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domingo, 4 de dezembro de 2016

Deltan Dellagnol ao chantagear o presidente da República se torna o Jânio Quadros do MP

 Na calada da noite

A espantosa chantagem de Dellagnol ao presidente da república com uma ameaça de renúncia me faz pensar no procurador como uma espécie de Jânio Quadros do MP

A massa dos pãezinhos de cenoura está descansando. Nesta sexta-feira, acabam as aulas da minha filha, ela termina o fundamental 2 e cursará o ensino médio em 2017. Haverá um piquenique para encerrar o ano e ela foi intimada a levar uns pãezinhos de cenoura que costumo fazer e os colegas que já experimentaram adoram. Nesta quinta, enquanto a massa descansava, fui ao site da Câmara para ler o projeto aprovado na calada noite preta.

A turma fez uma viagem de despedida em agosto, minha filha não foi porque a brincadeira era cara para nós, mas sem dramas, pois ela compreende que vivemos nos limites do que podemos. Também por isso foi fácil fazê-la entender a necessidade da PEC do teto. Só consigo mantê-la nesse colégio que ela ama porque, excelente aluna, tem bolsa quase integral garantida pela média entre 9,5 e 10. Não quero dar a impressão de que sou uma mãe coruja: eu sou uma mãe coruja; minha filha arruma o quarto a cada, sei lá, 8 meses, mas é toda linda e protege meu coração da aridez. Não pude pagar a viagem e nem sofremos por isso, imagine, também não sou daquelas mães que fazem-tudo-o-que-podem, faço o que acho certo e pãezinhos de cenoura são a coisa certa.

O projeto de lei aprovado na Câmara na tal calada noite preta tem 32 páginas com 67 artigos, e há outras 60 páginas dispensáveis. Eu li. Estava decidida a não ir à manifestação do dia 4 e, depois de ler o texto da lei, continuo decidida a não ir à manifestação. Este comentário é só um registro da minha opinião, gostaria de ressalvar, não pretendo disciplinar a manifestação, imagine. No máximo, sugiro a leitura do projeto de lei, a gente termina de ler antes que a massa dos pãezinhos esteja pronta para ir ao forno. O texto aprovado poderia ser melhor, mas não vejo nele o fim do mundo anunciado para e pela Lava Jato.

Sim, o obscuro Weverton Rocha (PDT-RO) emplacou a responsabilização de juízes e membros do Ministério Público por crimes de abuso de autoridade e “atuação com motivação político-partidária”. Não há como aceitar que autoridades abusem da autoridade e atuem com motivação político-partidária, não é mesmo? Basta lembrar o abuso de autoridade e a atuação político-partidária de Eugênio Aragão, o último ministro da justiça de Dilma, que ameaçava Deus e o mundo se sentisse “cheiro de vazamento” das delações. Não há o momento “certo” para uma lei contra essas coisas, um pouco de sensibilidade política, lucidez e serenidade acusariam que essa abordagem é inoportuna num momento de máxima crispação a partir de estímulo mínimo. Sensibilidade política, lucidez e serenidade: três sentidas ausências no debate em que o Ministério Público parece querer ser Legislativo, Executivo e Judiciário ao mesmo tempo sem deixar de ser MP. De todo modo, como está, os especialistas dizem que a coisa é anticonstitucional. Deve ser, então, mas é indiscutível que é inoportuna e inócua. Só levanta a fervura.

O Congresso por pior que seja e o MP por melhor que seja continuam tendo as respectivas funções delimitadas pelo estado de direito que ainda está em vigor. A somente um deles cabe legislar – mal ou bem, o Congresso. A espantosa chantagem de Dellagnol ao presidente da República com uma ameaça de renúncia me faz pensar no procurador como uma espécie de Jânio Quadros do MP. Esse voluntarismo messiânico levou a instituição a travar um braço de ferro com o Congresso que, dada a merecida má fama dos políticos, produziu uma crise artificial que agrava a crise real, cada minuto mais dramática.

A prepotência do MP, com Dellagnol postado na Câmara para salvar a nação, como se os parlamentares fossem legítimos apenas se aprovassem tudo o que o procurador (ou a população de mais de 200 milhões de súbitos juristas) determinasse, provocou os piores instintos nos deputados, que responderam com Weverton. Uma sandice, uma desnecessidade. E o MP inflamou as ruas promovendo a desinformação alarmista misturada ao justo anseio nosso de colocar na cadeia os bandidos que infestam a política. Outra sandice, outra desnecessidade.

Parece que extremistas de esquerda marchando pelo “Fora, Temer”, os de extrema direita babando por intervenção militar, os franco-atiradores cobrando o sangue de todos os políticos e os moderados exigindo o fim do “AI-5 contra a Lava Jato” se encontrarão nas ruas neste 4 de dezembro. Eu não vou. O público me parece eclético demais e a motivação, inflada artificial e perigosamente. Ficarei torcendo para que corra tudo bem. Torcerei também para que o Senado rejeite o projeto integralmente, única chance de a coisa não bater à porta de Temer convidando-o a escolher entre ter o governo extinto pelo Congresso com o veto ou extingui-lo pelas ruas com a sanção. Ainda há governo, certo?

A um comentário em que registrei que não irei à manifestação, Augusto Nunes respondeu que irá porque quando “jucás, renans, sibás escolhem um lado”, ele escolhe outro e nunca se arrependeu. A referência ao contrário é sinal de decência, concordo, mas, hoje, me parece, o lado desse bando e congêneres é o da desestabilização a que a manifestação do dia 4 convida: os procuradores voluntaristas do MP nunca foram elogiados nos blogs-mortadela como são agora; a crise artificializada pela gritaria sem causa do MP abafou, no noticiário, a selvageria de terça-feira em Brasília com a depredação do MEC e o esfaqueamento de um policial por delinquentes amestrados da súcia petista que estão animadíssimos para domingo. Não sei, mas acho que a delicadeza de tudo exige serenidade que, talvez, se traduziria num recuo para continuarmos avançando.

A Odebrecht acaba de assinar um acordo de leniência pelo qual pagará 2,5 bilhões de dólares, fora as multas; a empreiteira que pregava que a Lava Jato era um festival de invencionices teve de reconhecer num documento público, por força justamente das verdades que a megainvestigação revelou, a sua conduta mafiosa; seu dono, o empreiteiro mais rico do país está na cadeia; Lula está condenado a uma cova moral em cuja escuridão fria ainda zurra mentiras porque o cinismo dele calcificou-se aos ossos; meio mundo político será dizimado pela delação que a construtora assinou; Sérgio Moro, merecidamente, é a pessoa mais respeitada no país exausto e sofrido; o Brasil vive a oportunidade de encarar o fato de que escolhe miseravelmente mal seus representantes e não deve desperdiçar o momento histórico de se conciliar com o futuro – tudo isso sem as tais 10 medidas.

