O brasileiro Marco Archer Cardoso Moreira, de 53 anos, foi fuzilado
neste sábado na Indonésia, depois de passar mais de uma década no
corredor da morte. Condenado em 2004 por tráfico de drogas, o brasileiro
teve negados os dois pedidos de clemência a que tinha direito. É a
primeira vez que um brasileiro condenado à pena capital é executado no
exterior.
Segundo a embaixada do Brasil na Indonésia, a execução foi levada a
cabo por volta das 15h30 (0h30 de domingo no país asiático) O atestado
de óbito só será enviado aos diplomatas brasileiros no decorrer do
domingo. O Itamaraty aguarda a documentação oficial sobre a execução
para se pronunciar.
A presidente Dilma Rousseff telefonou na sexta-feira para o presidente Joko Widodo para
fazer um apelo pessoal em favor de Moreira, mas ouviu um ‘não’ como
resposta. O governo brasileiro também pediu que o papa Francisco
intercedesse e, em uma derradeira tentativa de dissuadir o governo
indonésio, o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, enviou ao
chefe do Ministério Público local uma solicitação de adiamento da execução. Várias organizações internacionais de defesa dos direitos humanos também se manifestaram contra a decisão da Indonésia. [o procurador-geral deveria cuidar de fosse implantada a pena de morte no Brasil para crimes hediondos, incluindo o tráfico de drogas.
Como complemento a medidas punitivas mais severas prisão perpétua e prisão com trabalhos forçados.
É sabido que muitos bandidos não tem medo de morrer e se condenados à prisão perpétua encontrariam uma forma de se dar bem.
Mas, a prisão com trabalhos forçados seria mais que suficiente para apavorar os bandidos.
São bandidos, cruéis, sanguinários mas não gostam de trabalhar.
O Brasil tem milhares de quilômetros de rodovias e ferrovias com as margens tomadas pelo mato, não permitindo que as placas de sinalização sejam vistas.
Era só deslocar algumas dezenas de condenados para fazer a roçagem do mato e para evitar fugas cada um teria uma bola de ferro presa aos pés ou então um ficaria acorrentado ao outro.
Não ocorreriam fugas e a bandidagem teria medo do trabalho forçado.
Dez horas por dia, de segundo a sábado.]
No início da semana, o brasileiro falou a respeito de sua situação
com o cineasta Marco Prado, que está fazendo um documentário sobre a
história do amigo, mas ainda não sabe se vai concluir o material. Prado
publicou o depoimento na internet: “Estou ciente de que cometi um erro
gravíssimo, mas mereço mais uma chance, porque todo mundo erra”, disse
Moreira.
“Meu sonho é sair daqui, voltar para o Brasil e expor meu problema
para os jovens que estão pensando em se envolver com drogas (...) Quero
voltar para o meu país, pedir perdão a toda a minha nação e ensinar para
os jovens que a droga só leva a dois caminhos: ou à prisão ou à morte”,
acrescentou o brasileiro. O carioca foi preso em 2003, ao tentar entrar
no país com 13,4 quilos de cocaína. A sentença de morte foi anunciada
no ano seguinte. Sem filhos e com os pais mortos, somente uma tia do
brasileiro acompanhou de perto o caso.
Joko Widodo assumiu a presidência em outubro de 2014 e implantou uma
política de tolerância zero para traficantes. Ele tem apoio da
população, amplamente favorável à pena de morte. “As execuções dos
condenados vai mandar uma mensagem a todos os envolvidos com drogas de
que a Indonésia é séria em combater esse crime. Eu espero que as pessoas
entendam que estamos tentando salvar a Indonésia dos perigos das
drogas”, disse o procurador-geral Muhammad Prasetyo, segundo o jornal Jakarta Post.
Além do brasileiro, um holandês, um nigeriano, um malauiano, uma vietnamita e uma indonésia deveriam enfrentar o pelotão de fuzilamento neste fim de semana. Grupos de defesa dos direitos humanos criticaram a política de pena
de morte adotada pela Indonésia. Para Poengky Indarti, coordenadora da
organização Imparcial, com sede em Jacarta, as execuções “mostram que a
Indonésia não tem respeito pela vida humana". "As execuções vão contra
os direitos humanos e a Constituição indonésia que determina que todo
mundo tem direito à vida”.
A organização KontraS, também sediada em Jacarta, contestou o
argumento do governo para aplicação da pena capital. “Não acreditamos
que as execuções possam efetivamente cortar a rede de crimes ligados às
drogas. O governo indonésio deveria saber como quebrar a rede de
organizações que traficam entorpecentes. O governo também deveria
proteger o direito à vida estabelecido em princípios nacionais e
internacionais de direitos humanos.
A ONG considera as execuções programadas para este fim de semana um
passo atrás no caminho que a Indonésia vinha trilhando. O país, que é
membro do Conselho de Direitos Humanos da ONU, impôs uma moratória à
aplicação da pena de morte e não matou nenhum condenado entre os anos de
2008 e 2013, quando retomou as execuções.
Fonte: Revista VEJA
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