Este espaço é primeiramente dedicado à DEUS, à PÁTRIA, à FAMÍLIA e à LIBERDADE. Vamos contar VERDADES e impedir que a esquerda, pela repetição exaustiva de uma mentira, transforme mentiras em VERDADES. Escrevemos para dois leitores: “Ninguém” e “Todo Mundo” * BRASIL Acima de todos! DEUS Acima de tudo!
O Sete de Setembro foi marcado pela expressiva, ainda que não decisiva,
mobilização do bolsonarismo, ao colocar seus contingentes civis na rua.
Em Brasília, em São Paulo e espalhados pelo Brasil. Acabou sendo um
movimento taticamente defensivo, mas que prepara uma ofensiva
estratégica.
Defensivo por Jair Bolsonaro convocar as reservas dele para resistir a
eventuais tentativas de estrangular seu governo, por meio do Supremo
Tribunal Federal (STF), ou depô-lo, por meio do Congresso.
E ofensivo por agrupar as forças que, imagina, são o passaporte de seu grupo político ao segundo turno em 2022.
Outro movimento do presidente é dar um passo adiante no esticar da corda
com o STF, como fez ao editar a medida provisória sobre a remoção de
conteúdo pelas grandes redes sociais.
Se prevalecer, terá conquistado terreno para si e seus apoiadores. Se
novamente for barrado pelo STF, colocará mais um tijolinho na construção
da narrativa segundo a qual ele defende a liberdade e a democracia, ao
contrário dos adversários.
Pelos discursos, recuar não está nas cogitações.
Todas as pesquisas mostram um mesmo fenômeno. Uma certa convergência do
teto e do piso das intenções de voto no presidente. Ele está no momento
bem para ir ao segundo turno, mas chegando ali agrega pouquíssimo, pois
enfrenta uma rejeição proibitiva.
Mais ou menos como era a aversão ao PT em 2018. O petismo até que
agregou bons pontos no segundo turno ali. Mas a rejeição acabou
derrotando-o.
Lula, com o encerramento de seu 18º processo, está numa posição mais
confortável. Vai folgadamente ao segundo turno e ali recolhe, hoje, o
apoio suficiente, nascido da rejeição ao adversário principal.
Para o petista, a linha é garantir a realização das eleições e torcer
para que a rejeição a Bolsonaro se mantenha alta. [todos sabem que o FIM DA PANDEMIA e uma melhora, ainda que pequena, na economia e no nível de emprego, acaba coma rejeição ao capitão; quem lota a Paulista e outros locais, não sofre rejeição digna de nota - e sim uma insatisfação efêmera.
Se ontem, ao amanhecer, alguém pintasse o que as fotos na Paulista, em Brasília, Copa e outras cidades mostram, seria tachado de louco.] Mesmo que caia um
pouco, pois governos sempre têm recursos para crescer em campanhas.
E o caminho para a eleição? O presidente já informou como pretende agir:
utilizando todos os instrumentos de que dispõe para emparedar os
adversários e evitar que o emparedem. Pode-se apostar portanto numa
elevação progressiva da temperatura.
Mas o jogo tem um aspecto sendo jogado em sintonia fina. A cena vai
aquecer, mas até quando cada lado cuidará de não parecer que está
saindo, como repete Bolsonaro, das “quatro linhas da Constituição”? [um integrante de um dos lados, já mostrou, mais de uma vez, que a Constituição é o que ele quer que seja = adaptando o famoso "o Estado sou eu" de Luiz XIV, para o brasileiro "o Supremo sou eu."]
Claro que acontecimentos podem fazer desandar a receita, o que fica mais
provável quanto mais alta a temperatura. No momento, não dá para prever
se, ou quando, vamos alcançar a energia de ativação, em que a reação
química é desencadeada. Entretanto o cenário aponta para situações em
que os diversos atores vão queimando as pontes atrás de si ao avançar.