O país não precisava desse debate agora ou, então, que fosse conduzido com serenidade. Quem assistiu aos depoimentos de Júlio Marcelo de Oliveira, procurador do TCU, nas sessões do impeachment no Senado, constatou que firmeza não precisa ceder à prepotência. Mesmo provado de modo doentio por Gleisi Hoffmann, a senadora cuja nome é um diagnóstico, Júlio Marcelo não foi além do que lhe cabia. Não duvido das boas intenções nem deixo de reconhecer o trabalho extraordinário que o MP vem fazendo na Lava Jato e tal. Ele integra a solução, não o problema. Mas quem nos salvará de um MP salvacionista? Preciso pôr os pães no forno.

Publicado no Coluna do Augusto Nunes - Por: Valentina de Botas

Antonio Prata, de esquerda, vai ao protesto; Reinaldo Azevedo, de direita, não vai

Estão brincando de choque de Poderes. A esquerda percebeu que se trata de uma oportunidade de ouro para desmobilizar e, em certo sentido, desmoralizar a pauta liberal, que chama de “onda conservadora”

Até que enfim mais alguém na grande imprensa se lembra de algo que já observei aqui e em toda parte. Caso o projeto que muda a lei que pune abuso de autoridade seja aprovado e a observação vale também para o tal crime de responsabilidade de juízes e membros do Ministério Público —, quem é que vai julgar uns e outros se processados? Resposta: os juízes!

É o que lembra Elio Gaspari na sua coluna na Folha deste domingo.
Procuradores do Ministério Público Federal e associações de magistrados resolveram convocar para hoje uma manifestação contra o Congresso. Não errei em nada: esses são os organizadores do ato, e essa é a pauta.  Trata-se de um evento inédito — e, obviamente, ruim. Estão brincando de choque de Poderes. A esquerda percebeu que se trata de uma oportunidade de ouro para desmobilizar e, em certo sentido, desmoralizar a pauta liberal, que chama de “onda conservadora”.

Não por acaso, Antonio Prata, cujo talento reconheço e cujas teses, no mais das vezes, repudio, anuncia a sua adesão ao protesto. Diz estar em dúvida se vai ou não. É mera hesitação decorosa e estilística. Ele vai. E, do seu ponto de vista, faz muito bem.  Qualquer liberal com um mínimo de discernimento sabe que a roubalheira petista era só um instrumento de algo muito maior e mais nefasto: o sequestro do estado. Pôr bandidos na cadeia, pouco importa o partido, é só uma obrigação-meio. Tal tarefa deve ser encarada como coisa cotidiana. Transformar isso em finalidade da luta política é coisa de beócios, de energúmenos — não é nem de direita nem de esquerda; só é coisa de gente burra. Mas a burrice anda imodesta…

A cada vez que leio ou ouço na imprensa a expressão “a Câmara desfigurou o projeto do MP”, penso — e depois escrevo: “Que coisa mais cretina!”. Em primeiro lugar, o papel do MP não é legislar. Ou é? Em seguida, constato e depois escrevo: ainda bem que quatro das 10 medidas foram jogadas no lixo mesmo. Eram fascistoides. Outras também caíram. Não é o fim do mundo.

Antonio Prata vai ao protesto. Eu não vou.  Eu não vou porque o Ministério Público tem todo o poder de que precisa. E suas tais 10 Medidas não eram contra a corrupção exatamente, mas a favor de mais poderes para o… Ministério Público.  Eu não vou porque, com as leis que já temos, o Ministério Público meteu na cadeia parte considerável do PIB, um ex-presidente da Câmara e um senador. E vai mais gente.

Eu não vou porque, com as leis que já temos, delações premiadas vão botar na berlinda umas duas centenas de políticos, que serão, havendo os indícios necessários, devidamente processados.  Eu não vou porque, com efeito, sou contra a forma que tomou o crime de responsabilidade de juízes e membros do MP (isso não vai prosperar), mas sou favorável ao projeto que muda a lei que pune abuso de autoridade.

Eu não vou porque fiz um desafio ao juiz Sergio Moro e ao procurador Deltan Dallagnol que dissessem qual trecho do projeto inibe a Lava Jato —, e eles negaram fogo. Eu não vou porque Moro teve a chance, no debate com Gilmar Mendes, de revelar qual parte do projeto atrapalhava as investigações, e ele não o fez.  Eu não vou porque o juiz se limitou a afirmar que não “é hora” de votar um texto que combate abuso de autoridade. Como eu aprecio a língua portuguesa, entendo que então existiria um momento para o… abuso de autoridade. Sou um democrata e não posso concordar com isso.

Eu não vou porque, como lembrou Gaspari, se juízes e procuradores não confiam nos juízes e procuradores, por que eu haveria de confiar?  Eu não vou porque essa é uma agenda de demonização do Congresso, o mesmo que terá de votar as reformas. Desmoralizá-lo interessa a quem não quer as reformas liberalizantes — e por isso Antonio Prata vai.

Eu não vou porque essa suposta agenda de combate à corrupção é, na verdade, uma agenda e combate às reformas. Não por acaso, estão sendo lideradas pelas duas categorias mais bem pagas pelo estado brasileiro: procuradores e juízes.  Eu não vou porque, à diferença do que dizem os senhores procuradores e juízes, o país está, sim, avançando no combate à corrupção. E isso se faz com reformas contínuas, não com atos de força, que buscam desmoralizar o Congresso, sem o qual não se fazem as… reformas!

Eu não vou justamente porque apoio a Lava Jato, mas eu a quero como operação do estado, não como ato voluntário de quem ameaça renunciar — como se isso fosse possível — caso suas vontades não sejam satisfeitas.  Eu não vou porque é mentira que a Lava Jato corra qualquer risco.  E, sabendo que Antonio Prata vai, fica ainda mais claro por que eu não vou. Eu até poderia dividir com ele a mesa de um bar, mas não uma manifestação — quer dizer: quem sabe uma a favor de Montesquieu…

Quero o Ministério Público ocupando-se do seu trabalho. E seu trabalho não é fazer política, demonizar os políticos, conceder entrevistas coletivas a cada dois dias e cevar jornalistas com vazamentos seletivos.

Fonte: Blog do Reinaldo Azevedo


 

Mulher de Moro convoca manifestantes pelo Facebook

'Chegou o dia, neste domingo contamos com todos os brasileiros', diz a publicação da página do Facebook de Rosângela Wolff Moro

 A mulher do juiz federal Sergio Moro convocou os manifestantes para irem às ruas neste domingo. A página do Facebook ‘Eu MORO com ele #rosangelawolffmoro’, de Rosângela Wolff Moro, esposa do juiz, compartilhou uma imagem do perfil ‘República de Curitiba’ em que constam a foto do marido e o chefe da equipe de procuradores da Lava Jato, Deltan Dallagnol, com os dizeres do Hino da Independência do Brasil: “Ou ficar a pátria livre, ou morrer pelo Brasil’.

