foram extintas por causa da proibição de liberdade de associação. Essas organizações trabalhavam em projetos de desenvolvimento social muito necessários, sendo que metade delas era focada na educação. As perdas materiais — em um país onde as crianças têm poucas oportunidades e a educação média está abaixo da 4ª série — chegam a pelo menos US$ 200 milhões por ano. Quase 60 organizações internacionais sem fins lucrativos também foram extintas e expulsas do país, afetando quase 1 milhão de beneficiários. No entanto, o impacto não é apenas material, mas ideológico. O regime redefiniu as regras da educação, subordinando o ensino à total obediência à ditadura, banindo livros, literatura e reescrevendo a história. Aqueles que desviarem do caminho imposto e ditado por Ortega são excluídos dos “direitos” aos serviços públicos (incluindo o acesso à saúde) e podem ser julgados por atos criminosos de conspiração contra o Estado.

As consequências do que o amigo do PT vem fazendo são terríveis para os nicaraguenses, que, através da imigração, fogem de maneira desesperada para os Estados Unidos. Desde 2018, pelo menos 200 mil pessoas escaparam da Nicarágua (em um cálculo conservador, quase 5% de sua população), especialmente após a fraude eleitoral em novembro de 2021. O inepto governo de Joe Biden testemunhou em primeira mão os ataques à imprensa, a autoridades religiosas, independência eleitoral, liberdade acadêmica e pluralismo, bem como ataques aos Estados Unidos. Dentre os vários mantras pregados por Ortega, o ditador acusa os Estados Unidos de conspirarem contra o regime. A resposta dos EUA incluiu sanções a 22 funcionários do governo de nível médio e menos de 100 tuítes condenando a repressão. Sim, tuítes… (Saudades do laranjão?)

Mas a caótica situação humanitária não é suficiente para um tirano que se preze. O revolucionário sandinista que se tornou ditador nunca foi favorável à Igreja Católica. A perseguição aos cristãos tem sido uma ocorrência comum em grande parte do Oriente Médio e na China, mas uma perseguição igualmente virulenta está exatamente sob o domínio do amigo de Lula — e com mínima atenção global.

Até hoje, os católicos espalhados pelo mundo, e atônitos diante das barbáries cometidas contra seus irmãos e irmãs na Nicarágua, aguardam uma palavra firme do papa Francisco contra as ações do ditador amigo de Lula

A Igreja Católica tem sido alvo comum de desprezo e acusações de minar o regime de esquerda, apesar das sementes firmemente plantadas da teologia da libertação e do ativismo pró-esquerda na Nicarágua. Ortega, que voltou ao poder em 2007 depois de governar a Nicarágua por mais de uma década na década de 1980, nunca foi favorável à Igreja Católica. Desde que o clero emprestou seu apoio aos manifestantes estudantis em 2018, no entanto, seu governo aumentou significativamente a perseguição contra qualquer setor da sociedade civil que se atreva a falar.                 E os católicos do país resolveram romper o silêncio para tantas barbaridades. Claro que por um preço alto. Até junho deste ano, Ortega mantinha mais de 200 presos políticos.

Perseguição aos católicos
Desde 2018, a Igreja Católica na Nicarágua enfrentou mais de 190 ataques distintos, desde incêndios criminosos, ataques paramilitares do governo e o exílio de proeminentes padres e figuras religiosas críticas ao regime de Ortega. 
Um total de 18 freiras católicas das Missionárias da Caridade foram destituídas de seu status legal em 28 de junho e escoltadas pela polícia para fora da Nicarágua e para o exílio na vizinha Costa Rica sob acusações de subversão política e apoio ao terrorismo. Em um relatório recente do Observatório Pró-Transparência e Anticorrupção, um grupo da sociedade civil da América Latina, a advogada Martha Patricia Molina Montenegro afirmou que o regime de Ortega “iniciou uma perseguição indiscriminada contra bispos, padres, seminaristas, religiosos, grupos leigos e a tudo o que tenha relação direta ou indireta com a Igreja Católica”.

