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sexta-feira, 2 de janeiro de 2015

Os tubarões começam a se desentender o que facilita que a verdade surja. Gabrielli começa a atirar em Dilma



Gabrielli nega bloqueio de bens, sai em defesa de Lula e volta a apontar responsabilidade de Dilma
Ex-presidente da Petrobras foi denunciado pelo Ministério Público por superfaturamento de obras na estatal
Alvo de acusações contra sua gestão de sete anos à frente da Petrobras, o economista baiano José Sérgio Gabrielli, que até esta quinta-feira, comandava a secretaria de Planejamento do governo da Bahia, quebrou o silêncio a que vinha se impondo. Em entrevista, Gabrielli negou que esteja com os bens bloqueados como determinou, em agosto, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Gilmar Mendes. Afirma também que nem ele e nem o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva têm responsabilidade sobre contratos ditos irregulares na estatal, lembra que a presidente Dilma Rousseff e o ex-ministro da Fazenda, Guido Mantega, presidiam o conselho de administração da Petrobras à época dos fatos.  Em abril de 2014, Gabrielli já havia responsabilizado a presidente. Gabrielli afirmou ainda que o ministro do TCU, José Jorge, "cometeu errou fundamental" ao apontar prejuízo de US$ 792 milhões na compra da refinaria Pasadena, nos Estados Unidos.

Vai estar mais livre para fazer a defesa? Qual vai ser sua estratégia?
A estratégia é fazer a verdade prevalecer. Estou tranquilo. Fazer a verdade prevalecer significa esclarecer, tirar a exploração política que está existindo sobre os assuntos, tornar os fatos explícitos e, consequentemente, fazer a defesa jurídica.

O governo Dilma, ao defender a Petrobras, tem deixado claro que os fatos ocorridos foram no governo Lula, no período da sua gestão. Como o senhor vê isso?
Objetivamente não tem nenhuma acusação contra mim. Qual a acusação contra a minha pessoa? Existem vários fatos que estão em investigação, mas nenhum deles se referem à minha pessoa.

Mas como o senhor vê a tentativa do governo, pelo menos é o que parece, de jogar a responsabilidade para a gestão passada?
Não há como haver essa tentativa nem essa realidade. Porque os fatos que acontecem, hoje, na Petrobras, são resultado da história da empresa. Portanto, não tem como atribuir a um ou outros (a responsabilidade). Há responsabilidades individuais que têm que ser apuradas. E os procedimentos da companhia são procedimentos regulares, normais.

Petrobras O fato de, na época, o senhor estar no comando da estatal, não era para ter conhecimento, por exemplo, de desvios de dinheiro para partidos?
Você tem mais de 55 mil contratos por ano na Petrobras. O que a direção da empresa tem que fazer é acompanhar a adequação com os procedimentos existentes. Consequentemente, a existência desses procedimentos são auferidos, avaliados. A lei americana e a lei brasileira exigem um conjunto de controles, esses controles foram todos certificados pelas auditorias na época, em 2006, 2007, 2008, 2009, 2010, 2011 e 2013. Portanto, a KPMG e a Pricewaterhouse atestaram, certificaram, que os controles estavam corretos. Então, a diretoria tem que saber essencialmente como é o controle. Se algum diretor é ladrão, é bandido, tem que punir o ladrão e o bandido. Mas isso não pode condenar a empresa.

E os superfaturamentos nos contratos apontados pela CGU, pelo TCU e Ministério Público Federal?
Não há superfaturamento. É importante ficar claro que não há superfaturamento na maioria dos casos. A Petrobras tem, como eu disse, 55 mil contratos, está se falando sobre alguns contratos em que há discussões técnicas sobre o que significa em termos de preço. No que se refere, por exemplo, a Pasadena, a meu ver, há um erro fundamental sobre o que significa prejuízo e o que significa valor de refinaria. O ex-ministro do TCU, José Jorge, cometeu um erro, a meu ver, fundamental.

Qual é o erro?
O erro é a consultoria contratada para fazer uma avaliação de potenciais cenários de refino, em 2005, pegar um dos 25 cenários levantados e comparar com o preço pago e chamar isso de prejuízo. O correto seria transformar e comparar o valor da refinaria com o valor das outras refinarias equivalentes na época. E quando se faz essa comparação, Pasadena está mais do que no valor na média dos valores da época.

O senhor está com os bens bloqueados e....
Não estou com os bens bloqueados. Não houve bloqueio. Até agora, o bloqueio não se efetivou.

E a quebra de sigilo?
Não houve quebra de sigilo. Há pedidos, mas não efetivação.

Dizem que senhor está saindo do governo da Bahia meio que de fininho. Isto está acontecendo?
De fininho? Eu estou aqui, (na posse do governador Rui Costa) com a imprensa toda na minha frente. Você sabe que tem muita nota plantada, há muitos interesses por trás dessa história.

O senhor esperava um apoio maior do seu partido, o PT?
O partido está me apoiando inteiramente. Não tenho do que me queixar.

Vou insistir, incomoda a postura do governo da presidente Dilma, que coloca a responsabilidade dos fatos para sua gestão e, por tabela, do ex-presidente Lula?
Não tem como estar jogando sobre nós, porque não há possibilidade. O conselho de administração da companhia era presidido pela presidente Dilma e foi presidido pelo ministro Guido (Mantega, ex-ministro da Fazenda). Como podem querer jogar sobre a Petrobras as responsabilidades? Não há possibilidade disso.