Abaixo da imagem, a convocação: “Chegou o dia, neste domingo CONTAMOS com todos os brasileiros. VAMOS ÀS RUAS, HOJE”. Nos comentários, os manifestantes de diversas partes do Brasil publicam fotos e vídeos do protesto, com mensagens de apoio ao Sergio Moro e à Lava Jato. [salvo engano e sem nenhuma intenção ofensiva e sim de apenas lembrar a mulher do juiz Sergio Moro ao fazer esta convocação, procede igual as mulheres de militares, que quando desejam apresentar pleitos que não podem ser apresentados pelos maridos, assumem a autoria das manifestações, convocações, etc.]

Fonte: VEJA

Passeatas são pacíficas, pedem o fim da corrupção. Só erram quando protestam contra o DEVER CONSTITUCIONAL do Congresso de legislar

Primeira onda de protestos da era Temer se espalha pelo país

Os manifestantes protestam contra a corrupção e apoiam a Lava Jato

A primeira onda de protestos pós-Dilma acontece [já aconteceu e para tristeza de muitos e até mesmo desespero de outros, os movimentos foram pacíficos e pediram o fim da corrupção, declararam apoio a Lava Jato e protestaram contra o Congresso exercer o DEVER CONSTITUCIONAL de legislar.

A manifestação de apoio a Lava Jato foi, é e continuará sendo  desnecessária: não há nenhum movimento sério, digno de ser considerado pelo fim da Lava Jato e mesmo que  houvesse seria inútil - tão sem sentido quanto o presidente da República, do Senado e da Câmara convocarem uma entrevista para dizer que não vão apoiar nenhum projeto de anistia ao CAIXA DOIS - projeto impossível, haja vista que só se anistia crimes e Caixa 2 ainda não é crime.

De igual forma, a Lava Jato vai continuar e não existe nenhuma autoridade, individual ou coletiva que tenha condições para interromper aquela operação.

Há muitos interessados, mas tal interesse jamais será concretizado.
A Lava Jato é uma operação legal e que não pode, dentro da legalidade, ser interrompida, ser cerceada ou mesmo limitada.

Quanto a protestar contra o Congresso por modificar projetos de lei que são submetidos a sua apreciação, é outro pedido impossível - se atendido significará o fim do Estado Democrático de Direito, tendo em conta que é DEVER CONSTITUCIONAL do Congresso legislar.]  neste domingo e já se espalha [o apogeu das manifestações já ocorreu, já está em fase de dispersão e tudo transcorreu de forma pacífica.
As manifestações dos tempos da Dilma eram violentas por duas razões:
- o próprio governo através da corja lulopetista e dos manifestantes profissionais queriam a violência; e,
- havia um objetivo definido que era expulsar a Dilma.
As de agora apesar de expressarem insatisfação contra o Governo não é contra o presidente Temer e sim com sua lentidão, seus vacilos que chegam a ser exasperar.
Está na hora dos que querem o BEM do Brasil não insuflarem a população desinformada ao se referir a votações na 'calada da noite'.
Todos sabem que é comum votações importantes ocorrerem durante a noite.

FINALIZANDO: qualquer decisão que for tomada pelo Congresso Nacional e que seja inconstitucional será derrubada de pronto pelo STF.
Assim, o importante é que o Congresso legisle, cumpra sua função constitucional, e não há motivos para que as atividades legislativas do Parlamento assustem aos brasileiros, o STF tem PODER para derrubar qualquer ilegalidade cometida pelo Senado ou pela Câmara, seja pela manhã, à tarde, ou madrugada a dentro.] por diversas cidades brasileiras, como Brasília, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Campinas e São Paulo. Os manifestantes protestam contra a corrupção e apoiam a Lava Jato. Entre as pautas, também está o pedido de rejeição às mudanças no pacote anticorrupção, após o a Câmara dos Deputados votar na ‘calada da noite’ diversas modificações no projeto que desfiguraram o texto inicial.

Enquanto o Brasil ainda estava sob o choque do desastre aéreo envolvendo a delegação do time da Chapecoense, jornalistas e convidados, a Câmara aproveitou para votar, entre meia-noite e quatro horas da madrugada, diversas medidas – entre elas, o pacote anticorrupção. [a votação havia sido marcada para terça-feira na semana anterior ao acidente que vitimou o time da Chapecoense e já era esperado que se prolongasse noite a dentro.]

Segundo os organizadores do movimento ‘Vem pra Rua’, um dos que encabeçaram os protestos pelo impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff, as manifestações acontecem em mais de 200 cidades brasileiras. Em São Paulo, os manifestantes se reúnem na Avenida Paulista e, no Rio de Janeiro, no Posto 5, na praia de Copacabana. Em Belo Horizonte, o ponto de encontro é a Praça da Liberdade que, segundo o ‘Vem pra Rua’, conta com cerca de 8.000 participantes neste momento. Em Brasília, os organizadores estimaram a presença de 15.000 participantes, enquanto a Polícia Militar informou que o número de manifestantes era de, aproximadamente, 5.000 pessoas. Em Recife, a organização do evento estimou 1.000 participantes.

 Fonte: Revista VEJA


A turma da Lava-Jato deve confiar na Justiça


A defesa da lei do abuso tem uma carga maldita 

Os doutores da Operação Lava-Jato dizem que o projeto que pune os abusos de autoridade praticados por policiais, juízes e promotores destina-se a “aterrorizar procuradores, promotores e juízes”.  Não estão sozinhos. A presidente do Supremo, ministra Cármen Lúcia, pergunta: “Criminalizar a jurisdição é fulminar a democracia. Eu pergunto a quem isso interessa? Não é ao povo, certamente. Não é aos democratas, por óbvio. (...) Desconstruir-nos como Poder Judiciário ou como juízes independentes interessa a quem?”.

Joaquim Barbosa, que ocupou a cadeira da ministra, fez um raciocínio mais acrobático. Segundo ele, as forças que cassaram o mandato de Dilma Rousseff estariam num novo lance: “Se eu posso derrubar um chefe de Estado, por que não posso intimidar e encurralar juízes?”.  A ideia de que o projeto aprovado na Câmara intimida, encurrala, ou amedronta os juízes, procuradores e policiais repetiu-se dezenas de vezes. Basicamente, o projeto estabelece penas de seis meses a dois anos de prisão para magistrados que ajuízem ações com má-fé, por promoção pessoal ou perseguição política ou procuradores que instaurem procedimentos “em desfavor de alguém, sem que existam indícios mínimos de prática de algum delito”. O nó está aí, uma investigação aberta levianamente pode dar cadeia.

