Gleisi perde as estribeiras: “Vai ter que matar gente”
Desde que seu nome surgiu na Lava Jato como destinatária de R$ 1 milhão do Petrolão, a senadora Gleisi Hoffmann, presidente nacional do PT, parece ter perdido o eixo e também o juízo. Nos últimos dias, com a proximidade do julgamento do ex-presidente Lula marcado para a quarta-feira 24, ela pirou de vez. Ao tentar convencer a militância da inocência do líder petista, a parlamentar paranaense foi além de divulgar notícias falsas em sua rede social. Num grave sinal de insensatez, a ex-ministra-chefe da Casa Civil de Dilma Rousseff declarou guerra à Justiça. Em entrevista a um site, ela afirmou: “Para prender o Lula, vai ter que prender muita gente, mas, mais do que isso, vai ter que matar gente. Aí, vai ter que matar”.
GLEISI SELVAGEM
Sob ameaça de condenação na Java Jato, a senadora surta à espera de um
milagre: que Lula seja eleito e a nomeie ministra (Crédito:Wilton Junior
)
Diante da forte repercussão negativa, Gleisi Hoffmann tentou
consertar o estrago feito com a frase, usando sua conta no Twitter. Na
nova versão mais adocicada, na impossível tentativa de dar o dito pelo
não dito, ela explicou que foi “força de expressão”. Mas, em seguida
manteve o tom destemperado e ameaçador: “Como não se revoltar com a
condenação sem prova?”. Fica claro o estado de desespero da presidente
do PT com a provável decisão do TRF-4 de impedir o petista de disputar a
eleição e também de levá-lo à prisão.MATÉRIA COMPLETA, clique aqui
Para quem está com a corda no pescoço, como é o caso de Gleisi, que teve pedido de condenação feito ao Supremo Tribunal Federal pela procuradora-geral da República Raquel Dodge, o ex-presidente Lula é visto como tábua de salvação. O mandato da senadora encerra-se em janeiro e ela deve disputar uma vaga de deputada federal para não perder o foro privilegiado, o que também não será tarefa fácil por seu envolvimento na Lava Jato. Com a eleição de Lula, Gleisi poderia ser alçada ao cargo de ministra, o que a livraria da Justiça comum.
Confusão mental
Com o Senado em recesso, o Twitter tem sido o ópio da senadora, que usa e abusa de postagens. No fim de semana, Gleisi fez um agradecimento à torcida do Bayern de Munique ao interpretar, com uma dose cavalar de boa vontade, que o que estava escrito na faixa ostentada pelos fanáticos torcedores era “Forza Lula”. Contagiada pela euforia, escreveu: “Show de torcida! Um apaixonado pelo futebol como Lula merece mesmo o carinho e a homenagem de torcedores no mundo todo”. Ao ser avisada que a manifestação era em apoio ao estado de saúde de Luca, um torcedor ferido numa briga de torcida de dois times italianos em novembro, a senadora foi novamente à sua conta na internet para se retratar: “Fiz de boa fé (sic)”.
A senadora não para de colecionar vexames. Na terça-feira 16, envolveu-se em bate-boca com o prefeito de Porto Alegre, Nelson Marchezan Júnior (PSDB). Ao comentar na rede social o editorial do jornal “O Globo”, que atribuía ao PT a responsabilidade pela segurança pública na capital gaúcha no dia 24, Gleisi voltou ao ataque e destilou ironia ao dizer o que o jornal carioca havia destituído “o governador, o prefeito fake news e o comando da Força Nacional”. Na resposta, Nelson Marchezan Júnior, que estava de férias, teceu duras críticas à petista: “Chinfrim é ser corrupto e nariz empinado. Fake é a origem do patrimônio dos teus comparsas(…). E tu, por que não te calas?”.
Não foi a primeira vez que a presidente do PT lançou mão de bravatas ao falar sobre o julgamento de Lula. Em entrevista à BBC Brasil, Gleisi afirmou que o PT estudava um boicote geral às eleições de 2018 caso o ex-presidente fosse impedido de concorrer ao Palácio do Planalto com a condenação em segunda instância. Mas, ao menos, admitiu que a ideia era sua e não do partido.
Tão logo assumiu a presidência petista, a senadora bateu de frente com quadros históricos, como o ex-governador do Rio Grande do Sul Olívio Dutra. Ele sempre pregou que o partido admitisse seus erros e promovesse uma renovação em sua cúpula: “O partido tem de levar mesmo uma lambada e forte porque errou”. Gleisi não se comoveu e recusou qualquer tipo de autocrítica, como já é de seu feitio. “Não somos organização religiosa, não fazemos profissão de culpa”, justifica. É assim, com uma postura autoritária e inconsequente, que Gleisi comete um equivoco atrás do outro e aprofunda ao abismo que há muito tem separado o PT da realidade.
*Às vésperas do julgamento do recurso de Lula no TRF-4, a aloprada senadora saiu com essa: “Para prender o Lula, vai ter que prender muita gente, mas, mais do que isso, vai ter que matar gente. Aí, vai ter que matar”
*Provocou um bate-boca em rede social com o prefeito de Porto Alegre, Nelson Marchezan Júnior (PSDB), ao chamá-lo de “Fake News.” “Fake é a origem do patrimônio dos teus comparsas. Por que não te calas?”, respondeu Marchezan
*Teve de ser desculpar depois de divulgar no Twitter notícia falsa de que Lula fora homenageado pela torcida do time alemão Bayern de Munique com a faixa “Forza Lula”. Na verdade, estava escrito “Força Luca”, torcedor ferido numa briga de torcida de dois times italianos em novembro
*Desqualificou as ameaças sofridas pelos desembargadores do TRF 4. Para ela, queriam criar uma cortina de fumaça e tirar o foco no julgamento de Lula, pois ela acredita que eles vão condená-lo sem prova
*Declarou que o PT estuda um boicote geral às eleições de 2018 caso Lula seja impedido de concorrer. O partido não lançaria candidato à Presidência e nem ao Congresso.
Isto É
Nenhum comentário:
Postar um comentário