Bem, supondo que a corda continue esticada, mas não rompa, o governo e o
presidente terão saído do Sete de Setembro com uma momentânea vitória
tática, e com o problema estratégico mantido do mesmo tamanho: como
romper o cerco que seu expressivo exército sofre. Sem isso, caminha para
uma derrota honrosa em 2022. E derrota é algo que não parece frequentar
os planos de Jair Bolsonaro.
E o impeachment? Um subproduto do esticar de corda neste feriado foi
reacender a esperança da “terceira via” de depor Jair Bolsonaro pelo
método já rotineiro no Brasil. Seria um atalho para removê-lo da
eleição. [o impeachment não depende da vontade do Lira - e Lira tem se mostrado menos dobrável do que Pacheco - só que parlamentares não votam pelo impeachment de quem faz o que Bolsonaro fez ontem na Esplanada e na Paulista - para ficar em dois exemplos.] Ainda que não resolva completamente o assunto, pois o atual
presidente pode, em todo caso, apoiar alguém que se torne competitivo.
Comissão no Senado acerta ao fazer um inventário sobre omissões do governo durante a pandemia, mas se precipita nas acusações de corrupção
Instalada em abril passado com o propósito de apurar eventuais omissões no combate à Covid-19, a CPI da Pandemia começou a ganhar tração ao reunir fatos, ouvir testemunhas e recolher evidências que sugerem que o governo, por erro, negligência ou ação direta, pode ter contribuído para ampliar a crise sanitária provocada pelo coronavírus. Às vésperas de uma eleição presidencial, um inventário apontando o presidente da República como responsável direto ou indireto por mais de 500 000 mortes já seria uma arma de enorme potencial de destruição.
Durante as
investigações, porém, surgiram indícios de corrupção no Ministério da
Saúde. Os parlamentares de oposição vislumbraram uma trilha ainda mais
promissora, que até agora não rendeu provas concretas de
irregularidades, mas levou a comissão a um pesado embate com os
militares. [os únicos fatos que circularam na Covidão, nos dias recentes, foi o indiciamento por crime de corrupção do relator Calheiros e ser lembrado que o mesmo senador quando presidia o Senado foi impedido de assumir, temporariamente, o cargo de presidente da República por responder processo penal no STF.] a Na terça-feira 13, o senador Renan Calheiros, relator da CPI,
defendeu a convocação do general Braga Netto, ministro da Defesa, para
depor sobre supostas ilegalidades no processo de compra de vacinas. A
temperatura subiu.
[os gênios da CPI se incumbem, com êxito total, em desmoralizar as investigações que pensam estar realizando. Desmoralização que decorre do descrédito quando o 'circo parlamentar de inquérito', após três meses de espetáculos, ainda não decidiu se acusa o governo Bolsonaro - ainda que no terceiro escalão - de retardar a compra de vacinas contra o coronavírus ou de apressar a compra = uma opção, qualquer que seja, é anulada pela outra.
Além do fato que as acusações de retardar a compra, esbarra no detalhe de tal atraso ter ocorrido antes da primeira vacina ser disponibilizada no mercado = comprar o que não existe para venda?