Alguns artigos são banais, como o que penaliza os servidores que venham a “proceder de modo incompatível com a honra, a dignidade e o decoro de suas funções”. Houve época em que um presidente do Tribunal de Justiça de São Paulo deixava sua Porsche no estacionamento da Corte. Vá lá. Num surto, o projeto quer proibir juízes de dar entrevistas. É verdade que eles não deveriam falar fora dos autos, mas não podem ser amordaçados.

A Lava-Jato e todas as investigações estariam ameaçadas porque, aberto um inquérito, um cidadão que se julgue prejudicado poderá processar procuradores ou mesmo o juiz por abuso de autoridade. “Um atentado à magistratura”, nas palavras do juiz Sérgio Moro.  Antes de concordar com o fim do mundo, fica uma pergunta: quem poderá condenar o policial, o procurador ou o juiz? Um magistrado, e só um magistrado. Se os procuradores da Lava-Jato, o juiz Moro, a ministra Cármen Lúcia e seu colega Joaquim Barbosa não confiam na Justiça, por que alguém haverá de fazê-lo?

De fato, juízes e procuradores podem se sentir intimidados, até mesmo aterrorizados. A Lei Maria da Penha, por exemplo, intimida e aterroriza milhares de homens que pensam em bater numa mulher. Assim são as coisas e é bom que assim sejam. Com novos mecanismos de correição, uma juíza como a doutora Clarice Maria de Andrade, da comarca paraense de Abaetetuba, poderia ficar intimidada ou mesmo aterrorizada antes de permitir, em 2007, que na sua jurisdição uma menina de 15 anos fosse mantida presa numa cela com 23 homens durante 26 dias. Três anos depois, o Conselho Nacional de Justiça puniu-a, com a pena de aposentadoria compulsória. Em outubro passado, o CNJ reviu a decisão, colocando-a em disponibilidade, por dois anos, com vencimentos proporcionais. Depois, zero a zero e bola ao centro.

A defesa da lei do abuso tem uma carga maldita. De um lado, estão juízes e procuradores que batalham em defesa da moralidade, e, do outro, personagens de pouca reputação. Uma coisa é uma coisa, e outra coisa é outra coisa. Imagine-se um sujeito que entra numa igreja e vê um batizado. Os padrinhos são os senadores Renan Calheiros e Romero Jucá, mais os deputados Rodrigo Maia e Weverton Rocha, signatário da emenda que define crimes de responsabilidade para juízes e procuradores. O bebê é inocente, nada sabe da vida, mas acaba associado aos quatro padrinhos.

Eremildo, o idiota, e o teto dos juízes
Eremildo é um idiota e ouviu a ministra Cármen Lúcia dizer que “confundir problemas, inclusive os remuneratórios, que dispõem de meios de serem resolvidos, com o abatimento da condição legítima do juiz, é atuar contra a democracia, contra a cidadania que demanda justiça, contra o Brasil que lutamos por construir”.

Por cretino, Eremildo entendeu que a presidente do Supremo está dizendo que quando mais de dez mil magistrados levam para casa vencimentos que rompem o teto constitucional de R$ 33.763 eles atuam “contra a democracia, contra a cidadania que demanda justiça, contra o Brasil que lutamos por construir”.

O idiota sabe que é a única pessoa que pensa assim, mas não consegue entender como a doutora possa ter dito outra coisa, visto que ela e todos os seus colegas do Supremo recebem apenas o teto. No Tribunal de Justiça do Rio, 848 magistrados (98,5%) recebem mais. Entre os promotores e procuradores a situação é parecida, pois 887 dos 904 servidores estouram o limite constitucional.

Gracinha: com apenas sete meses de magistratura, a desembargadora Marianna Fux, de 35 anos, recebeu R$ 46.830 nos meses de junho, julho e agosto. Com 60 anos de idade e 33 de toga, seu pai, o ministro Luiz Fux, vive com o teto. Ele estaria na condição de quem sofre o que a ministra Cármen Lúcia chama de “o abatimento da condição legítima de juiz”.

Boa notícia
A próxima safra de grãos será muito boa, e o Brasil do agronegócio é outro. Um dos dez frigoríficos de Mato Grosso está abatendo 650 mil aves, 6 mil porcos e 2 mil bois por dia.

Retrato
O presidente Michel Temer informou que pensa em gravar todas as suas audiências de natureza pública. É uma ideia meio girafa, mas vá lá.

Menos de uma semana depois veio a informação de que o Gabinete de Segurança Institucional começou a testar dois equipamentos capazes de impedir que se gravem conversas no gabinete de Temer. Ganha um passeio ao jazigo de Fidel Castro quem souber o que o governo quer.

Dirceu e Geddel
No dia 26 de dezembro de 2002, o poderoso José Dirceu estava se preparando para assumir a chefia da Casa Civil de Lula quando o deputado José Carlos Martinez presenteou-o com um relógio Rolex. Coisa de pelo menos R$ 15 mil da época. Dois dias depois, doou a peça ao programa Fome Zero. Era falso.

Em 2009, durante as comemorações de seu 50º aniversário, o deputado Geddel Vieira Lima, ministro da Integração de Lula na cota do PMDB, recebeu da Odebrecht um patacão Patek Philippe avaliado em R$ 85 mil.


Fonte: Elio Gaspari - O Globo

Governo teme nova onda de manifestações - Presidente Temer, a ORDEM PÚBLICA tem que ser preservada, custe o que custar

Governo já teme nova onda de manifestações

O receio é de que os protestos sirvam para puxar uma perigosa onda de mobilização pela saída do presidente Michel Temer

[as manifestações contra a 'escarrada' tinham motivo: o principal deles afastar  Dilma e o PT, cujos desmandos e incompetência eram a causa das manifestações; 

já Temer não é a causa da crise e tenta resolver e as manifestações, na realidade atos de baderna e vandalismo,  buscam aumentar a crise, tumultuar o Brasil.] 

As manifestações de rua previstas para hoje, em todo o país, preocupam o Palácio. O receio é de que os protestos sirvam para puxar uma perigosa onda de mobilização pela saída do presidente Michel Temer, como aconteceu com Dilma Rousseff, deposta em agosto. Na avaliação do governo, o Congresso contribuiu, nos últimos dias, para aumentar a tensão política, ao aprovar um pacote que desfigurou as medidas contra a corrupção.

Sem conseguir reduzir sua impopularidade e sofrendo um revés atrás do outro na economia, Temer procura escapar de eventos em locais abertos desde que assumiu o cargo, há seis meses. A “voz das ruas” também foi a justificativa usada pelo presidente, há uma semana, ao anunciar que jamais sancionaria uma proposta de anistia a caixa 2, caso a iniciativa fosse aprovada pela Câmara. [o anúncio feito por Temer foi uma exposição desnecessária, por ser público e notório que nenhum projeto de anistia ao caixa dois seria apresentado, por razão que todos já sabiam: não pode haver anistia para uma prática que não é crime.]