Em resposta aos esforços da Igreja Católica para mediar os protestos em 2018 e defender os diretos civis, Ortega e seus aliados rotularam a igreja como “comprometida com os golpistas e parte do golpe”. Silvio Baez, monsenhor e um crítico proeminente do regime, foi forçado a fugir do país em 2019 depois de receber um telefonema da Embaixada dos EUA avisando-o de uma iminente tentativa de assassinato. Baez já havia sido espancado e esfaqueado por agressores desconhecidos. Antes de conseguir sair do país, ele recebia constantes telefonemas ameaçadores que falavam em tortura e morte. A Igreja Católica e seu clero têm sido críticos da corrupção e da violência do governo já há alguns anos, mas desde 2018 a violência tem sido mais direcionada, como visto pela situação com Baez. Embora os protestos que originalmente estimularam a repressão do governo nicaraguense tenham sido reprimidos em sua maior parte, o regime de Ortega continua a atacar a Igreja e seus crentes em uma busca para expurgar toda e qualquer dissidência.

O episódio mais recente dessa perseguição foi a prisão do monsenhor Rolando José Álvarez, bispo de Matagalpa, que está em prisão domiciliar desde 4 de agosto, quando a polícia da ditadura Ortega o impediu de ir à Catedral para celebrar a missa. Como alguns andam querendo apagar ou reescrever as páginas da história, não custa apontar que não é a primeira vez que acontece todo esse pesadelo na Nicarágua. A marca local do comunismo, através do sandinismo, já perseguia os cristãos na década de 1980. Em 2003, Ortega pediu desculpas por isso quando estava na oposição. Uma vez que ele voltou ao poder, o líder comunista recuperou a campanha anticatólica. Parece familiar? Alô, Brasil!!

João Paulo II
Para quem me acompanha aqui em Oeste ou em outras mídias, faço sempre questão de expressar meu mais profundo respeito àquele que foi, em minha opinião, não apenas um líder religioso de histórica magnitude, mas um dos homens mais importantes da humanidade: o papa João Paulo II. E foi exatamente na Nicarágua que o santo pontífice demonstrou sua coragem e seu propósito. Em 4 de março de 1983, o papa pousou em Manágua para uma visita oficial. As autoridades da Junta Governativa Sandinista esperavam pelo líder religioso, incluindo o coordenador da junta, Daniel Ortega, e sua esposa, Rosario Murillo. O papa polonês havia chegado ao país que estava em uma época em que seus cidadãos estavam à beira de uma guerra civil.

No aeroporto, havia uma faixa que dizia “Bem-vindo à Nicarágua livre graças a Deus e à revolução”. Nesse cenário, Ortega fez um discurso de apoio ao regime sandinista. João Paulo II cumprimentou as demais autoridades que o esperavam, bem como Ernesto Cardenal, padre e ativista marxista da teologia da libertação que ocupava um importante cargo público como ministro da Cultura do regime, algo incompatível com o ministério dos padres católicos.

Papa João Paulo II, no Vaticano em 1991 | Foto: Wikimedia Commons

Quando Joao Paulo II chegou aonde Cardenal estava, o marxista tirou sua boina e ajoelhou para beijar o anel do pontífice. Joao Paulo II não deixou que ele beijasse o anel e, com dedo em riste, chamou a atenção, em absoluto tom de reprovação, do ativista disfarçado de padre. O vídeo correu o mundo logo após seu discurso de chegada em que o papa disse que “em nome Daquele que deu sua vida por amor pela libertação e redenção de todos os homens, desejo dar minha contribuição para que cesse o sofrimento dos povos inocentes desta região do mundo”.

Na época, Cardenal era um dos quatro padres que trabalhavam para o regime. Ele e seu irmão, o jesuíta Fernando Cardenal, serviam ao governo revolucionário sandinista além de Miguel d’Escoto, como ministro das Relações Exteriores, e Edgar Parrales, um diplomata. Cardenal acreditava que seu serviço como ministro da Cultura era uma extensão de seu ofício sacerdotal. João Paulo II, que viu e viveu de perto as dores do comunismo, discordava veementemente e fez questão de não esconder isso — mesmo em público.

