Especialista diz que a polícia militar precisa cuidar de sua integridade
O ministro da Justiça e Segurança Pública, Torquato Jardim
prestou irresponsável incontinência verbal ao afirmar que o governo do Rio não
controla a PM, cujos comandantes de batalhão estariam associados ao crime
organizado. Como a autoridade máxima do sistema nacional de segurança pública
deve estar bem informado, poderia ter pautado assunto tão grave a quem de
direito, o governador do Estado. Preferiu o ventilador da mídia. Mas essa
fumaça denuncia algum fogo?
O histórico recente de policiais envolvidos
com o crime no Rio de Janeiro é preocupante: a Operação Tingui, com a prisão de
76 PMs, inclusive o major comandante; o caso do tenente coronel condenado pela
morte da juíza Patricia Acioli; o comandante da UPP do Caju, preso com outros
policiais e os 96 policiais do batalhão de São Gonçalo, envolvidos com
traficantes. Podem ser casos isolados perante a maioria de policiais honestos,
mas que não reste dúvida: nenhuma polícia consegue atingir o grau básico de
eficiência para enfrentar o crime sem cuidar de sua integridade.
A integridade dá a densidade moral crítica
para a polícia, muito mais que seu aparato de força. Chefes policiais que
lucram em atividades de segurança privada perdem o respeito de seus
subordinados que se vêem livres para lucrar vendendo conveniências a
criminosos.
Por: José Vicente da Silva Filho é coronel
reformado da Polícia Militar de São Paulo e professor do Centro de Altos
Estudos de Segurança da corporação
.
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