Temer também está atento ao comportamento do PSDB durante essa crise. Na quarta-feira (30), o presidente soube que o senador Aécio Neves (PSDB-MG) participou da articulação para tentar votar, a toque de caixa, o pacote aprovado pela Câmara, no qual foi embutido o crime de abuso de autoridade contra juízes, procuradores e promotores. Gesto tido como prejudicial à imagem do governo.

A manobra foi conduzida pelo presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), mas acabou se transformando em um fiasco. Informações que chegaram ao Planalto – muitas delas vindas da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) – dão conta de que Renan, hoje réu em ação penal por peculato, será o principal alvo das manifestações deste domingo.

Interlocutores de Temer apontaram que a desastrada operação do presidente do Senado provocou ainda mais repúdio da população à classe política, respingando no Planalto. O governo esperava esfriar os protestos ao anunciar posição contrária ao caixa 2 e sair das cordas com uma “agenda positiva”, mas, diante de tantos problemas, a semana serviu para elevar a temperatura da crise.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo 

Elize Matsunaga: 6º dia de julgamento tem amante, reverendo e Elize nua - Elize deve ser interrogada neste domingo

Caso Yoki: Julgamento em São Paulo teve leitura de depoimentos e exibição de imagem de site de acompanhantes; há expectativa de que ela fale na etapa deste sábado

 

 O júri popular é realizado desde segunda-feira no Fórum Criminal da Barra Funda, na zona oeste de São Paulo (Jales Valquer /Fotoarena/Folhapress)

Uma foto de Elize Matsunaga nua foi mostrada ao juri durante o sexto dia de julgamento pela morte e esquartejamento do seu marido, o empresário Marcos Kitano Matsunaga. Elize, que é ré confessa e é acusada de homicídio triplamente qualificado. Ela deverá prestar depoimento na etapa que acontece neste sábado no Fórum Criminal da Barra Funda, na zona oeste de São Paulo. O juri popular começou na segunda-feira

A foto dela nua era parte de um site de anúncios de garotas de programa e foi exibida a pedido do Ministério Público.

Mais cedo, foram lidos os depoimentos da amante de Marcos, a modelo Nathalia Vila Real Lima, e do reverendo que casou os Matsunaga e os aconselhava, Renè Henrique Gotz Licht. Nathalia falou sobre a relação que ela tinha com o empresário, e sobre o que ele contava do casal. Segundo ela, Marcos dizia que pensava em se divorciar. O reverendo revelou que tinha preocupação com o estado psicológico de Elize, aconselhando Marcos a interná-la, bem como trancar o cofre que eles tinham em casa, onde armas eram guardadas.

Elize Matsunaga, de 34 anos, está presa desde 2012 por matar e esquartejar o marido, herdeiro do grupo Yoki. O crime aconteceu no triplex onde o casal morava com a filha, na Vila Leopoldina, zona oeste de São Paulo. Ela tenta provar que trata-se de um crime passional, cometido após briga doméstica, por causa da relação extraconjugal de Marcos. Elize contratou um detetive para descobrir e filmar a traição do marido, morto no mesmo fim de semana em que ela a assistiu a imagens comprovando o caso.

A acusação, por sua vez, sustenta a tese de que ela agiu de forma premeditada, por interesse financeiro e contou com a ajuda de um cúmplice para se livrar do corpo. A pena pode chegar a 33 anos.

Elize Matsunaga deve ser interrogada neste domingo

Elize Matsunaga deverá ser interrogada neste domingo no julgamento pela morte e esquartejamento de seu marido, o empresário Marcos Kitano Matsunaga, em 2012, no que ficou conhecido como Caso Yoki. O júri popular é realizado desde segunda-feira no Fórum Criminal da Barra Funda, na zona oeste de São Paulo.

O interrogatório de Elize estava previsto para o último sábado (36). Contudo, a leitura de documentos anexados ao processo e a apresentação de uma grande quantidade de reportagens sobre o crime atrasaram essa etapa do julgamento.

 Fonte: VEJA

Neymar é despachado do prêmio de melhor do mundo

É a segunda "derrota" de Neymar no dia: ele também não foi escolhido entre os três gols mais bonitos do Prêmio Puskás, sendo superado por Marlone

Lionel Messi, Cristiano Ronaldo e o francês Antoine Griezmann são os finalistas do prêmio de melhor jogador de 2016 da Fifa. Neymarfinalista no ano passado quebrando um jejum de oito anos sem um brasileiro na lista – foi descartado da relação anunciada nesta sexta-feira no site da entidade.

O brasileiro foi superado por Antoine Griezmann, destaque do Atlético de Madri e principal nome da seleção francesa. O atacante foi ainda uma das estrelas da Eurocopa 2016. É a segunda “derrota” de Neymar no dia: ele também não foi escolhido entre os três gols mais bonitos do Prêmio Puskás.

Para a edição de 2016, a Fifa fez mudanças importantes na escolha dos vencedores. O acordo com a revista France Football terminou, o que significou que o termo “Bola de Ouro” já não será usado – agora, a premiação chama “The Fifa Best Awards”. A entidade ainda abriu a votação para os torcedores, via internet, que tem um peso grande na votação, já que o voto popular significa metade da nota dos jogadores. O vencedor será conhecido numa festa de gala no dia 9 de janeiro, em Zurique, na Suíça.

O que não mudou no prêmio de melhor do mundo foi a dupla de finalistas: na última década, o troféu tem sido dominado por Messi e Cristiano Ronaldo. O argentino ganhou todas as edições do troféu entre 2009 e 2012, além de 2015. Já o português ficou com os troféus de 2008, 2013 e 2014.

Neste ano, Cristiano Ronaldo é o favorito. Ele ajudou o Real Madrid a conquistar a 11ª Liga dos Campeões a segunda consecutiva e foi determinante para fazer da seleção de Portugal campeã inédita da Eurocopa 2016. Messi conseguiu chegar neste ano com a Argentina à final da Copa América perdendo para o Chile e garantiu o título do Campeonato Espanhol ao Barcelona.

Feminino
Maior vencedora da história do prêmio da Fifa de melhor jogadora do mundo, com cinco troféus, mas fora da lista das indicadas no ano passado, Marta voltou a figurar entre as três finalistas para a edição deste ano da honraria. A brasileira concorrerá com a americana Carli Lloyd, atual vencedora, e a alemã Melanie Behringer, que nunca havia sido relacionada entre as três melhores.

Entre os treinadores de equipes femininas, Osvaldo Alvarez, o Vadão, ex-técnico da seleção brasileira, que figurava entre os dez melhores, não apareceu entre na lista final. Os três que ainda estão na disputa são Silvia Neid (Alemanha), Jill Ellis (EUA) e Pia Sundhage (Suécia).