Já as acusações de comprar por preço superior ao do mercado, :- em uma das acusações a compra não chegou a ocorrer e em outra o superfaturamento ocorreria comprando do governo chinês,uma vacina já fabricada no Brasil e com preço público;
ainda não conseguiram provar um item que seja do que apregoam como verdade em suas narrativas - inexistem provas, condição comum a quando se investiga crimes que não ocorreram;
- apresentavam como prova robusta de uma imaginada prática de prevaricação pelo presidente da República - prevaricação para esconder um crime que não ocorreu - o depoimento de um servidorzinho do quinto escalão do MS, que é irmão de um deputado enrolado = só que quando a coisa saiu do circo e foi para a PF, onde as provas são essenciais para que acusações prosperem, o mano do parlamentar lembrou-se que tinha esquecido de gravar a conversa que disse na CPI ter mantido com Bolsonaro e que no entender do trio formado pelo "3 p..." , da Covidão, era a prova fundamental da prevaricação que não ocorreu.] ;
A poucos metros do Congresso, num poderoso gabinete do Palácio do Planalto, um importante auxiliar do presidente da República acompanhava pela televisão a sessão da CPI no momento em que o senador falava sobre a necessidade de chamar o ministro da Defesa para depor.“Parece que eles realmente decidiram esticar a corda”, disse o assessor, que, na sequência, passou a simular um cenário, hipotético, segundo ele. “O que aconteceria se o Braga fosse convocado e não comparecesse?”, especulou. “A Polícia Federal vai bater na casa do ministro da Defesa para levá-lo à força?” Após um silêncio no gabinete, o assessor continuou seu raciocínio: “E se, na hora de conduzi-lo, o general estiver acompanhado de alguns seguranças armados de fuzil? Você imagina o que poderia acontecer?…”. “E o que poderia acontecer?”, perguntou o interlocutor. Antes de dar a resposta, o auxiliar ponderou que não havia possibilidade de a crise entre a CPI e os militares evoluir a esse ponto, até porque, apesar da fricção, estavam em andamento negociações para evitar a convocação do general Braga Netto.
Na quarta-feira 7, o presidente da CPI, Omar Aziz (PSD-AM), disse que “fazia muitos anos que o Brasil não via membros do lado podre das Forças Armadas envolvidos com falcatrua dentro do governo”. O senador fez o comentário depois de ouvir de um informante da comissão que alguns coronéis que participavam das negociações sob suspeita recebiam ordens diretas do então ministro-chefe da Casa Civil, Braga Netto, que ocupou o cargo até março deste ano. Por essa teoria, o general estaria diretamente envolvido num esquema de corrupção que os senadores acreditam que foi criado no Ministério da Saúde para beneficiar uma empresa privada que intermediou a venda de 20 milhões de doses da vacina indiana Covaxin. O envolvimento do general empurraria o caso para dentro do Palácio do Planalto, mais precisamente para a antessala de Jair Bolsonaro. Pelo lado político, é o que os senadores oposicionistas mais desejam. O fato é que até agora não existe uma mísera prova concreta que sustente essa teoria — o que abriu caminho para um pesado, preocupante e desnecessário embate retórico entre o Congresso, os militares e o próprio presidente da República.
A reação dos militares veio por meio de uma nota conjunta assinada pelo ministro da Defesa e pelos comandantes do Exército, Marinha e Aeronáutica. “As Forças Armadas não aceitarão qualquer ataque leviano às instituições que defendem a democracia e a liberdade do povo brasileiro.” Na sequência, o comandante da Aeronáutica, brigadeiro Carlos de Almeida Baptista Jr., concedeu uma entrevista ao jornal O Globo. Perguntado sobre se era uma ameaça o trecho da nota que diz que os militares não aceitariam ataques levianos, respondeu que era apenas “um alerta”.E arrematou:“Nós não enviaremos cinquenta notas para ele (Omar Aziz). É apenas essa”. No mesmo dia, o almirante Almir Garnier, chefe da Marinha, endossou as palavras do colega por meio de um tuíte em que dizia que “nos momentos de festa ou de dor, os militares estarão sempre unidos, em prol do povo brasileiro”. O comando da CPI entendeu o conjunto das mensagens como uma ameaça. “Não estou interessado em saber o humor de militar. Eles não vão aceitar o quê? Se tiver que investigar general por corrupção eles vão fazer o quê? Vão mandar me matar? Vão dar um golpe?”, disse Omar Aziz a VEJA. “Não podemos ter medo de arreganhos, de ameaças, de intimidações, de quarteladas”, emendou Renan Calheiros, ao reforçar o pedido de convocação de Braga Netto. [só que após o enquadramento do senador Aziz, tanto ele como seu fiel escudeiro, o relator Calheiros, optaram pelo conveniente silêncio.] Como se diz no jargão político, a corda esticou.