Brasil é um país pobre e não pode ficar desperdiçando recursos caçando ossos



Comissão de Mortos e Desaparecidos critica descaso do Estado na busca dos desaparecidos políticos.
[Já passa da hora de encerrar as atividades dessa Comissão que caça defunto e ossos; afinal, os que morreram mortos estão, condição  que encerra o assunto e os que ainda constam como desaparecidos ou já morreram de velhice ou optaram pela comodidade covarde de permanecer desaparecido e assim propiciar aos familiares, e a si próprio,  vultosas pensões.]
Presidente da entidade, Eugênia Gonzaga reclama que não tem equipe para fazer exumação do corpo de Stuart Angel
Herdeira natural das atribuições da Comissão Nacional da Verdade de tentar localizar e identificar restos mortais de vítimas da ditadura, a Comissão de Mortos e Desaparecidos Políticos do governo, criada em 1995, está à míngua e sem condições de dar sequência a esse trabalho. Sem qualquer estrutura, a comissão quer mais servidores, recursos e poder. A precariedade das condições do trabalho da comissão impede a identificação de 27 ossadas colhidas na região da Guerrilha do Araguaia nos últimos anos e também a localização e exumação, no Rio, de restos mortais que se suspeitam ser do militante Stuart Angel, desaparecido em maio de 1971.

Essa situação de penúria foi revelada pela própria presidente da Comissão de Mortos e Desaparecidos Políticos, a procuradora da República Eugênia Gonzaga. Ela está no cargo desde junho de 2014 e tem um histórico na atuação em temas que envolvam os anos de chumbo, como exumações de vítimas do regime e ações para punição de militares daquela época [desperdício de recursos públicos desenterrando ossos que nada revelam (caso da ossada do ex-presidente Jango que foi desenterrada como base em uma notícia mentirosa de que havia sido envenenado) e  movendo ações contra militares cujo destino é o arquivamento por determinação das instâncias superiores.] - A busca pelos corpos sempre foi uma iniciativa isolada dos familiares. Há uma total omissão do Estado nesse sentido. É uma situação dramática. Só em Perus (onde foi localizada uma vala com restos mortais de ex-militantes, em São Paulo) são 1.400 ossadas. A busca na região da Guerrilha do Araguaia ainda é incipiente - disse Eugênia Gonzaga.

Antes de encerrar seus trabalhos, a Comissão da Verdade localizou, em arquivos do Rio, foto de uma ossada na qual estudos preliminares apontam ser de Stuart Angel. Mas esses restos mortais ainda precisam ser localizados e depois identificados. Essa incumbência está a cargo da Comissão de Mortos e Desaparecidos, que já foi procurada por procuradores do Rio e pela Comissão da Verdade do estado para cuidar desse caso. - Nossa comissão foi criada absolutamente sem qualquer estrutura. Chegou o pedido para fazermos a exumação do Stuart Angel, mas não temos equipe para fazer. O governo criou a comissão, mas dá com uma mão e tira com outra.

Eugênia Gonzaga contou que já participou de várias exumações, mas que não foram feitas de maneira correta. - Exumação não é chamar um médico e um policial e abrir uma sepultura. Precisa ter um arqueólogo, um geólogo, que se tome cuidado com posição do corpo.

AVANÇO NA IDENTIFICAÇÃO DE PERUS
A procuradora ressalta um avanço este ano em relação ao trabalho da tentativa de identificação de Perus. Em parceria com a Secretaria de Direitos Humanos, um grupo de antropólogos forenses da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) analisou 112 das 1049 caixas de ossos que correspondem a 139 pessoas.

Gonzaga reivindica do governo o mesmo tratamento dado à Comissão Nacional da Verdade, que teve ao seu dispor toda estrutura, com os mais variados profissionais, em número suficiente e toda logística para funcionar. E que foi instalada num amplo espaço físico em Brasília. Sua comissão está alojada numa única sala na SDH, com apenas cinco baias com computadores. Composta por sete integrantes, a comissão está desfalcada de dois, ainda não indicados. - Estamos bem na estaca zero.

A presidente requer a contratação de 25 funcionários - arqueólogos, antropólogos, peritos e advogados - e pede um orçamento anual de R$ 4 milhões.  - É extremamente urgente que a comissão seja dotada de estrutura material, humana e financeira.

Outro desejo de Eugênia Gonzaga é que a comissão tenha também poderes de convocar militares e civis que possam dar esclarecimentos e contribuir com localização de restos mortais desses militantes. Sua comissão chegou a elaborar a minuta de um projeto de lei para enviar ao Congresso Nacional e prevê também a revisão do conceito de desaparecido político, hoje restrito aqueles que participaram de organizações de esquerda e que foram perseguidos ou participaram de guerrilhas. [Desejo, que nada mais é do que uma das denominações de vontade, é algo que dá e passa.] - O conceito de desaparecido político é muito restrito e não inclui aqueles desaparecidos que não possuíam envolvimento direto com movimentos ou organizações de resistência à ditadura, como os índios, os camponeses e as minorias étnicas e sexuais - disse Gonzaga. [em que pese o respeito que merece a ilustre procuradora, convenhamos que suas idéias só contribuem para desperdiçar mais dinheiro público, com coisas que não valem a pena.
Afinal as ossadas não vão reclamar do local em que forem enterradas.] 

Fonte: O Globo

Dilma continua no mundo do 'faz de conta' das 'mentiras', das 'fraudes' e das 'enganações'. Cria o lema "Brasil, Pátria Educadora" e nomeia ministro da Educação um individuo que não queria o cargo

FAZ DE CONTA

 A presidente Dilma Rousseff  continua vivendo no mundo de “faz de conta” que o marqueteiro João Santana criou para a campanha eleitoral, e trouxe de lá mais um lema que se choca com a realidade que a presidente insiste em negar. Quando afirma que o projeto de Nação que representa prevaleceu nas urnas, ela entra em contradição com a admissão de que o país exige mudanças, que se propõe a realizar mesmo que afirme sempre que tudo vai às mil maravilhas. E deleta da memória que “fez o diabo” para se reeleger, utilizando ferramentas nada democráticas que nada têm a ver com um projeto de nação, mas com um projeto de poder.