Fonte: Agências Estadão Conteúdo e EFE

 

STF proíbe vaquejada e libera aborto até o terceiro mês - Arcebispo de São Paulo usa rede social para mostrar indignação com decisão do STF sobre aborto


Dom Odilo Scherer pergunta: “Que país é este?”. Senadora Kátia Abreu vai na mesma toada: “Que país é este?” 

O arcebispo de São Paulo, Dom Odilo Scherer, usou uma rede social para mostrar indignação com a proibição da vaquejada e a decisão da Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF), na terça-feira (29), que considerou que a prática do aborto até o terceiro mês da gravidez não é crime. “Vaquejada: proibido. Morte de seres humanos até o terceiro mês: permitido. Que país é este?” 

A senadora Kátia Abreu fez um comentário na postagem de Dom Odilo Scherer, perguntando: “Que país é este?”. A senadora Kátia concordou com Dom Scherer: “Que país é este?”. A EXPRESSO, ela disse que concorda com Dom Scherer por princípios religiosos.
[a senadora Kátia Abreu, apoiadora da 'escarrada' Dilma Rousseff, não é geneticamente ruim, má. Apenas vez ou outra perde a noção do CERTO e ERRADO.
Percebam: ajudou a sepultar a CPMF, apoiou a 'escarrada', e agora é contra o aborto.
o PLACAR do desempenho da senadora marca: 2 a 1 para o BEM.

 Fonte: VEJA

 

PCC S/A - A gestão empresarial do CRIME ORGANIZADO

Na madrugada do dia 10 de março de 2016, um dirigente do PCC envia um e-mail para uma de suas subordinadas com o codinome Alexandre Magno. 

O título da mensagem: "Projeto Estrutural 2016". Entre os anexos, um organograma (confira abaixo) com linhas e setas mostrando cinco diretorias, três núcleos de coordenação e outras dezessete células. Em outro arquivo, a descrição de cada função. Por meio da quebra de sigilo telemático, o e-mail chegou às mãos da Polícia Civil de São Paulo, que se deparou com uma verdadeira estrutura empresarial dentro da facção criminosa. Nas palavras dos investigadores, uma "multinacional do crime" que produz relatórios mensais, faz auditorias e avaliações de desempenho, gerencia seguros para os presos e paga bonificações para premiar os funcionários mais produtivos. 

Esse modelo de gestão veio à tona na Operação Ethos, deflagrada pela Polícia Civil e o Ministério Público de São Paulo há duas semanas, e foi detalhado em um relatório com mais de 1.160 páginas, obtido com exclusividade por VEJA. Por meio de planilhas, e-mails e cartas apanhadas dentro dos presídios, o inquérito mostra a rotina de um ano da chamada célula R (chamada antes de Sintonia das Gravatas), formada essencialmente por advogados. Na última semana, a Justiça de Presidente Venceslau (SP) deferiu a prisão preventiva de 54 alvos da Operação - cinco continuam foragidos. Entre os presos estão Marcos Herbas Camacho, o Marcola, e o vice-presidente do Conselho Estadual de Defesa dos Direitos da Pessoa Humana, Luiz Carlos dos Santos. 

Apesar de ser sustentado pelo dinheiro do narcotráfico, a célula R não se ocupa do comércio de drogas ou da morte de desafetos. São advogados de Rua ou Recursistas (daí o R) que ficam à disposição da facção para resolver problemas cotidianos. Entre as principais funções estão pagar propina a autoridades corruptas, infiltrar-se em órgãos de direitos humanos e ser o canal de comunicação entre a liderança encarcerada e os subalternos soltos. Serviços que vão muito além de fazer a defesa jurídica dos criminosos. 

O CEO do PCC
O desenvolvedor da célula R foi Valdeci Francisco Costa, um bacharel em direito e autor de livros autobiográficos que sempre se manteve longe dos holofotes – geralmente concentrados em Marcola. Após passar uma boa temporada (quase 10 anos) na Penitenciária II de Presidente Venceslau (SP), ganhou a liberdade em maio de 2015. E pisou no asfalto com uma missão — implementar uma "estrutura orgânica de feição empresarial" na facção, conforme o inquérito assinado pelo delegado Éverson Aparecido Contelli. Ele é o Alexandre Magno que mandou o e-mail citado acima. No organograma que ele mesmo fez, autodenominou-se "diretor-presidente". Na linha hierárquica, estava abaixo apenas do Conselho Deliberativo, constituído por Marcola e outros onze bandidos que tomam as decisões finais na quadrilha. 

Assim como muitos integrantes, Costa atende por uma infinidade de apelidos. A maioria se refere à sua fama de “crânio” e religioso Doutor, Notebook, Circuito Integrado, Abraão, José de Arimatéia e dr. Pedro. Numa mensagem interceptada pela polícia no Telegram, um advogado se refere a Costa como alguém "mil grau que não tem comparação o QI dele (sic)". 

Apesar de a ter cumprido, sua missão durou pouco. Em junho deste ano, foi preso em uma operação do Gaeco de Campinas e hoje se encontra atrás das grades na Penitenciária de Avaré (SP). No seu lugar, entrou a advogada Juliana Queiroz (ver organograma abaixo), que também foi indiciada na Ethos, mas continua foragida da Justiça.

OS INTEGRANTES

 

(...)

texto também institui um sistema de advertências a quem cometer "faltas graves", como não responder telefonemas e e-mails, não entregar relatórios ou "não cumprir tarefas determinadas e pedidos variados feitos pelas gestoras associadas". As punições são definidas por cores: verde ("só um puxão de orelha"); amarelo (“aviso para redobrar a atenção”) e vermelho ("cobrança verbal dura e redução de honorários"). Cada cor definia um prazo de reabilitação de 6 meses, 8 meses e um ano, respectivamente. 
 
Segundo as investigações, os advogados recebiam em torno de 1 milhão de reais por mês e não trabalhavam para clientes específicos, mas para a facção como um todo. Um e-mail recebido por Costa - e anexado ao inquérito – orienta-o a providenciar um R (advogado) para ajudar o guerrilheiro Mauricio Hernandez Norambuena, que cumpre pena pelo sequestro do publicitário Washington Olivetto em 2002. A proximidade entre Norambuena e o PCC vem de longa data. Foi ele quem ensinou táticas de terrorismo às lideranças da quadrilha, quando estava preso em Presidente Bernardes (SP), em 2006. "Nessa relação não há qualquer tipo de vínculo advogado cliente, mas sim uma relação entre advogado e organização criminosa, que recebe dinheiro proveniente do narcotráfico para atender a pessoas vinculadas ou colaboradoras da organização criminosa", diz o inquérito. 