No embalo, fiel ao seu estilo de jogar gasolina em incêndios, o presidente Bolsonaro chamou a cúpula da comissão de “os três patetas”,acusou o senador Omar Aziz de ter desviado recursos da Saúde quando foi governador do Amazonase, [fato: a esposa do senador Aziz e três irmãos do senador foram presos - a madame por duas vezes - em uma investigação por corrupção na área de Saúde, quando o senador governava o Amazonas; quanto ao pedido de informações foi alvo do oportuno esquecimento por parte dos que o enviaram.]ao ser indagado sobre um pedido de informações que lhe fora encaminhado pelos senadores, respondeu com um impropério. Longe dos holofotes, e com a temperatura cada vez mais quente, os personagens envolvidos na encrenca finalmente perceberam que ninguém tem muito a ganhar com o acirramento dos ânimos e deram uma chance à sensatez. O comandante do Exército, general Paulo Sérgio de Oliveira, um dos signatários da nota do Ministério da Defesa, conversou por telefone com o presidente da CPI. Aziz e Oliveira se conhecem há anos. O general foi comandante da 12ª Região Militar, que inclui o Amazonas, quando o parlamentar era governador do estado. O tom da conversa foi ameno e o teor, absolutamente diplomático — e, ao que parece, produziu bons resultados.
Pelo lado do governo, sem alarde, o presidente Bolsonaro determinou que os senadores Flávio Bolsonaro, o Zero Um, e o governista Marcos Rogério (DEM-RO), titular da CPI, entrassem em campo para evitar que, instados por Calheiros e Aziz, os senadores aprovem o requerimento de convocação do general. Para que os dois lados fiquem bem, a missão dos parlamentares é transformar a convocação do ministro em convite. Se isso acontecer, o general poderá marcar a data e a hora do seu depoimento e comparecer se quiser.Se for convocação, é diferente. Caso não compareça, a comissão poderá solicitar a condução coercitiva do ministro da Defesa — hipótese em que a polícia poderia buscá-lo onde estivesse, inclusive no Palácio do Planalto, e o levaria à força ao Congresso Nacional. Era exatamente sobre esse cenário que o assessor de Bolsonaro citado no início desta reportagem divagava enquanto assistia à sessão da CPI. Antes de encerrar a conversa, o auxiliar havia perguntado ao interlocutor o que ele achava que aconteceria diante da possibilidade de ocorrer tal impasse. “Pode ter certeza que vai dar m…!”, ele mesmo concluiu. O Brasil não precisa disso, mas de paz e ponderação.
Publicado em VEJA, edição nº 2747, de 21 de julho de 2021
Oposição a Bolsonaro é gritaria de arquibancada, que xinga o juiz, mas não muda o placar do jogo
Os adversários do presidenteJair Bolsonaroestão fazendo tudo o que podem para garantir sua reeleição em 2022,
caso ele seja mesmo candidato e caso haja mesmo eleição – coisa que em
condições normais de temperatura e pressão parece muito difícil de se
evitar, pelo menos segundo o panorama visto de hoje. O tempo passa, o
mundo gira, as sociedades são agredidas por uma calamidade sanitária
sem paralelo na memória recente e as forças que deveriam ser a oposição
deste governo continuam cometendo todos os erros necessários para
conseguir o que pode haver de pior na atividade política – ficar do lado
que perde. Começaram a errar logo nos primeiros dias de governo. De lá
para cá, vêm dobrando a aposta a cada 24 horas. O resultado
concreto deste esforço continuado para cravar sempre nas alternativas
políticas erradas, entre todas as que são disponíveis, é que Bolsonaro
tem hoje osmelhores índices de aprovaçãoque já conseguiu em seu governo. Deveria cair, com as desgraças que são
anunciadas todos os dias, mas está subindo. Acaba de chegar aos 37%,
cinco pontos acima do que tinha no fim de junho – números que, na
aritmética das pesquisas de opinião, nenhum político quer que os
inimigos tenham. A covid-19, desde o início, foi a grande esperança da
confederação anti-Bolsonaro; tinham certeza, ali, que seria uma grande
ideia jogar a culpa da epidemia nas costas do presidente. Hoje, 105 mil
mortos depois, constata-se que aconteceu o contrário do que imaginavam.