“Brasil, Pátria Educadora” seria um bom mote para um governo renovador, se não fosse apenas um achado propagandístico, e refletisse um verdadeiro objetivo prioritário, desmentido logo de cara com a escolha do ex-governador Cid Gomes para o ministério da Educação, sem o menor contato com a área e sem projeto educacional digno de nome. O improviso da escolha do ministro, que chegou a recusar o cargo, indicando o quanto lhe importa a “pátria educadora”, mostra bem que o projeto que a presidente Dilma anunciou ontem é oco de conteúdo, e entra na lista de mais um dos muitos passes de mágica com que a presidente se acostumou a ganhar eleições e a governar da boca para fora.

Ao tentar dar um sentido mais amplo ao dístico, afirmando que ele indica que “devemos buscar, em todas as ações do governo, um sentido formador, uma prática cidadã, um compromisso de ética e sentimento republicano”, a presidente Dilma só fez ampliar mais ainda a falsidade da afirmativa, pois a escolha do ministro da área, que será “a prioridade das prioridades”, deveu-se apenas à necessidade de dar um lugar de destaque ao PROS, um partido criado de improviso para dar abrigo à dissidência dos Gomes e permitir que fizessem a campanha de Dilma contra a candidatura original de Eduardo Campos do PSB.

Uma distorção do presidencialismo de coalizão que gerou escândalos como o mensalão e agora o petrolão, na prática do toma-lá-dá-cá que pode ser tudo, menos ético. E se o compromisso é com a ética republicana, como explicar o surgimento de escândalos de tamanha magnitude na Petrobras? Quando se referiu ao esquema de corrupção na estatal, a presidente Dilma mais uma vez fugiu da realidade que a envolve diretamente, por ter sido a controladora da área nos últimos 12 anos de governos petistas, ao dizer que a empresa foi vítima de servidores que não souberam honrá-la.

Ora, a empresa foi vítima de uma armação política engendrada pelo Palácio do Planalto para financiar partidos políticos aliados, e o que aconteceu em consequência nada teve de ocasional ou dependeu deste ou daquele funcionário da Petrobras. A empresa foi usada pelo PT como alimentadora de um esquema político que não quer largar o poder tão cedo. Ao longo de seu discurso no Congresso a presidente Dilma desfilou por um mundo paralelo em que parece ainda viver, sem assumir a responsabilidade pela situação caótica em que entregou o país para si mesma, e parecendo não se sentir responsável pela correção de rumos que terá que ser feita nesse segundo mandato.

O mais próximo de uma autocrítica, se quisermos ter boa vontade, foi quando reconheceu que as mudanças que precisam ser feitas dependem da credibilidade e da estabilidade da economia. Mas então se desdisse, afirmando que isso “nunca foi novidade”, pois sempre orientou suas ações pela centralidade do controle da inflação e o imperativo da disciplina fiscal. Se sempre foi assim, o que aconteceu para que tudo desandasse nos quatro anos anteriores em que esteve à frente do governo que agora precisa de ajustes tão duros e prolongados? A única explicação plausível é que, ao contrário do que todos dizem, era o ministro Guido Mantega quem comandava a economia, e a presidente Dilma não tinha nada a ver com as decisões tomadas. Como na Petrobras.



Taxação das grandes fortunas

Não funciona

O imposto sobre fortunas é uma daquelas invenções aparentemente simples, mas que não funcionam. Por uma razão: o tema é mais complexo do que parece


Taxar as chamadas grandes fortunas é desejo cultivado por qualquer governante em busca de dinheiro aparentemente fácil. E com a vantagem de poder apresentar o novo imposto como um ato de “justiça social”, bandeira sempre simpática, capaz de encobrir qualquer aberração de política econômica. A história desse imposto começou no século XIX, quando foi criado por socialistas ingleses. Caiu em desuso pelas dificuldades que cercam o gravame, e há pouco voltou ao noticiário por meio do best-seller “O capital no Século XXI”, de Thomas Piketty, economista francês.

Baseado em ampla compilação de estatísticas de vários países, Piketty se propõe a provar que a renda do capital derivado de herança e patrimônio próprio supera, e jamais deixará de ser assim, a renda do trabalho. Ato contínuo, Piketty propõe um imposto sobre patrimônio para reduzir as desigualdades sociais no mundo. Ideias como esta são tentadoras desde sempre. Por esse motivo, e considerando a atmosfera ideológica na qual trabalhou a Constituinte de 1987, a Constituição brasileira, promulgada no ano seguinte, prevê este imposto em um dos artigos. Jamais foi regulamentado. O então senador Fernando Henrique Cardoso apresentou projeto com este fim, e só.


Mais de uma década de governos do PT, partido de esquerda, já seria tempo de o dispositivo constitucional ser aplicado. Na base aliada, houve pelo menos uma tentativa. Sem sucesso. Pode-se entender que a base do Planalto é tão heterogênea que não conseguirá se unir em torno deste imposto.

Mas o ponto central nesta discussão é que se trata de ilusória a vantagem da taxação de fortunas. Um primeiro ponto é o custo de arrecadação do imposto, muito alto. Como se trata de um gravame declaratório — ele é arrecadado sobre o que é declarado pelo contribuinte —, a coleta tende a ser baixa, devido à previsível substimativa da base a ser taxada.

Logo, é imprescindível montar-se uma estrutura de fiscalização para combater a evasão. No final das contas, a conclusão sempre é que o custo da estrutura não compensa o resultado da arrecadação. Entende-se por que muitos países suprimiram este imposto, inclusive a Inglaterra.