A implantação dos bloqueadores de celular nos presídios paulistas obrigou a cúpula do PCC a encontrar novas formas de comunicação com o "mundo externo". Uma delas era usar os advogados da célula R, que por meio da carteira da OAB tinham acesso fácil aos presídios e ainda contavam com o sigilo garantido à profissão. A polícia chegou a monitorar um desses momentos. Numa mensagem, um detento transmite ordens a uma das gestoras dos Rs, Anna Marques, para que levante informações sobre agentes penitenciários de Cornélio Procópio, no Paraná. O recado é datado de 17 de novembro de 2016. A suspeita é que os dados seriam usados para uma eventual execução ou para fazer ameaças. "O evento instruiu relatório de inteligência para adoção de cautelas necessárias para preservação da vida desses agentes", diz o inquérito. 

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Governo investiga se vândalos da CUT e UNE - comandados pela bancada do atraso, formada por Lindbergh, Gleisi Hoffmann e Vanessa Grazziotin - usaram dinheiro público na depredação da Esplanada

Arruaceiros e oportunistas

Governo vai investigar se dinheiro público foi usado por entidades como CUT e UNE para financiar o vandalismo na Esplanada. Os baderneiros que depredaram ministérios e até a Catedral planejam manter o País em permanente estado de instabilidade

 TEMPLO PROFANADO Nem a Catedral de Brasília foi poupada pelos criminosos. O monumento desenhado pelo arquiteto Niemeyer teve as paredes pichadas. Um carro foi incendiado, ministérios invadidos e danificados (Crédito: FOTOS: Jorge William/Agência O Globo; DIDA SAMPAIO/ESTADãO; AP Photo/Eraldo Peres; Felipe Menezes/Metrópoles)


Na tarde de terça-feira 29, vândalos transformaram a Esplanada dos Ministérios numa verdadeira praça de guerra. Patrocinados pelos tradicionais arautos do “quanto pior, melhor”, como entidades ligadas à CUT, UNE, PC do B e PT, arruaceiros devastaram o que viram pela frente, numa demonstração completa de inversão de valores. O mais esdrúxulo, é que esses grupos recebem milhões da União para subvencionar suas atividades, articuladas desde a fragorosa derrota nas eleições municipais para deixar o País em permanente estado de instabilidade. 

Temendo novas ofensivas, o Palácio do Planalto, desde a última semana, já mapeia quem são os principais destinatários desses recursos e se eles foram utilizados para financiar a baderna da semana passada. A ideia é secar a fonte que irriga os cofres desses movimentos, que de “sociais” só tem o nome. [é vergonhoso e desmoralizante que haja necessidade de investigações sobre uso do dinheiro público na baderna financiada pela CUT e UNE - quando não existe nenhum razão legal e moral para que aquelas duas organizações criminosas recebam dinheiro público.
Aliás, Rollemberg e Temer deveriam ser responsabilizados pela omissão criminosa que permitiu toda a baderna.
Rollemberg pelo fato de além de não ter pulso firme na contenção das desordens, no íntimo tem simpatia pelos baderneiros - ele foi petista - e a baderna no lado Sul do Eixo Monumental fez com que a baderna permanente no lado Norte daquela avenida (Palácio do Buriti e adjacências ] seja esquecida.
Temer, pelo sua permanente indecisão, que ao perceber que Rollemberg iria se omitir pelo tempo que fosse possível na repressão aos baderneiros não usou da autoridade que a Constituição lhe confere, de requisitar tropas federais para restabelecer a Ordem Pública.
A vantagem do uso de tropas federais é que a baderna acaba rápido e sem conflito - até o Sarney, adepto de negociar, usou na greve da Companhia Siderúrgica Nacional, em Volta Redonda, tropas federais e a greve logo acabou, voltando a siderúrgica a funcionar normalmente e sem baderna - dois ou três baderneiros foram abatidos mas aquela greve na CSN acabou e não ocorreram outras.] 

Longe de querer se estabelecer como uma oposição programática, calcada em ideias e propostas, os baderneiros sem voto almejam mesmo é o tumulto e a arruaça como um fim em si mesmo. Por exemplo, eles protestavam contra a PEC que estipula limite de gastos públicos e contra a reforma do ensino. Mas, paradoxalmente, destruíam bens públicos, que terão de ser reparados com o dinheiro do contribuinte. O saldo da selvageria é lamentável. Ao todo, foram depredados 14 ministérios. Monumentos arquitetônicos que compõem a cidade de Lúcio Costa e Oscar Niemeyer, como o Museu da República, também sofreram atos de vandalismo, como pichações. Além disso, as bandeiras da Alameda dos Estados foram arrancadas e alguns mastros danificados.

Democracia não deve ser confundida com anarquia e as lamentáveis cenas protagonizadas pelos delinqüentes responsáveis pelo quebra-quebra da tarde de terça-feira, todos sabem a troco de quê e a mando de quem, em nada se assemelham às boas práticas democráticas. É válido levar bandeira, carro de som, proferir palavras de ordem e, até, xingamentos contra quem quer que seja o alvo. Mas, ao partir para a violência, como ocorreu naquele dia, o ato acabou sendo desqualificado.

Esses grupos, useiros e vezeiros na tentativa de incendiar o País quando seus interesses mais mesquinhos são ou estão prestes a ser contrariados, adotam práticas já manjadas: em geral, confrontam violentamente a polícia, para depois acusá-la de cometer toda a sorte de arbitrariedades. Foi isso o que ocorreu na Esplanada. Os vândalos miraram seus rojões contra o grupo de policiais que apenas observavam o tombamento do veículo de uma emissora de televisão.

Sempre sob a capa da falsa moralidade, os baderneiros também dizem agir em nome de causas, estas forjadas pela mesma turma que um dia ajudou a dourar a tese segundo a qual os fins justificam os meios. Até descobrirmos, talvez tarde demais, que não apenas os meios eram repugnantes e abjetos, como também os seus fins.

Se estivessem realmente preocupados com fins republicanos, parariam alguns segundos para tentar entender a necessidade da PEC do Teto dos Gastos. Não se trata de um mero congelamento de gastos, mas da preservação de receitas, evitando que o populismo irresponsável de governantes de ocasião avance na renda futura das próximas gerações e termine de arruinar com o que resta de expectativa de recuperação da economia do País. Tanto a PEC 55 como a necessária reforma da Previdência deveriam ser matérias de manifestações sim, mas por meio de ideias e debates, a fim de aprimorá-las. É momento de construir, não destruir.

Os dois carros de som, com os organizadores da manifestação, em nenhum momento durante os ataques tentaram impedir as ações dos vândalos usando a voz amplificada. Porém, quando a Polícia Militar foi obrigada a dispersar a manifestação, usando bombas de gás lacrimogêneo, eles passaram a julgar a ação dos policiais como “truculenta”. “Aqui tem estudantes, mulheres e até crianças. Não se pode agir dessa forma contra eles”, gritava um dos líderes. Resultado: os dois veículos também foram obrigados a deixar o local.