Churchill
costumava dizer que não existe sensação melhor nesta vida do que
atirarem em você e errarem o alvo – e é assim, possivelmente, que os
inimigos de Bolsonaro estão fazendo com que ele se sinta. Atiram de
todos os lados, sem parar, e não acertam uma. A aposta no vírus foi
talvez a pior de todas as que já fizeram – uma ideia bichada desde o
começo, porque fica difícil fazer o público entender que o governo
federal tenha culpa numa tragédia que foi administrada com exclusividade
pelos governadores e prefeitos, por decisão do Supremo Tribunal
Federal. Acharam, a oposição e os 11 ministros, que tinham feito um
lance de gênio; na prática, tudo o que conseguiram foi um gol contra.
Tem sido assim, faça sol ou faça chuva, o tempo todo.
Por
algum motivo que até agora continua obscuro, os adversários vêm
insistindo em atacar Bolsonaro por culpas que o homem não tem, em vez de
ir atrás das culpas que ele realmente poderia ter – coisa que é muito
mais difícil, dá um trabalho danado e não se resolve com manchetes na
mídia ou caras de espanto no telejornal do horário nobre. O presidente,
nessa balada, é acusado de ser contraos negros, as mulheres, os índios,
os gays, os quilombolas, os povos árabes, os estudantes, os
professores, a ciência e a quarentena. Dizem que ele incentiva a
destruição da Amazônia, prega o ódio entre as pessoas e prejudica as
exportações de frango. É condenado por não fazer política e por fazer
política. A última acusação que lhe fizeram é a de praticar genocídio. A
grande dificuldade nisso tudo é que os inimigos do governo não
apresentaram, até agora, nenhum fato objetivo, coerente e indiscutível
para convencer o cidadão de que algum dos delitos mencionados acima foi
realmente cometido. Qual deles? Quando? Como? Onde? [nos tempos atuais, a força da mídia - quase totalmente contra o capitão - não será capaz de impor sua versão. As mídias sociais, ainda que pequenas, são em grande número e o trabalho de formiguinha que desenvolvem disseminando a verdade é extremamente eficaz. Ocorreram casos de fake news, poucos mas que foram maximizados em importância e quantidade pelos que são contra a verdade, mas os veículos que transmitem a verdade são mais numerosos e mais presente. De tudo que até agora foi descoberto pelo 'inquérito do fim do mundo' é que os que perseguem os militantes bolsonaristas - que em sua maioria agem de forma honesta, respeitando as leis - é que tem muitos poderosos interessados em sufocar a verdade.] Agir desse jeito não
é fazer oposição – atividade que exige a apresentação de propostas
concretas de governo, a demonstração de que essas ideias são melhores
que as do adversário e a presença de um candidato capaz de conseguir
pelo menos 70 milhões de votos em 2022. Sem isso é só gritaria de
arquibancada, que xinga o juiz, mas não muda o placar do jogo. J.R. Guzzo, colunista - O Estado de S. Paulo
Uma nuvem de gafanhotos destruiu plantações de milho e mandioca na Argentina na segunda-feira 23 e existe o risco de que ela chegue ao Brasil. De acordo com o Serviço Nacional de Saúde e Qualidade Agroalimentar (Senasa) da Argentina, a nuvem de 40 milhões de insetos
pode ter surgido no Paraguai e percorrido mais de 1.000 quilômetros. A
praga entrou no país durante o fim de semana pela província de Formosa.