O corajoso ato de Joao Paulo II foi uma prévia do restante da viagem do papa. Ele também não escondeu sua oposição ao governo sandinista que pregava a integração dos ideais cristãos e marxistas (absolutamente incompatíveis!), e sua desaprovação daqueles cristãos, como Cardenal — que, abjetamente, viram na revolução nicaraguense uma oportunidade para promover a nefasta doutrinação marxista através da “caridade”.

Quando os padres do governo da Nicarágua recusaram a exigência do papa de que deixassem seus cargos, eles foram excomungados e privados de suas faculdades sacerdotais. No caso de Cardenal, essa situação continuou até 2020, quando o papa Francisco lhe concedeu a “absolvição de todas as censuras canônicas”. Até hoje, os católicos espalhados pelo mundo, e atônitos diante das barbáries cometidas contra seus irmãos e irmãs na Nicarágua, aguardam uma palavra firme do papa Francisco contra as ações do ditador amigo de Lula.

A visita de João Paulo II à Nicarágua, em 1983, deixa lições até hoje — principalmente para o Brasil, que enfrenta a tentativa de total ruptura de um possível estado de ordem e liberdades, mesmo com a atual insegurança jurídica perpetuada pelo STF, a um absoluto caos revolucionário proporcionado pela possível volta do lulocomunismo ao poder. Durante a homilia de João Paulo II em Manágua, além dos fiéis aplaudindo o papa, grupos de sandinistas também gritavam slogans a favor de sua revolução: “Entre o cristianismo e a revolução não há contradição”, “Poder ao povo”, “O povo unido nunca será vencido”, “A Igreja do povo” e “Queremos a paz” foram algumas das palavras de ordem que gritavam.

Os gritos enfureceram o papa, que pediu silêncio mais de uma vez e finalmente lhes disse: “Silêncio. A Igreja é a primeira a querer a paz”. João Paulo II então saiu do roteiro e disse: “Cuidado com os falsos profetas. Eles se apresentam em pele de cordeiro, mas por dentro são lobos ferozes”.

Ah, santo homem… que falta o senhor faz entre nós.

João Paulo II tinha um profundo amor pelo Brasil. João de Deus, nessa hora de aflição e medo do mal que pode devorar nossa nação e nosso futuro, rogai por nós.

Leia também “A proteção à vida em 2023”

Ana Paula Henkel (@AnaPaulaVolei

Ana Paula Henkel, colunista - Revista Oeste

 


Classe C impulsiona voto à direita no País; segmento representa 100 milhões de brasileiros - O Estado de S. Paulo

Grupo socioeconômico exprime sentimento de abandono e desconfiança do Estado; 55% da população, é maior no Sudeste, Sul e Centro-Oeste, onde Bolsonaro venceu no 1º turno

Um contingente estimado em 100 milhões de pessoas, que têm perfil diverso e difícil de ser capturado por análises, se tornou um dos mais expressivos segmentos eleitorais do País, cujo comportamento pode ser fator decisivo em disputas polarizadas como a corrida presidencial deste ano. Para estudiosos do tema, é nessa fatia populacional chamada de classe C – que se concentra em grande parte a explicação para a formação de uma onda à direita na votação em primeiro turno das eleições. 
Além dos 51 milhões de votos alcançados por Jair Bolsonaro (PL), viu-se o triunfo de candidatos associados ao presidente nas eleições legislativas.
 