Outro problema: tão logo se torne uma possibilidade concreta o imposto sobre fortunas, as famílias abastadas transferirão todo ou parte do patrimônio para países sem o tributo. E sua riqueza crescerá apenas no exterior. Os empregos e a renda gerados por grandes patrimônios familiares migrarão para o exterior, portanto. Péssimo negócio, certeiro tiro no pé do próprio país. Há, ainda, grandes riscos de se praticar injustiças: quando herdeiros de patrimônios imobiliários não têm dinheiro para arcar com a taxação. O imposto sobre fortunas é uma daquelas invenções aparentemente simples, mas que não funcionam. Por uma razão: o tema é mais complexo do que parece.

Fonte: Editorial - O Globo

 

FIM do ciclo Sarney = Maranhão perderá a posição de Estado vanguarda do atraso

O fim do ciclo Sarney



Pelo significado político, a posse de Flávio Dino (PCdoB) no governo do Maranhão é um dos mais representativos eventos desse primeiro de janeiro de 2015. Muito além da troca do comando do Palácio dos Leões, a chegada de Dino encerra meio século de dominação da família Sarney sobre o Estado.
 Fim da "famiglia" Sarney
Foram cinco décadas de mandos e desmandos que mantiveram o Maranhão amargando os piores índices de desenvolvimento do País. Além do correr para superar o atraso histórico, Dino terá agora que encontrar a fórmula para reagir com os cofres vazios e driblar as armadilhas armadas nas últimas semanas.

Ex-presidente da Embratur, o novo governador do Maranhão conhece como poucos as riquezas naturais do Estado e aposta no incremento do turismo como uma das principais ferramentas para iniciar uma reação. O governador também espera obter um forte apoio do governo federal para começar a mudar as estatísticas sociais do Estado. Dino sabe que tem pouco tempo para mostrar resultados.

Por: Mario Simas - Isto É

Roubalheira na Petrobras - PETROLÃO-PT - cria nova capa de botijão de gás

O mais moderno design para a capa de seu botijão de gás

 
Modelo aprovado por maioria absoluta do bolsistas, corruptos e nordestinos

Benefícios distorcidos x estelionato eleitoral

A meritória intenção de amparar o trabalhador desandou em estímulos não só a distorções trabalhistas e previdenciárias, mas também a fraudes

O endurecimento das regras para a concessão de alguns benefícios trabalhistas e previdenciários foi recebido com as reações esperadas. Faz parte do jogo político que as oposições se oponham ao que propõe o governo do turno, ainda que as medidas oficiais se apropriem de propostas oposicionistas e os telhados, dos dois lados, sejam de vidro.

Supondo correta a definição, o que não é tão simples assim de definir, “estelionato eleitoral” a acusação da oposição às primeiras medidas de restrição a benefícios sociais do segundo mandato da presidente Dilma Rousseff — é o que não falta à prática dos que se elegem no Brasil desde pelo menos a redemocratização. Não é que o debate, nesses termos políticos, seja desimportante ou meramente oportunista. Ele pode ter a capacidade de constranger o governo e, assim, contribuir para evitar a adoção de medidas, no caso extremo, predatórias de direitos anteriormente estabelecidos.

As barreiras oposicionistas podem operar como uma garantia institucional e civilizatória, levando a soluções de compromisso, mais moderadas e responsáveis. O risco é que a necessária limitação do poder incumbente se transforme em tentativa de bloqueio da adoção de regras mais modernas e socialmente mais justas de acesso a benefícios. As alterações finalmente agora propostas, que visam a dificultar novas concessões do seguro-desemprego, da pensão por morte e do auxílio-doença, atingem um grupo de benefícios que já deveria ter sido modificado há muito tempo.

A meritória intenção de amparar o trabalhador desandou em estímulos não só a distorções trabalhistas e previdenciárias, mas também a fraudes. Não se trata, portanto, de restringir direitos — até porque as regras passam a valer só para os futuros habilitados —, mas de garantir os benefícios aos que efetivamente necessitam do amparo. Seguro-desemprego e pensão por morte são ícones da complacência brasileira nas regras de concessão, com repercussões não só econômicas e sociais, mas inclusive morais.

A regra atual da pensão por morte basta que o cidadão contribua com uma única parcela para que seu viúvo ou viúva, sem exigência de tempo mínimo para a união, qualquer que seja a idade do beneficiário, mesmo jovem e sem filhos menores, adquira o direito a uma pensão vitalícia no teto do benefício é um exemplo eloquente. Para o seguro-desemprego, basta ter trabalhado por seis meses para se habilitar, sem outras carências e limites de acesso, ao benefício de até dois salários mínimos por no mínimo quatro meses.

No caso da pensão por morte, a regra vigente configura um exagero incompatível com o sistema de repartição da Previdência — na teoria, todos contribuem para a formação de um fundo, distribuído a partir de critérios que levam em conta o tempo e o nível de contribuição individual. Quanto ao seguro-desemprego, a facilidade de se candidatar ao benefício, assegurado pelas contribuições das empresas ao PIS-Pasep, acumuladas no Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT), intensifica ainda mais a já excessivamente alta rotatividade no trabalho, parte relevante do conjunto de obstáculos à qualificação da mão de obra.

Como estão estruturados, ambos estimulam esquemas fraudulentos e aspiram em conjunto recursos públicos anuais da ordem de R$ 100 bilhões, equivalentes a 2% do PIB.  Corrigir esse tipo de distorção é, sem dúvida, uma necessidade premente, que a sociedade tem hesitado em enfrentar. Mas isso não deve se confundir com políticas estritamente fiscais, que deleguem a proteção social da população aos baixos dos viadutos e aos bancos das praças e jardins.