Segundo o órgão, a nuvem tem ao menos um quilômetro quadrado e destrói o
pasto“equivalente ao que 2.000 vacas podem consumir em um dia”.
O governo brasileiro diz estar monitorando a situação uma vez
que os insetos voam em áreas próximas da fronteira. O Ministério da
Agricultura emitiu alertas aos estados “para que sejam tomadas as
medidas cabíveis de monitoramento e orientação aos agricultores da
região, em especial no estado do Rio Grande do Sul, para a adoção
eventual de medidas de controle da praga caso esta nuvem ingresse em
território brasileiro”. A pasta frisa, no entanto, que especialistas
argentinos acreditam que a possibilidade maior é de que os insetos sigam
para o Uruguai. A nuvem de gafanhotos não “afeta a saúde de pessoas ou animais,
pois se alimenta apenas de material vegetal e não é vetor de nenhum
tipo de doença”, afirmou o Senasa. As autoridades argentinas
informaram que estão avaliando o dano às plantações de milho e mandioca
do país. Vídeos publicados nas redes sociais pelo órgão e por moradores
da região atacada mostram parte da nuvem e dos estragos deixados pelos
insetos em plantações.
Atualmente, a nuvem de gafanhotos se encontra em Corrientes, e
seguirá para a província de Entre Rios. No entanto, ainda há a
possibilidade dos insetos entrarem no Brasil. Pelo Twitter, a ministra da Agricultura, Tereza Cristina,
falou sobre o caso. “O Ministério da Agricultura tomou conhecimento
dessa nuvem de gafanhoto que está agora sobre o território argentino e
que tem possibilidade de chegar ao território brasileiro. Montamos já um
plano de monitoramento para acompanhar o deslocamento desses
gafanhotos”, afirmou. “A gente espera que não chegue ao Brasil, mas
todas as ações que podem ser tomadas já tem um grupo de acompanhamento e
as ações que podem ser implementadas caso isso aconteça.” A pasta afirmou que o surgimento da praga pode estar relacionado “a
uma conjunção de fatores climáticos, como temperatura, índice
pluviométrico e dinâmica dos ventos”. Mundo - VEJA
Passei o carnaval com um olho no crescimento do coronavírus
na Itália. Não me tomem por um velho agourento. Especialistas indicavam
que o vírus tinha uma grande possibilidade de expansão no planeta. E a
Itália é mais próxima do Brasil que a China. Busquei contato com brasileiros em Milão. Muitos queriam sair, mas os
voos estavam lotados. Descobriram que viajar para o exterior hoje não
só aumenta o risco de contágio, mas também o de ficar preso numa
quarentena. Li sobre as primeiras oito vítimas letais na Itália. A sensação é de que a maioria já estava doente: diabete, infarto, câncer.
Até o momento, as evidências são de um baixo índice de mortalidade.
Isso indica que a propagação pode matar os mais vulneráveis, como a
própria gripe o faz, mas as chances de sobrevivências são altas, mesmo
sem existirem ainda um antiviral específico ou vacina contra o novo
coronavírus. Isso confirma as pesquisas com 36 mil pessoas atingidas na China: 80%
dos casos foram brandos. Se, de um lado, o índice mortal é baixo, o de
propagação pode ser alto. Outro fator importante é a temperatura. O novo coronavírus surgiu em
lugares frios, em pleno inverno. Há indícios de que o vírus sobrevive
menos tempo no calor. O governo brasileiro faz bem em pesquisar o efeito do coronavírus nos
trópicos. No entanto, se ele for pouco resistente ao calor, isso não
significa que estamos todos salvos. Indica apenas que teremos um fôlego,
pois ele pode reaparecer no princípio do inverno, quando, aliás,
aplicamos as vacinas contra gripe.