 Conforme dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio (Pnad) de 2020, do IBGE, compilados pela consultoria Plano CDE para o Estadão, a classe C hoje compreende famílias com renda mensal entre R$ 500 e R$ 2 mil por pessoa, podendo chegar a R$ 8 mil no total. Essa parcela representa 55% da população brasileira, mas está mais concentrada nas regiões onde candidatos bolsonaristas tiveram melhor desempenho e Bolsonaro venceu a disputa com Luiz Inácio Lula da Silva (PT): no Sudeste (59%), no Centro-Oeste (61%) e no Sul (63%). No Nordeste, onde a maioria votou em Lula, as classes D e E correspondem à maior parte, 47%, e a classe C é menor, com 45%.
 
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De acordo com analistas, iniciativas como o aumento do auxílio emergencial às vésperas das eleições não mudaram essa relação já estabelecida entre o atual presidente e o Estado mínimo. “Mesmo que Bolsonaro não tenha conseguido fazer ações nesse sentido, o ‘não fique em casa’, o ‘Estado me atrapalha’, menos coletivo e mais individual, é uma visão que colou nele e que tem respaldo nesse grupo”, completa Prado.

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”A desconfiança em relação ao Congresso, aos partidos e até ao Judiciário é profunda”

José Álvaro Moisés, coordenador do grupo de trabalho sobre a qualidade da democracia da Universidade de São Paulo (USP)

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Intangível

Outro elemento que as análises mostram sobre este grupo é uma dificuldade em entender e se mobilizar pelo que parece intangível. Em suas pesquisas, Prado percebe posições fortes, por exemplo, contra o feminismo. “Eles são contra demitir uma mulher por estar grávida, mas não associam isso ao feminismo. Há uma visão geral da coisa, mas quando vai no detalhe, no tangível, se mostram a favor”, explica. As campanhas têm justamente explorado, sem explicações detalhadas – o que favorece essa confusão – temas como aborto, drogas e gênero.

No aspecto criminal, diferentemente do que ocorre com o PT, analistas avaliam que há baixa compreensão sobre suspeitas de corrupção no governo Bolsonaro, como a influência dos pastores no Ministério da Educação (MEC), revelada pelo Estadão, ou a investigação sobre compra de vacinas para covid-19, denunciada pela CPI no Senado. “Petista preso é algo mais concreto. Roubo, cadeia é mais simples de entender”, diz Prado.

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Identificação de Classe C com religião faz PT rever campanha
Uma comunicação clara e focada no concreto, segundo analistas, torna-se um trunfo neste segundo turno para que as campanhas consigam falar à classe C. Além disso, a religião, identificada como algo relevante para esse grupo, também já tem aparecido como protagonista na disputa nas redes socais e deve continuar em evidência.

Especialistas apontaram erros do PT em ter se utilizado, por exemplo, de artistas e intelectuais para buscar voto para Lula no primeiro turno. Prado diz que o grupo enxerga “um discurso de lacração, de esquerda arrogante progressista ou de um vitimismo, de grupos como os gays”.

Andreia Bassan, microempresária, é eleitora convicta de Jair Bolsonaro; ‘Sou cristã e contra o aborto’, diz.
Andreia Bassan, microempresária, é eleitora convicta de Jair Bolsonaro; ‘Sou cristã e contra o aborto’, diz. Foto: Felipe Rau/Estadão

Ele cita o movimento nas redes sociais que estimulava eleitores do PT a fotografar 13 livros de cor vermelha. “Muitos pensam: nunca li nem 13 livros, quanto mais vermelhos”, diz o antropólogo. O partido tirou os artistas e passou a veicular vídeos com pastores evangélicos logo nos primeiros dias da campanha do segundo turno.[artistas tipo a Mercury cujo último sucesso foi na década de 90, ou o Chico Buarque, mais recente sucesso também no século passado.].

O desafio da comunicação também aparece no discurso de não violência, contra as armas, diz Prado, já que a população se vê entre facções criminosas e tráfico. A evidência de que o aumento no número de armas leva a mais violência, demonstrada em pesquisas, é mais difícil de explicar do que o discurso de que a arma serve para a pessoa se defender.[Comentários: é sabido que vários morticínio nos Estados Unidos, em outros países e mesmo no Brasil, não se realizaram ou tiveram menos vítimas, por ter pessoas armadas entre as , ou próximas das, possíveis vítimas.]