Por: José Paulo Kupfer é jornalista

[indiscutível que fraudes existem na concessão do seguro-desemprego e outros beneficios e que devem ser combatidas com rigor e seus autores punidos com severidade.
Mas, o que a Oposição critica com veemência é o CRIME de ESTELIONATO ELEITORAL praticado por Dilma e a petralhada, que durante toda a campanha eleitoral sempre acusou seus adversários da pretensão de extinguir beneficios trabalhistas e sociais, sendo que Dilma, logo após eleita, começou a a fazer o que dizia que seus adversários fariam.
Essa conduta criminosa é facilmente tipificado como ESTELIONATO e punível na forma da Lei.
Alegar que tais beneficios devem ser extintos ou sua concessão dificultada a pretexto de reduzir fraudes em nada elide o crime cometido pela atual presidente e a corja que a segue = ESTELIONATO ELEITORAL.]
 

Defendemos a existência e uma única raça - a humana - mas, não será surpresa se for proibido no Brasil o uso do 'rótulo' negro

A falácia de uma sociedade ‘pós-racial’

Estudo demonstra as diferenças de percepção quando se aplicam os rótulos raciais ‘negro’ e ‘afro-americano’

Tudo o que quero para o Ano Novo é o banimento de qualquer coisa “pós-racial” do discurso social e político. Desde sua aparição, em 2008, para anunciar a ascensão de Barack Obama, o conceito estava equivocado. Não passa de uma lembrança distante o momento em que Obama ganhou a duramente disputada primária da Carolina do Sul e a audiência entoou “a raça não importa”. Notícias, pesquisas e estudos que surgiram na segunda metade de 2014 deixaram claro o contrário.

Os episódios fatais entre a polícia e afro-americanos desarmados, particularmente Michael Brown em Ferguson, Missouri, e Eric Garner, em Nova York, provocaram um debate nacional sobre raça e aplicação da lei. O fracasso no indiciamento dos policiais nesses dois casos levou a um diálogo sobre raça e igualdade na administração da justiça.[é dado na matéria um destaque ao fato dos agressores dos policiais estarem desarmados; só que as investigações mostraram - e o não indiciamento dos policiais confirma o acerto das conclusões apresentadas - que os elementos, mesmo supostamente desarmados, ofereciam risco aos policiais o que justificou o uso da força adequada para contê-los.
A única diferença é que se os policiais tivessem usado da mesma força contra agressores brancos não teria havido tantas críticas à ação policial.] Mas deixemos essas duas explosões, que meu colega do “Washington Post” Eugene Robinson chama de nosso “padrão espasmódico” no que se refere a raça.

Evidências de que a raça é importante estão à nossa volta, literalmente. O pessoal da Vox nos lembrou, recentemente, que uma instituição chamada Southern Poverty Law Center listou as seções ativas da Ku Klux Klan nos EUA. A News One transformou a informação num mapa interativo. O grupo racista e antissemita que se fantasia com longas roupas brancas, cruzes em fogo e tem um histórico de atos de violência está ativo em 41 dos 50 estados americanos.

Sem trocadilho, a raça colore a maneira pela qual observamos algumas questões. Uma pesquisa Post-ABC News mostra quão forte é a divisão quando se trata da aplicação da lei:
“Apenas um em dez afro-americanos diz que negros e outras minorias recebem tratamento igual aos brancos no sistema de justiça criminal. Somente dois em dez dizem confiar em que a polícia trata brancos e negros com igualdade, tenham ou não cometido um crime. Por outro lado, cerca de metade dos brancos americanos diz que as raças são tratadas com igualdade no sistema judicial, e seis em dez confiam em que a polícia trate brancos e negros da mesma forma.”[o resultado da pesquisa POST-ABC News é o esperado, tendo em conta que só foram  pesquisados afro-americanos, o que resultou em total parcialidade da enquete.]
 
A divisão não se dá apenas ao longo das linhas raciais. A pesquisa também destaca sua natureza partidária. Se você é um republicano branco, é mais provável achar que as diferentes raças são tratadas com igualdade pela polícia. Mas, se for um democrata branco, será mais inclinado a acreditar que há diferenças no tratamento. Uma coluna recente de Esther Cepeda aborda um estudo a respeito do impacto da linguagem e a percepção em relação aos afro-americanos. Impressionante, ele abre nossos olhos. O título do trabalho diz tudo: “A rose by any other name? The consequences of subtyping ‘African-Americans’ from ‘Blacks’” (algo como “Dar um nome diferente à rosa? As consequências de diferenciar ‘afro-americanos’ e ‘negros’”). As pesquisadoras Erika Hall, Katherine Phillips e Sarah Townsend fizeram quatro experiências para ver se os brancos fazem distinção entre “negros” e “afro-americanos”. Por favor, leiam o estudo. É fascinante. Mas tudo o que você precisa saber está no sumário: “Descobrimos que o rótulo racial ‘negro’ evoca uma representação mental de uma pessoa de menor status socioeconômico que o rótulo ‘afro-americano’, e que os brancos reagem mais negativamente em relação a ‘negro’. No estudo 1, mostramos que o estereótipo para ‘negro’ é mais baixo em status, competência e cordialidade. No estudo 2, brancos identificam ‘negro’ com status mais baixo em relação a ‘afro-americano’. No estudo 3, demonstramos que o uso do rótulo ‘negro’ versus ‘afro-americano’ numa notícia sobre um crime num jornal americano é associado a um tom emocional negativo no artigo. Finalmente, no estudo 4, mostramos que os brancos consideram um suspeito de cometer um crime de forma mais negativa quando ele é identificado como ‘negro’. As conclusões estabelecem a maneira como rótulos raciais podem ter consequências materiais para um grupo.”