O governo tem tomado todas as medidas aconselhadas pela OMS. O
problema é que uma crise desse gênero transcende à competência do setor
de saúde. Já existem tensões, por exemplo, entre o ritmo da economia e as
medidas de segurança sanitária. No norte da Itália, alguns industriais
acharam um exagero o fechamento temporário de algumas fábricas. O próprio Donald Trump condenou a imprensa, afirmando que ela se
limita a dar más notícias sobre o coronavírus. Alguns dos seus
seguidores dizem que se trata apenas de uma gripe, e os exageros servem
para enfraquecer Trump.
Ao designar o vice-presidente dos EUA, Mike Pence, para coordenar a
resposta ao coronavírus, quer parecer ter reconhecido a importância do
tema. O ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, disse uma coisa
importante num tipo de governo como o de Bolsonaro: vamos apostar nossas
fichas na ciência. Não creio que haja outro caminho além da coleta dos dados, análises e
pesquisas científicas. Num campo político em que ainda sobrevivem
grupos antivacina, a orientação baseada na ciência é um avanço.
O vírus chegou num momento difícil. O país está, de uma certa forma,
dividido. A mais recente crise foi criada pelo próprio Bolsonaro, para
variar. Ele usou sua conta pessoal para divulgar manifestação a seu favor no
confronto com o Congresso. Não creio que isto resulte em nada, exceto
aprofundar a divisão nacional. No artigo da semana passada, lembrei como o governo estava isolado.
Sua única saída parece ser encarnar o espírito de Hugo Chávez e usar
seus adeptos contra Congresso e STF. Aliás, Congresso e STF que muitos criticamos, mas não abrimos mão de sua existência como instituições independentes.
Toda essa argumentação política parece-me simples. O difícil é
constatar que o coronavírus pede uma resposta nacional e solidária. Certamente, o debate político precisa continuar. Como encontrar
nessas ásperas circunstâncias um denominador diante do coronavírus? O vírus, como temíamos, chegou. Por mais que as pessoas se confrontem, é essencial que percebam a existência do inimigo comum. Que tipo de acordo pode existir num país politicamente polarizado
diante de uma pandemia? A esquerda é focada na distribuição de renda,
ainda não chegou a considerar a distribuição de riscos. As multidões que
usam transporte coletivo estarão mais vulneráveis.
Diante de novo problema, será preciso evitar o pânico e congelar o vírus da hostilidade para melhor combater o coronavírus. Blog do Gabeira - Fernando Gabeira, jornalista Artigo publicado no jornal O Globo
Teve
cheiro de orégano o encontro do presidente do Supremo, Dias Toffoli, com a
procuradora-geral da República, Raquel Dodge. Conversaram sobre o inquérito
sigiloso aberto por ele e tachado de ilegal por ela. Saíram dizendo que
continua harmoniosa a relação entre a Corte e a Procuradoria. Restou uma
incômoda sensação de que pode ter sido ligado durante a conversa o forno de
assar pizzas.
Toffoli declarou que o Supremo "não usurpará" a
competência do Ministério Público no inquérito secreto que apura ataques à
Corte e ameaças aos seus membros. Alegou que, concluída a investigação, os
achados serão remetidos à Procuradoria, para as devidas providências.
Ora, a usurpação já ocorreu, pois Toffoli inaugurou por contra própria
—"de ofício"— um inquérito que deveria ter requisitado à
Procuradoria. Atribuiu ao Supremo uma investigação policial que não orna com
sua missão constitucional de julgador. Foi ao encalço de pessoas que não
dispõem de foro especial. De quebra, atribuiu ao amigo Alexandre de Moraes a
tarefa de relator do processo, subvertendo o caráter aleatório de um sorteio.
Na semana passada, ao requisitar o arquivamento do inquérito, apontando todas
as ilegalidades que o tornaram tóxico, Raquel Dodge sinalizou o seguinte: um
inquérito apinhado de nulidades não pode ser utilizado pelo Ministério Público para
o oferecimento de denúncias. O relator Alexandre de Moraes deu de ombros.