A religião surge, de acordo com analistas, muito atrelada aos valores morais na classe C. Uma parte da narrativa desses segmentos de direita é de natureza dos costumes, há uma recuperação de um sentimento conservador, colado na fé religiosa, que existe na sociedade e foi trazido para o centro do debate”, diz o professor José Álvaro Moisés.

Apesar de as últimas pesquisas mostrarem que 30% da população é evangélica, como o último Censo demográfico foi feito em 2010 (e deveria ter sido repetido em 2020) os números podem estar defasados. Outros 50% se declaram católicos.


“Como cristã, valorizo a família, a vida, sou contra o aborto, contra corrupção”, diz Andreia Bassan, de 47 anos, que é evangélica. Ela e o marido têm uma microempresa de cursos online de artesanato. Seu voto é convicto em Bolsonaro. “Ele veio para mostrar as coisas que a gente não enxergava, fomos muito enganados pela política. Se ele não tivesse esse jeito de falar, o sistema já teria engolido ele.”

Andreia mora na zona norte da capital e reclama de não poder trabalhar durante a pandemia e de ser obrigada a “entrar como bandida em seu escritório”. O casal não se vacinou contra a covid por não acreditar no imunizante “feito às pressas”. “Meu marido pegou covid no começo da pandemia, foi terrível, estávamos sem plano de  saúde, mas sou uma mulher de fé.”
 
Em Política - O Estado de São Paulo - LEIA MATÉRIA COMPLETA
 
 

quarta-feira, 21 de setembro de 2022

Ataques à Jovem Pan afrontam a liberdade de expressão - O Estado de S. Paulo

J. R. Guzzo

O crime da emissora, para os que querem calar a sua voz, é não se submeter ao pensamento único que a esquerda quer impor a todos os brasileiros

A Rádio Jovem Pan, e especialmente o programa jornalístico “Pingos nos Is”, estão sofrendo um ataque direto, rancoroso e desprovido de qualquer justificativa séria nos fatos, por parte de forças que não admitem pontos de vista diferentes dos seus – e, por conta disso, se colocam contra a liberdade de expressão na imprensa. Não é a primeira vez que episódios como esse acontecem – mas, em geral, os agressores estão no aparelho de repressão dos governos.

Presidente Jair Bolsonaro participa do programa 'Os Pingos nos Is' Foto: Reprodução/JN
 

O que chama a atenção, no caso, é que os autores da agressão são justamente quem deveria estar a favor da livre manifestação do pensamento – jornalistas e órgãos de comunicação
A emissora está sendo acusada por alguns deles de praticar, simplesmente, delito de opinião e uso ilícito da liberdade de informar.

Um dos ataques afirma que a Jovem Pan é “a voz do bolsonarismo”. O outro relaciona a emissora com o que chama de “golpe”. A rádio desmente as duas afirmações – e tem a sua grade de programação, que obviamente é pública, para fundamentar com fatos o que diz. Mas o ponto que interessa, no episódio, realmente não é esse.

A questão-chave, do ponto de vista das liberdades públicas e da verdadeira democracia, é: “E se Jovem Pan e o seu programa condenado forem mesmo a favor do presidente Jair Bolsonaro – ou de qualquer outro personagem da cena pública, ou de qualquer posição política?”

Qual seria o problema? Por acaso é proibido ser a favor de Bolsonaro? Ou ser contra os seus adversários?  
É isso, exatamente, o que propõem os autores da agressão: um veículo de comunicação, segundo eles, não tem o direito de publicar aquilo que os seus editores decidem levar ao público, conforme lhes está garantido na Constituição Federal.

A liberdade de imprensa, na sua maneira de ver as coisas, não pode existir para todos. Veículos como a Jovem Pan, o programa “Pingos nos Is” e os colegas que ali trabalham são tidos como algum tipo de delinquente, gente fora-da-lei que deve ser denunciada e, em consequência dos seus delitos, proibida de se manifestar.