O estudo deverá dissipar qualquer noção de que a nossa jamais será uma sociedade “pós-racial”. Antes que isso aconteça, nós teríamos que, primeiro, lidar com nossa atual sociedade racista. Mas teríamos de falar com cada um, face a face, num exercício intensamente pessoal e desconfortável. O matiz multirracial das manifestações nos EUA deu-me a esperança de que essas conversas estejam ocorrendo um pouco mais agora. Pequenos passos na estrada para a cura racial. Ainda assim, essas conversas têm de se tornar nacionais porque requerem um elemento chave que está em falta: confiança. Até que possamos ter uma conversa baseada na confiança, não daremos o passo gigantesco para uma nação “pós-racial”, em que raça não tenha importância.

Fonte: Jonathan Capehart integra a equipe de editorialistas do “Washington Post”

 

quinta-feira, 1 de janeiro de 2015

Dilma, teu inimigo, o pior dos muitos que você tem é o Lula. Pior que a soma de Judas Iscariotes, Calabar e Joaquim Silvério. Ou você destrói Lula ou ele acaba contigo

A esquerda palaciana


Aécio Neves declarou, há pouco, que Levy enfrentará mais dificuldades com o PT que com a oposição


“Vamos fazer a disputa dentro do governo.” O objetivo, definido por Raimundo Bonfim, da Central de Movimentos Populares (CMP), é uma sentença opaca para os “de fora”, mas uma senha cristalina para osde dentro”. A “frente de esquerda” articulada duas semanas atrás numa reunião no Largo São Francisco, em São Paulo, é o veículo para a soldagem de partidos, centrais sindicais e movimentos sociais ao governo de Dilma Rousseff. É, ainda, de um modo menos direto, uma ferramenta da candidatura presidencial de Lula da Silva em 2018. 

O conclave contou com representantes do PT e do PCdoB, partidos governistas, mas também do PSOL e do PSTU. No Largo São Francisco, os dois partidos aceitaram a condição de sublegendas informais do PT. Lá estava a CUT, que obedece ao comando lulista, mas também a Intersindical, um pequeno aparelho do PSTU. A presença do MST, da Via Campesina e da Consulta Popular, três nomes para a mesma substância, inscreve-se no campo do óbvio. Mais relevante foi a participação do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST) e do Levante Popular da Juventude, que emergiram com ambições de autonomia em relação ao lulopetismo. 

A Arca de Noé da esquerda adotou uma agenda de manifestações cortada na alfaiataria do PT, cujos destaques são a reivindicação de uma Constituinte exclusiva para a reforma política e a “defesa da Petrobras”, uma bandeira que deve ser traduzida como a proteção das altas autoridades do governo diante das investigações da Lava-Jato. Curiosamente, enquanto acusam Dilma de rendição às propostas de política econômica de Aécio Neves, as correntes reunidas no Largo São Francisco desenharam o esboço de um Partido de Esquerda do Planalto. 

Duas mãos moveram o berço. A mão visível, de Guilherme Boulos, do MTST, funcionou como álibi para a adesão das correntes que pescam em águas situadas à esquerda do PT. A mão invisível, de Lula, apontou o rumo político da articulação, ancorando-a num porto encravado em sua esfera de influência. O espantalho convocado como pretexto para a adesão geral são as manifestações pela “volta dos militares”, que atiçam apenas o interesse de um setor ridiculamente marginal da sociedade. O jogo da verossimilhança solicitou a marcação de atos públicos pela cassação de Jair Bolsonaro, um oportuno inimigo do peito, e de repúdio ao golpe militar de 1964, que completa redondos 51 anos.

O Brasil não é para principiantes. Em tese, o “giro ortodoxo” do governo Dilma, personificado em Joaquim Levy, provocaria a configuração de uma oposição pela esquerda. Contudo, desde a ascensão do lulopetismo ao poder, a esquerda tornou-se caudatária do Palácio. A santa indignação dos “amigos do povo” contra a nomeação de Levy não se desenvolve na forma de uma ruptura política com o governo, mas em pedidos explícitos de compensações. Como esclareceu Lindbergh Farias, um petista que nunca viu motivos para camuflar o oportunismo, “fazer a disputa dentro do governo” significa emplacar “companheiros” em postos relevantes no aparelho de Estado — ou, no caso dos movimentos sociais, obter financiamentos da administração pública.

Kátia Abreu, Gilberto Kassab e Guilherme Afif são novas demonstrações da tese tantas vezes comprovada de que as convicções doutrinárias de nossos liberais conservadores não resistem à oferta de um feudo no condomínio do poder. Na era do lulopetismo, a constatação deve ser estendida a quase toda a esquerda. O segundo mandato de Dilma, iniciado sob os signos do fracasso e da crise, descortina a farsa em toda a sua amplitude: as lideranças reunidas no Largo São Francisco cumprirão dupla jornada, revezando-se entre manifestações encomendadas e conchavos de gabinete com emissários de Lula.

A “frente de esquerda” certamente atende aos interesses de seus participantes, mas, sobretudo, aos de Lula. O ex-presidente, cuja candidatura a um terceiro mandato surgiu ainda durante a campanha reeleitoral de Dilma, planeja jogar em dois times. Em princípio, alinha-se com o governo do qual é fiador. Nas semanas difíceis do segundo turno, diante do risco real de derrota, desdobrou-se em conversas com o alto empresariado para oferecer garantias de um retorno à racionalidade econômica. Por outro lado, desde a proclamação do resultado, manobra para desvincular a sua imagem dos efeitos da reorientação da política econômica. Na hipótese provável de erosão acelerada da popularidade do governo, Lula calibrará seu discurso no registro da “crítica pela esquerda”.

