Eunício ficou irritado com senadoras que ocuparam a Mesa para tentar obstruir trabalhos [quando o gato sai, os ratos tomam de conta.
Essas baderneiras que estão transformando a Mesa Diretora do Senado no picadeiro de um circo estão quebrando o decoro parlamentar e devem ser denunciadas ao Conselho de Ética.]
Plenário do Senado às escuras após ordem do presidente da casa, senador Eunício Oliveira de desligar as luzes. - Ailton Freitas / Agência O Globo
As senadoras da oposição Gleisi Hoffmann (PT-PR), Vanessa Grazziotin
(PcdoB-AM) , Fátima Bezerra (PT-RN) e Regina Souza (PT-PI) ocuparam a
Mesa do plenário do Senado na manhã desta terça-feira e se recusam a
deixar o posto. O presidente da Casa, Eunício Oliveira (PMDB-CE), chegou
para comandar a sessão da reforma trabalhista e tentou conversar com as
senadoras, mas não foi atendido. Ele ficou visivelmente irritado e
suspendeu os trabalhos. O protesto já dura quase três horas. Dispostas a
ficar o quanto for necessário, as senadoras pediram, inclusive,
marmitas, que foram abertas na própria mesa.
Após cerca de 10 minutos de sua chegada, Eunício tomou o
microfone da senadora Fátima Bezerra, que presidia a sessão. Ele disse
ainda que iria cortar o som dos microfones até que pudesse comandar os
trabalhos e foi aplaudido por senadores da base, que exclamavam que era
preciso "acabar com essa bagunça" e ameaçavam denunciar as parlamentares
ao Conselho de Ética da Casa. Apesar da situação, as senadoras
permaneceram na mesa da Presidência. — Está encerrada a sessão e não tem som enquanto não
sentarmos nesta Mesa. Está suspensa a sessão — corrigiu o presidente do
Senado.
Eunício fechou todas as entradas ao plenário e cercou o
lugar de seguranças, proibindo qualquer novo acesso à sala. Ele deixou o
local por volta de 12h20, rumo ao gabinete da presidência e disse que a
sessão estava suspensa. As luzes foram apagadas e microfones
desligados. Questionado sobre quando retomaria a sessão, ele foi direto: — Quando essa ditadura deixar.
As senadoras tentam obstruir a votação da reforma
trabalhista prevista para esta terça-feira. Fátima Bezerra abriu a
sessão destinada à votação da reforma. Neste primeiro momento, estão
previstos pronunciamentos na tribuna. A sessão que discute a reforma começou às 11h, mas o presidente do Senado chegou por volta das 12h.
Os senadores da base do governo sinalizaram que a opção que
está na mesa é levar a sessão para outro local. O auditório Petrônio
Portela já está sendo organizado por assessores. Questionado se a
votação poderia ocorrer mesmo sem o painel eletrônico, que detalha as
votações nominais, o vice-presidente da casa, Cássio Cunha Lima, afirmou
que o painel nem sempre existiu no Senado e que votações ocorriam do
mesmo jeito.
Uma série de manifestantes que conseguiram entrar no Senado,
apesar do rigoroso sistema de segurança, se concentram na porta do
auditório com gritos de protesto contra a reforma e contra o presidente
Michel Temer. A imprensa está proibida de se aproximar do local.
Fonte: O Globo
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