O crime da Jovem Pan, para os que querem calar a sua voz, é não se submeter ao pensamento único que a esquerda quer impor a todos os brasileiros.  
Virou uma religião, com pecado mortal, excomunhão e o castigo do inferno. Trate de obedecer – caso contrário, você será denunciado por subversão da ordem politicamente sagrada.[sem intenção de  misturar religião com política, especialmente com a maldita esquerda, lembramos que a esquerda é maldita na própria Bíblia
Sagrada = ficarão à esquerda os condenados ao inferno; no mundo profano a palavra esquerda não tem bons sinônimos, 'sinistra' é um dos sinônimos para a palvra amaldiçoada.]

J. R. Guzzo, colunista - O Estado de S. Paulo 
 
 

quinta-feira, 18 de agosto de 2022

República Democrática Alemã e outras “democracias”... - Adriano Marreiros

Não sei mais o que faço

Eu já fumei dez maços

Mandei tudo pro espaço

Agora eu só quero paz

Tchê Gomes e TNT 

O pior de tudo foi aquele abraço, naquela foto, naquele local, naquela ocasião e justo com aquele...  Realmente eu não esperava ver aquilo.  Pensava que era um garoto (já nem tanto), que como eu, até hoje comemorava a queda do Muro e que, mais que isso, que ele sabia pra que lado as pessoas tinham corrido quando ele caiu.  Aquele muro oficialmente chamado de Muro de Proteção Antifascista e tão antifascista quanto era democrática aquela Alemanha ou a “democracia” corintiana[1] que garantia a liberdade de todos concordarem com Sócrates e Wladimir.

Não sabia que ele era um desses “democratas” “antifascistas”.  Pensava que ele era um dos sem aspas.  Fiquei chocado...

Fico aqui pensando: como tem gente crédula.  E pior: gente que se faz de crédula... Agora também serei.  Veja:

A Alemanha Oriental era muito democrática: bastava  obedecer e não tentar fugir.

Vontade popular é aquilo que é mais protegido lá na República Popular.

Atos democráticos são aqueles que quebram tudo e atacam a Polícia.

Censura é um meio de garantir a liberdade de expressão.

Liberdade de religião é poder professar livremente seu credo desde que apenas  dentro do templo, quando abrir for autorizado e desde que o discurso religioso não discorde da ideologia...

E defender a “democracia” exige que se contrarie a maioria, pois ela não é o Povo de quem emana o poder.  O povo é só aquele referido no “popular” lá de cima, vivendo da “democracia” citada um pouco mais acima.

E Sociedade: só se for a civil organizada.  Organizada por quem? Por... ELES....  A desorganizada não.  Ela não é sociedade: é milícia...

E Direito? É quando vejo uma ementa com um texto tão estranho que acho que é meme: e não é...

Mas deixando a credulidade e voltando à realidade: o pior mesmo foi ver aquele abraço naquela foto, naquele local, naquela ocasião e justo com aquele...  Realmente eu não esperava ver aquilo. 

Hein?! Havia coisas muito piores ali?!  Talvez,  mas essas: eu já esperava...

Já que você quis assim, tudo bem

Cada um pro seu lado, a vida é isso mesmo

(...)

Espero que seja feliz

No seu novo caminho

Tim Maia

O autor é mestre em Direito, membro do Movimento Contra a Impunidade (MCI) e do Ministério Público Pró Sociedade (MP Pró Sociedade), autor de “2020 D.C., Esquerdistas Culposos e Outras Assombrações” e de “Hierarquia e Disciplina são Garantias Constitucionais”.