Aécio Neves declarou, há pouco, que Levy enfrentará mais dificuldades com o PT que com a oposição. O PSDB, sugere a declaração, estaria pronto a respaldar as “medidas impopulares” que derivam, em linha direta, de tantos anos de uma irracionalidade econômica fundada no cálculo político. Do ponto de vista de Lula, esse é o cenário ideal para a construção de uma candidatura aureolada pela promessa de retorno aos “bons tempos” de crescimento da renda e do consumo. O ministro da Fazenda faria o “trabalho sujo” do ajuste fiscal, com o apoio tácito da oposição e sob o bombardeio retórico da “frente de esquerda”. Na sequência, durante a etapa derradeira do governo agonizante de Dilma, Lula ergueria a bandeira dos interesses do “povo”, culpando a “elite” pelos sofrimentos impostos por um “banqueiro”. O longo ato de prestidigitação precisa apenas da colaboração de uma oposição incapaz de fazer política. 

Os “amigos do povo” coligados na “frente de esquerda” conhecem perfeitamente a regra do jogo. Todos eles, da esquerda do PT ao PSOL, passando pela CUT e pelo MTST, sabem que operam como marionetes no teatro lulista — e que seus gritos indignados contra um golpe militar tão antigo ou um Bolsonaro tão insignificante são gestos automáticos num espetáculo farsesco. Mas isso já não importa: eles se acostumaram com a subserviência, o preço justo que pagam pela sobrevivência.

Por: Demétrio Magnoli é sociólogo - O Globo

Um desastre de Lula/Dilma = a exploração do pré-sal já era. Cada barril retirado aumenta o prejuízo

Não ouviram o sábio ensinamento do xeque Yamani, inventor da Opep: a Idade da Pedra não terminou por falta de pedra

O preço do petróleo tem ciclos e pelo menos parte da história funciona assim. O mundo entra em um período de crescimento — e aí falta o combustível, cuja produção estava ajustada à demanda anterior, de baixa expansão econômica. Sobe o preço do petróleo e isso viabiliza mais investimentos na exploração e produção de óleo, especialmente quando se supõe que o crescimento global é duradouro.

E as pessoas têm uma tendência irresistível de achar que agora vai, e vai por muito tempo. Daí, podem acontecer duas coisas: o ciclo de expansão é longo ou curto. Neste último caso, o preço do petróleo cai e volta logo ao patamar anterior, pois a oferta fica maior que a demanda, diminuída com a redução do crescimento do PIB mundial.  Procurar, explorar e produzir petróleo novo não é atividade trivial. Requer muita tecnologia e investimentos pesados. Se o ciclo de expansão global for muito curto, às vezes nem dá tempo de se iniciar a busca. Investimentos são paralisados ainda na fase de planejamento.


Mas se o período de crescimento for longo o suficiente, os novos investimentos vão a campo, viabilizados pela contínua alta da demanda. Foi o que aconteceu nos anos 90 e no início deste século 21, até a grande crise de 2008/09. O consumo mundial de óleo subiu o tempo todo e chegou aos 93 milhões de barris/dia.  Preços foram para a lua e viabilizaram mesmo a produção do petróleo caro e caro, nesta história, é sempre em relação à mixaria que se gasta na Arábia Saudita para tirar um barril de óleo bom: menos de US$ 5. Para comparar: nosso petróleo mais barato, o da Bacia de Campos, sai por algo como US$ 15 o barril.

Já o óleo novo, do pré-sal, varia de US$ 30 a US$ 70. No seu programa de investimentos até 2018, a Petrobras fez todas as contas considerando o barril a US$ 100 na média do período. Pois o preço está abaixo dos US$ 60. Ficando assim, inviabiliza alguns campos e reduz as margens de lucro de todos os outros. Quer dizer, o investimento fica proporcionalmente mais caro.

Quando se olha para a economia mundial, o que se vê hoje? Entre os desenvolvidos, só os EUA vão bem. A recuperação ainda é moderada, diz o Federal Reserve, Fed, o banco central deles. Mas é muito melhor do que ocorre no Japão e na Europa, onde só a Inglaterra tem dados animadores. A China, motor emergente, está em clara desaceleração. Em consequência, o resto do mundo necessariamente cresce menos. E não dá alimento para novas altas do petróleo.

Para alguns economistas, o capitalismo já era, de modo que, no máximo, teremos ciclos muito curtos de crescimento modesto. O que vem depois? Não dizem. Não sabem. Mas se aceitarmos que o capitalismo é o melhor sistema que a humanidade conseguiu criar, a melhor ideia disponível, então certamente teremos novos longos ciclos de crescimento.
Portanto, para os países que têm boas reservas de petróleo, é só ter calma, moderar os investimentos atuais (fatal), mas ficar preparado para um novo ciclo de crescimento global. Certo?  Mais ou menos. É verdade que o óleo negro é a mais eficiente fonte de energia jamais descoberta.

Mas é poluente. Isso não era importante quando se iniciou a era do petróleo, mas agora, obviamente, é. Além disso, acontece que boa parte da humanidade, a maior parte, está farta dessa dependência do petróleo. Primeiro, porque dá excessivo poder político aos donos do óleo. Segundo, porque transfere muita riqueza a esses donos. Depois, porque picos e vales dos preços desarrumam a economia global, ora gerando inflação, ora deflação.

Resultado, está todo mundo procurando e desenvolvendo outras fontes de energia que, a cada dia, tornam-se mais viáveis, econômica e tecnicamente. Aqui cabem desde as novas formas de se obter óleo e gás, como a extração do xisto, até as outras fontes, etanol, palha de cana, vento, sol, e um mundo de alternativas nas quais trabalham centros de tecnologia pelo mundo afora. Tudo considerado, fica evidente que o Brasil, nos governos Lula e Dilma, perdeu uma imensa oportunidade. Cinco anos sem leilão para a exploração de novas áreas, enquanto se discutia e se tentava aprovar a nova forma de dividir o dinheiro do óleo, deixaram um enorme prejuízo. Perdeu-se um momento de preço alto, que certamente atrairia investimentos, nacionais e estrangeiros, ávidos pelos novos campos.