Mandou ao arquivo o pedido de arquivamento da procuradora-geral.
Nesta segunda-feira, horas antes da conversa de Dodge com Toffoli,
Moraes dissera em Lisboa, onde se encontra, que a investigação sigilosa vai
prosseguir. Ou seja, em vez de trocar amabilidades com o presidente do Supremo,
a procuradora-geral deveria recorrer ao plenário da Corte contra o despacho de
Moraes que indeferiu seu pedido de arquivamento. Fora disso, é pizza. A maioria
dos ministros do Supremo fará um bem inestimável à instituição se desligar
rapidamente o forno. Do contrário, a temperatura tende a aumentar. [Não há
outra forma de desligar o forno que não seja o Plenário cumprir a lei, o que
significa desautorizar os atos incorretos do Toffoli e do Moraes.
E aos dois cabe, se assim quiserem, exercer o ato unilateral da renúncia.]
Gasolina e etanol são consumidos pelas
chamas e já atingiram área do estuário de Santos
Os tanques de gasolina e etanol incendiados, em Santos, continuam queimando e
a previsão é que as chamas persistam indefinidamente. Na manhã desta
sexta-feira, os bombeiros voltaram a tentar combater as chamas diretamente com espuma, mas não obtiveram sucesso porque as temperaturas altas, de
quase 800º C, faziam com que o material
evaporasse antes mesmo de chegar ao foco do incêndio.
Os brigadistas retomaram a estratégia de resfriar
os cerca de 40 tanques que estão ao redor do fogo. O problema é que a tubulação
entre eles têm menor capacidade de aguentar o calor e, ao se romper, espalha
combustível pela área do terminal da empresa.
— Tememos que os
tanques voltem a colapsar, como aconteceu ontem, o que espalharia mais
combustível por uma área maior. Não sabemos quanto esses tanques aguentam. É um
dragão contido em uma gaiola— informou o Capitão
Wagner Bertolini, dos Bombeiros. Apesar do clima de tensão, há motivos para
acreditar que o combate ao incêndio tem sido efetivo. Segundo os brigadistas, a
cada hora as labaredas diminuem em média 30 centímetros.
A Cetesb
informou que o estuário do Porto Santos
acabou atingindo pelo material inflamável, mas que o incidente ainda não
provocou a mortalidade em massa dos peixes.
Nesta
quinta, o incêndio atingiu quatro tanques de combustível na região do Porto de
Saboó. Nesta sexta, um quinto tanque foi afetado. Segundo o Corpo de
Bombeiros, a expectativa é de que o
combate às chamas leve até quatro dias.
Na
quinta, após sete horas de incêndio, quando
os bombeiros já o consideravam controlado, novas explosões ocorreram, e as
chamas voltaram a se alastrar. Os tanques pertencem à empresa Ultracargo e
continham entre 5 milhões e 10 milhões
de litros de etanol, gasolina e diesel.
Ao
perceber que, mesmo com o uso de um
navio-tanque, a água evaporava antes de alcançar os tanques em chamas, os
bombeiros passaram a concentrar os esforços em resfriar os recintos laterais
para evitar que o fogo se espalhasse. Após as novas explosões, por volta de
18h, os policiais consideraram o fogo fora de controle, e a Defesa Civil
determinou que jornalistas e pessoas que acompanhavam o movimento se afastassem
do local. A temperatura chegou a 800ºC,
e as chamas atingiram 50 metros de altura.
Ainda
pela manhã, duas pessoas foram levadas ao hospital mais próximo, uma delas com
intoxicação e outra em estado de choque. Um duto da Ultragás, vizinho ao local
do acidente, chegou a ser inspecionado, mas ainda não se sabe se foi atingido. Um trecho da rodovia Anchieta, perto do
local, foi interditado para evitar riscos. — O fogo não está controlado, mas a situação está— afirmou nesta
quinta-feira à noite o capitão Marcos Palumbo, que comanda a operação.