Tribuna Diária - Portal da Publicação original   

 

quinta-feira, 14 de julho de 2022

Teatro chinfrim de “pacifistas” defensores da violência - Gazeta do Povo

Rodrigo Constantino


A esquerda sempre dá seu jeito de sambar em cima de cadáveres cujo sangue sequer esfriou ainda, caso enxergue algum dividendo político. É justamente o que está fazendo no caso da confusão que terminou em morte em Foz do Iguaçu.
Devido ao fato de um dos atiradores ser bolsonarista, a turma logo viu a oportunidade para impor sua narrativa: seguidores do presidente invadem festas de opositores atirando para matar.

Não importa que as imagens das câmeras mostrem algo diferente. Não importa que se trate, infelizmente, de mais um caso de violência banal como tantos pelo país, cujo pretexto fora a política dessa vez, mas poderia ter sido o futebol, a religião, uma desavença boba qualquer.

Governo eleva projeção de crescimento do PIB de 2022 para 2% e reduz previsão de inflação

O que diz o acordo militar com a China aprovado pelo Uruguai – e suspenso após pressão dos EUA

A politização do caso, que é de polícia, era irresistível para quem vive em palanque e não liga para nada mais. Alguns parentes da vítima petista estão incomodados com esse uso político do caso, com razão. Mas afetações morais burguesas nunca foram impeditivos para a tática socialista.

E eis que figuras como Gleisi Hoffmann e Randolfe Rodrigues resolveram bancar os pacifistas! 
Foram até o ministro Alexandre de Moraes entregar "carta" para demonstrar preocupação com a violência política. 
Um teatro chinfrim armado com a cumplicidade do futuro presidente do TSE para ajudar na narrativa patética de que Bolsonaro é quem instiga atos violentos - justo aquele que foi a maior vítima de um, ao ser esfaqueado por um ex-filiado do PSOL que quase o matou. [por falar em ministro Moraes, andamos tão enrolados com alguns assuntos de grande importância, que não temos acompanhado alguns temas. Um deles é: nos parece que o ministro do STF não está mais aplicando multas ao deputado federal Daniel Silveira. 
Perguntamos:
- perdemos o rumo da prosa e as multas continuam sendo aplicadas?
- o ministro reconheceu, talvez devido manifestações da PGR, que o Decreto de perdão do presidente Bolsonaro ao deputado é válido e tem que ser cumprido?  
Agradecemos aos que nos responderem.] 
 
Gleisi e Randolfe são defensores do regime cubano, que prende jovens pelo "crime" de condenar a ditadura.  
Eles também apoiam a ditadura venezuelana de Maduro, que usa milícias para espancar e intimidar manifestantes. 
Os petistas já deram declarações bizarras, como quando Dirceu disse que opositores tinham que apanhar nas urnas e nas ruas, ou quando a própria Gleisi disse que gente teria de morrer para impedir o "fascismo" do atual governo.

O ex-presidente Lula, que esses "pacifistas" de araque apoiam, disse semana passada mesmo que tinha uma dívida de gratidão, que dinheiro não paga, com o ex-vereador petista Maninho, por tê-lo "defendido" de um crítico. A "defesa", na prática, foi empurrar o sujeito em direção a um caminhão e deixá-lo estirado no asfalto sangrando até quase morrer, com traumatismo craniano.

A patota que defende os black blocs, o MTST e o MST, movimentos extremamente violentos e criminosos, resolveu posar de filhotes de Gandhi, para ajudar no discurso surrado de que o bolsonarismo representa a verdadeira ameaça violenta na política nacional. É tudo ridículo demais, um esquete medíocre do sistema podre unido.

E além de parlamentares esquerdistas e ministros supremos, o teatro conta, claro, com a velha imprensa. 
Merval Pereira, em sua coluna de hoje no GLOBO, responsabiliza Bolsonaro pelo clima de violência política no país e traça um paralelo com milícias armadas que fariam "rondas" para perseguir petistas. 
O irônico é que os perseguidos pelo sistema, aqueles que efetivamente foram presos ou levaram facadas, são justamente os bolsonaristas. Mas isso é apenas um detalhe nesse filme de categoria D criado pela oposição...

Rodrigo Constantino, colunista -  Gazeta do Povo - VOZES