Quando se juntam a cobiça e a miopia política, histórica e econômica, o resultado só pode ser um imenso desastre. Lula e Dilma anunciaram a autossuficiência em petróleo e a devolução da Petrobras ao povo brasileiro, para terminar importando combustível caro e jogando a Petrobras no mar da corrupção e do atraso. Sem contar a quase destruição do etanol. Pode haver desastre maior que esse?

Não ouviram o sábio ensinamento do xeque Yamani, inventor da Opep: a Idade da Pedra não terminou por falta de pedra.

 Fonte: Carlos Alberto Sardenberg - jornalista, O Globo
 

2015: Um ano para barrar a corrupção, prender os corruptos e corruptores, inclusive o poderoso chefão $talinácio Lula da Silva

Um ano para barrar a corrupção

O País tem a chance histórica de combater os malfeitos e punir corruptos e corruptores. Se falhar a classe política pode cair em total descrédito

O tema pautou as eleições e ocupou boa parte da agenda legislativa e do noticiário no ano que passou. Agora, ganha status de política pública. Nenhum desafio será maior em 2015 que o combate à corrupção. Dele depende a retomada do crescimento e a própria garantia de governabilidade da presidente Dilma Rousseff. Declarações populistas que lhe renderam votos na campanha não surtirão efeito sem medidas concretas. Ao que cabe à chefa do Executivo, a cautela na escolha de ministros e assessores deve ser redobrada. 
 ELE IMPÕE RESPEITO
O juiz da Operação Lava Jato, Sérgio Moro, tornou-se
símbolo do combate implacável à corrupção

Assim como evitar curvar-se ao fisiologismo político e, ao menor sinal de negociatas, varrer da Esplanada os responsáveis. Escudada em índices de aprovação do primeiro mandato, Dilma ainda resiste a cortar na carne. Também não dá sinais de que vá desaparelhar e reforçar o papel dos órgãos de controle, como CGU e COAF.

O ato mais aguardado para o início do ano virá das mãos do procurador-geral da República, Rodrigo Janot, que prometeu apresentar até o final de fevereiro a denúncia contra os políticos envolvidos no escândalo do “petrolão”. É provável que o total de políticos envolvidos supere em muito os 28 nomes indicados pelo ex-diretor de Abastecimento da estatal Paulo Roberto Costa. Mas de nada valerão tais suspeitas se o procurador-geral não apresentar provas robustas de que parlamentares, governadores e ministros foram destinatários da propina paga por contratos superfaturados da Petrobras. De uma denúncia bem feita dependerá a abertura da ação penal no STF.

A oposição se articula para, na volta do recesso, pressionar por investigações de potencial ainda mais explosivo, como dos empréstimos do BNDES, os investimentos dos fundos de pensão e os contratos de grandes obras. Mais importante que comissões de inquérito, é imperativo a aprovação de uma reforma política profunda, que reveja os atuais mecanismos de financiamento eleitoral – origem de todos os descalabros do sistema político.


PSDB completa vinte anos de governo em São Paulo

Alckmin toma posse, e PSDB completa 20 anos de governo em São Paulo

Tucano chega a seu décimo ano como governador paulista e cotado para concorrer à Presidência da República em 2018

O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), e seu vice-governador, Márcio França (PSB), tomaram posse nesta quinta-feira na Assembleia Legislativa do Estado. Alckmin deu início a seu quarto mandato como governador – o vigésimo ano do PSDB no comando de São Paulo, recorde no país. Este será o décimo ano de Alckmin como governador paulista.

 Alckmin toma posse como governador de São Paulo (Divulgação/Governo de São Paulo/VEJA)

Alckmin recebeu oficialmente o cargo da Mesa Diretora da ALESP, presidida pelo tucano Samuel Moreira. Ele foi recepcionado no Palácio Nove de Julho por deputados federais e estaduais eleitos, pelo presidente do Tribunal Regional Eleitoral, Antônio Carlos Mathias Coltro, pelo procurador-geral de Justiça, Márcio Fernando Elias Rosa, e pelo presidente do Tribunal de Justiça de São Paulo, desembargador José Renato Nalini, além de integrantes de sua equipe de governo. Antes da solenidade, o governador reuniu-se com líderes de sua base aliada. Alckmin seguirá para o Palácio dos Bandeirantes, sede do governo paulista, onde dará o cargo aos seus secretários. 

No ano passado, Alckmin recebeu 12,2 milhões de votos, o equivalente a 57,31% dos válidos, e foi reeleito no primeiro turno. Ele superou com folga os dois principais candidatos de oposiçãoPaulo Skaf (PMDB) e Alexandre Padilha (PT). O tucano é um dos nomes cotados no partido para concorrer à sucessão de Dilma em 2018.

Alckmin terá como principais desafios a crise de abastecimento de água no Estado e a entrega de obras de infraestrutura e mobilidade urbana, principalmente a expansão da rede de trens e metrô, além do prosseguimento das investigações contra o cartel de empresas que fraudou licitações no setor de transporte sobre trilhos.

Alckmin assumiu o governo estadual pela primeira vez em 2001. Ele era vice-governador de Mário Covas, que inaugurou a série histórica no partido à frente do Estado, e morreu por causa de um câncer naquele ano. Alckmin foi reeleito em 2002. Ele renunciou em 2006 para concorrer à Presidência da República, mas foi derrotado pelo ex-presidente Lula. Na ocasião, o então vice-governador Cláudio Lembo, à época no extinto PFL, assumiu o mandato por nove meses, único período em que o PSDB não esteve no comando do Estado. Em 2010, Alckmin conseguiu voltar ao Bandeirantes ao derrotar no primeiro turno o petista Aloizio Mercadante, atualmente ministro da Casa Civil de Dilma Rousseff.