Para tentar impingir ao plenário o mesmo clima de conflagração que estava instalado lá fora, o líder da minoria, senador Lindbergh Farias (PT-RJ), cobrava do presidente Renan Calheiros (PMDB-AL) a abertura das galerias para a entrada dos manifestantes, que mais se comportaram como arruaceiros, vide as ações adotadas no gramado central da Esplanada. “Presidente, vamos abrir as galerias e deixar o pessoal entrar”, cobrava. Mais tarde, Lindbergh revelou seus verdadeiros propósitos. Apresentou à Mesa da Câmara o pedido de impeachment do presidente Michel Temer.


A bancada do atraso, formada por Lindbergh, Gleisi Hoffmann e Vanessa Grazziotin, engrossou o coro pela abertura das galerias para os manifestantes

As senadoras Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM) e Gleisi Hoffmann (PT-PR) também engrossaram o coro em defesa da abertura das galerias para os manifestantes. “Deixar as galerias vazias não é um gesto democrático, senhor presidente”, declarou Gleisi. Felizmente, o presidente da Casa, Renan Calheiros, não atendeu ao pedido. “Não entendo por que as galerias não podem ser ocupadas. Senhor presidente, se o projeto (PEC dos Gastos) não é ruim para o país por que, então, não deixar o povo vir aqui e olhar quem está votando a favor de sua aprovação?”, questionava Vanessa.

No dia seguinte, o que se viu pela Esplanada foi um rastro de destruição. Cenas lamentáveis de uma minoria que foi ao local só para provocar arruaça. De acordo com o balanço da Secretaria de Segurança, dentre os alvos da ação dos vândalos estavam os ministérios da Educação, Desenvolvimento, Esporte, Cultura, Meio Ambiente, Planejamento, Desenvolvimento e Gestão, Desenvolvimento Social, Agricultura, Integração Nacional, Comunicações, Transportes, Indústria e da Aeronáutica. Esses lugares tiveram vidros quebrados, suas fachadas pichadas, além de luminárias, lixeiras, orelhões e placas derrubadas e danificadas.


ESTOPIM DA CRISE

Manifestantes contra a PEC dos Gastos e Reforma do Ensino se transformaram em vândalos

O que os manifestantes pedem
– Que Saúde e Educação fiquem de fora do limite de investimento imposto pela PEC
– São contra as perdas das duas pastas acumuladas ao longo dos 20 anos de vigência da PEC

O que os estudantes reclamam na reforma do ensino médio
– Falta de diálogo entre governo e entidades estudantis
– Não concordam que seja facultativo o ensino de sociologia, filosofia, artes e educação física

Nem o símbolo maior do catolicismo no país, a Catedral, foi poupado pela ação criminosa. O monumento desenhado pelo arquiteto Oscar Niemeyer teve as paredes pichadas. No estacionamento do templo religioso, um carro foi incendiado e o bicicletário, destruído. O mesmo ocorreu na Esplanada dos Ministérios, quando dois veículos – um deles de uma emissora de TV – foram virados pelos manifestantes. O protesto ainda deixou feridos. Onze pessoas foram atendidas no Hospital de Base, o maior da cidade, com ferimentos leves. Entre eles, dois policiais militares, que tiveram perfuração no rosto, nas costas e na cabeça.

A Polícia Militar demorou a agir no dia. Os policiais apenas assistiam à cena de vandalismo no Congresso praticada pelos manifestantes. Eles só atuaram quando dois veículos estavam completamente destruídos. A Secretaria de Segurança Pública alegou que a atuação da PM foi bem executada e que a intenção era concentrar os manifestantes no gramado central da Esplanada.

Mas não foram somente as cenas protagonizadas no dia da votação das Dez Medidas contra a Corrupção que mancharam a atuação do parlamento. Enquanto Renan Calheiros tentava votar o projeto da mesma forma como chegou da Câmara, o líder do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST), Guilherme Boulos, recebia uma condecoração por ter prestado “serviço de relevância” ao País. Boulos é responsável por comandar invasão de propriedades e de órgãos públicos, como ministérios.

Em junho, o grupo invadiu o prédio da Presidência da República, em São Paulo. O edifício está situado na esquina da Avenida Paulista com a Rua Augusta, região central da capital paulista. Antes de entrarem no edifício, os integrantes do MTST faziam um ato contra o presidente Michel Temer (PMDB) na Avenida Paulista. A honraria concedida ao líder do MTST foi entregue pelos deputados Rodrigo Maia (DEM-RJ), Felipe Bornier (Pros-RJ) e Ivan Valente (PSOL-SP). A medalha do Mérito Legislativo deveria ser destinada a “personalidades que realizam ou realizaram algum serviço considerado relevante para a sociedade”. Não àqueles que promovem baderna e ocupação ilegal.

AS MARCAS DA DESTRUIÇÃO
Arruaceiros tomaram conta de Brasília na terça-feira 29 e provocaram o caos na capital federal, com graves danos ao patrimônio público


Ministérios depredados

Ministério da Educação
– Prédio pichado, vidraças quebradas, as duas entradas destruídas, luminárias, lixeiras, orelhões e placas danificadas
– Os manifestantes invadiram o prédio, chegando ao segundo andar, onde quebraram computadores, mesas e cadeiras


Ministério da Cultura
– bicicletário danificado


Aeronáutica
– paredes e calçadas pichadas - [depredar qualquer bem público é um ato criminoso; e depredar a sede do Comando de uma Organização Militar, de uma das Forças Armadas, além de um ato criminoso é também uma atitude que não dignifica as Forças Armadas, no caso a Força Aérea Brasileira.

É questionável a omissão do comando da FAB, tendo em vista que qualquer organização militar tem o direito de usar os meios necessários para impedir atos contra suas instalações.
A prevalecer a conduta do comando da FAB, logo teremos quartéis das FF AA sendo invadidos sem que o comandante da Força agredida ordene uma reação.
É DEVER do comando determinar aos sentinelas que ajam de pronto diante de qualquer agressão as instalações que guarnecem.]
Outros 14 ministérios foram danificados

Monumentos danificados

Avenida das Bandeiras
(em frente ao Congresso)
– calçada pichada, todas as bandeiras arrancadas e alguns mastros danificados

Biblioteca Nacional
– pichada, várias placas de sinalização derrubadas, assim como a parada de ônibus localizada em frente

Catedral de Brasília
– foi pichada, orelhões, placas de sinalização e orientação derrubados e danificados
– no estacionamento, um carro incendiado e o bicicletário destruído

Museu Nacional
– foi pichado, placas de sinalização derrubadas e danificadas; no estacionamento um carro incendiado



Fonte:  Isto É -